O discurso diplomático e a opinião pública: a comunicação internacional como estratégia de persuasão e matriz de mudança política

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2019

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Resumo

Na era da revolução digital, a arte da Diplomacia encontra-se a enfrentar mudanças consideráveis, novos desafios e públicos a cada vez mais amplos; devido à exigência de se reinventar, o discurso diplomático procura novas configurações e instrumentos de diálogo, com o objetivo de transmitir informação estratégica e persuasiva a um público internacional a cada vez mais diferenciado. No século XXI assiste-se portanto, e em particular após os acontecimentos do onze de setembro de 2011 e o escândalo Wikileaks, a uma revalorização do diálogo político entre os governos e a opinião coletiva internacional, mediante a criação de órgãos governamentais específicos e de novas figuras e práticas diplomáticas no seio dos governos estaduais; torna-se então mais importante que os representantes do Estado disponham de competências negociais não apenas políticas, mas também e sobre tudo comunicacionais: isto permite encarar os desafios de carácter público da governança na época da revolução mediática, ganhando prestígio e autoridade além dos confins nacionais e continentais. Contudo, neste mesmo contexto assiste-se à emergência de outros atores políticos, ou melhor, geopolíticos, não necessariamente estaduais nem governamentais; tais atores adotam diferentes modelos de comunicação persuasiva para divulgar os seus ideais, incrementar a própria influência e operar mudanças a nível sociopolítico, deixando uma marca indelével na memória coletiva. O papel dos média tradicionais e digitais é fundamental, quer ao serviço dos governos, quer como porta-vozes de movimentos públicos de contestação e questionamento político; os resultados que podem ser alcançados revelam-se impressionantes, como tem sido demonstrado neste século pelas democracias mais recentes, graças à implementação de práticas de comunicação política estratégicas. Neste sentido, o discurso diplomático, nas suas várias formas, classifica-se como ferramenta do poder político, tanto para a preservação quanto para a reconfiguração da realidade social.
In the era of the digital revolution, the art of diplomacy is facing considerable changes, new challenges and increasingly broad audiences; due to the need to reinvent itself, the diplomatic discourse seeks new configurations and tools for dialogue, with the aim of spreading strategic and persuasive information to an increasingly differentiated international audience. In the twenty-first century, and particularly after the events of 09/11 and the Wikileaks scandal, a revaluation of political dialogue between governments and international audiences has been taking place, through the creation of specific government bodies, new roles and diplomatic practices within State governments; thus, it becomes increasingly important for State representatives to have not only political, but also and especially, communicational bargaining skills; this allows to face the public challenges of governance in the time of media revolution, gaining prestige and authority beyond national and continental boundaries. However, in this same context, we assist at the emergence of other political influencers, or geopolitical actors, which are not necessarily state or governmental: such actors adopt different models of persuasive communication to spread their ideals, increase their own influence and achieve sociopolitical changes, leaving an indelible mark on collective memory. The role of traditional and digital media is evident, both at the service of governments and as an asset for public movements of contestation and political questioning; the results that can be achieved prove to be impressive, as recent democracies have demonstrated in this century, by implementing strategic political communication practices. In this sense, diplomatic discourse, in all its forms, classifies as a political power tool, both for the preservation and change of social reality.

Descrição

Orientação: Fernando Rui de Sousa Campos

Palavras-chave

MESTRADO EM DIPLOMACIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS, CIÊNCIA POLÍTICA, DIPLOMACIA, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, OPINIÃO PÚBLICA, COMUNICAÇÃO SOCIAL, POLITICAL SCIENCE, DIPLOMACY, INTERNATIONAL RELATIONS, PUBLIC OPINION, MEDIA

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