A origem indiana do povo Romani como mito fundador nos museus da Europa Oriental
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Data
2019
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Editora
Edições Universitárias Lusófonas
Resumo
O artigo analisa três museus – o Muzeum Romské Kultury na República Tcheca, o Muzej Romské Kulture na Sérvia e o Roma
Ethnographic Museum na Polônia – podem ser considerados como elementos do nacionalismo romani. O principal objetivo é
refletir sobre como esses museus apoiam uma narrativa generalista acerca de uma origem indiana comum às populações
ciganas/romani. Discute-se ainda como os museus mencionados – por meio de suas exposições, sites, eventos ou qualquer
outro tipo de produção oficial – dão suporte a um conjuntos de representações que permitem a formação de uma retórica
guarda-chuva sobre os grupos conhecidos, considerados e auto-denominados como ciganos e/ou roma. Esta retórica,
então, é capaz de abrigar todos os diferentes grupos dentro dessa denominação de maneira holística, com base em uma
narrativa formada por essencializações, exotizações e generalizações. O resultado último de tais práticas é a formação de
um mito fundador de suas origens indianas. Este artigo entende que os museus têm um papel no processo em que o
conceito de Roma é generalizado, na tentativa de reescrever e recriar a memória cigana como história romani. Assim,
considerando a pluralidade que caracteriza os povos cigano/romani, foi necessário articular aspectos comuns – verdadeiros
ou não, não é alvo deste artigo para discutir – que legitimariam essa nova identidade, uma identidade romani. Este artigo
baseia-se em teorias sobre memória, museologia, sociomuseologia e na teoria das representações.
Descrição
Cadernos de Sociomuseologia
Palavras-chave
MUSEOLOGIA, MUSEOLOGY, NACIONALISMO, NATIONALISM, ETNIA CIGANA, ROMANI ETHNICITY