Cadernos de Sociomuseologia nº 09 (1996) : Museologia e comunicação
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Item Introdução(Lusofona University, 1996) Bruno, Maria Cristina Oliveira; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoOs textos reunidos nesta publicação representam alguns momentos de uma busca que iniciei há dezoito anos, impulsionada pela sabedoria generosa de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri, com o propósito de equacionar os desafios da prática museológica em um país que não se cansa de procurar e repensar a sua identidade cultural. Entendendo que a “espera vã” não permite aflorar os desafios e as transformações, procurei pautar os meus caminhos profissionais pelos questionamentos e experimentações, pois considero que a Museologia e os Processos Museais dependem de perguntas constantes e práticas reiteradas.Item Museologia: algumas idéias para a sua organização disciplinar(Lusofona University, 1996) Bruno, Maria Cristina Oliveira; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA problematização das hipóteses científicas nas Ciências Humanas, vinculada ao estudo da Cultura Material, procura elucidar os processos de continuidades e mudanças dos distintos fenômenos ligados aos grupos humanos do presente ou das sociedades extintas. Por um lado, essa busca orienta-se para a compreensão das possibilidades de dispersão dos vestígios materiais (evidências culturais) em um território e a respectiva inserção nos diferentes níveis das sociedades e, a partir de diferentes metodologias, esses vestígios acabam sendo retirados de seu local de origem e reunidos em uma instituição. Por outro lado, muitos destes estudos partem dos objetos já reunidos em instituições, com o objetivo de entender o perfil das sociedades que os produziram. De uma forma, ou de outra, a evidência material da cultura é um elemento de crucial importância para estas análises e os museus estão entre as principais instituições que guardam esses indicadores da dimensão cultural das sociedades. Assim, não só os museus têm uma íntima vinculação com o desenvolvimento de diversos ramos das Ciências Humanas, mas a Museologia - enquanto disciplina - apresenta uma acentuada cumplicidade com estas áreas de conhecimento e também com os outros ramos do conhecimento científico.Item Impressões de viagem: um olhar sobre a museologia portuguesa(Lusofona University, 1996) Bruno, Maria Cristina Oliveira; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEntre tantas relações que naturalmente nos vinculam a Portugal, um olhar sobre o patrimônio cultural revela um contexto com muitos aspectos onde é difícil separar o que é brasileiro ou português. A História dos Museus no Brasil tem seu início com as coleções trazidas por D.João VI (1808), das quais muitas eram provenientes da opulência dos palácios, cuja riqueza é fruto do conhecido processo de colonização depredadora de que o Brasil foi alvo. Da mesma forma, sabemos que muitas coleções etnográficas e de história natural foram reunidas por incentivo e apoio da Família Real e, em alguns casos, levadas a Portugal que, por sua vez, acabou entregando a outros países europeus por razões políticas. Intrigada pelas questões que envolvem as afirmações acima apresentadas, fui a Portugal no primeiro semestre de 1993 para conhecer alguns processos museológicos, pois é o patrimônio musealizado que apresenta mais aspectos em comum com o Brasil.Item Os processos museais e as questões metodológicas: o Museu da Cidade de Piraju como estudo de caso(Lusofona University, 1996) Bruno, Maria Cristina Oliveira; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEm diversos países os grandes museus vêm modificando sua política cultural, repensando-se conceitualmente, sofrendo reformas quanto ao espaço arquitetônico e apresentação das coleções; como também os pequenos museus vêm experimentando novas estratégias para a aproximação com a população, procurando sustentar-se em uma atuação comunitária. Esses esforços, de natureza diferente, procuram fazer com que os museus superem o aspecto de "depósitos de objetos" e passem a servir à população.Item Formas de humanidade: concepção e desafios da musealização(Edições Universitárias Lusófonas, 1996) Bruno, Maria Cristina Oliveira; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoApresentação: o discurso expositivo como um dos produtos do processo de musealização. No dia 12 de dezembro de 1995 o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo abriu à visitação pública a exposição de longa duração “Formas de Humanidade”. Com este evento inaugural, o MAE estabeleceu a plataforma básica de sua proposta de divulgação científico-cultural, rearticulou o seu contato direto com o público por meio museológico e apresentou a sua nova face de responsabilidade patrimonial uma vez que esta face vem sendo delineada desde 1989, a partir da emissão da Portaria nº 2073 que fundiu algumas unidades da USP ou partes delas, criando o novo Museu de Arqueologia e Etnologia. Com esta exposição a instituição pretende divulgar as várias formas que a humanidade vem dando, ao longo do tempo, às diferentes matérias-primas e às manifestações sócio-culturais. Cabe ressaltar que este discurso expositivo tem caráter sintético e panorâmico e está apoiado, prioritariamente, na evidência material da cultura. Da mesma forma, deve ser sublinhado que os temas decorrentes da proposta temática central foram escolhidos a partir da potencialidade do acervo institucional. Este acervo, por sua vez, corresponde às coleções arqueológicas e etnográficas brasileiras, etnográficas da África e arqueológicas do Mediterrâneo e Médio-Oriente. Embora o MAE ainda guarde outras coleções, distintas às que fazem parte desta mostra.