Metacrítica : Revista de Filosofia
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Percorrer Metacrítica : Revista de Filosofia por autor "Bonaccini, Juan Adolfo"
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Item Podemos censurar moralmente os outros?(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Bonaccini, Juan AdolfoPartindo do fato de que fazemos juízos de valor moral, censurando ou elogiando as ações ou decisões dos outros, mostra-se primeiro que fazer tais juízos pressupõe contar com um critério de imputabilidade capaz de estabelecer sob quais condições uma ação ou decisão pode ser considerada moral ou imoral. Argumenta-se então que o melhor critério existente parece ser a fórmula kantiana do imperativo categórico, e explica-se como e por quê. Defende-se a seguir que mesmo este critério não é capaz de justificar nossas censuras ou elogios, e que isso não representa qualquer prejuízo para a filosofia moral kantiana, assim como não o representa para a filosofia moral tradicional. Sugere-se no fim que nossas habituais censuras, face à ausência de um critério justificável de imputabilidade externa, parecem decorrer de preferências subjetivas.Item Sobre a natureza da filosofia(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Bonaccini, Juan AdolfoHá muito tempo que se discute o estatuto cognitivo da filosofia, muito embora tenha se tornado uma disciplina em todas as universidades do mundo civilizado. A modernidade filosófica contrapôs-se à tradição metafísica alegando a falta de um método seguro para que a filosofia se tornasse uma ciência verdadeira e útil como a matemática ou a física. Qualquer reflexão sobre esta problemática é chamada hoje de metafilosófica, na medida em que consiste numa autoreflexão da própria filosofia sobre si própria e seu afazer, um metadiscurso sobre o discurso. O fato é que ela não se tornou até agora uma ciência particular e seus cultores não ostentam unanimidade, nem quanto a seu objeto nem quanto ao método ou aos métodos que lhe seriam próprios. A presente meditação pode então ser entendida neste sentido como um exame e uma proposta de um conceito de filosofia a partir de um exame do que é comum aos filósofos. Primeiro exercemos uma crítica sobre o giro epistemológico da filosofia contemporânea e alegamos que:1) ao tentar fazer da filosofia uma ciência confunde-se seu estatuto cognitivo com seu estatuto científico; 2) que o conceito de ciência que tal atitude pressupõe é ideológico; 3) que mesmo dentro do âmbito antimetafísico desta atitude não se chegou a um consenso, nem se deixou de fazer metafísica em algum sentido. Em segundo lugar, através da reformulação dos conceitos de metafísica e de conhecimento filosófico, bem como os de princípio e fundamento, tentamos defender uma concepção de filosofia capaz de responder não apenas à pergunta que toda preocupação metafilosófica deve poder responder, a saber: o que é filosofia?, mas também à pergunta por aquilo que nos permite dizer que pensadores tão díspares, como por exemplo Aristóteles, Malebranche, Nietzsche, Heidegger ou Wittgenstein, são filósofos?