Mestrado em Exercício e Bem-Estar
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Percorrer Mestrado em Exercício e Bem-Estar por autor "Andrade, Ana Filipa de Jesus"
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Item Análise da qualidade motivacional e engagement em aulas de grupo : treino de resistência muscular e treino de corpo e mente(2019) Andrade, Ana Filipa de Jesus; Teixeira, Diogo dos Santos, orient.Objetivo. O presente trabalho teve como propósito analisar a qualidade da motivação, o envolvimento e bem-estar no contexto de aulas de grupo, especificamente em aulas de resistência muscular e aulas de corpo e mente. Métodos. Primeiramente foi realizada uma revisão sistemática de literatura com base em estudos observacionais e RCT, sobre as necessidades psicológicas básicas, os motivos e motivações para a prática de aulas de grupo em indivíduos adultos (idades entre os 18 e 65 anos) de ambos os sexos e sem patologias diagnosticadas. A pesquisa foi realizada entre Janeiro e Maio de 2018 nas bases de dados PubMed, PsycINFO, e devido à escassez de literatura sobre esta temática realizou-se também pesquisa manual. A pesquisa de artigos teve como referência o modelo PICO de acordo com as recomendações PRISMA. Secundariamente foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 60 participantes (43.13±10.42 anos) num health club em Lisboa. A qualidade da motivação, o envolvimento e o bem-estar foram avaliados através de questionários. Utilizaram-se testes T e correlações de Pearson para realizar as análises estatísticas. Realizaram-se análises de normalidade no início do tratamento estatístico, recorrendo ao teste de Shapiro-Wilk. De forma a poder-se avaliar o efeito mediador entre as variáveis independentes: motivação autodeterminada (variáveis compósitas: regulação identificada, regulação integrada e regulação intrínseca) e não autodeterminada (variáveis compósitas: regulação externa, regulação introjectada e amotivação); como mediadores as componentes do envolvimento (comportamental, próativo, cognitivo e emotivo) e como variável dependente a resposta emocional (bem-estar psicológico, mal-estar psicológico e fadiga), realizaram-se também mediações múltiplas utilizando o PROCESS V.3.1. Resultados. Na revisão sistemática de literatura foram incluídos nove artigos, dos quais quatro estudos observacionais e cinco estudos RCT. Todos os artigos selecionados tinham como outcomes a qualidade motivacional, motivos e/ou necessidade psicológicas básicas em praticantes de aulas de grupo. Os resultados foram ao encontro do expectável segundo a teoria da autodeterminação onde se verificou que a qualidade da motivação regula o comportamento, assim como a satisfação das necessidades psicológicas básicas leva a comportamentos motivados de forma mais intrínseca e que as variáveis contextuais são importantes para criar um ambiente favorável à prática. Foram encontradas associações positivas entre a satisfação das necessidades psicológicas e motivações mais autodeterminadas e mencionado o divertimento, gosto e prazer no exercício (motivos e natureza mais intrínseca) para a prática de aulas de grupo. No segundo estudo a qualidade motivacional, embora sem valores significativos, foi em média ligeiramente melhor em aulas de treino de corpo e mente em comparação com aulas de treino de resistência muscular, refutando a primeira hipótese de estudo em que se esperava uma melhor qualidade motivacional em aulas de corpo e mente. A promoção de bem-estar psicológico foi maior em aulas de resistência muscular, refutando a segunda hipótese. Verificou-se também que a dimensão emotiva do envolvimento mediava a relação entre a motivação e o bem-estar em praticantes de aulas de grupo. Conclusão. Verificou-se que motivações mais autodeterminadas dominam a razão pelas quais os praticantes de aulas de grupo procuram este tipo de atividades para se exercitarem. Quando satisfeitas as NPB a motivação intrínseca aumenta e o gosto pelo exercício, competência, diversão e o “sentir-me bem” são motivos que se destacam para dar continuidade à prática. A qualidade motivacional apresentou valores não significativos entre modalidades, contudo no que diz respeito ao bem estar psicológico as aulas de treino de resistência apresentaram valores mais elevados do que nas aulas de corpo e mente. O envolvimento é uma variável que deve de ser mais aprofundada de futuro uma vez que pode ser um meio para a promoção de bem-estar psicológico e maior adesão à prática, em especial a dimensão emotiva.