Museologia e africanidades : experiências museológicas de mulheres negras em museus afro-brasileiros

Miniatura indisponível

Data

2021

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Resumo

No momento em que se discute a descolonização dos museus e a decolonialidade da Museologia esta investigação problematiza experiências de mulheres negras em museus comunitários afro-brasileiros buscando refletir a dimensão de raça e a interseccionalidade de gênero e raça na Museologia brasileira. A grande maioria das instituições museais brasileiras foram constituídas a partir das lógicas da modernidade/colonialidade e, se consagraram apresentando características eurocêntricas, colonizadoras, enciclopédicas, hierárquicas, preservando a cultura material da elite econômica e política e sub-representando as culturas indígenas e negra. Nesse processo, as mulheres negras nos museus aglutinaram a invisibilidade, o silenciamento e o apagamento dado aos negros e as mulheres de desumanização, de representação em imagens estereotipadas e hipersexualizadas congeladas no estigma da escravização. A partir dos pressupostos da Museologia Decolonial que trouxe para o primeiro plano a questão da raça e do racismo, a redução das injustiças e desigualdades, reforçou a participação comunitária e reconheceu novas práticas de preservação da memória, analisou-se museus comunitários afro-brasileiros em busca do protagonismo de mulheres negras; da desobediência epistêmica; do reconhecimento da raça como estrutural; da construção coletiva e da busca pelo fim das desigualdades. Em suma da luta por uma nova ordem mundial que tenha o museu como ferramenta de enfrentamento ao racismo, de promoção da igualdade racial e de empoderamento e desenvolvimento social.
While discussing the decolonization of museums and the decoloniality of museology, this investigation questions the experiences of black women in Afro-Brazilian community museums, seeking to reflect the dimension of race and the intersectionality of gender and race in Brazilian museology. The vast majority of Brazilian museum institutions were constituted from the logic of modernity / coloniality and, consecrated themselves presenting Eurocentric, colonizing, encyclopedic, hierarchical characteristics, preserving the material culture of the economic and political elite and under-representing indigenous and black cultures. In this process, black women in museums brought together the invisibility, the silencing and the erasing given to blacks and women of dehumanization, of representation in stereotyped and hypersexualized images frozen in the stigma of enslavement. Based on the assumptions of Decolonial Museology that brought the issue of race and racism to the foreground, the reduction of injustices and inequalities, reinforced community participation and recognized new practices for the preservation of memory. Afro-Brazilian community museums were analysed in search for the role of black women; epistemic disobedience, recognition of race as structural; the collective construction and the search for an end to inequalities. In short, the struggle for a new world order that has the museum as a tool to face racism, to promote racial equality and to empower and social development.

Descrição

Orientação: Judite Santos Primo

Palavras-chave

DOUTORAMENTO EM MUSEOLOGIA, MUSEOLOGIA, MUSEOLOGY, SOCIOMUSEOLOGIA, SOCIOMUSEOLOGY, MUSEUS, MUSEUMS, DESCOLONIZAÇÃO, DECOLONISATION, MULHERES, WOMEN, ETNIAS, ETHNIC GROUPS, GÉNERO, GENDER, MUSEUS BRASILEIROS, BRAZILIAN MUSEUMS

Citação