Considerações acerca do movimento do Portunhol selvagem : o paradigma da osmose e a resistência cultural
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Data
2013
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Editora
Edições Universitárias Lusófonas
Resumo
O fenômeno do “Portunhol selvagem”, criatura do poeta-editor-
blogueiro Douglas Diegues, representa um interessante estímulo à reflexão acerca do nexo entre língua e identidade cultural dentro da
multifacetada lusofonia brasileira. Nascido como língua literária, desenvolveu-
se rapidamente num movimento cultural e ideológico que desde
seu início tem apaixonando um número cada vez maior de escritores,
poetas, intelectuais e até mesmo meros simpatizantes. As peculiaridades
desta língua se fundamentam na hibridação linguística que se encontra no espaço fronteiriço da autobiografia de seu inventor. No entanto, o portunhol
de Diegues nasce a partir de um processo criativo original que
envolve elementos de várias línguas num consciente projeto estético de “vanguarda primitiva”, que visa à formação de um espaço cultural osmótico que incorpora e recupera a componente índia guarani num idioma
“neo antiguo”. De fato, a regra do portunhol selvagem é o desregramento,
a metamorfose, a contínua mudança de vocábulos, formas e referências
linguísticas e culturais. Trata-se, então, de uma língua artificial e viva ao
mesmo tempo, reforçada por uma firme intenção ideológica que a torna manifestação autêntica e paradigmática da nossa época, dividida entre a
ação de forças centrífugas e a contínua busca de novos centros de aglutinação.
Entre cânone e marginalidade, entre autenticidade e artificialidade,
a proposta de Diegues torna-se uma orgulhosa voz de oposição e de
resistência cultural.
Descrição
Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução
Palavras-chave
LITERATURA LUSÓFONA, LUSOPHONE LITERATURE, LINGUÍSTICA, LINGUISTICS, DIVERSIDADE LINGUÍSTICA, LINGUISTIC DIVERSITY, POESIA BRASILEIRA, BRAZILIAN POETRY, SOCIOLOGIA DA CULTURA, SOCIOLOGY OF CULTURE