Biomedical and Biopharmaceutical Research Vol.13 n.º1 (2016)

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    O poder funcional da CPLP no quadro da cooperação em segurança alimentar e nutricional (SAN)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Lapão, Manuel; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    A Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), prestes a celebrar os seus 20 anos de existência, nascida para defesa da língua e do património cultural comum, tem vindo gradualmente a reforçar outras dimensões de intervenção nas quais vem alcançando crescente visibilidade. A Cooperação nas áreas da Saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) são disso exemplo. Na realidade, a sua "Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (ESANCPLP)”, aprovada em 2011, é um instrumento real e operacional para aumentar os níveis de desenvolvimento humano nos Estados membros da CPLP, sendo reconhecida em fóruns internacionais como um exemplo de boas práticas por parceiros como a União Europeia, estando ainda perfeitamente alinhada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Não obstante o papel único da CPLP e o seu potencial poder funcional no quadro da cooperação internacional, algumas ameaças se colocam, impedindo a sua maior afirmação, nomeadamente a afirmação de uma vontade política mais clara por parte dos Estados membros. Não obstante a distância que separa a CPLP atual do sonho de Agostinho da Silva, de criação de uma verdadeira comunidade lusófona, é hoje inequívoco o seu papel e potencial, destacando-se o esforço envidado para consagrar no seu espaço o racional do Direito Humano à Alimentação Adequada.
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    Intervir na agricultura em benefício da nutrição e da saúde na CPLP
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Goulão, Luís F.; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    Garantir níveis adequados de SAN e, com isso, contribuir para o crescimento socioeconómico em países em desenvolvimento exige abordagens integradas e multissetoriais, sendo que tornar a agricultura mais sensível à nutrição, tem sido alvo de grande foco. Nesta comunicação, são revistos alguns exemplos de como e onde intervir na agricultura em benefício da nutrição e da saúde das populações, enquadrando o atual momento nas prioridades e agendas de desenvolvimento internacionais, com ênfase na CPLP.
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    Excesso de peso e obesidade e a saúde das populações dos PALOP
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Rosado-Marques, Vítor; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    A prevalência do excesso de peso e da obesidade continua a aumentar a nível global, em particular a obesidade. Este aumento é mais acentuado nos países de menores rendimentos o que coloca em risco os sistemas de saúde destes países, já de si bastante débeis. Os dados disponíveis para os países de língua oficial portuguesa (PALOP), para além de serem escassos, apresentam uma enorme diversidade, o que poderá estar relacionado com diferentes metodologias de recolha. No entanto, permitem ver que a situação, em geral, é preocupante e que no caso das mulheres os valores são muito elevados. Conhecendo-se a forte associação que existe entre o excesso de peso/ obesidade com as doenças não transmissíveis (DNT), deve haver uma especial atenção das autoridades de saúde para este problema. As DNT estão a tornar-se cada vez mais frequentes em África e na África subsaariana, onde ainda predominam as doenças transmissíveis e a desnutrição, sendo já responsáveis por 25% das mortes. A incidência e a prevalência do excesso de peso/obesidade e das DNT nos PALOP ainda não estão completamente identificadas, pelo que é necessário um investimento na investigação que venha a permitir a implementação de ações para prevenir e controlar o excesso de peso, em particular na infância, em simultâneo com outras ações dirigidas ao combate dos problemas nutricionais existentes nestes países.
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    A saúde, a segurança alimentar e nutricional e os ODS 2030
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Fonseca, Luiz Eduardo; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    Este artigo analisa as mais recentes linhas de ação traçadas por diferentes agências e/ou organizações do sistema ONU, tanto fora quanto dentro dos setores saúde e segurança alimentar e nutricional, que possam produzir impacto sobre a saúde e o estado nutricional das populações e seus sistemas de saúde e de produção e distribuição de alimentos. Com isto pretende-se buscar pontos comuns dessas linhas de ação para possível colaboração numa futura agenda comum entre as duas áreas. Por outro lado, esse exercício pode também ajudar na incorporação de novos elementos outras análises de variáveis que influenciam políticas globais e nacionais de saúde e de segurança alimentar e nutricional. Mais que respostas, este artigo procura colaborar com algumas questões orientadoras para apoiar a governança da implantação da Agenda 2030 e dos ODS em nível dos países. Obviamente não esgota o tema, mas chama a atenção para pontos comuns que podem influenciar a situação de saúde e nutrição das populações nacionais. A dimensão política e de governança, a coerência e coordenação política podem contribuir para a implementação conjunta dos ODS saúde e SAN, pois os dois processos são sinérgicos, e assim alcançar objetivos comuns, inclusive com maior custo-efetividade.
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    Sharing Knowledge Agrifood Networks (SKAN) – um projeto Português para a promoção de ligações tecnológicas entre a Europa, África e América Latina
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Silva, Luís Mira da; Alves, Duarte Bué; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    Há três anos atrás, em 2013, foi lançada em Lisboa a iniciativa SKAN - Sharing Knowledge Agrifood Networks (http://www.skanplatform.org/). O principal objetivo desta iniciativa era criar uma “rede de redes” que promovesse o diálogo internacional entre todos os atores relevantes ao nível político e diplomático, e ao nível da comunidade empresarial, universidades e meio académico, com um foco em três continentes: Europa, África e América Latina. Mais especificamente, o intuito era promover a partilha de conhecimento e tecnologia a um nível internacional e abrangente no setor agroalimentar. Em três anos a Plataforma SKAN assumiu um lugar de destaque no desenvolvimento de redes de partilha de conhecimento nos países de língua Portuguesa. O objetivo para o futuro é aumentar o número de iniciativas nos países onde tem atuado e começar a desenvolver iniciativas noutros países. O projeto tem produzido resultados significativos e o retorno do investimento que inicialmente foi alocado tem sido elevado. Esperamos que esta iniciativa possa ter um impacto positivo em desafios globais tais como a segurança alimentar, o desenvolvimento da agricultura, ou a transferência de tecnologia, tendo a capacidade de fortalecer as ligações e a colaboração entre a Europa, a África e a América Latina no sector agroalimentar.
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    Dietas equilibradas – o segredo para uma adequada sustentabilidade de todos nós
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Correia, Augusto Manuel; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    Até à revolução industrial, os sistemas agrícolas baseavam-se fundamentalmente na exploração dos recursos naturais e em dietas quase sempre diversificadas. Com os auspícios da agricultura moderna e com o aumento demográfico registado, a resposta para a produção de alimentos concentrou-se essencialmente na selecção de algumas culturas que melhor correspondiam às necessidades quantitativas observando-se, na generalidade, uma perda evidente na diversidade das dietas e do seu poder nutricional. O facto das estratégias para o desenvolvimento dos mais desfavorecidos, durante muito tempo, se fazerem por sector, atrasou o facto de se dar a devida importância à necessidade da sua abordagem holística. Essa abordagem, para que muitos autores vêm chamado a atenção, é realçada no texto defendendo-se estratégias que possam conduzir a estratégias cruzadas dos diferentes sectores (agricultura, saúde e educação, por exemplo) que possam contribuir para um mundo mais equitativo e assente em sistemas agrícolas sustentáveis e sistemas nutricionais equilibrados e que correspondam às reais necessidades da população.
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    Obesidade e infeção – o desafio da medicina tropical
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Pinto, Anabela Mota; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    A obesidade é atualmente considerada pela Organização Mundial de Saúde uma epidemia mundial. Numa perspetiva do passado, consideram-se como principais fatores deste grande problema de saúde pública, o comer em excesso e o sedentarismo. No entanto, outros fatores de risco se podem associar, como é o caso da hereditariedade, dos distúrbios do sono e a ação de agentes microbianos. Em relação à associação da obesidade com a infeção, verifica-se por um lado que alguns micro-organismos como os vírus, bactérias, parasitas e agentes microbianos tropicais (como os da Doença de Chagas e da Leishmaniose cutânea) estão marcantemente relacionados com a obesidade humana, por outro lado está demonstrado que os indivíduos obesos apresentam uma resposta alterada às infeções. O mecanismo subjacente à ação adipogénica destes micro-organismos varia, desde o efeito sobre o sistema nervoso central, à modificação do metabolismo do tecido adiposo. A obesidade e a consequente expansão do tecido adiposo, por sua vez, alteram a função imunitária, que pode conduzir a um aumento da suscetibilidade à infeção por diferentes micro-organismos. Numa visão global, existe uma inter-relação estreita entre o tecido adiposo, a resposta imuno-inflamatória e a infeção, sendo concebível que em resposta a certas infeções, o tecido adiposo se expanda e responda de uma forma semelhante à expansão das células do sistema imunitário. A resposta imunitária diminuída do tecido adiposo na obesidade modifica a patocronia das infeções.
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    Reflexão sobre as interacções entre determinantes sociais na insegurança alimentar e os problemas de saúde em contexto urbano
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Craveiro, Isabel; Alves, Daniela; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    A interdependência entre as condições sociais e as condições de saúde está demonstrada sendo a redução da pobreza e a promoção da segurança alimentar peças basilares no caminho para uma melhor saúde das populações. O fortalecimento da segurança alimentar constituiu-se como um dos eixos fundamentais na perspectiva dos determinantes sociais de saúde. A insegurança alimentar é uma realidade diária para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de as suas manifestações mais extremas serem muitas vezes óbvias, é mais difícil identificar outras que se manifestam em famílias que enfrentam restrições no acesso aos alimentos. Em áreas urbanas a insegurança alimentar está relacionada com os rendimentos, mas também com a acessibilidade aos alimentos, com a possibilidade dessas situações em áreas urbanas funcionarem como mais uma causa de pobreza, acentuando os problemas de saúde correlacionados. Nesta breve revisão procuramos reflectir sobre os desafios colocados em termos de determinantes sociais da segurança alimentar e as suas interacções com problemas de saúde em contextos de rápida urbanização com foco no contexto africano.
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    (Des)governação da alimentação e nutrição
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2016) Sarmento, Francisco; Escola de Ciências e Tecnologias Saúde
    O artigo discute numa perspectiva de economia política, a complexidade da governança da segurança alimentar e nutricional e diferentes visões subjacentes ao papel dessa mesma governança na agricultura, segurança alimentar e nutrição.