Doutoramento em Arte dos Media

URI permanente para esta coleção:

Navegar

Entradas recentes

A mostrar 1 - 6 de 6
  • Item
    O hiperobjeto artístico e a autonomia da curadoria : novos media e modelos expositivos
    (2023) Lança, Constança Pérez Babo; Miranda, José Bragança de, orient.
    A presente investigação tem como objetivo nuclear analisar o impacto da arte dos novos media na autonomia da curadoria. Propõe-se a Tese de que tais obras de arte se tratam de hiperobjetos que problematizam e reconfiguram o contexto expositivo e museológico, uma vez que escapam e rejeitam as categorias da Estética, exigem novos modelos expositivos e inauguram dinâmicas inéditas de participação. Inviabilizam o controlo absoluto por parte quer do curador, quer da instituição e do próprio artista, impondo a reestruturação do sistema hierárquico institucional. Sugerem, inclusivamente, um novo museu. Perante este enquadramento, identifica-se e declara-se, doravante, uma nova etapa de crise na esfera da arte. Com efeito, para além das reformas e dos obstáculos já anteriormente decorridos na arte, a estrutura, o sistema e a hierarquia desta vêm-se destabilizados e fragilizados pelo hiperobjeto artístico, nomeadamente na medida em que este altera as relações entre obra, artista, espectador, curador e museu. Emerge um artista curador, criador de situações dinâmicas e relacionais, e um espectador decisor e coprodutor. Ao mesmo tempo, reforça-se a diluição de dicotomias e princípios modernos sugerindo um novo que não se define pelo progresso, mas pela pós produção e pela metamorfose. Conduz-se, ainda, ao debate da “imaterialidade” da obra de arte, e, no seu seguimento, à recusa da classificação dos objetos dos novos media enquanto imateriais. Neste âmbito, a investigação sustenta-se em teoria da Estética, sobretudo em Hegel, na viragem tecnológica anunciada por Walter Benjamin, na Estética Relacional de Nicolas Bourriaud e na redefinição dos objetos a partir do conceito “hiperobjeto” de Timothy Morton. Estudam-se, igualmente, a obra de Marcel Duchamp, as transformações na arte desde os anos 1960, e, especialmente, a década de 1990, na qual se situa o eclodir da tecnologia digital no contexto artístico e institucional, período durante o qual se testemunhou a transição para uma criação artística menos “objetual”, mais híbrida, participativa e interativa. Assim se atravessa da obra modernista à hiperobjetual. É também a partir daqui que se permite identificar e avaliar de que formas se manifesta e atua a hiperobjetualidade no campo artístico, principalmente ao nível da sua interferência na curadoria e na exposição, nesta última, sublinhe-se, tanto enquanto espaço como obra de arte. Constata-se que os hiperobjetos são instáveis e desenham-se caso a caso, razão pela qual impedem o estabelecimento de um conjunto de modelos expositivos continuamente aplicáveis. Pelo contrário, requerem soluções individuais e propícias a sucessivas reformulações e renegociações. Assim sendo, apontam-se, para análise e estudo de caso, exemplos de formatos, eles mesmos flexíveis, móveis, adaptáveis, híbridos e híper, que representem e respondam aos desafios impostos pelos novos media à curadoria. O primeiro, e a partir do qual se aprofunda o debate da (i)materialidade, será a exposição Les Immatériaux (1985, Centre Georges Pompidou), concebida por Jean-François Lyotard e Thierry Chaput. O segundo caso, a obra Immaterial Display (2021), discutida mediante o contexto da exposição itinerante Matter, Non-Matter, Anti-Matter (2021-2023) e do projeto Beyond Matter – Cultural Heritage on the Verge of Virtual Reality (2020-2023), iniciados pelo Zentrum fur Kunst und Medien Karlsruhe (ZKM). A peça em causa consiste num paradigma de novas modalidades curatoriais, expositivas, receptivas e experienciais, bem como num exemplar de hiperobjeto. Daí se avança com a proposta de um novo museu, o hipermuseu. Immaterial Display, mas também Les Immatériaux e várias ações do projeto Beyond Matter, realizam-se e projetam-se, com efeito, para lá da matéria, consolidando-se, assim, enquanto eventos da expressão e da concretização do tecnológico no campo artístico. É neste quadro que este estudo se inscreve e no qual pretende, de certo modo, constituir um manifesto da condição digital, virtual e hiperobjetual da arte. Atenta-se a demonstrar que a arte, enquanto campo no qual se inclui a curadoria, a par dos restantes domínios humanos, encontram na tecnologia o seu mediador e o seu vínculo a tudo o que, no mundo, os excede. Palavras-chave: arte dos novos media; hiperobjeto; curadoria; tecnologia; digital; virtual; museu; espectador
  • Item
    Estratégias para a criação de franchises transmédia
    (2023) Silva, Marco Filipe Fraga da; Damásio, Manuel José, orient.
    A presente investigação propõe um modelo de criação de franchises transmédia com génese na banda desenhada resultante da investigação efetuada na componente teórica e da construção do franchise de ficção especulativa intitulado Crónicas do Tempo e do Espaço na componente prática. Na componente teórica, enquadrada no transmédia no cinema, o enfoque foi dado em áreas como a banda desenhada (BD), a ficção especulativa, a pré-produção cinematográfica, o storytelling e o worldbuilding. Procurou-se definir e compreender como estas áreas se articulam no desenvolvimento de um franchise transmediático. Na componente prática, várias metodologias e estratégias foram aplicadas na construção de um universo ficcional expandido que se materializou num conjunto de guiões que foram posteriormente adaptados para o meio da banda desenhada e publicados e promovidos de diferentes formas, recorrendo a diversos meios. Vários elementos relacionados com o storyworld das Crónicas do Tempo e do Espaço foram compilados numa Bíblia de Produção que, em conjunto com as narrativas publicadas no formato de banda desenhada, permitirão o contacto com colaboradores independentes e produtoras de audiovisuais e de videojogos para a futura transmediação do universo ficcional produzido. Todo o processo teórico-prático permitiu o desenvolvimento de um modelo para a criação de franchises transmédia composto por quatro fases que correspondem à pré-produção de um storyworld expandido, produção de uma banda desenhada que permitirá o lançamento do franchise, compilação de materiais numa Bíblia de Produção que servirá o propósito de contactar colaboradores e empresas que permitam alcançar a última etapa do modelo – a disseminação transmediática da propriedade intelectual. A fase da transmediação apresenta três categorias de transmedia storytelling – intracomposicional, intercomposicional e complexo – e três tarefas essenciais – design da narrativa, design da experiência e design da interação – que permitem alcançar a transmediação através de pelo menos três média distintos. Palavras-chave: banda desenhada, pré-produção cinematográfica, ficção especulativa, modelo de transmediação, transmedia storytelling, worldbuilding
  • Item
    A linha dinâmica : em estudos de movimento e animação
    (2023) Pereira, Cibele Torresão Saque; Pinto, José Gomes, orient.
    A presente proposta de tese de doutoramento intitulada de ‘a linha dinâmica em estudos de movimento e animação’, pretende contribuir para um estudo apurado da linha considerando o desenvolvimento de uma sua qualidade dinâmica de suporte a movimento visual. Implicando observação, reflexão e metodologia visual, situa ainda, contextos figurativos que retratam relações humanas com o mundo natural. O processo investigativo, ao refletir sobre a importância de um estudo do elemento linha e de contemplar uma sua aplicabilidade em projetos de comunicação visual, pretende especificamente questionar se o estudo da linha, nomeadamente da linha dinâmica, poderia constituir-se como uma ferramenta potenciadora e diferenciadora de perceção visual quando dirigida à criação de movimento para animação cinematográfica. Assim, posicionando este trabalho no contexto da Cultura Visual, pretende em primeiro lugar, estabelecer uma aproximação ao estudo do elemento ‘linha’ numa perspetiva de impressão do movimento. Recorrendo a um valor intrínseco ao Desenho nos seus processos artísticos de observação e criação, considerados campos de apreensão e estudo do que ‘permanentemente se move’, convoca-se a ‘linha’ como um elemento de acuidade visual, estruturante e transversal, nos caminhos de constituição de uma observação específica e contextual da imagem. Em segundo lugar, através de processos de correspondência de informação e estudo do movimento proporcionado e ampliado pelo elemento linha dinâmica, pretende convidar a uma reflexão que sugere uma sua potencial aplicabilidade em projetos de comunicação visual, nomeadamente em estudos de movimento dirigidos para contextos de cinema de animação no enquadramento de relações entre arte, media e cultura. Em terceiro lugar, concebendo a linha como uma forma de expressão visual, procura salientar a relevância do estudo de uma particular linha referencial, considerada como um apoio visual de carácter flexível, aqui considerando-a enquanto ferramenta de observação e comunicação. Sendo que, na perspetiva do movimento cinematográfico, pretende ainda salientar a relevância do ‘momento de dinâmica’ implicado em cinema de animação e proporcionar uma via complementar de construção visual voltada para o conjunto das imagens em movimento. Globalmente, a presente proposta reflexiva, procurou desenvolver uma análise histórica e teórica, bem como estética e técnica, com uma particular atenção dedicada ao elemento linha e a determinantes instantes do mover que geram a impressão visual de dinâmica em campo. Sendo que, na última parte deste trabalho, se apresenta um desenvolvimento aplicado que transforma dois estudos de caso, num espaço de experimentação e consolidação da proposta. Os contextos figurativos de animações que retratam relações humanas para com o mundo natural, procuram proporcionar uma pertinência temática de suporte a uma aceção da linha visualmente mais próxima, mantendo a perspetiva de uma abrangência visual estruturalmente participada. Palavras-chave: Linha, Desenho, Movimento, Dinâmica, Desenvolvimento, Desenho Animado.
  • Item
    A curadoria entendida enquanto ato artístico : o caso WAIT
    (2021) Franco, Orlando Miguel Gaspar
    A presente investigação resulta de um trabalho contínuo, que buscou compreender as relações entre reflexão teórica e prática artística implicadas na construção do projeto WAIT. A práxis do artista é sempre um território complexo onde abundam as questões. Questões em torno da imagem e as suas aparências, questões em torno da materialidade da obra, questões em torno da forma de a dar a ver. Torna-se determinante encetar sempre que possível um campo para a investigação, que abarque todos estes processos. Neste sentido esta dissertação percorre um campo de reflexão e interrogação em torno dos fenómenos da imagem, da sua aparição à sua receção. De que forma os artistas lidam com o crescente número de imagens, de que modo produzem uma eleição, para acolherem as suas imagens. Foi também necessário recorrer a um conjunto de referências históricas que protagonizam a importância dos novos media na produção e exposição de obras de arte. Tornou-se assim necessário traçar um percurso que analisa a história das práticas da instalação de imagem em movimento, recorrendo às práticas da instalação-filme e instalação vídeo durante o século XX. Não deixámos de parte a importante mudança que ocorre no século XIX com o surgimento da fotografia e do cinema. A exposição WAIT assume-se como zona central de estudo, neste trabalho, pelos motivos que elencamos em seguida: Pode uma exposição constituir-se enquanto objeto artístico? Podemos entender a exposição como uma décima arte? Para isso, este trabalho pretende também investigar alguns dos fenómenos recentes em torno das práticas curatoriais, nas suas mais diversas expressões, em particular quando o curador é em simultâneo artista visual. Por último, esta dissertação, apresenta um conjunto de elementos estruturais à prática artística, que influenciaram a conceção da exposição WAIT.
  • Item
    Da arché ao arquivo e do arquivo a arché: o gesto arquivial como conceito e método na prática artística contemporânea
    (2020) Barata, Hugo Miguel Marques das Neves; Miranda, José Bragança de, orient.
    Um resumo desta investigação deve, primeiramente, justificar a sua intitulação: Da Arché ao Arquivo e do Arquivo a Arché: O gesto arquivial como conceito e método na PRÁTICA ARTÍSTICA contemporânea. Pretende-se constituir uma aceção que permita, ou revele, um fio condutor de acesso ao Real, e que na nossa tese é tudo o que se encontra fora do Arquivo. No fluxo entre a ARCHÉ originária e o contemporâneo, faz-se a leitura do presente a partir do qual as obras de arte qua arquivos transportam, finalmente, o presente para o futuro, a partir de um processo de ANARQUIVAÇÃO constante. Existe uma contradição intrínseca que caracteriza o arquivo e que induz a sua insofismável dinâmica criativa. A contingência dos estatutos do ARQUIVIAL e do ARTÍSTICO, e a permeabilidade destas duas categorias tidas como tradicionalmente distintas - uma obra e a documentação (mesmo que seja documentação de uma obra) - colocam em evidência as convenções institucionais que mantêm a distinção entre estes dois gestos. Algumas destas tentativas de esclarecimento e comentário procurarão ser respondidas partindo do arquivo como OPERACIONALIZANTE, em GESTO anarquivial, de uma estética e uma mecânica de investigação em arte, assente em processos de construção do trabalho prático que parecem considerá-lo uma espécie de ESTILO CONTEMPORÂNEO em espaço SUBMEDIAL. Aqui, o conceito de Arché não é olhado como um ponto de partida mas enquanto lugar de chegada, procurando dar a ver uma manifestação em POTÊNCIA. Talvez a função do arquivo não consista meramente em ilustrar ou representar a história ou em agarrar-se às memórias da própria, como se de um espelhamento pelo qual se realizou «de facto», no Real. Pelo contrário, talvez o arquivo constitua o pré-requisito necessário para algo que emerge, porque só no arquivo, que «já lá está», somos capazes de comparar o novo com o antigo, o presente com o passado projetado no FUTURO.
  • Item
    SkinTower o Ecrã no Corpo
    (2019) Trindade, João Nepomuceno Bacelar Salazar; Pinto, José Gomes, orient.
    A Peça de Arte Tecnológica como transdução de novos momentos éticos. Se a arte é concomitante ao ser humano, se a consciência humana nasce no mesmo momento em que a arte emerge, tentamos fazer uma aproximação ao modo como esta questão – a transdução de novos momentos éticos - está situada entre os domínios estético e político. Tal como a linguagem política, também a artística, não tem um poder em si mesma, no entanto, esse poder pode surgir a qualquer momento, como resultado da utilização que tem como objetivo final o domínio do corpo. A Peça de Arte Tecnológica, como um dos segmentos da Media Art encontra, também, um dos seus pontos basilares nos diferentes tipos de ilusão que consegue provocar, no entanto todos eles podem verter-se ou procurar produzir novas formas de ativismo. Assim, potenciando a ação daqueles que com ela se confrontam, este tipo de peças, não podem olvidar o Corpo, tanto o social como o individual, por isso mesmo, a Peça de Arte Tecnológica não pode isolar-se em si mesma, esquecendo o seu caracter confrontacional o que a pode remeter para um estatuto de inutilidade. Também por isso, o conhecimento dos graus e tipos de ilusão/alienação/alucinação obtidos com este tipo de obras de arte é fundamental para a classificação dos processos cognitivos, conscientes e inconscientes, que a partir delas podem surgir. Finalmente, e considerando o âmbito deste doutoramento em Arte dos Media1 produzimos uma peça de arte tecnológica onde todos os pontos anteriormente expressos neste resumo se encontram presentes.