Mestrado Transdisciplinar de Sexologia
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Percorrer Mestrado Transdisciplinar de Sexologia por assunto "AUTISM"
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Item Vitimização sexual : o papel dos traços do espectro do autismo e das crenças sobre o consentimento sexual e sobre a violência sexual(2022) Hardisty, Sandra Cláudia Veiga de Araújo; Beato, Ana Filipa Gordino, orient.Vários estudos se têm dedicado à compreensão das experiências de vitimização sexual. Para além de fatores de risco, como pertencer ao género feminino, outros têm sido explorados, tal como o papel das crenças sobre a violência. Uma dos temas mais recentemente estudados está relacionado com o risco acrescido de pessoas com condições neuropsicológicas têm de ser vitimas desta forma de violência, tendo as pessoas com traços autísticos sido identificadas como uma população particularmente vulnerável. Porém, este é um tema ainda inexplorado no nosso país, necessitando de melhor compreensão, nomeadamente do papel das crenças sobre o consentimento sexual na explicação do fenómeno da vitimização sexual. O presente estudo transversal, descritivo e correlacional teve como principais objetivos: caraterizar as experiências de vitimização em função de variáveis sóciodemográficas relevantes e da presença de traços de autismo; e explorar o papel das variáveis sociodemográficas, das crenças sobre o consentimento sexual e sobre a violência sexual, e da dos traços de autismo na predição de experiÊncias de vitimização sexual. Participaram no estudo 420 participantes adultos da população geral entre os 19e os 74 anos, dos quais 287 eram mulheres e 131 homens. Os participantes preencheram um protocolo de investigação recolhido via online constituído por um questionário geral, pela Escala do Consentimento Sexual – Revista (Humphreys & Brousseau, 2010), Escala de Experiências Sexuais – Subescala de vitimização (Koss et al., 2006), Escala de Crenças sobre Violência Sexual (ECVS) (Martins et al., 2012) e Coeficiente de Espectro Autista (Allison et al., 2012) – versão resumida. Os resultados demonstraram que as experiências e vitimização variam em função da idade e da orientação sexual. Existem diferenças entre vitimas e não vitimas em relação aos níveis de autismo, com as vitimas a revelarem mais caracteristicas autênticas do que as não-vitimas, e em relação às crenças e maior consciência do consentimento sexual. De entre todas as variáveis preditoras utilizadas neste estudo, que foram exploradas conjuntamente, a única que teve um papel significativo na vitimizaçao sexual foi a presença de traços autisticos. Deste modo, os nossos resultados salientam a importância de adequar a educação sexual às necessidades características especificas desta população e salienta a importância das estratégias de medidas de prevenção e de intervenção na área da violência sexual incluírem pessoas com orientações sexuais diversas e com perturbações do neuro desenvolvimento.