Cadernos de Sociomuseologia nº 01 (1993) : Sobre o conceito de Museologia Social

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    International Summer School of Museology
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Brandão, José Manuel
    Desde há sete anos que o ICOM, através do ICOFOM (comité para a formação), vem a desenvolver actividades de formação intensiva, de âmbito internacional, destinadas ao aperfeiçoamento dos quadros técnicos dos Museus, dando assim cumprimento às resoluções tomadas durante os trabalhos da 23ª Conferência Geral do ICOM. Estes cursos, patrocinados pela UNESCO, têem decorrido no departamento de Museologia da Universidade Masarik em Brno, República Checa, com o apoio do Museu da Morávia. Durante o mês de trabalho, os estudantes participam num intenso programa de conferências, seminários e visitas de estudo a museus e exposições, conduzidos pelos responsáveis dos cursos e por um grupo internacional de convidados, especialistas nos vários domínios da Museologia. É dificil resumir um intenso mês de trabalho em meia dúzia de páginas; deixamos no entanto algumas notas sobre os pontos altos do curso em que participámos.
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    A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto4)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Jorge, Otília
    Pensar o Museu nos nossos dias é pensar numa organização perfeitamente integrada na comunidade para a qual existe. Desta forma, o Museu não poderá encerrar-se no espaço físico do seu edifício nem centrar as suas investigações nas colecções que possui, mas alargar-se a um campo de investigação multidisciplinar relacionado com a região onde se insere. Assim, o Museu deixará de ser um mero depósito da memória e passará, a par de outras instituições, a porpôr alternativas para o desenvolvimento local. Esta maneira de sentir o Museu consubstanciou-se na declaração de Santiago do Chile, após uma reflexão conjunta acerca do "Papel dos Museus na América Latina". Na Mesa Redonda efectuada naquela cidade evidenciou-se que a resolução dos problemas dos países latino- americanos passava através do entendimento pela comunidade dos aspectos políticos, técnicos, económicos, sociais, culturais e naturais que os envolvem. Neste campo o Museu seria, além de um espaço, um veículo para a tomada de consciência por parte da população não só da sua verdadeira situação bem como da intenção de a resolver através de uma acção participativa e dinâmica de forma a beneficiar com essa resolução.
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    A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto3)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Constancia, João Paulo Medeiros
    A "nova museologia", alvo de inúmeras reflexões durante as últimas décadas, tem despertado atenções e ganho adeptos, não só entre museólogos e especialistas, mas também entre o cidadão comum que nas suas acções se vê envolvido. Numa análise sumária, pretende-se traçar as linhas gerais da evolução conceptual relativa aos fundamentos propostos para a museologia, que desde a mesa redonda de Santiago do Chile, têm vindo a tomar a forma e a consistência de um corpo teórico. Sem dúvida uma das primeiras reflexões no âmbito de uma mudança radical de atitudes nos museus, a Declaração de Santiago surge num contexto inequivocamente propício ao debate sobre a missão social dos Museus e sobre o seu papel num desenvolvimento integrado das comunidades. Não terá sido por acaso que esta declaração emerge de uma Mesa Redonda realizada em Santiago do Chile, no seio de uma América Latina conturbada, onde eram crescentes as injustiças sociais, os problemas económicos e humanos e onde não eram, de todo, respeitados os mais elementares princípios de liberdade e democracia.
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    A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto2)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Lima, Francisco Pedroso de
    Mário E. Teruggi, um dos animadores da Mesa Redonda de Santiago do Chile de Maio de 1972, é o autor desta frase publicada num artigo da revista Museum dedicado à América Latina e que me parece que de alguma maneira reflecte a situação dos museus perante a sociedade, nos inícios dos anos setenta. De facto, esta reunião internacional, que juntou pela primeira vez museólogos com outros especialistas para discutir o papel dos museus na América Latina, foi considerada por Raymonde Frin como uma nova experiência no que respeita a este tipo de encontros internacionais promovidos pela UNESCO. O carácter interdisciplinar desta reunião, fez com que os museólogos fossem confrontados com outros problemas, levantados pelos outros participantes, como as condições de vida das populações na América Latina o que obrigou aqueles a tomarem consciência do muito pouco ou quase nada que se tem feito nos museus sobre esta área e revelar de facto o divórcio existente entre o Museu e a Comunidade. Por outro lado, os museólogos sentiram que o seu trabalho produzido nos museus, não era insensível às questões económico-sociais como servia essencialmente para sua satisfação, e não era propriamente acessível às populações a quem se destinavam.
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    A evolução de conceitos entre as declarações de Santiago e de Caracas (texto1)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Menezes, Luís
    O confronto analítico que aqui se preconiza entre a Declaração de Santiago do Chile e a Declaração de Caracas, não pode alhear-se dos momentos conjunturais em que ambos foram produzidos, como da realidade sobre a qual se debruçam de forma particular, a América Latina. Em primeiro lugar, o mundo contemporâneo da Declaração de Santiago, início dos anos setenta, é um tempo em que na maioria dos países da América Latina se travam violentos combates para a institucionalização da democracia, constituindo essa luta política uma condição prévia para a superação da sua profunda crise económica e social, enquanto a Declaração de Caracas se insere num contexto em que as esperanças depositadas como o estabelecimento dos regimes democráticos já em grande número daqueles países, não resultou numa alteração das condições económicas e sociais pré-existentes, antes pelo contrário, o ensaio de modelos político-económicos desenquadrados das realidades sócio-culturais a que se dirigiam, frustraram as expectativas e agudizaram essa crise, inerente a uma acelarada alteração de valores e à desintegração sócio-cultural das comunidades.
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    Museologia e Comunicação (texto2)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Pais, Teresa Azeredo
    Sem ter a pretensão ou o objectivo de criar um texto original ou cientificamente elaborado sobre o tema "Museus e Comunicações", este trabalho constitui um instrumento de reflexão sobre questões levantadas, no âmbito da disciplina "A Função Social do Museu", do curso de pós-graduação em Museologia Social. A escolha do tema deveu-se ao facto de considerar ser esta a questão principal e o maior desafio que se coloca aos museus na actualidade. Reflectir sobre ela, é em última análise, questionar, reavaliar todos os domínios, práticas e conceitos da actividade museológica. Metodologicamente, este trabalho tem como ponto de partida a referência e análise dos dois documentos "Resoluções adoptadas pela Mesa Redonda de Santiago do Chile" e a "Declaração de Caracas", considerados dois marcos fundamentais na mudança que se pretende para os museus, e na génese de novas correntes e instituições museológicas. Ambas tiveram como objectivo comum reflectir sobre a missão actual do Museu como um dos principais agentes do desenvolvimento de uma região ou comunidade.
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    Museologia e comunicação (texto1)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Sousa, Francisco Clode
    O esgotamento de um modelo tradicional, que condicionou os campos da museologia, tende hoje, inexoralmente a afirmar-se. A Museologia e o Museu tradicional, se é que se pode falar de "tradição", construíram sobre a sociedade uma organização conceptual, plena de informação, num frenezim constante para tipificar e arrumar correntes, civilizações, programar o futuro, pela construção de modelos. Este fenómeno acumulativo, tem levado até certo ponto, a uma preservação dos conceitos, pela disponibilização de meios técnicos, que fazem harmonizar acessos a uma informação, que anula diferenças, e mais do que isso, banaliza os problemas da sociedade à beira do século XXI. Equacionada sobre esta ânsia acumulativa, pode hoje falar-se numa sobreacumulação de informações, em cemitérios de tecnologia informativa, à espera de utilizações impossíveis, num afastamento progressivo do homem, contextualizado pela sociedade, na percepção dos seus problemas, resultado das dificuldades crescentes em comunicar, pela rigidez insuportável dos códigos, e messianismo dos critérios.
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    Conservador e Museólogo: Abordagem de Conceitos (texto2)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Lousada, Ana Maria
    Museólogo/Conservador: realidades idênticas com nomes diferentes? profissões com funções diferenciadas mas que indiscriminadamente se confunde a terminologia? conservador actualizado será um museólogo? Tentar clarificar estas questões, ou pelo menos contribuir para uma equação da sua problemática é o propósito da nossa exposição. A ambiguidade dos termos Museólogo/Conservador decorre no desenrolar de uma nova concepcão museológica. Na década de 60/70 estruturam-se os princípios de uma Nova Museologia por oposição a uma Museologia tradicional existente. É repensado o papel e a funcão social e política do Museu. Este deixa de ser olhado como um "belo armazém" estático, centrado exclusivamente nos objectos e virado para um tempo passado - mais ou menos glorioso - mas passivo, em detrimento dum tempo presente e até futuro. O Museu é agora encarado como um espaço activo, com capacidade de intervenção no mundo em mudança que está inserido. Não perdendo, porém, as tradicionais funções de reunir, conservar e divulgar as colecções com o intuito enriquecimento de estudos e conhecimentos mas também de deleite e prazer.
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    Conservador e Museólogo: Abordagem de conceitos (texto1)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Brandão, José Manuel de Morais Vale
    A proliferação de Museus regionais e locais bem como de parques, reservas e áreas protegidas a que se tem vindo a assistir um pouco por toda a parte, é sintoma do despertar de um novo interesse pelas questões da preservação e salvaguarda do património natural e cultural. Este movimento, mais nítido nas duas últimas décadas, é também corolário da revalorização do papel que os Museus têm vindo a desempenhar na sociedade, fruto sobretudo, da tomada de consciência do valor intrínseco que as exposições têm, tanto para o desenvolvimento de capacidades e aptidões dos indivíduos, como para a sua própria integração social. O nosso país não tem sido estranho a esta movimentação, que, pode dizer-se, despoletou subitamente com o novo clima social criado pelo 25 de Abril e tem vindo a amadurecer ao longo dos anos, ultimamente de uma forma mais pensada.
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    O primado do discurso sobre o efeito decorativo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Menezes, Luís
    Trata-se nesta abordagem de pôr à discussão os modos de exposição nos museus, apresentando em maquete o exemplo de vitrinas, um suporte cuja forma substantiva exprime o uso do vidro-matéria prima de construção de algo que se pretende constituir como uma barreira entre o objecto exposto e o meio ambiente. De imediato, diga-se que uma exposição não se improvisa. Ela funda-se sobre imperativos científicos, que determinam um programa e um projecto. Todavia, programa e projecto não devem corresponder só às necessidades de exploração científica das colecções de um museu, mas também pela sua pertinência, devem saber destacar os valores inerentes à comunidade em que se inserem, como situar-se no âmbito das suas necessidades. Um programa, é assim um acto científico, na medida em que constitui a armadura ideológica da exposição, e o projecto nesta acepção, o acto de conceber as estruturas de exposição, selecção e apresentação, a propósito de dados científicos e sua interpretação.
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    Novos museus: novos perfis profissionais
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Cordovil, Maria Madalena
    A recente Declaração de Caracas considera no seu ponto 6 que a "profissionalização do pessoal dos museus é uma prioridade que esta instituição deve encarar como premissa para contribuir para o desenvolvimento integral das populações" (p. 13). A esta recomendação subjaz a ideia de que a formação do museólogo deve "torná-lo capaz de desempenhar as tarefas interdisciplinares próprias do museu actual, ao mesmo tempo que dotá-lo dos elementos indispensáveis para exercer uma liderança social, uma gestão eficiente e uma comunicação acertada" (id. p. 13). Ora, este novo perfil profissional dos trabalhadores dos museus proposto pelos participantes do Seminário de Caracas, supõe, igualmente, a existência de um "novo Museu". Antes de definir o perfil do novo museólogo impõe-se, então, percorrer a história mais recente da museologia e verificar quando, de que maneira e que circunstâncias determinaram que o conceito de Museu tivesse sido alterado, bem como os novos conteúdos que tal conceito integra hoje
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    Novas estruturas - novos Museus
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Ribeiro, Agostinho
    Constitui um interessante desafio, poder discorrer livremente sobre alguns fenómenos conceptuais em torno das mais recentes correntes museológicas, num exercício meramente académico e sem outra finalidade que não seja a de expôr algumas dúvidas e interrogações sobre a razão de ser, função e utilidade da chamada "nova museologia". O título proposto, quer pelos equívocos que pode sugerir, quer pela amplitude das abordagens que permite, é, desde logo, motivador para uma profunda reflexão e potenciador de um sem número de questões que à nova museologia cabe interpretar e responder positivamente. Com efeito, "Novas Estruturas/Novos Museus" pressupõe, por oposição, a existência (e eventual falência) das "velhas estruturas" e, consequentemente, dos "velhos museus". Terá algum fundamento esta oposição novo/velho, no sentido da tão falada e discutida ruptura epistemológica primordial ou, pelo contrário, é possível e desejável o encontro de soluções de compromisso entre as velhas e novas estruturas, entre os velhos e os novos museus?
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    Sobre o conceito de Museologia Social
    (Edições Universitárias Lusófonas, 1993) Moutinho, Mário Caneva
    O conceito de Museologia Social, traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea. Este esforço de adequação, reconhecido e incentivado pelas mais importantes instâncias da museologia, foi sintetisado pelo Director Geral da Unesco, Frederic Mayor, na abertura da XV Conferência Geral do ICOM da seguinte forma: o fenómeno mais geral do desenvolvimento da consciência cultural - quer se trate da emancipação do interesse do grande público pela cultura como resultado do alargamento dos tempos de lazer, quer se trate da crescente tomada de consciência cultural como reaçâo às ameaças inerentes à aceleração das transformações sociais tem no plano das instituições, encontrado um acolhimento largamente favorável nos museus. Esta evolução é evidentemente, tanto, qualitativa como quantitativa. A instituição distante, aristocrática, olimpiana, abcecada em apropriar-se dos objectos para fins taxonómicos, tem cada vez mais - e alguns disso se inquietam - dado lugar a uma entidade aberta sobre o meio, consciente da sua relação orgânica com o seu próprio contexto social. A revolução museológica do nosso tempo - que se manifesta pela aparição de museus comunitários, museus 'sans murs', ecomuseus, museus itinerantes ou museus que exploram as possibilidades aparentemente infinitas da comunicação moderna - tem as suas raízes nesta nova tomada de consciência orgânica e filosófica".