Revista Temas Sociais
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Item Los fondos de conocimiento en el desarrollo de la interculturalidad : dilemas y paradojas ante los efectos de la covid-19 en alumnado inmigrante en situación de vulnerabilidad(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Olmo Fernández, María José Alcalá del; Leiva Olivencia, Juan José; Instituto de Serviço SocialActualmente, os sistemas educativos mundiais estão a atravessar um período de incerteza causado pela eclosão de uma crise sócio-sanitária causada pela COVID-19, que levou à implementação de toda uma gama de soluções educativas numa modalidade híbrida para assegurar a continuidade educativa nas melhores condições possíveis. Esta situação sem precedentes teve um grande impacto em todos os agentes educacionais, afectando significativamente os estudantes mais vulneráveis. O objectivo deste documento é analisar os efeitos da pandemia causada pela COVID-19 nos estudantes imigrantes vulneráveis, reflectir sobre os Fundos do Conhecimento como instrumentos essenciais para tornar as minorias étnicas visíveis e tentar investigar, de forma crítica e reflexiva, as acções que podem ser decisivas para garantir a equidade a partir de uma abordagem democrática, inclusiva e comprometida com a justiça socialItem Rules for Radicals : 50 anos depois(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Pinto, Carla; Instituto de Serviço SocialEste artigo tem por objetivos (1) assinalar os cinquenta anos da publicação de uma das mais importantes obras sobre organização comunitária intitulada “Rules for Radicals”, de Saul Alinsky; (2) deixar algumas reflexões sobre a relevância desta obra e do pensamento de Alinsky para a intervenção social na atualidade. Começamos por referir alguns apontamentos biográficos sobre Alinsky e o seu percurso de organizador comunitário, apresentamos a obra e as regras para radicais nele enunciadas e finalizamos com breves reflexões suscitadas por este livro tão controverso e pragmáticoItem A formação em serviço social para a intervenção na diversidade de género e sexual(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Ramalho, Nélson; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoAs organizações nacionais e internacionais de serviço social têm vindo a assumir o compromisso de proteção e preservação dos direitos das pessoas LGBTI por reconhecerem as múltiplas opressões a que estão sujeitas. Todavia, as escolas de serviço social continuam a fornecer pouca formação sobre género e sexualidade, o que contribui para os assistentes sociais não estarem qualificados para lidar e responder adequadamente às necessidades das pessoas LGBTI. O presente artigo fundamenta, assim, a necessidade das escolas de serviço social promoverem conhecimentos e desenvolverem competências específicas para a intervenção com populações com identidades de género e/ou orientações sexuais diversas, e apresenta recomendações que poderão contribuir para esse trabalho pedagógico de formação e qualificação profissional.Item Reflexões sobre a confidencialidade como ética na prática profissional dos assistentes sociais(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Carvalho, Maria Irene; Teles, Helena; Garcia, Ana Paula; Instituto de Serviço SocialA prática dos assistentes sociais tem-se confrontado com complexos problemas e dilemas éticos, sobretudo no que diz respeito ao princípio da confidencialidade. Sendo o Serviço Social uma profissão das relações sociais e humanas, a confidencialidade é um bem único e insubstituível que tem ganho destaque não só do ponto de vista normativo, mas do ponto de vista ético. Neste artigo, argumentamos que os profissionais asseguram a confidencialidade, promovendo os direitos das pessoas, mas enfrentam alguns desafios na sua prática profissional nem sempre fáceis de superar. Pretende-se refletir sobre o princípio da confidencialidade do ponto de vista normativo ético. Para atingir este objetivo, tomamos como referência as normas e os princípios éticos do código deontológico da Federação Internacional dos Assistentes Sociais, da Associação Internacional de Escolas dos Assistentes sociais e da associação de profissionais de Serviço Social e alguns exemplos práticos que foram revelados na revisão da literaturaItem A intervenção do serviço social no protelamento da alta do idoso no serviço de urgência : o caso do hospital de São José(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Almeida, Janine Lúcia Rijo de; Ferreira, Paula Isabel Marques; Instituto de Serviço SocialO presente artigo visa analisar o processo de gestão do protelamento de alta dos doentes idosos, no serviço de urgência do Hospital de São José, efectuada pela equipa de serviço social. Foi realizada uma triangulação metodológica suportada na consulta e análise dos processos sociais, entrevistas à equipa multidisciplinar e análise documental. Os objetivos centraram-se na definição do perfil do utente, motivos de protelamento, destino pós-alta e dificuldades inerentes à atividade do serviço de urgência. Destaca-se como resultados os doentes do género feminino, com idade entre os 81-85 anos, tendo como motivos de protelamento decorrentes sobretudo de incapacidade/indisponibilidade da rede de suporte informal e a insuficiência/demora da resposta social formal. Por conseguinte, a gestão do protelamento de alta do idoso é efetuada pela equipa multidisciplinar, destacando-se neste contexto o papel mediador do assistente social neste processoItem A intervenção do/a assistente social com pessoas idosas que residem em estruturas residenciais : um estudo qualitativo a propósito das lógicas de projeto de vida(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Crispim, Ricardo; Instituto de Serviço SocialEsta investigação tem por objetivo analisar a dinâmica do Serviço Social no campo gerontoinstitucional, à luz de uma reflexão sobre as várias expressões do EA e participação, em benefício de projetos de vida para e na velhice. A amostra envolveu cinco assistentes sociais que laboram em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) de cinco ERPI distintas. Os dados foram recolhidos por questionário sociodemográfico e entrevistas em profundidade (semiestruturada) prosseguindo uma abordagem essencialmente qualitativa (análise de conteúdo). Verificou-se nos principais resultados que desenhar projetos de vida para e na velhice em ambientes residenciais revelou de forma consistente estar apoiado, por um lado em padrões e diretrizes institucionalizadas e por outro lado, embora surjam a um ritmo tímido, em abordagens holísticas, abrangentes e multidimensionais. Estes resultados são promissores na forma como analítica e empiricamente se idealizam e concretizam projetos de vida em ERPI baseados nas novas expressões da(s) velhice(s), privilegiando lógicas interativas, integrativas e multidimensionaisItem Hospitalização domiciliária em Portugal : um novo campo de actuação do Serviço Social hospitalar(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Ferreira, Fátima Marisol Gonçalves; Instituto de Serviço SocialO presente artigo pretende dar a conhecer práticas da intervenção do serviço social na Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD) do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), assim como caracterizar os doentes tratados e respostas sociais activadas no âmbito do internamento domiciliário. Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, do tipo descritivo e exploratório. Entre maio de 2019 e Maio de 2020, foram avaliados para admissão na UHD do CHULC, 232 doentes, dos quais 122 foram excluídos por diversos motivos e 110 doentes foram tratados. Dos doentes tratados em domicílio, 28 necessitaram da intervenção do assistente social. Os dados foram recolhidos através da análise dos processos sociais, obtidos pelos registos da actividade do assistente social nos sistemas informáticos SAAS (Sistema de Apoio ao Assistente Social) e Clínico e elaborada uma folha de registo específica para recolha dos seguintes parâmetros: o perfil do utente, motivos de exclusão, diagnóstico social e respostas sociais que foram accionadas. Os resultados desta análise permitem verificar que a intervenção do assistente social na UHD é insubstituível, fundamental e determinante no apoio ao doente e família e na qualidade da prestação dos serviços de saúdeItem Entre a teoria e a prática : visões das assistentes sociais(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Marques, Jacqueline; Carvalho, Kathy Mutschen; Instituto de Serviço SocialHoje, vivemos uma fase de desenvolvimento científico do serviço social, sendo crucial discutir a importância de uma prática que funcione em sintonia com a teoria. Nesse sentido, este estudo pretende compreender as diferentes perspetivas teóricas que enquadram a prática profissional de uma amostra de assistentes sociais portugueses a partir da perspetiva tripartida de Malcolm Payne. Aplicou-se um questionário online, no ano de 2018, a uma amostra de 54 assistentes sociais. Os resultados mostram que a maioria das assistentes sociais se posiciona numa visão individualista-reformista e terapêutica-reflexiva e apenas uma minoria na visão socialista-coletivista ou mistaItem Ser assistente social : a formação académica em serviço social (Portugal) enquanto elemento estruturante e identitário(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Menezes, Nídia; Instituto de Serviço SocialNo presente artigo pretendemos refletir em torno do Serviço Social em Portugal, mais especificamente sobre a formação académica ministrada em Serviço Social, recorrendo por isso a uma análise socio histórica da profissão em Portugal, de modo a refletir sobre o trajeto percorrido até à atualidade, bem como o impacto que as várias transformações sociais e políticas tiveram e têm na formação em Serviço Social. A reflexão desenvolvida privilegia a formação enquanto elemento estruturante e identitário da profissão. Refletir sobre o Serviço Social bem como sobre o seu contributo na sociedade, torna-se num exercício ininterrupto, sobretudo numa era em que os direitos sociais são ultrapassados pelas imposições neoliberais e marcados pela retração da responsabilidade estatal, implicando que o assistente social seja detentor de um pensamento crítico, reflexivo e políticoItem Contributo do serviço social para o entendimento sobre o condicionamento dos tempos livres das crianças que frequentam o 1º ciclo(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Marques, Ana; Rodrigues, Miguel; Instituto de Serviço SocialEste artigo pretende clarificar a importância do Serviço Social para o entendimento do condicionamento dos tempos livres de crianças que frequentam o 1º ciclo na freguesia de São Domingos de Rana. Foi utilizada uma abordagem metodológica qualitativa, recorrendo à entrevista exploratória, comportada por uma amostra de visões e saberes de áreas interdisciplinares imprescindíveis para os objetivos definidos. Os resultados obtidos demonstram a evolução das estruturas familiares, com a conjugalidade marcada pelo paradoxo da existência de afeto e do tempo de qualidade entre pais e filhos. As características sociodemográficas das famílias residentes na freguesia são potenciadas pela sua génese e caracterizadas por uma população heterógena, interventiva na sociedade e com estabilidade económica e social. As instituições de resposta aos tempos livres na freguesia são classificadas pela escolarização, com a escola a adquirir maior representatividade, em resposta às necessidades dos pais. A família é destacada em contexto educativo e em contexto de mercado de trabalho, no sentido em que a sua articulação condiciona o desempenho destasItem O serviço social e a pandemia : reflexões prospetivas(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Carmo, Hermano; Instituto de Serviço SocialO objetivo deste texto é iniciar uma reflexão exploratória sobre as aprendizagens que colhemos da pandemia, eventualmente úteis na qualificação das práticas do serviço social. Começar-se-á por descrever em traços gerais o impacto da pandemia na sociedade contemporânea, a três escalas de complexidade: micro, meso e macro. Seguidamente, far-se-ão algumas reflexões exploratórias sobre o papel do serviço social na pandemia, a partir de uma breve análise de documentos disponíveis e da observação indireta. Num terceiro momento, procurar-se-ão extrair algumas lições que permitam enfrentar coletivamente um futuro recheado de incertezas e de ameaças, mas também de oportunidades de superaçãoItem Os direitos na relação de cuidado com pessoas idosas em contexto de lar(Edições Universitárias Lusófonas, 2021) Elvas, Sandra Patrícia Custódio Baptista; Instituto de Serviço SocialOs assistentes sociais no desenvolvimento da relação de cuidado com pessoas idosas integradas em lar, têm como objetivo o bem-estar, a dignidade e os direitos. Esta relação de cuidado transporta para valores e princípios éticos, na garantia efetiva da dignidade e direitos das pessoas idosas. O presente artigo, trata da relação de cuidado desenvolvida pelos assistentes socias com pessoas idosas integradas em lar, numa abordagem qualitativa, através de pesquisa documental, de modo a ampliar o debate sobre o desenvolvimento da relação de cuidado, partindo da ética, da dignidade e dos direitos das pessoas idosas integradas em lar. Toda a relação de cuidado deve desenvolver-se assente em valores éticos, na autodeterminação, no poder de decisão, na individualização, na dignidade e no respeito. Através desta atuação desenvolve-se a capacitação, a tomada de decisão livre, a garantia do respeito das convicções, necessidades e privacidade. Os direitos, vontades e gostos das pessoas idosas, ainda são invisíveis na relação de cuidado, pelo que existe a necessidade de serem uma prática efetivaItem A qualidade do Serviço de Apoio Domiciliário : perspetiva de clientes e colaboradores de SAD do concelho de Vagos(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Santos, Gabriela; Rodrigues, Miguel; Instituto de Serviço SocialEste artigo procura compreender a qualidade do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) no Concelho de Vagos, com base no grau de satisfação, na perspetiva de clientes e colaboradores. O estudo envolveu 80 clientes e 50 colaboradores, de nove instituições do Concelho de Vagos com SAD. Utilizámos uma abordagem metodológica quantitativa, e a recolha de dados foi cumprida através do inquérito por questionário, comportando a caracterização sociodemográfica destes dois grupos de amostra, e a aplicação do questionário de satisfação do SAD oficial da Segurança Social. Este instrumento compreende 62 questões que caracterizam o grau de satisfação do SAD por cinco áreas: Instalações, Equipamentos e Sinalética; Fiabilidade/Credibilidade; Competência Técnica; Responsabilidade e recetividade; Atendimento e Comunicação. Alguns dos resultados mais relevantes obtidos permitem afirmar que ambos os grupos da amostra avaliaram o SAD como elevado, no entanto, os clientes apresentam uma média superior em quatro destas cinco áreas, em comparação com os colaboradores.Item Agentes de geriatria : uma profissão invisível?(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Elvas, Sandra Patrícia Custódio Baptista; Instituto de Serviço SocialOs cuidados dirigidos às pessoas idosas integradas em lar, têm como objetivo proporcionar qualidade de vida e bem-estar. Estes cuidados integram a relação de cuidado, assente na dignidade e direitos das pessoas idosas, pelo que se perspetiva que os cuidados formais – agentes de geriatria- detenham formação e qualificações que visem o desenvolvimento e a afirmação da dignidade das pessoas idosas integradas em lar. O presente artigo, aborda o perfil dos agentes de geriatria, assim como, a formação e competências destes profissionais na relação de cuidado. Recorre-se a uma abordagem qualitativa, através de pesquisa documental, de modo, a ampliar o debate sobre a importância dos agentes de geriatria no desenvolvimento de cuidado qualificados, impulsionadores da dignidade das pessoas idosas integradas em lar. A invisibilidade a que estes profissionais se encontram sujeitos por parte das políticas sociais no desenvolvimento dos cuidados, a insuficiente formação e os baixos rendimentos, posiciona o cuidado às pessoas idosas num patamar de baixa relevância.Item O Serviço Social e a tomada decisão na jurisdição de menores em Portugal : uma reflexão sobre o papel da racionalidade(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Mota, Gonçalo; Albuquerque, Cristina Pinto; Instituto de Serviço SocialO assistente social que trabalha no âmbito dos processos judiciais de promoção e proteção, promove decisões difíceis em contextos de incerteza, pautados por diversas circunstâncias que interferem na dinâmica do seu processo de pensamento e consequente tomada de decisão. A prática no quotidiano do Serviço Social é, assim, definida pelo excesso de procedimentos, fundada numa lógica burocrática, imposta pelas organizações, que vão limitando a execução do trabalho deste profissional. Em Portugal, podemos observar a exigência do cumprimento de orientações e normativos institucionais, corporizados em manuais de procedimentos, enquanto recurso obrigatório para a elaboração, nomeadamente, das informações e relatórios sociais, por parte do Serviço Social. Ao assistente social é exigido que, seguindo determinados referenciais, assegure que a avaliação do risco e o correspondente processo de decisão, se fundamente, necessariamente, num pensamento racional, evitando qualquer outro tipo de influência na sua tomada de decisão.Item A escola de segunda oportunidade - educar e formar para inserir - Lisboa : uma análise sobre a intervenção socieducativa(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Pereira, Inês; Bracons, Hélia; Carichas, Ana Isabel; Instituto de Serviço SocialAtualmente, existem em Portugal sete Escolas de Segunda Oportunidade (E2O), surgindo a primeira em Lisboa em 2021, onde recai um estudo inicial sobre o perfil dos jovens e um estudo posterior sobre o impacto que esta valência teve nos mesmos, tendo como intuito a análise da caracterização dos jovens da Escola de Segunda Oportunidade – Educar e Formar para Inserir – Lisboa. A metodologia utilizada foi a qualitativa, com recurso à técnica de análise de processos e de entrevistas estruturadas. Evidenciou-se que, no arranque do ano letivo, dos 25 jovens, todos eles se encontravam desmotivados com a escola, sendo que 14 já se encontravam em situação absentista e 6 em abandono escolar. No final do ano letivo, a maioria dos jovens relatou que esta resposta socioeducativa, será uma mais-valia para o futuro e que pretendem continuar a estudar. É de salientar o grande contributo dos técnicos de intervenção social que acompanham sistematicamente os jovens e que através da resiliência adotam sempre estratégias diferentes, de forma a cativar os jovens no seu percurso educativo.Item A indissociabilidade entre gênero, classe e etnia para a compreensão da situação da mulher na sociedade de classes contemporânea e a necessidade de um feminismo para os 99%(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Monzelli, Arthur G.; Cagnin, José G.; Navarro, Érica Z.; Instituto de Serviço SocialEste artigo resulta de uma revisão bibliográfica das obras de Heleieth Saffioti, cotejando-as com o Manifesto feminista de Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser. Tal análise pretende responder a pergunta: é possível superar a violência de gênero, atendendo às demandas das classes exploradas, separando-a das questões de classe e etnia? Parte-se da hipótese de que, para atender às necessidades das populações exploradas, deve-se levar em conta a indissociabilidade das categorias gênero, classe e etnia. O objetivo deste artigo é analisar essas categorias como questões indissociáveis para construção de um feminismo que contemple as necessidades das classes exploradas no capitalismo contemporâneo. Para levar a cabo tal reflexão, o presente artigo embasa-se teórica e metodologicamente no materialismo histórico dialético, isto é, analisa a realidade concreta, descrevendo-a teoricamente, a fim de compreendê-la em suas múltiplas determinações.Item O homem vítima de violência doméstica : perspetiva da vítima e do técnico especializado(John Wiley and Sons Ltd, 2022) Antunes, Daniela Hammes Castro; Rodrigues, Miguel Oliveira; Instituto de Serviço SocialEste artigo apresenta-nos um estudo que procurou caracterizar socio-afetivamente o homem vítima de violência doméstica em situação de acolhimento em Portugal, e identificar a perceção do Técnico de Apoio à Vítima (TAV) face a violência doméstica contra os homens. Utilizamos uma abordagem metodológica qualiquantitativa, recorrendo a instrumentos diferenciados na recolha de dados, a entrevista semiestruturada e o inquérito por questionário. A amostra compreende dois grupos, oito homens vítimas de violência doméstica acolhidos na “Casa Abrigo para Homens” e 30 TAV da APAV. Alguns dos resultados mais relevantes obtidos demonstram que a maioria dos homens vítimas da violência doméstica apresentam algum tipo de fragilidade física, demonstram muita resistência à denúncia, e o sentimento de medo, humilhação e vergonha persistem na maioria dos casos. A caracterização e perfil destas vítimas em contexto nacional comprovou ainda ser desconhecida, nomeadamente pelos próprios técnicos especializados na matéria. Os apoios disponíveis para esta vítima masculina não são equivalentes com os que existem para a mulher.Item Caminhos para uma reforma do sistema de promoção e proteção das crianças e jovens : recomendações(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) Diogo, Elisete; Sacur, Bábara Mourão; Guerra, Paulo; Instituto de Serviço SocialA evolução operada no quadro do Sistema de Promoção e Proteção das Crianças e Jovens (SPPCJ) compreende marcos legais no sentido da centralidade da criança. Observa-se, porém, a existência de um conjunto de preocupações que exigem uma ação política concertada, para a efetiva garantia dos direitos da criança. Perante este panorama, o presente artigo descreve a realidade atual e tece recomendações fundamentadas para alterações ao SPPCJ, tendo por base literatura científica, relatórios, diplomas legais e instrumentos políticos. Os resultados centram-se em dois eixos, alterações na lei e alterações na gestão do SPPCJ. Do ponto de vista da lei, destaca-se o alargamento da idade relativamente à readmissão no SPPCJ, à aplicabilidade de determinadas medidas de promoção de proteção e à adoção; a renomeação das medidas, dos juízos e do conceito de menor; e o aumento do apoio para o apadrinhamento civil. Do ponto de vista da gestão, destaca-se a criação da figura do provedor da criança; o estabelecimento de um conselho nacional coordenador de todo o SPPCJ; e a publicação integrada de dados estatísticos envolvendo todos os intervenientes. As conclusões seguem no sentido de um urgente repensar e reformar no SPPCJ.Item Serviço social e direitos humanos : a formação dos assistentes sociais na defesa e realização dos direitos humanos na intervenção social(Edições Universitárias Lusófonas, 2022) André, Garça; Vieira, Isabel; Instituto de Serviço SocialA Agenda Global para o Serviço Social organizou um Congresso Mundial em Junho 2022, com o tema “Co-Buildin a New Eco-Social World. Leaving no one Behind!”. A finalidade e propósito desta cimeira pretendem criar uma Declaração Global de Valores “Global Values Declaration”. Perante este desafio, este texto tem como finalidade apresentar os pilares de uma proposta formativa para os Assistentes Sociais, em Portugal, como profissionais de Direitos Humanos. Colocamos aqui um conjunto de considerações e propostas sobre a formação dos Assistentes Sociais como profissionais de Direitos Humanos, estando este texto estruturado em três partes: i. os princípios éticos orientadores, ii. alguns referenciais teóricos que situam as necessidades humanas no quadro de uma abordagem ecológica, iii. as estratégias metodológicas e os desafios políticos e pedagógicos no quadro da investigação-ação, terminando com considerações sobre o Serviço Social e os próximos passos na defesa dos valores de referência do Serviço Social
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