Mestrado em Exercício e Bem-Estar
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Item Atividade física, qualidade de vida e aptidão física em mulheres sobreviventes de cancro da mama em terapia de inibidores de aromatase(2025) Coelho, Vasco Diogo; Faculdade de Educação Física e Desporto; Silva, Marlene Nunes daIntrodução: A atividade física tem um papel fundamental na promoção da saúde física e mental. O seu papel em sobreviventes de cancro da mama tem sido analisado, pois pode ter efeito a vários níveis, nomeadamente na qualidade de vida. Esta engloba as dimensões de saúde física e mental de forma integral e aborda a sua experiência subjetiva. Para compreender melhor as implicações da atividade física na qualidade de vida, é crucial analisar o impacto das diferentes características desse tipo de prática no bem-estar geral e nos seus domínios específicos. Objetivo: Em mulheres sobreviventes de cancro da mama, analisar a correlação entre a atividade física e qualidade de vida (estudo 1) e atividade física e aptidão física (estudo 2). Método: A tese inclui dois estudos observacionais transversais, analisando os dados de baseline de mulheres sobreviventes de cancro da mama em terapia de inibidores de aromatase (integradas no projeto PAC WOMAN (PTDC/ SAU-DES/2865/2020). Resultados: No estudo 1 a atividade física vigorosa apresentou uma correlação positiva com a função física, indicando que níveis mais elevados de AF vigorosa estão associados a melhor capacidade funcional. Mesmo após ajustar para variáveis sociodemográficas e de saúde, essa relação manteve-se significativa, reforçando a relevância da promoção da atividade física vigorosa em parâmetros funcionais da qualidade de vida sobreviventes de cancro da mama. Adicionalmente, observou-se uma correlação negativa entre comportamento sedentário semanal e dor. No estudo 2 a prática de atividade física vigorosa apresentou correlações significativas com vários parâmetros da aptidão física, como o VO2 Máx, força de peito e remada, massa isenta de gordura e redução de massa gorda, sugerindo que a AF vigorosa possa estar associada a maior capacidade cardiorrespiratória e melhor composição corporal em sobreviventes de cancro da mama. Estas associações destacam a importância do exercício vigoroso na prevenção da sarcopenia e na manutenção da capacidade física, mesmo após ajustes por idade, nível educacional e situação financeira. A combinação de atividade física moderada e vigorosa também se correlacionou com uma menor circunferência abdominal e IMC, reforçando o papel do exercício na prevenção de complicações metabólicas. Estes resultados sublinham os benefícios da atividade física na qualidade de vida destas mulheres, independentemente das variáveis sociodemográficas.Item Fisiologista do exercício especialista em contexto clínico : estudo da autogestão do peso em adolescentes com obesidade(2024) Leão, Miriam Gonçalves; Faculdade de Educação Física e Desporto; Pereira, Hugo Carlos Fernandes VieiraAs doenças crónicas como a obesidade, bem como as perturbações mentais, são um problema de saúde pública cada vez mais prevalente nas crianças e nos jovens adolescentes. Os adolescentes com excesso de peso correm um risco acrescido de depressão e diminuição da autoestima. O excesso de peso e obesidade tem consequências adversas para a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e, por isso, pode ser um importante determinante na adesão de adolescentes a um programa de perda de peso. Sendo os efeitos da atividade física e do treino de exercício aeróbio, de resistência e de carga óssea nas crianças e nos adolescentes reconhecidos por trazer benefícios fisiológicos, psicológicos, cognitivos e académicos. Esta dissertação tem como objetivos: (i) relatar e adquirir competências em contexto clínico que permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de forma auto orientada ou autónoma, e ser capaz de comunicar as suas conclusões, os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes sobre a autogestão do peso em adolescentes com obesidade, através do relatório de estágio e do estágio que realizei no Hospital da Luz, no Centro de Medicina Desportiva; (ii) identificar, descrever e verificar intervenções para a autogestão de saúde nos mediadores e outcomes psicológicos de jovens com obesidade, através da revisão sistemática; (iii) estudar a viabilidade, aceitabilidade e assiduidade de um programa de autogestão da saúde para jovens com obesidade, através do estudo de investigação. O relatório de estágio revela a importância do papel do fisiologista do exercício e de uma multidisciplinaridade entre diversas especialidades muito relevante para uma ajuda mais eficaz dos cidadãos/pacientes. Na revisão sistemática a pesquisa foi realizada em três bases de dados: PubMed, SportDiscus e PsycInfo. Durante a fase de extração de dados, foram recolhidas várias características dos estudos e avaliado o risco de viés. Foram selecionados 14 estudos, publicados entre 1994 e 2022, com uma amostra total de 3236 participantes, com idades entre 8 e 19 anos. Foram analisadas 10 variáveis diferentes sobre parâmetros de saúde mental, sendo as mais relevantes a qualidade de vida, a satisfação com a imagem corporal, a motivação intrínseca e a autoestima nas intervenções para a autogestão da saúde. Já no estudo de investigação de um estudo piloto de um programa de autogestão da saúde em adolescentes com obesidade, onde a amostra era constituída por 7 adolescentes entre os 12 e 14 anos, foi realizado um grupo focal aos 3 meses de intervenção aos participantes, pais e intervenientes, onde se recolheu vários códigos/variáveis, sendo as principais a regularidade das sessões, a abordagem multidisciplinar e o ênfase na criação de uma dinâmica de grupo como pontos positivos e os desafios logísticos e a necessidade de uma comunicação mais eficaz identificados como áreas de melhoria. Observando-se assim, que o programa de autogestão da saúde em adolescentes com obesidade sugere viabilidade, aceitabilidade e assiduidade positiva, parecendo promover uma boa adesão e satisfação dos participantes, pais e intervenientes.Item Será o tempo de utilização de smartphone um indicador de comportamento sedentário independentemente da prática de exercício físico?(2025) Oliveira, Gonçalo Sousa; Faculdade de Educação Física e Desporto; Júdice, Pedro Alexandre Barracha da GuerraObjetivo: Investigar a relação entre o tempo de utilização de smartphone e o comportamento sedentário, analisando se a prática de exercício físico poderá alterar esta relação, numa população adulta. Métodos: A revisão sistematizada incluiu estudos relevantes extraídos de bases de dados como a PubMed, ScienceDirect e BMC, utilizando critérios rigorosos de seleção e análise de qualidade metodológica. O estudo observacional transversal analisou 275 participantes divididos entre praticantes e não praticantes de exercício físico, com dados recolhidos através da monitorização digital do uso de smartphone e questionários validados no âmbito do projeto LusófonAtiva para a avaliação do comportamento sedentário. Resultados: O tempo de uso de smartphone está positivamente ligado ao comportamento sedentário, especialmente em indivíduos inativos. Na revisão sistematizada realizada, todos os artigos analisados, identificaram uma associação positiva entre o tempo gasto em smartphone e o comportamento sedentário. Já no artigo original, a correlação entre tempo de uso de smartphone e comportamento sedentário foi particularmente evidente em indivíduos sem prática de exercício físico. Este grupo apresentou valores elevados tanto no tempo de uso de smartphone como no comportamento sedentário, sugerindo que a ausência de exercício amplifica esta relação. Conclusão: Conclui-se que existe uma associação positiva entre o tempo de uso de smartphone e o comportamento sedentário em quem não pratica exercício físico de forma regular. Por outro lado, o grupo com exercício físico está associado a menores níveis de comportamento sedentário e a um menor uso de smartphone. Os resultados indicam que o uso prolongado de smartphone contribui significativamente para o comportamento sedentário e que poderá ser usado como indicador deste tipo de comportamento. Intervenções que promovam o uso mais consciente da tecnologia são fundamentais para mitigar o comportamento sedentário. Ferramentas digitais podem ser utilizadas para monitorizar e incentivar hábitos mais equilibrados. Além disso, a promoção do exercício físico surge como uma estratégia eficaz para reduzir comportamentos sedentários, embora seja importante considerar o impacto do uso de smartphone durante essas práticas.Item Relação do estilo de vida com a aptidão física em jovens atletas de voleibol(2025) Luz, Cristiane Reis da; Faculdade de Educação Física e Desporto; Paulo, Ana Margarida do Amaral; PEREIRA, SARA ISABEL SAMPAIOIntrodução: Esta dissertação teve dois objetivos: realizar uma revisão sistemática rápida da literatura, que analisou a relação entre estilo de vida e a aptidão física em jovens atletas; e realizar um estudo observacional transversal para analisar a relação entre o estilo de vida e a aptidão física em jovens atletas de voleibol entre 14 e 17 anos. Método: Na revisão sistemática foi utilizada a base de dados Pubmed. No total nove estudos cumpriram os critérios de inclusão e exclusão pré-definidos. O estudo transversal contou com 31 atletas do Clube Lusófona Voleibol dos escalões cadetes e juvenis, com média de idade de 15.84±0.81 anos. Resultado: Foi descoberto na revisão sistemática que na população de jovens atletas, menos de 30% cumprem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para atividade física de intensidade moderada a vigorosa. No estudo transversal, houve associação significativa da componente muscular e o tempo de ecrã no fim de semana. Conclusão: A participação em desportos organizados está positivamente associada à aptidão física. Embora a maioria das atletas cumprirem as recomendações de atividade física da OMS, tal não é o caso para outras componentes do seu estilo de vida, nomeadamente o sono e o tempo de ecrã.Item Efeitos de programas de exercício na saúde metabólica e na composição corporal de adolescentes com obesidade(2024) Jerónimo, Afonso Miguel Couto; Faculdade de Educação Física e Desporto; Pereira, Hugo Carlos Fernandes VieiraA prevalência de excesso de peso e obesidade é um problema de saúde pública global, afetando tanto adultos como crianças. Em Portugal, cerca de 22,3% da população tem obesidade, sendo que a prevalência está associada a doenças crónicas e custos elevados de saúde e a perda de peso através de dieta e exercício é visto como uma estratégia eficaz para melhorar os fatores de risco de doenças cardiovasculares e sustentar a perda de peso a longo prazo. Esta dissertação tem objetivos: (i) o estágio tem como objetivo passar por diferentes etapas/especialidades que estão dentro do centro de medicina desportiva do Hospital da Luz, (ii) descrever o conteúdo e resultados do teste piloto de um programa de exercício na saúde metabólica e na composição corporal de adolescentes com obesidade e (iii) analisar a literatura que descreva os efeitos de programas de exercício na saúde metabólica e na composição corporal de adolescentes com obesidade. O relatório de estágio destaca a importância do fisiologista do exercício e o papel que desempenha num contexto de multidisciplinariedade entre as diferentes especialidades presentes no centro de medicina desportiva. Na revisão sistemática foi realizada uma pesquisa literária em bases de dados como PubMed e SPORTDiscus, foram retiradas características e feita a avaliação do risco de viés. Foram selecionados 18 estudos, publicados entre 2002 e 2023, com um total 959 crianças, com idades compreendidas entre os 6 aos 19 anos. Foram avaliadas 6 variáveis, sendo a composição corporal, perfil lipídico, metabolismo dos hidratos, aptidão cardiovascular, aptidão e atividade física e a hormona do stress (cortisol). No estudo de investigação, é um estudo piloto sobre a construção de um programa de treino para influenciar variáveis fisiológicas e saúde metabólica em adolescentes com obesidade. É constituído por uma intervenção de 6 meses de treino bissemanal e acompanhamento de nutricionistas, coach, pediatras e fisiologistas, com 7 adolescentes entre os 12 e 14 anos. Foram retiradas medidas antropométricas e lipídicas no início, no meio e no fim do programa. Os resultados sugerem que o programa de treino foi eficaz em reduzir o perímetro da cintura, massa gorda e aumentar a massa magra.Item A aplicabilidade da educação inclusiva nas aulas de educação física do município de Ananindeua-Pará : um estudo das dificuldades, entendimentos e atitudes dos professores de educação física e educação especial, frente aos desafios do processo de inclusão de alunos com deficiência física(2021) Caldas, Reinaldo Dias; Faculdade de Educação Física e Desporto; Palmeira, AntónioA deficiência é parte da condição humana, provavelmente todos estaremos temorária ou permanentemente incapacitados em algum momento da vida. E a medida que cresce o aumento de matrículas de pessoas com deficiências (PCD`S) na escola, cresce a responsabilidade das instituições educacionais. A Educação Inclusiva escolar para de fato vir a se efetivar, é necessário independer de características de cunho social, intelectual, físico, cultural, religioso ou racial; o respeito a essa gama de diversidades encontradas no seio escolar é o grande propulsor, para que as instituições escolares eduquem alunos com necessidades educacionais especiais de forma eficiente e com igualdade de oportunidades. O objetivo deste estudo científico investigou como vem sendo realizado o processo de inclusão de alunos com deficiência física nas escolas públicas do Município de Ananindeua – Pará, coletando informações via questionário semiestruturado, e servindo de amostra: Professores de Educação Física e Professores de Educação Especial, que atendem diretamente esses alunos em suas respectivas escolas, todos vinculados a Secretaria Municipal de Educação (SEMED); percebendo quais as dificuldades, entendimentos e atitudes os educadores tem sobre o tema. O estudo foi realizado com uma amostra de 53 professores (N= 54,7% do género feminino e N= 45,3% do género masculino). Foi aplicado questionário semiestruturado adaptado, construído em colaboração com este autor e validado por Júri de Experts. A análise dos resultados obtidos permitiu-nos concluir que 81,1% dos docentes já tiveram a oportunidade de trabalhar nas escolas de Ananindeua com alunos com deficiência física. Onde 77,4% estão atendendendo atualmente esse público em sua aulas. A forma de participação mais utilizada pelos professores: é a participação adaptada a todas as atividades físicas durante as aulas: 45,3%. Ao se deparar com a informação que possui aluno com deficiência física, a atitude dos professores em 75,5% é a Inclusão do aluno as atividades, enquanto 17% dizem que é a Integração, e 0% dispensam o aluno das aulas. Em termos de preparação para atende-los: 45,3% dizem que estão 70 a 90% preparados, mas necessitam de formações continuadas sobre o tema, e absolutamente nenhum deles se diz 100% preparado. No entendimento de 54,7% das respostas, a acessibilidade precisa de melhoria tanto no ambiente externo, como dentro do ambiente escolar. E 0% deles entedem que a acessibilidade está perfeita.Item The impact of sit-stand desk interventions on eating behaviors(2024) Falacho, Mário Rui Ramos; Faculdade de Educação Física e Desporto; Júdice, Pedro Alexandre Barracha da GuerraIntrodução: Esta dissertação foi realizada tendo por base dois objetivos principais. O objetivo inicial foi a realização de uma revisão sistemática da literatura (RSL) com a intenção de examinar a potencial influência da utilização de uma secretária ajustável em altura e que permite trabalhar em pé (SSD) nos comportamentos alimentares. O segundo objetivo desta dissertação foi realizar um estudo original com base nos dados obtidos numa intervenção randomizada e controlada (RCT), com o objetivo de comparar os indivíduos que utilizaram SSD e os que permaneceram no grupo de controlo (secretária tradicional), e observar diferenças nos hábitos alimentares no que diz respeito à adesão à dieta mediterrânica. Método: Na RSL foram identificados 2209 estudos, dos quais 1778 foram excluídos, resultando em cinco artigos selecionados para análise de texto completo. No final, quatro estudos foram incluídos na RSL. Uma pesquisa abrangente de várias bases de dados foi realizada para identificar todos os RCTs publicados em inglês entre 2014 e 2023, que envolveram 119 participantes e implicaram a SSD e comportamentos alimentares. O RCT original incluiu 38 trabalhadores de escritório da Universidade Lusófona e decorreu no ambiente de trabalho dos participantes e teve a duração de seis meses. Os participantes foram aleatoriamente alocados para um de dois grupos (i.e., intervenção ou controlo). Foi efetuada uma avaliação nutricional dos hábitos/comportamentos alimentares utilizando um questionário de 11 itens para avaliar a adesão à dieta mediterrânica no início e no final dos 6 meses. Resultados: A RSL sugere que as SSD podem ter o potencial de reduzir o apetite e a ingestão energética. No artigo original foram encontradas diferenças entre os grupos, após 6 meses de utilização da SSD, favorecendo o grupo de intervenção com uma maior adesão à dieta mediterrânica (+3,37 pontuação) (p=0,013) e consumo de peixe (+0,79 porções/semana) (p=0,022) e vegetais (+1,0 porções/semana) (p=0,002). Conclusões: Parece que as SSD podem ter o potencial de afetar positivamente as sensações de apetite e a ingestão energética. Os resultados do estudo original vão no sentido dos da RSL e indicam que a acessibilidade às SSD pode possivelmente promover seleções alimentares mais saudáveis e melhorar a adesão a uma dieta de estilo mediterrânico. No entanto, dada a falta de estudos sobre este tema, são necessários mais estudos para confirmar estes resultados. Palavras-chave: escritório; trabalho; secretária ajustável; dieta; padrões alimentares.Item Participants’ perceptions of interventions using sit-stand desks(2024) Perdigão, Miguel Perez; Faculdade de Educação Física e Desporto; Júdice, Pedro Alexandre Barracha da GuerraObjetivo: A presente dissertação apresenta dois objetivos principais: 1- Realizar uma revisão sistemática no sentido de reunir e analisar a mais recente evidência face às perceções dos participantes de intervenções com utilização de sit-stand desks (SSDs), identificando barreiras e facilitadores à sua utilização; 2- Avaliar as perceções dos participantes da intervenção SUFHA (Stand Up for Healthy Aging) relativamente à sua experiência com utilização das SSDs, focando as barreiras e facilitadores reportadas e comparando os resultados com o que a evidência tem demonstrado. Método: Foi realizada uma pesquisa em três bases de dados (PubMed, B-On e SportDiscus) até 7 de dezembro de 2023 na procura de estudos que apresentassem dados qualitativos de intervenções envolvendo utilização de SSDs no local de trabalho. Para cada estudo, foram recolhidas informações sobre as descrições das intervenções, métodos de recolha de dados e análise de dados. Uma análise temática foi realizada para identificar os temas mais frequentemente mencionados pelos participantes, utilizando o modelo socio-ecológico para os organizar em três níveis específicos, categorizando-os por fim como barreiras e/ou facilitadores. O estudo original tratou-se de uma análise qualitativa do estudo SUFHA, utilizando uma amostra de dezanove participantes, dos quais foram recolhidas perceções sobre o uso das SSDs através de questionários de satisfação mensal e entrevistas semiestruturadas. Foi realizada uma análise qualitativa das variáveis dos questionários, juntamente com uma análise temática das entrevistas semiestruturadas, com o objetivo de identificar as principais barreiras e facilitadores à utilização de SSDs. Resultados: Da análise temática realizada aos 14 estudos da revisão sistemática resultaram 12 temas mais mencionados pelos participantes: "Health risks", "SSDs Caractheristics" e "Acess" como barreiras, enquanto "Health benefits", "Supporting factors" e "Social support" foram reconhecidos como facilitadores do uso das SSDs. Temas como "Habit", "Knowledge", "Work routine" e "Workplace norms/culture" mostraram-se como barreiras e facilitadores, dependendo do contexto específico. Os participantes do estudo SUFHA relataram que as secretárias eram fáceis de utilizar, ajudavam a criar novos hábitos e que gostariam de continuar a usar no futuro. Foram relatadas melhorias posturais e alívio do desconforto músculo-esquelético, embora alguns participantes tenham experienciado desconforto lombar e fadiga nas pernas e pés. Os participantes relataram também que a utilização das SSDs variava dependendo da carga de trabalho e do tipo de tarefa. Muitos relataram limitações no design das secretárias, especificamente em relação ao espaço da plataforma e ao mecanismo de ajuste de altura, levando a desconforto nos ombros, cotovelos e pulsos. Conclusões: Os resultados do estudo original vão de encontro com o que a revisão sistemática demonstrou, confirmando a aceitação dos participantes face à utilização de SSDs no local de trabalho como forma de reduzir o comportamento sedentário. Abordagens futuras devem ter em conta o design das SSDs, garantindo que esta seja funcional e não prejudique a saúde dos trabalhadores. Devem desta forma considerar as barreiras e facilitadores mais reportados na evidência para desta forma melhorar a experiência de utilização das SSDs e fomentar uma cultura de saúde e bem-estar no local de trabalho. Palavras-chave: secretárias ajustáveis em altura, perspetivas dos participantes, local de trabalho, barreiras, facilitadores.Item Fatores motivacionais, imagem corporal e distúrbios alimentares em bailarinos(2024) Vieira, Adriana Mónica Vaz; Faculdade de Educação Física e Desporto; Carraça, Eliana Cristina VeigaObjetivo: Analisar as consequências psicológicas das motivações para a dança e outras variáveis motivacionais, com especial ênfase nos sintomas de distúrbios alimentares e imagem corporal. Adicionalmente, procurou-se explorar as diferenças nestas variáveis em populações de bailarinos de elite e bailarinos amadores (não elite). Método: Primeiramente foi elaborada uma revisão rápida e sistemática da literatura conforme as diretrizes do PRISMA, que visou analisar as dinâmicas motivacionais no contexto da dança e perceber quais as suas consequências psicológicas em amostras de bailarinos. A pesquisa de artigos científicos com revisão de pares publicados até Fevereiro de 2022 foi efetuada no SPORTdiscus e PsycINFO, usando o modelo PICOS. Seguiu-se um estudo observacional transversal com uma amostra de 22 bailarinos de elite e 28 amadores (não elite). Aplicou-se uma bateria de questionários online, para avaliar os fatores motivacionais, sintomas de distúrbios alimentares e apreciação corporal dos bailarinos. Para as análises estatísticas recorreu-se ao teste T e ao teste de correlação de Pearson. Resultados: Foram incluídos 19 artigos na revisão sistemática de literatura que cumpriam com todos os critérios de elegibilidade. Os resultados obtidos demonstraram associações positivas entre as dinâmicas motivacionais positivas (ex. motivações autónomas, satisfação necessidades básicas) e diversos outcomes psicológicos, e associações negativas com dinâmicas motivacionais negativas (ex. orientação para o ego, motivações controladas). No estudo empírico, não existiram diferenças significativas entre os grupos, com exceção para a regulação integrada - níveis superiores nos bailarinos amadores (não elite). Obtiveram-se correlações positivas entre as motivações de origem controlada (i.e., externa e introjetada) e sintomas de distúrbios alimentares, assim como correlações negativas com a apreciação corporal. Contrariamente, confirmou-se uma correlação positiva entre a motivação intrínseca para a dança e a apreciação corporal. Conclusões: Os bailarinos que possuem motivações mais autónomas e que dançam num clima motivacional de apoio à autonomia ou orientado para a mestria/tarefa apresentam outcomes psicológicos mais positivos, como por exemplo melhor imagem corporal, bem-estar físico e psicológico, perfis menos perfecionistas, maior autoestima, enquanto que as motivações mais controladas e climas mais orientados para o ego/resultado geram outcomes mais negativos, como maior burnout e mais sintomas de distúrbios alimentares. Os resultados foram ao encontro dos pressupostos da teoria da autodeterminação, sugerindo que os seres humanos precisam de se sentir autónomos, ou seja, precisam de sentir que estão a fazer o que está de acordo consigo próprios e que o que estão a fazer é interessante e pessoalmente importante para eles, para daí retirarem mais benefícios. Futuramente torna-se relevante desenvolver programas de intervenção nas escolas de dança/conservatórios, assim como a prática de intervenções na formação de professores de dança baseadas na teoria da autodeterminação de forma a aumentar os níveis de imagem corporal positiva, diminuir os riscos de distúrbios alimentares e criar climas motivacionais orientados para a tarefa/mestria. Palavras-chave: Fatores Motivacionais, Motivação, Imagem Corporal, Distúrbios Alimentares, Teoria da Autodeterminação, Clima Motivacional, Dança, Bailarinos de Elite, Bailarinos Amadores (não elite)Item Relações entre atividade física e domínios físico e mental da qualidade de vida(2024) Pinhão, Diogo Cardoso; Faculdade de Educação Física e Desporto; Carraça, Eliana Cristina Veiga; Silva, Marlene Nunes daIntrodução: Atividade física envolve dimensões como intensidade, frequência, duração, volume e tipo, as quais tem sido analisadas na promoção da saúde física e mental. A qualidade de vida inclui ambas as dimensões de forma integrada e do ponto de vista subjetivo. E fundamental analisar o efeito das diferentes características da atividade física, sobre a qualidade de vida e os seus domínios. Objetivo: Analisar a associação entre atividade física e suas características e a qualidade de vida (tanto tomada como um todo, como nos seus domínios físico e mental). Método: O primeiro estudo consiste numa revisão rápida e sistemática da literatura com base nos critérios PRISMA, incluindo estudos experimentais e observacionais que analisam o impacto das características de intensidade, frequência, duração, volume e tipo de atividade física nos domínios e subdomínios da qualidade de vida. A pesquisa foi realizada na base de dados PubMed, tendo como metodologia o método PICO dos estudos publicados entre Janeiro de 2007 e Junho de 2023. O segundo estudo desta dissertação e observacional transversal, integrado no projeto LUSOFONAtiva, em estudantes, docentes e funcionários da universidade Lusófona (n= 355) que responderam a um questionário online incluindo atividade física e qualidade de vida, na plataforma Qualtrics. Foram conduzidas analises de correlação de Pearson, e correlação parcial (com ajuste para sexo, idade, IMC e função na faculdade). Para a analise comparativa recorreu-se a testes ANOVA e Teste T. Resultados: Na revisão rápida de literatura foram incluídos 50 artigos que cumpriam os critérios de elegibilidade. Os resultados demonstraram que de forma geral as características de atividade física de intensidade, frequência, duração e tipo estão associadas positivamente com a qualidade de vida total e em todos os seus domínios. Contudo o volume parece ter um efeito diferenciador, sendo uma característica preponderante para obtenção dos benefícios da atividade física. No estudo observacional, níveis totais mais altos de atividade física semanal, o cumprimento das recomendações e intensidades moderada e vigorosa demonstraram associação positiva com a qualidade de vida e seus domínios. O não cumprimento das recomendações e nível baixo de atividade física não se associaram com a qualidade de vida. Conclusões: Os dois estudos contidos nesta dissertação parecem apontar para uma associação positiva entre atividade física e qualidade de vida, tanto em adultos saudáveis como num contexto académico. O volume total (i.e. Níveis totais de AF) parece ser a variável fundamental. Em linha com as recomendações da OMS de que “todo o movimento conta”, também para a promoção da qualidade de vida física e mental parece ser importante uma abordagem abrangente que não considera apenas as características especificas da atividade física, mas a sua prática tomada como um todo. Palavras-chave: Atividade Física, Qualidade de Vida, Intensidade, Frequência, Tipo, Duração, Volume, Recomendações, Hábitos.Item Relação entre o tempo de ecrã de smartphone objetivamente medido e a atividade física e o comportamento sedentário, em adultos(2024) Nunes, Luís Filipe Branco Tomás; Faculdade de Educação Física e Desporto; Júdice, Pedro Alexandre Barracha da GuerraIntrodução. Esta dissertação pretendeu analisar a relação entre o tempo de ecrã de smartphone e o comportamento sedentário (CS) e atividade física (AF). Uma revisão sistematizada rápida foi realizada para analisar a literatura publicada sobre a associação entre o uso do smartphone objetivamente medido (i.e., através de uma aplicação) com o CS e AF. Um estudo observacional transversal foi feito com o objetivo de analisar a associação entre o tempo de ecrã de smartphone e diferentes domínios do CS (trabalho, transporte e lazer) e várias intensidades de AF (vigorosa, moderada e caminhada). Método. Foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed, tendo sido incluídos, estudos que analisaram apenas a população adulta (entre os 18 e os 64 anos) e que relacionaram o tempo de uso de smartphone com CS, a AF, ou ambos. Oitenta e sete estudos foram encontrados na pesquisa inicial e 4 estudos foram incluídos na revisão. O estudo observacional contou com uma amostra de 298 indivíduos, submetidos ao questionário LusófonAtiva em 2021. Este questionário foi aceite pelo Comité de Ética da Faculdade para a recolha de dados e, incluiu perguntas sobre a amostra, domínios de CS, e níveis de AF. O tempo de ecrã de smartphone foi medido através de uma aplicação e os dados recolhidos através de um link online. As análises estatísticas foram realizadas com recurso ao programa SPSS (IBM, versão 28.0). Resultados. A revisão sistematizada sugere uma associação positiva entre o tempo de uso de smartphone com o CS e inversa com a AF, mas estudos não especificam os vários domínios de CS. No nosso estudo observacional, os resultados indicaram uma associação positiva entre o tempo de ecrã de smartphone com os vários domínios do CS, especialmente com o tempo de lazer e ao fim de semana. Também houve uma associação positiva entre o tempo de ecrã de smartphone com a AF de caminhada. Conclusões. O tempo de ecrã de smartphone objetivamente medido foi associado a um maior tempo em CS e a um menor nível de AF e o tempo de ecrã de smartphone parece ter uma relação positiva com todos os domínios do CS. Não houve associações entre a AFV ou AFM com o tempo de ecrã de smartphone. As associações mais fortes entre o tempo de ecrã de smartphone e o CS, foram encontradas no tempo de lazer e fim de semana. A evidência existente acerca do tempo de ecrã de smartphone objetivamente medido e o CS ou AF parece ser inexistente ou insuficiente. Sugere-se mais estudos que avaliem o uso de smartphone objetivamente e que o relacionem com vários domínios de CS e intensidades de AF. Palavras-chave: Atividade Física, Comportamento Sedentário, Smartphone, AssociaçãoItem Avaliação, aconselhamento, prescrição e supervisão da prática de atividade física e exercício físico em adolescentes com excesso de peso ou obesidade e a sua relevância na resistência à insulina(2023) Galvão, Inês Garcia; Ascenso, António José Videira da Silva, orient.A atividade física (AF) está associada a benefícios na saúde física e mental/psicológica dos praticantes, tornando-se importante tanto na prevenção como no tratamento de algumas doenças. Conhecendo os seus benefícios, torna-se crucial implementar estratégias que visem fomentar este hábito desde cedo, potenciando a sua continuidade na vida adulta. A adolescência poderá representar um período critico na adoção de comportamentos de saúde, entre eles, do comportamento de AF. Este Relatório de Estágio tem como objetivos: (i) explorar a importância e eficácia da AF e exercício físico (Ex) na saúde dos adolescentes com excesso de peso ou obesidade, analisando o processo de acompanhamento dos mesmos na Consulta de Obesidade Pediátrica, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (HSM, CHULN); (ii) bem como a analisar a associação entre AF e a resistência à insulina (RI), uma das mais prevalentes comorbilidades associadas à obesidade nestas idades. Neste sentido foi realizada uma Revisão breve de Revisões Sistemáticas da Literatura (RSL), uma Investigação Original e um Relatório de Estágio referente ao trabalho desenvolvido na Consulta de Obesidade Pediátrica, HSM, CHULN. Na revisão breve foram incluídas RSL com informação relevante acerca da associação entre AF/Ex e RI em adolescentes com excesso de peso ou obesidade, através de uma pesquisa bibliográfica realizada na base de dados PubMed (NCBI). Na Investigação Original foram incluídos 71 participantes, anteriormente recrutados para um programa de gestão de peso, seguidos durante 6 meses. De acordo com a Revisão breve de RSL realizada, o Ex é eficaz na melhoria da RI, sendo o treino combinado (TC), i.e., treino aeróbio + treino de força, o tipo de treino com melhores resultados no tratamento da RI em adolescentes com excesso de peso ou obesidade. Estes resultados são coincidentes com os resultados da Investigação Original, que sugere que o tipo de Ex poderá ser mais importante que os níveis de AF per se, na RI. Neste estudo observou se ainda uma associação inversa entre a RI e o z-score do índice massa corporal (IMC) (H=11,290, p=,010), bem como com o rácio cintura-estatura (H= 13,744, p=,003). O Relatório de Estágio salienta a importância do papel do Fisiologista do Exercício no processo de tratamento da obesidade e das comorbilidades associadas, tais como a RI, através da promoção da prática de AF/Ex. Neste sentido, e no que diz respeito à prescrição de Ex em adolescentes com obesidade e RI, o TC parece ser o tipo de treino com melhores resultados no tratamento da RI. Palavras-chave: Atividade física, Exercício físico, Excesso de peso, Obesidade, Adolescentes, Resistência à InsulinaItem Brazilian jiu-jitsu e surf recreativo, aspectos físicos, antropométricos e motivacionais do desempenho(2016) Kenappe, Bruno Aquino; Madeira, Raquel Maria Santos Barreto Sajara, orient.Objetivo: A presente tese de mestrado teve como principal objectivo averiguar as capacidades físicas, antropométricas e motivacionais decorrentes da prática do Brazilian Jiu-Jitsu e Surf recreativo, colaborando para o entendimento dos benefícios destas atividades. Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura (RSL), onde se sumarizou as evidências científicas sobre o tema da pesquisa. Sucessivamente foi realizado um estudo observacional descritivo, investigando os aspectos antropométricos (peso corporal, estatura, percentagem de massa gordura, indice de massa corporal), as capacidade físicas (flexibilidade, potência/força de MMSS, MMII, Core e equilíbrio/ coordenação) e a motivação (QMDA) de praticantes de bjj e surf a nível recreativo. Participaram do estudo, 90 indivíduos adultos do sexo masculino (idade 24,48 ± 2,73 anos) divididos em 3 grupos, praticantes de bjj, praticantes de surf e não praticantes, nas cidades de Curitiba e Guaratuba- PR (Brasil). Resultados: Foram implicados 7 artigos na RSL, destes, devido a escassez de estudos sobre esta temática, 4 eram referente ao bjj e 3 ao surf. Destes, 3 retratavam diretamente sobre o tema, enquanto os outros contribuíram de forma específica. Os estudos reportaram que praticantes de surf e bjj apresentam valores bons/ótimos das varíaveis físicas e valores bons alusivos à composição corporal. Fato correspondido com os resultados deste estudo observacional, além disto somente o GPJJ apresentou valores totalmente importantes para a motivação desportiva. O nível técnico dos participantes não influenciou nas variáveis em estudo. Conclusões: A realização deste estudo demonstra que a prática do surf e bjj promovem benefícios para a saúde, além disto, podem ser prescritas ou enquadradas conforme as recomendações dos orgãos de saúde. São necessárias mais investigações nesta área, preferencialmente estudos descritivos que permitam uma melhor compreensão dos aspectos físicos, antropométricos, fisiológicos e motivacionais envolvidos e o seu impacto na qualidade de vida dos praticantes. Palavras chave: Brazilian jiu-jitsu, jiu-jitsu, surf, aspectos antropométricos, aspectos físicos, variáveis físicas, atividade físicaItem Será que diferentes tipos de comportamento sedentário têm associações distintas com as doenças crónicas?(2023) Rosa, Cristiana Alexandra Calado; Júdice, Pedro Alexandre Barracha da Guerra, orient.Esta dissertação tem dois objetivos: realizar uma revisão sistematizada rápida da literatura, que pretende analisar a literatura publicada sobre a associação entre comportamento sedentário (CS) geral e de domínios específicos e as doenças crónicas; realizar um estudo observacional transversal com objetivo de analisar a associação entre diferentes tipos de CS com a presença de doença crónica, ajustando para a atividade física (AF). MÉTODO Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados Pubmed e SportDiscus e foram considerados para inclusão, estudos originais, cuja população estudada fosse adulta (entre os 18 e 64 anos) e que mencionasse estudar pelo menos a relação entre um qualquer tipo específico de CS e uma qualquer doença crónica. Foram encontrados 225 estudos possivelmente relevantes, no entanto, foram incluídos na revisão 14 estudos, sendo que dos estudos selecionados, 7 são estudos transversais, 4 estudos de coorte, 2 estudo de caso/controlo e 1 longitudinal. O estudo original contou com a participação de 334 indivíduos (200 mulheres e 134 homens) submetidos ao questionário “LUSÓFONAtiva” em 2021. Este instrumento de recolha de dados foi aceite pelo Comité de Ética da Faculdade, onde estavam incluídas perguntas sobre a caracterização da amostra, domínios de CS, AF e presença de doenças crónicas. Os dados foram recolhidos, através de um link facultado através de mensagem eletrónica. Alguns casos não foram incluídos por falta de dados dos participantes. As análises foram realizadas com recurso ao programa SPSS (IBM, versão 25.0). RESULTADOS A revisão sistematizada sugere a existência de evidência para uma associação direta entre CS e a presença de doença crónica, no entanto, alguns estudos não obtêm essa mesma conclusão. Na amostra estudada, conclui-se que dois CS específicos se relacionaram com a presença de doença crónica, no entanto de forma distinta. Em mulheres, o tempo a trabalhar com ecrã está diretamente associado à presença de doença crónica, no entanto, o tempo sentado em hobbies está inversamente associado à probabilidade de apresentar doença crónica. Nos homens, não existiu qualquer domínio de CS que estivesse associado à presença de doenças crónicas. CONCLUSÕES Através da revisão sistematizada foi possível averiguar que a evidência existente relativamente ao tema não é totalmente concordante, o que justificou o artigo original que congregou vários tipos de CS explorados na mesma amostra. Os resultados do estudo observacional transversal divergem entre género e, as próprias especificidades do CS também divergem perante o seu efeito na presença de doenças crónicas, enquanto o tempo a trabalhar com ecrã aparece diretamente associado à presença de doença crónica, o tempo sentado em hobbies apresenta-se como um fator protetor quanto à presença de doença crónica. Palavras-chave: Atividade Física, Comportamento Sedentário, Doenças Crónicas, DomíniosItem Associação da atividade física, comportamento sedentário, e quantidade do sono, com a qualidade de vida e o bemestar em adultos em processo de manutenção de perda de peso: análise de dados do projeto NoHoW(2023) Boto, Tiago da Silva; Palmeira, António Labisa, orient.Objetivo: Esta dissertação inclui dois estudos, o primeiro teve como objetivo recolher informação de estudos que investigassem a associação entre atividade física, comportamento sedentário, sono e bem-estar e qualidade de vida em adultos saudáveis fazendo uma revisão rápida e sistemática da literatura. O segundo investigou essa associação através de um estudo observacional transversal baseado no projeto NoHoW. Método: A revisão rápida e sistemática da literatura incluiu apenas estudos em língua inglesa, tendo usado uma base de dados, a PubMed. Após aplicarmos os critérios de pesquisa e seleção, foram selecionados para esta revisão, seis estudos. Todos à exceção de um, eram transversais, com uma amostra total de 18971. O segundo estudo é do tipo observacional transversal. Foram usados os dados do baseline de 612 participantes. Baseia-se na recolha de dados de indivíduos que participaram no Navigating to a Healthy Weight (NoHoW), um estudo do tipo aleatório controlado que envolveu três países europeus, Portugal, Dinamarca e Reino Unido. A medição da atividade física, comportamento sedentário e sono, foi feita em ambiente natural 24 horas por dia, durante 14 dias, recorrendo a uma FitBit charge 2. Para a medição do bem-estar usámos a Warwick-Edinburgh Well-Being Scale (WEMWBS) e para a qualidade de vida a EQ-5D de cinco níveis (EQ-5D-5L). Resultados: No que diz respeito à revisão rápida e sistemática da literatura, todos os estudos encontraram uma associação positiva significativa entre atividade física e bem-estar ou qualidade de vida. Em relação ao comportamento sedentário, todos os estudos que investigaram a associação com a qualidade de vida, encontraram uma associação negativa, no caso dos que estudaram o bem-estar apenas um encontrou essa associação. Por último no que diz respeito ao sono, apenas um dos seis estudos analisados encontrou uma associação, positiva e com o bem estar. No segundo estudo, observámos uma associação positiva significativa entre atividade física leve e qualidade de vida, embora o mesmo não tenha acontecido para a atividade física moderada a vigorosa. No caso do comportamento sedentário, verificou-se que mais comportamento sedentário estava associado a uma menor qualidade de vida. Não se observaram associações entre sono e qualidade de vida. No caso do bem-estar não se verificou nenhuma associação com a atividade física, comportamento sedentário e sono. Conclusão: A qualidade de vida parece ser, dos dois construtos estudados, o que apresenta mais associações com as componentes do movimento, tanto na revisão sistemática como no nosso estudo. O bem-estar, talvez por ser um construto que pode estar associado a tantos fatores que estão para além da esfera da atividade física, comportamento sedentário e sono, revelou em geral uma fraca associação com essas variáveis. Palavras-chave: Atividade física, comportamento sedentário, sono, bem-estar, qualidade de vida.Item Lesões no ombro em praticantes de treino de força(2022) Santos, Daniel Monteiro dos; Ruivo, Rodrigo, orient.O treino de força (TF) é um excelente auxiliar na prevenção de inúmeras patologias e agrega múltiplos benefícios bem documentados na literatura. No entanto, o aumento da população que recorre a este tipo de treino fez elevar as taxas de lesão, sendo o ombro a área mais lesada nos praticantes de TF. O presente estudo é constituído por uma revisão sistemática da literatura (RSL) e uma investigação original observacional transversal, por forma a perceber a possível existência de relação entre as lesões no ombro e o TF. Para a RSL, a pesquisa foi efetuada segundo o modelo PICOS, com recurso às bases de dados PubMed, Google Schoolar e Science Direct, que resultou em 7 artigos selecionados, nos quais se observou uma maior importância dada pelos praticantes de TF aos grandes grupos musculares, o que leva possivelmente a desequilíbrios dos rácios de força e aumenta o risco de lesão. As lesões mais relatadas no ombro foram a síndrome impacto subacromial (SIS) e pequenas distensões músculo-tendinosas. Para a realização do artigo original (AO) foi aplicado um questionário em Portugal continental (n=292), que, entre outras informações, permitiu analisar qual o principal motivo para a prática de TF. A saúde e bem-estar (76,7%) encontram-se no topo, com a maioria dos praticantes a treinar 2 vezes por semana, com uma duração entre 45 e 60 minutos, a região anatómica apontada como a mais afetada foi o ombro (32,4%), seguindo-se a coluna lombar (18,3%) e o joelho (9,9%). A causa da lesão é descrita pela maioria dos participantes como a má execução técnica (31,4), seguindo-se a fadiga (30%). A análise do corrente estudo mostra que o género masculino foi quem mais se lesionou (63,4%). Foram analisados 6 exercícios comumente realizados no TF, são eles supino plano/inclinado, aberturas planas/inclinadas, puxador dorsal, press ombro, remada alta e elevações laterais, dos 6 exercícios selecionados ficou demostrado que no exercício de remada alta, a percentagem de lesão no ombro é superior para quem executa o exercício (13,4%) e inferior para quem não executa o exercício (3,6%), sendo as diferenças estatisticamente significativas (χ2(1)=4,194; p=0,041). Palavras-chave: Treino Força; Ombro; Lesões.Item Exploring affective responses in stretching exercises(2023) Henriques, Leonor Serrano Gonçalves; Teixeira, Diogo S., orient.Objetivo. O objetivo desta dissertação de mestrado consistiu em analisar as respostas afetivas em exercícios de alongamentos. Primeiramente, foi conduzida uma revisão sistemática da literatura (RSL) para explorar 1) a utilidade e viabilidade de core affect avaliado com a Feeling Scale (FS) e/ou Felt Arousal Scale (FAS); 2) o momento de aplicação das escalas; e 3) a sua aplicação e interpretação contextual. Em segundo lugar, foi realizado um estudo quasi experimental para 1) comparar as respostas afetivas durante e imediatamente após exercícios de alongamentos em adultos aparentemente saudáveis, de forma a detetar a existência de um affective rebound e compreender o momento adequado para uma avaliação; 2) verificar a confiabilidade e a concordância das respostas afetivas através de um teste re-teste realizado com uma semana de intervalo. Método. Para a RSL, uma pesquisa foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2022 nas bases de dados PubMed, SportDISCUS, PsycINFO. Os estudos incluíram a FS e a FAS aplicada a atividades de alongamento, em adultos aparentemente saudáveis. A pesquisa dos artigos foi baseada no modelo PICO, de acordo com as recomendações do PRISMA. Um total de 141 títulos foram identificados e 12 estudos foram incluídos na revisão. Foi também realizado um estudo quasi-experimental com uma amostra de 34 participantes, experientes em exercício físico (32.8 ± 8.6 anos). As respostas afetivas foram medidas durante e imediatamente após 5 exercícios de alongamento estático. Os exercícios foram realizados em 3 intensidades diferentes: leve, moderada e vigorosa, respetivamente. Foi realizada uma ANCOVA de medidas repetidas, onde o sexo foi utilizado como co-variável. Para garantir a fiabilidade e a concordância, foi testado um coeficiente de correlação intraclasse (ICC) de dois fatores de concordância absoluta e gráficos de Bland-Altman. Resultados. A RSL demonstrou que ambas as escalas parecem ser viáveis de utilizar em exercícios com alongamentos, apesar de limitações associadas ao momento de medição, que limitam a interpretação do core affect. O segundo estudo demonstrou um affective rebound em todas as intensidades, particularmente notório na intensidade vigorosa, sugerindo que o core affect deve ser avaliado durante o exercício de alongamento. Em geral, a repetibilidade entre dias para as medidas de FS e FAS foi boa em todos os grupos musculares alongados. Os ICCs tenderam a ser superiores nas medições realizadas durante o alongamento em intensidade vigorosa. Conclusão. A RSL demonstrou que a avaliação do core affect em atividades relacionadas ao alongamento carece de suporte metodológico, e que os resultados não puderam ser interpretados adequadamente devido à heterogeneidade dos protocolos dos estudos incluídos. Os resultados do estudo quasi-experimental apresentaram evidências de que uma avaliação adequada deve ser realizada durante o alongamento, e que ambas as escalas representam uma abordagem viável e ecologicamente válida para medir o core affect. Concluindo, os resultados corroboram a confiabilidade dessas escalas psicométricas e dos métodos utilizados, sugerindo novas orientações quanto à aplicação das escalas durante os exercícios de alongamento. Palavras-chave. Core affect, alongamento, feeling scale, felt arousal scale, exercício.Item Motivação e utilização de apps e equipamentos de medição da atividade física(2021) Silva, Fernanda Aparecida; Palmeira, António João Labisa da Silva, orient.Objetivo: Esta dissertação teve como objetivo principal analisar hipóteses de associação entre a motivação e utilização de Apps e equipamentos de medição da atividade física por parte de indivíduos adultos.que utilizam aparelhos de medição e Apps. Método: O trabalho foi dividido em duas partes: na primeira parte, foi efetuada uma revisão sistemática da literatura, na qual se procurou analisar a utilização de aplicações móveis no contexto motivacional relacionado com a prática de atividade física; seguidamente, foi realizado um estudo observacional com uma amostra de 148 indivíduos. A recolha dos dados foi efetuada recorrendo ao Google Forms com respostas a questionários motivacionais, sobre os níveis habituais de atividade física e a utilização de equipamentos de medição e aplicações móveis na prática de atividade física em adultos. Resultados: Na Revisão Sistemática de Literatura (RSL) rápida verificaram-se fatores preponderantes que promovem a saúde e o bem-estar dos indivíduos. As estratégias utilizadas para promover a saúde e o bem-estar são objeto de análise na maioria dos estudos selecionados nesta revisão de literatura. No estudo observacional transversal, ao analisar as diferenças do género dos participantes, verificou-se que: (1) na utilização de aplicações móveis para a atividade física, que, estimula motivação, satisfação e frustração das Necessidades Psicológicas Básicas (NPB), e que os homens apresentam valores mais altos do que as mulheres na satisfação da NPB autonomia; (2) as mulheres apresentam valores superiores de motivações extrínsecas e frustração na sua competência. Verificou-se, também, que para ambos os géneros, existe uma associação entre a motivação, a atividade física e os níveis de utilização de equipamentos de medição e Apps. Conclusões: A utilização de aplicações móveis e equipamentos de medição da atividade física pode motivar o indivíduo a desenvolver níveis habituais de atividade física, trazendo vantagens para a sua saúde e bem-estar. Neste estudo foi possível verificar as hipóteses propostas em análise tendo-se constatado existir uma associação entre a utilização de aplicações móveis e equipamentos de medição e a motivação para a atividade físicana população. Com a continuidade da utilização de Apps que medem os diferentes dados de atividade física seria muito importante a continuação de pesquisas e estudos acerca deste temaenfatizando as utilizações destes aparelhos para perceber melhor a junção que existe entre todas as variáveis motivacionais relacionadas para a prática de atividade física.Item Motivação e participação em artes marciais e desportos de combate : estudo exploratório(2021) Silva, António Manuel Marques Lopes da; Quaresma, António Manuel Moreno, orient.Objetivo: As Artes Marciais e Desportos de Combate, são formas de combate modificadas para desportos modernos e exercício, mas são também para muitos uma Filosofia de Vida. O objetivo desta dissertação é explorar a associação entre diferentes variáveis da motivação com a prática das AM&C à luz da Teoria da Autodeterminação. Método: Realizámos inicialmente uma Revisão Rápida e Sistemática da Literatura (RRSL) selecionando a base de dados eletrónica “b-On”. Dos 240 artigos encontrados, incluímos 4 artigos que preencheram os critérios da revisão. No segundo estudo realizamos um estudo exploratório observacional sobre motivos, regulação motivacional e NPB com 182 inquiridos praticantes de AM&DC Resultados: Da RRSL resulta que poucos estudos avaliam a motivação nos preceitos da TAD para as AM&DC. Do segundo estudo e numa ótica exploratória encontramos diferenças ao nível da Satisfação e Frustração das NPB e da Regulação Comportamental em termos de género, idade, experiência de treino, tipo de praticante, não se tendo identificado qualquer tipo de diferenças em termos de motivos. Em termos de motivos para iniciar e continuar, para as duas AM&DC mais expressivas do estudo, Karate e Krav Maga, identificamos diferenças quanto aos motivos e ao seu peso relativo. Conclusões: Quanto à revisão concluímos que existe pouca investigação sobre a motivação para a prática de AM&DC no enquadramento da TAD. Quanto ao estudo observacional concluímos que os praticantes de AM&DC revelaram diferenças significativas em termos do Satisfação e Frustração das NPB e em termos da Regulação Comportamental, tendo sido possível ainda identificar diferenças nos motivos reportados para iniciar e continuar o treino de Karate e de Krav Maga.Item A relação da preferência e tolerância pela intensidade do exercício em praticantes recreacionais de crossfit(2022) Santos, Filipe César Rosa dos; Teixeira, Diogo dos Santos, orient.Objetivo. Os constructos preferência e tolerância podem ser considerados traços relevantes na compreensão das relações entre a intensidade do exercício e diversas variáveis (e.g., divertimento, adesão ao exercício físico, vitalidade subjetiva e frequência) e o questionário - Preferência e Tolerância à Intensidade do Exercício (PRETIE-Q) - tem sido utilizado para melhor entender essas relações. O CrossFit caracteriza-se principalmente pela alta intensidade a que é executado e, apesar de ser um programa de treino de grupo relativamente recente, o número de praticantes tem tido um crescimento muito considerável nos últimos anos estimando-se que existam cerca de cinco milhões de pessoas em todo o mundo a praticar CrossFit. No entanto, as razões que levam as pessoas a aderir e continar a praticar esta modalidade independentemente da alta intensidade e das relações negativas que são conhecidas entre treinar a essas intensidades e a resposta afetiva ao exercício, ainda não são claras. Assim, a presente dissertação tem como objetivo geral compreender a relação da preferência e tolerância pela intensidade do exercício físico numa população de praticantes recreacionais de CrossFit. Para o efeito, dois estudos foram realizados, sendo o primeiro uma revisão sistemática de literatura na qual o objetivo passou pela análise da utilidade e viabilidade da utilização da preferência e tolerância que advém da PRETIE-Q na regulação de práticas de exercício. Em relação ao segundo estudo (um estudo observacional transversal), foram definidos três objetivos: (1) caracterizar o perfil de preferência e tolerância pela intensidade do exercício físico em praticantes recreacionais de CrossFit; (2) analisar a concordância dos traços de intensidade com a intensidade do treino atualmente desenvolvido; (3) analisar a relação entre os perfis de concordância e seus efeitos de moderação entre o divertimento, vitalidade subjetiva, intenção para continuar a praticar exercício e frequência semanal. Método. Foi realizada uma revisão sistemática de literatura no sentido de analisar a evidência científica existente sobre a utilização do questionário Preference for and Tolerance of the Intensity of Exercise Questionnaire (PRETIE-Q). Foram utilizadas as bases de dados PubMed, SportDISCUS, PsycINFO e B-on (última pesquisa em Julho de 2022) e a revisão foi escrita respeitando as recomendações do protocolo PRISMA. Foi também realizado um estudo observacional transversal com uma amostra de 330 praticantes recreacionais de CrossFit de 15 boxes espalhadas pelo território nacional. Foram avaliados através de questionários psicométricos, a preferência pela intensidade do exercício, a tolerância à intensidade do exercício, o divertimento no exercício, a vitalidade subjetiva, a intenção para continuar a praticar exercício, a frequência semanal, a qualidade da experiência no exercício e a concordância dos traços de intensidade com a intensidade do exercício atual dos participantes. Em termos de análise estatística, foram realizados testes descritivos, correlações de Pearson e testes de moderação. Resultados. Na revisão sistemática foram qualitativamente analisados 36 estudos publicados entre 2005 e 2022, demonstrando os resultados que ambos os constructos (i.e., preferência e tolerância) aparentam ser úteis e aplicáveis numa grande variedade de contextos de atividade física, não tendo sido reportadas limitações relevantes. No estudo observacional transversal, os resultados demonstram que os participantes apresentaram valores acima da média da escala para preferência e tolerância (i.e., moderado a vigoroso), divertimento e vitalidade subjetiva. Foram obtidos ainda valores muito altos para intenção e qualidade da experiência. Também a concordância da preferência e concordância da tolerância apresentaram resultados muito altos significando que o treino atual está de acordo com a preferência e tolerância da maioria dos participantes. Foram encontradas correlações positivas entre a maioria das variáveis e nenhum dos modelos testados mostrou efeitos de moderação. Conclusão. Da revisão sistemática de literatura concluímos que os traços de preferência e tolerância à intensidade do exercício parecem fornecer uma avaliação simples, mas útil nas relações com outras variáveis em diversos contextos de atividade física. No estudo transversal observacional, os resultados demonstram que os praticantes recreacionais de CrossFit apresentam valores para preferência, tolerância e concordância dos traços com o treino atual similares quando comparados com outros praticantes de atividades realizadas em intensidades mais baixas, o que nos leva a concluir que os construtos preferência e tolerância devem ser relacionados somente com as características individuais dos participantes e não com a atividade que praticam.