Museu Colonial de Luanda, 1907-1910 : sustentáculo de reprodução e apologia de soberania imperial

Miniatura indisponível

Data

2018

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Resumo

Pretende-se analisar neste estudo, com a desejável contextualização, a nível nacional e internacional, o Museu Colonial de Luanda, 1907-1910 – um tentâmen de Poder simbólico de apoio à Reprodução e Apologia de Soberania Imperial, em tempo dito de Império Africano – oficializado pela Visita do Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, em 1907, no âmbito da Viagem Imperial que o levou do Tejo ao Atlântico e ao Índico, com retorno, 100 anos após a saída dos seus tetravôs, rumo ao Brasil. Entende-se, aqui, este Museu Colonial como representação simbólica de Poder Político Colonial e Poder Político Imperial, no somatório dos diversos acervos expostos, no interior, nas varandas e espaços envolventes do Observatório Meteorológico e Magnético; da edição do respectivo Catálogo do Mostruário de Produtos da Província de Angola; da colecção de fotografias da época, em suporte vítreo, ditas “chapas-de-vidro”; do configurador Retrato do Rei que, embora ausente, está presente; da Visita e da mobilizadora Palavra do Príncipe Real, acompanhado do seu protocolar séquito; da nobilitante arquitectura do Museu, reutilização de um antigo templo de alta torre sineira; do próprio local da realização do Museu, no seu todo, na Alta da Cidade – um centro de Poder. Releva-se como seu organizador o Director deste Observatório, Ernesto Augusto Gomes de Souza, Capitão-de-Fragata, Ajudante-de-Campo do Rei D. Carlos I e do Rei D. Manuel II, também pontualmente Governador-Geral interino de Angola, entre outras funções. Entendem-se os acervos museológicos reflectidos, em parte inéditos, como tendo sido, ontem, ilustrativos da apetitibilidade da apropriação simbólica do Outro e das suas riquezas; consideram-se esses acervos hoje “restituídos”, neste estudo, elementos potenciadores de Aproximação entre os Povos de Língua Comum, cuja Língua é ” também nossa”, dita “Língua de viagem e até de mestiçagem”, de “onde se vê o Mar”.
This study aims to reflect, with the advisable national and international contextualization, upon the Colonial Museum of Luanda, 1907/1910 - an attempt of symbolic Power leading to the Reproduction and Apologetics of the Empire, at the time of the so called African Empire – legitimized by the visit of Prince Royal Luis Filipe, Duke of Braganza, in 1907, during the Imperial Tour that took him from the Tagus River to the Atlantic and Indian Oceans, with return trip, 100 years after the departure of his great-grandparents bound for Brazil. This Colonial Museum is seen in this study as a symbolic representation of the Colonial Political Power and the Imperial Political Power in the sum of the various collections exhibited inside, on the balconies and the surrounding spaces of the Magnetic and Meteorological Observatory; the edition of the corresponding catalogue, Catálogo do Mostruário de Produtos da Província de Angola; the collection of photographs of the time, in a glass support, the so-called "glass plates"; the representative portrait of the King, who, despite being absent, is present; the Visit and the rallying Words of the Prince Royal, accompanied by his royal court; the ennobling architecture of the Museum, a reutilization of an old temple with a high Bell Tower; and the site of the Museum itself, as a whole, in the upper part of the city - a centre of Power. As its organizer, emphasis is given to the Director of this Observatory, Ernesto Augusto Gomes de Souza, Frigate Captain, Aide-de-camp of King Charles I and King Manuel II, and occasional Acting Governor-General of Angola, among other functions. The museological collections, in part unprecedented, here reflected upon, were understood, in the past, as having been illustrative of the appeal of the symbolic appropriation of the Other and its richness; these collections, today "reinstated", are considered, in this study, as potential facilitators of the reconciliation between Peoples of Common Language, whose language is "also ours", the so-called “Language of travel and even miscegenation ", from “where it is possible to observe the Sea”.

Descrição

Orientação: José Fialho Feliciano

Palavras-chave

DOUTORAMENTO EM MUSEOLOGIA, MUSEOLOGIA, LUÍS FILIPE, PRÍNCIPE DE PORTUGAL, MUSEU COLONIAL DE LUANDA, COLONIALISMO, MUSEUS, IMPERIALISMO, SIMBOLISMO, ANGOLA, LUANDA, MUSEOLOGY, LUÍS FILIPE, PRÍNCIPE DE PORTUGAL, MUSEU COLONIAL DE LUANDA, COLONIALISM, MUSEUMS, IMPERIALISM, SYMBOLISM, ANGOLA, LUANDA

Citação