Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 17 - 2021 (Vol. 61)

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    Ensaio sobre uma Museologia PositHIVa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Padilha, Alex
    A AIDS marcou a década de 1980 como uma das maiores pandemias dos tempos modernos e, por meio dela, revelou diversos pontos de tensões sociais, políticas, religiosas e até mesmo econômicas. Por ter sua transmissibilidade através do sexo e do sangue, o HIV desenvolveu sua história através do moralismo e dos simbolismos atrelados a suas vias de transmissão, fenômeno responsável pela geração de estigmas e preconceitos encontrados até hoje quando o tema é abordado. A partir disso, o presente artigo busca analisar os fatores que contribuíram para a construção da memória da epidemia, como esta influencia hoje a forma como encaramos o vírus e como os museus, espaços de memória, podem através de suas ações contribuir com a desconstrução do estigma e do preconceito atrelados à doença.
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    “Papéis sexuais” no acervo do Museu Paulista
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Vieira, Leonardo
    O Museu Paulista estabeleceu sua política de acervo no ano de 1990, ao mesmo tempo em que fixou como linha de pesquisa da instituição os seguintes tópicos: I. Cotidiano e sociedade (papéis sexuais, idade e enculturação), II. Universo de trabalho (pré e proto-industrial) e III. Imaginário (os vetores materiais do sentido). Durante minha pesquisa de mestrado, após analisar aproximadamente 617 processos de aquisição de acervo, pude identificar que a instituição coleta um número considerável de objetos devido a seu interesse às questões de gênero. Entretanto, mesmo após 25 anos de atuação nesta área de estudos, o Museu Paulista continua considerando o conceito binário de gênero. Isso resulta na exclusão de referências à aspectos não-binários de gênero e de diversidade sexual na coleção museológica, bem como o afastamento da instituição de estudos contemporâneos acerca dos papéis de gênero e sexuais. Devemos pontuar que o Museu Paulista não é o único a desenvolver sua política institucional nestes moldes. No Brasil, pelo menos, Tony Boita e Jean Baptista já demonstraram que os museus mantêm-se, na sua grande maioria, afastados da discussão sobre gênero e diversidade sexual. Este constitui um dos principais motivos que justificam o levantamento desta discussão no cenário internacional, além do fato de que 'novas' identidades de gênero e sexualidade têm surgido de forma cada vez mais intensa no debate público.
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    Narrativas trans em acervos de museus: diálogos com Élle de Bernardini e Lyz Parayzo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Silva, Anna Paula da
    Este texto apresenta perspectivas sobre a institucionalização de obras de artistas trans em coleções de museus. As contribuições para as análises são das artistas brasileiras Élle de Bernardini (Santa Maria - RS, 1991) e Lyz Parayzo (Rio de Janeiro - RJ, 1994), que possuem obras acervadas em diversas instituições, como Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS), Coleção Santander Brasil, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Museu Nacional do Complexo Cultural da República – Honestino Guimarães, Museu da Diversidade Sexual, Embaixada Italiana no Brasil e Pinacoteca do Estado de São Paulo. O objetivo principal deste artigo é compreender o processo de musealização das obras a partir da construção de uma narrativa de si de cada uma das artistas, como um vislumbre das discussões sobre as pautas que envolvem gênero e das condições poéticas inscritas dentro da perspectiva de presença – e ausência – da pauta para as narrativas possíveis a serem enunciadas nas (re)exibições das obras. Para tanto, foram realizadas entrevistas com as duas artistas no intuito de estabelecer um diálogo sobre a visibilidade trans em acervos de museus.
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    Formação para a diversidade de gênero e ações de visibilidade da população LGBT em museus de Belo Horizonte
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Braga, Jezulino
    Neste texto debato ações de visibilidade da população LGBT nos museus de Belo Horizonte-MG e apresento atividade acadêmica curricular, ofertada no curso de Museologia da UFMG com o tema da diversidade de gênero. Acredito que os museus podem contribuir para a superação das fobias de condição sexual, identidade e gênero. Nesta perspectiva importa os processos museais, as inquirições por meio das coleções, os procedimentos e metodologias a partir de um problema. Analiso as ações implementadas, no sentido de evidenciar as experiências da população LGBT, por meio da programação dos Museus de Belo Horizonte nos últimos 10 anos. O período coincide com a criação do curso de museologia na Universidade Federal de Minas Gerais. Destaco, ainda, a importância do debate sobre gênero e diversidade nas atividades acadêmicas curriculares deste curso. Apresento como conclusão desse estudo a necessidade de maior investimento em uma museologia política e afirmativa, capaz de combater a homolesbotransfobia, buscando, dessa forma, uma sociedade justa e igualitária.
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    Museologia LGBT aplicada: uma experiência de gestão no Museu das Bandeiras
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Boita, Tony
    O presente artigo aborda as ações que envolvem os temas de gênero e dissidências sexuais desenvolvidas pelo Museu das Bandeiras entre 2018 e 2020. O referido museu passa a priorizar tais temáticas a partir de uma nova gestão, onde o presente autor é o diretor da instituição. Deste modo, durante dois anos foram intensificadas ações estratégicas que objetivaram visibilizar mulheres e pessoas LGBT. Ressalta-se que o Museu das Bandeiras está localizado em uma cidade do interior do Brasil localizado a 200 km da capital, na Cidade de Goiás, conhecida pelos poemas de Cora Coralina, pelo título de patrimônio histórico da humanidade e pelos casarios bem preservados. Neste artigo, utilizaremos o conceito de Museologia LGBT, visando apresentar na prática as atividades desenvolvidas nesta instituição que possam ser trabalhados em outros museus convencionais. Como metodologia, foram cartografadas ações realizadas, em especial a geração do seu plano museológico, então dividido em três etapas: a) institucionalização; b) formação e pesquisa; c) ações de difusão a partir de demandas da comunidade local. Para tal, as ações só puderam ser realizadas a partir da colaboração da equipe e da comunidade local que apoiou e estimulou o desenvolvimento deste projeto.
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    Acervo e Diversidade: Em busca de novas metodologias de gestão de acervos
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Lopes, Thainá; Padilha, Renata; Ladeia, Mayara
    O presente artigo apresenta os aspectos teóricos-metodológicos dos processos de gestão de acervos museológicos pela perspectiva das diversidades culturais e sexuais, visando uma política de acervos LGBT. O objetivo geral é refletir sobre a concepção de novas metodologias para uma política de gestão de acervos LGBT no Museu da Diversidade Sexual. A metodologia abordada reflete as 04 fases do projeto de extensão Acervo e diversidade: mapeamento e política de acervo em museus, a fim de sistematizar as etapas de ação que envolvem a identificação, a contextualização, a ação e a avaliação do processo de pesquisa e salvaguarda do acervo. Consideramos que a elaboração de um documento normativo necessariamente deve refletir princípios, valores e a identidade da instituição, de maneira que determinadas escolhas metodológicas sejam essencialmente políticas. Em suma, identificamos a necessidade de se construir instrumentos e procedimentos na gestão de acervos e documentação museológica que atendam às diversidades, de modo que sejam respeitadas e valorizadas.
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    Entre o arco e o cesto: notas Queer sobre indígenas heterocentrados nos museus e na Museologia
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Baptista, Jean
    Este texto se dedica a apresentar quatro notas retiradas de meus cadernos de campo e de pesquisa sobre a relação entre museus, Museologia e sexualidades indígenas dissidentes da matriz heterossexual ocidental. Procura, sobretudo, promover uma relação teórica entre Museologia LGBT e Museologia Indígena, bem como outras formas de se pensar museus relacionadas aos povos originários a partir do aporte da Sociomuseologia. A primeira nota versa sobre o anti-objeto dos indígenas heterocentrados, ou seja, o modo de entender os povos originários sem dissidências sexuais da matriz heterossexual ocidental; a segunda apresenta os aportes históricos sobre a invenção das dissidências sexuais indígenas, discorrendo a partir de registros coloniais sobre as rupturas impostas às sociedades indígenas no que diz respeito à colonização de suas sexualidades; a terceira apresenta a base sólida do campo teórico da Sociomuseolgia onde seria possível pensar uma Museologia Indígena a partir de sua intersecção com a Museologia LGBT; por fim, analisa algumas das principais experiências de outings indígenas realizadas no peruano Museu Travesti, nos estadunidenses GLBT Historical Society e Field Museum e na sede do grupo paraguaio SOMOSGay. Paralelamente, problematizo a potência e os caminhos possíveis de uma Museologia LGBT interseccionada com uma Museologia Indígena. Tal relação se justifica pela necessidade de se superar as violentas heranças coloniais que o processo de invenção das dissidências sexuais indígenas legou aos dias atuais.
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    Por uma Museologia Lésbica Negra
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Vargas Escobar, Geanine
    No presente texto procuro apresentar parte da minha trajetória acadêmica-ativista a partir de uma biomitografia (Lorde, 1984) de escrevivências (Evaristo, 2007), ao buscar o cruzamento das minhas próprias práticas políticas, atrelado as minhas práticas de investigação enquanto profissional dos museus e ativista da Museologia Social. Ao estabelecer uma aproximação do movimento da Sociomuseologia, da Museologia LGBT, bem como de uma museologia permeada pela (in)visibilidade de narrativas, memórias e patrimônios culturais reivindicados por mulheres negras sexualmente dissidentes, pretendo articular um territóro de disputa epistêmica pela nomeação de uma Museologia Lésbica Negra.