O hiperobjeto artístico e a autonomia da curadoria : novos media e modelos expositivos

dc.contributor.advisorMiranda, José Bragança de, orient.
dc.contributor.authorLança, Constança Pérez Babo
dc.date.accessioned2024-02-15T13:51:42Z
dc.date.available2024-02-15T13:51:42Z
dc.date.issued2023
dc.descriptionOrientação: José Bragança de Miranda; coorientação: Manuel Bogalheiropt
dc.description.abstractA presente investigação tem como objetivo nuclear analisar o impacto da arte dos novos media na autonomia da curadoria. Propõe-se a Tese de que tais obras de arte se tratam de hiperobjetos que problematizam e reconfiguram o contexto expositivo e museológico, uma vez que escapam e rejeitam as categorias da Estética, exigem novos modelos expositivos e inauguram dinâmicas inéditas de participação. Inviabilizam o controlo absoluto por parte quer do curador, quer da instituição e do próprio artista, impondo a reestruturação do sistema hierárquico institucional. Sugerem, inclusivamente, um novo museu. Perante este enquadramento, identifica-se e declara-se, doravante, uma nova etapa de crise na esfera da arte. Com efeito, para além das reformas e dos obstáculos já anteriormente decorridos na arte, a estrutura, o sistema e a hierarquia desta vêm-se destabilizados e fragilizados pelo hiperobjeto artístico, nomeadamente na medida em que este altera as relações entre obra, artista, espectador, curador e museu. Emerge um artista curador, criador de situações dinâmicas e relacionais, e um espectador decisor e coprodutor. Ao mesmo tempo, reforça-se a diluição de dicotomias e princípios modernos sugerindo um novo que não se define pelo progresso, mas pela pós produção e pela metamorfose. Conduz-se, ainda, ao debate da “imaterialidade” da obra de arte, e, no seu seguimento, à recusa da classificação dos objetos dos novos media enquanto imateriais. Neste âmbito, a investigação sustenta-se em teoria da Estética, sobretudo em Hegel, na viragem tecnológica anunciada por Walter Benjamin, na Estética Relacional de Nicolas Bourriaud e na redefinição dos objetos a partir do conceito “hiperobjeto” de Timothy Morton. Estudam-se, igualmente, a obra de Marcel Duchamp, as transformações na arte desde os anos 1960, e, especialmente, a década de 1990, na qual se situa o eclodir da tecnologia digital no contexto artístico e institucional, período durante o qual se testemunhou a transição para uma criação artística menos “objetual”, mais híbrida, participativa e interativa. Assim se atravessa da obra modernista à hiperobjetual. É também a partir daqui que se permite identificar e avaliar de que formas se manifesta e atua a hiperobjetualidade no campo artístico, principalmente ao nível da sua interferência na curadoria e na exposição, nesta última, sublinhe-se, tanto enquanto espaço como obra de arte. Constata-se que os hiperobjetos são instáveis e desenham-se caso a caso, razão pela qual impedem o estabelecimento de um conjunto de modelos expositivos continuamente aplicáveis. Pelo contrário, requerem soluções individuais e propícias a sucessivas reformulações e renegociações. Assim sendo, apontam-se, para análise e estudo de caso, exemplos de formatos, eles mesmos flexíveis, móveis, adaptáveis, híbridos e híper, que representem e respondam aos desafios impostos pelos novos media à curadoria. O primeiro, e a partir do qual se aprofunda o debate da (i)materialidade, será a exposição Les Immatériaux (1985, Centre Georges Pompidou), concebida por Jean-François Lyotard e Thierry Chaput. O segundo caso, a obra Immaterial Display (2021), discutida mediante o contexto da exposição itinerante Matter, Non-Matter, Anti-Matter (2021-2023) e do projeto Beyond Matter – Cultural Heritage on the Verge of Virtual Reality (2020-2023), iniciados pelo Zentrum fur Kunst und Medien Karlsruhe (ZKM). A peça em causa consiste num paradigma de novas modalidades curatoriais, expositivas, receptivas e experienciais, bem como num exemplar de hiperobjeto. Daí se avança com a proposta de um novo museu, o hipermuseu. Immaterial Display, mas também Les Immatériaux e várias ações do projeto Beyond Matter, realizam-se e projetam-se, com efeito, para lá da matéria, consolidando-se, assim, enquanto eventos da expressão e da concretização do tecnológico no campo artístico. É neste quadro que este estudo se inscreve e no qual pretende, de certo modo, constituir um manifesto da condição digital, virtual e hiperobjetual da arte. Atenta-se a demonstrar que a arte, enquanto campo no qual se inclui a curadoria, a par dos restantes domínios humanos, encontram na tecnologia o seu mediador e o seu vínculo a tudo o que, no mundo, os excede. Palavras-chave: arte dos novos media; hiperobjeto; curadoria; tecnologia; digital; virtual; museu; espectadorpt
dc.formatapplication/pdfpt
dc.identifier.tid101759568pt
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10437/14491
dc.language.isoporpt
dc.rightsopenAccesspt
dc.subjectDOUTORAMENTO EM ARTE DOS MEDIApt
dc.subjectCOMUNICAÇÃOpt
dc.subjectCOMMUNICATIONen
dc.subjectNOVOS MEDIApt
dc.subjectNEW MEDIAen
dc.subjectARTEpt
dc.subjectARTen
dc.subjectHIPEROBJETOSpt
dc.subjectHYPEROBJECTSen
dc.subjectCURADORIApt
dc.subjectCURATORSHIPen
dc.subjectTECNOLOGIApt
dc.subjectTECHNOLOGYen
dc.subjectTECNOLOGIAS DIGITAISpt
dc.subjectDIGITAL TECHNOLOGIESen
dc.subjectMUSEUSpt
dc.subjectMUSEUMSen
dc.titleO hiperobjeto artístico e a autonomia da curadoria : novos media e modelos expositivospt
dc.typedoctoralThesispt

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