Que a terra te seja leve : uma memória para a (re)construção

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2025

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Resumo

O presente trabalho investiga os processos subjacentes à produção de memória num objeto fílmico privado e a sua transição para a esfera pública. A invasão russa da Ucrânia em 2022 resultou numa destruição e fragmentação que exigem não apenas o registo — de forma a impedir o esquecimento —, mas também de respostas num sentido de reconstrução. Recorrendo a uma metodologia de prática artística, estabelece-se uma contextualização da produção de memória no objeto fílmico, com ênfase no domínio do privado, diarístico, doméstico e autobiográfico, analisando o seu potencial para a construção de entendimentos históricos. Os conceitos adquiridos são aplicados ao filme Que a terra te seja leve (2025), concebido como uma hipótese de resposta à problemática definida. Através de diferentes processos de interação com o arquivo e da sua transposição para o objeto cinematográfico, o filme procura contribuir para a produção de memória face ao contexto da guerra na Ucrânia. A natureza diarística de Que a terra te seja leve (2025), dá a mostrar que se resiste perante a destruição e a separação dando continuidade aos ritmos da vida. A memória no cinema de Chantal Akerman e Jonas Mekas é analisada em detalhe, explorando componentes fundamentais dessa relação nas suas filmografias. Os filmes News from Home (1976) e Reminiscências de uma Viagem à Lituânia (1972) integram esta análise pelos seus contextos subjacentes, que a nosso ver, se revelam pertinentes para a presente investigação em prática artística: a viagem ao país natal em articulação com uma separação forçada e prolongada; e a correspondência entre mãe e filha manifestada através do objeto fílmico.
This study investigates the processes underlying the production of memory in a private filmic object and its transition into the public sphere. The Russian invasion of Ukraine in 2022 resulted in destruction and fragmentation, demanding not only documentation — to prevent forgetting — but also responses aimed at reconstruction. Employing an artistic practice methodology, this research establishes a contextualisation of memory production in the filmic object, emphasising the private, diaristic, domestic, and autobiographical domains, while analysing their potential to contribute to historical understanding.The acquired concepts are applied to the film Que a terra te seja leve (2025), conceived as a hypothesis in response to the defined problem. Through various processes of interaction with the archive and its transposition into the cinematic work, the film seeks to contribute to memory production in the context of the war in Ukraine. The diaristic nature of Que a terra te seja leve (2025), shows that resistance to destruction and separation is sustained by maintaining the rhythms of life. The memory in the films of Chantal Akerman and Jonas Mekas is examined in detail, exploring key components of this relationship in their filmographies. The films News from Home (1976) and Reminiscences of a Journey to Lithuania (1972) are central to this analysis due to their underlying contexts, which are deemed relevant to this artistic practice research: the journey to the homeland intertwined with a forced and prolonged separation, and the correspondence between mother and daughter expressed through the filmic object.

Descrição

Palavras-chave

MESTRADO EM ESTUDOS CINEMATOGRÁFICOS, GUIÕES CINEMATOGRÁFICOS, NARRATIVA FÍLMICA, ANÁLISE NARRATIVA, CINEMA, CINEMA, FILM SCRIPTS, FILM NARRATIVE, NARRATIVE ANALYSIS, Biblioteca - Dissertações

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