''The Sound Sweep'' de J. G. Ballard e a memória do som
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Data
2011
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Editora
Edições Universitárias Lusófonas
Resumo
A memória auditiva é um misto de lembrança e de construção. É neste binómio que se jogam as nossas memorias áudio, quer as individuais, quer as coletivas. Este ensaio parte do conto de Ballard, The Sound Sweep, como forma de lançar estas questões. Em The Sound Sweep Ballard descreve-nos uma cantora de ópera aposentada que anseia pelo seu regresso aos palcos. A razão da sua decadência deve-se ao aparecimento de uma nova manifestação musical, a música ultrassónica. Madame Gioconda torna-se amiga de Mangon, um jovem mudo mas que ouve muito bem. Mangon tem por profissão ser uma espécie de limpador de sons. Opera uma máquina chamada sonovac que tem por função apagar todos os vestígios de sons antigos. Mangon, mais algumas pessoas do círculo de Madame Gioconda, montam a estratégia de organizar um espetáculo que será o seu regresso à atividade, espetáculo em que ela vai cantar mas não vai ser ouvida; o sonovac de Mangon estará lá para apagar qualquer vestígio de som sem que ela dê conta. Mas, à última hora, Mangon resolve destruir o seu sonovac e ela acaba por cantar... mal, muito mal, fazendo toda a gente sair da sala. A questão central a analisar é a da memória do som. Nesta ficção de Ballard há elementos interessantes que nos ajudam a refletir sobre esse tema. Parte-se da ficção de Ballard e lançam-se questões que estão bem presentes no universo real que habitamos. De certa forma, desenvolve-se também a questão de saber o que é que a ficção tem a ver com a realidade, sobretudo em termos de som e música.
Audio memory is a mix of memory and construction. It is in this pairing that we can consider our audio memories, either the individual or the collective. This essay begins with Ballard’s short story, The Sound Sweep, as a way to release these issues. In The Sound Sweep Ballard describes an opera singer who longs for his return to the stage. The reason for their decline is due to the emergence of a new musical expression, ultrasonic music. Madame Gioconda becomes Mangon’s friend, a young mute who listens very well. Mangon’s profession is kind of a sound cleaner. He operates a machine called sonovac whose function is to erase all traces of ancient sounds. Mangon, and some people from the circle of Madame Gioconda, set up the strategy to organize a show that will be a return to work, show in which she will sing but will not be heard: Mangon’s sonovac will be there to erase any trace of sound without her noticing. But at the last minute, Mangon decides to destroy his sonovac and she ends up singing ... badly, very badly, making everyone leave the concert room. The central question to consider here is the memory of sound. There are elements in Ballard’s fiction that help us reflect on this theme. The essay starts with the fiction of Ballard and throws up issues that are clearly present in the real universe we inhabit. In a way, it develops also the question of what fiction has to do with reality, especially in terms of sound and music.
Audio memory is a mix of memory and construction. It is in this pairing that we can consider our audio memories, either the individual or the collective. This essay begins with Ballard’s short story, The Sound Sweep, as a way to release these issues. In The Sound Sweep Ballard describes an opera singer who longs for his return to the stage. The reason for their decline is due to the emergence of a new musical expression, ultrasonic music. Madame Gioconda becomes Mangon’s friend, a young mute who listens very well. Mangon’s profession is kind of a sound cleaner. He operates a machine called sonovac whose function is to erase all traces of ancient sounds. Mangon, and some people from the circle of Madame Gioconda, set up the strategy to organize a show that will be a return to work, show in which she will sing but will not be heard: Mangon’s sonovac will be there to erase any trace of sound without her noticing. But at the last minute, Mangon decides to destroy his sonovac and she ends up singing ... badly, very badly, making everyone leave the concert room. The central question to consider here is the memory of sound. There are elements in Ballard’s fiction that help us reflect on this theme. The essay starts with the fiction of Ballard and throws up issues that are clearly present in the real universe we inhabit. In a way, it develops also the question of what fiction has to do with reality, especially in terms of sound and music.
Descrição
Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução
Palavras-chave
LINGUÍSTICA, SOM, CRÍTICA LITERÁRIA, FICÇÃO CIENTÍFICA, LITERATURA, LINGUISTICS, SOUND, LITERARY REVIEW, SCIENCE FICTION, LITERATURE
Citação
Jorge , R 2011 , ' ''The Sound Sweep'' de J. G. Ballard e a memória do som ' , Default journal .