Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 21 - 2023 (Vol. 65) : Interculturalidade Crítica e Sociomuseologia

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    O Museu de Cultura Periférica e suas articulações : perspectivas de uma intelectual orgânica sobre a Sociomuseologia brasileira
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Baptista, Jean; Debiasi, Rose Elke; Carmo, Sura Souza; Barroso, Cristina; Boita, Tony
    Viviane Conceição Rodrigues é uma importante intelectual orgânica brasileira. Nascida em 1982 na periferia de Maceió, passou a integrar uma série de articulações culturais em rede e foi elemento fundamental na fundação do Museu Cultura Periférica, um dos 12 Pontos de Memória Pioneiros, sediado no bairro Jacintinho. Afro-empreendedora premiada, é Graduada em Relações Públicas pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL, 2008) e Mestre pela Universidad Pablo de Olavid (2020), na Espanha. Sua trajetória pessoal se mistura com a trajetória dos museus comunitários brasileiros, esparramando-se em territórios muito além dos geográficos, tendo sido partícipe na constituição de um conjunto de políticas públicas para o campo da Museologia no Brasil. Em entrevista a nós concedida, generosa, afetuosa e paciente, compartilhou aspectos fundamentais para se pensar a Sociomuseologia pelas mãos daqueles que vivem na fronteira entre academia e militância social, em um constante fluxo entre pôr em prática em prol da comunidade as mais complexas reflexões populares e científicas de modo conectado.
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    Ceci n’est pás une pipe : o petynguá Mbyá
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Couto, Ione Helena Pereira
    O colecionismo implantado a partir do século XVI criou novos paradigmas de investigação das coleções. Apurar essas narrativas associando-as a ambientes de guarda, os museus, exige observar todas as esferas pelas quais passam os objetos recolhidos, visando extrair de sua morfologia, matéria-prima e função as informações constitutivas de sua identidade sociocultural. Este artigo se propõe a recuperar e sistematizar as informações sobre um cachimbo indígena, do povo Mbyá, partindo do povo que o concebeu e das esferas sociocultural em que circula até chegar a instituição que o acolheu. Palavras-chave: Memória, Patrimônio, Coleções Etnográficas, etnologia Indígena, Museus.
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    Interlocuções freireanas na mira sociolaboral dos museus : transformações e perspectivas sobre a ética do museólogo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Nascimento, Lucileide Andrade de Lima do; Costa, Rosa da Penha Ferreira da; Miguel, Marcelo Calderari
    Discutem-se alguns aspectos do Código de Ética Profissional do Museólogo a partir do pensamento de Paulo Freire. O viés metodológico resgata textos clássicos de Freire, trazendo reflexões acerca da atuação profissional. O estudo situa uma pesquisa bibliográfica, após levantamento do material e análise textual, temática, interpretativa e problematização. No resultado se situa discussões que refletem os dilemas laborais, extraindo subsídios para construtos dialógicos e formativo que sustentam as competências material, informacional e comunicacional do profissionais. Conclui-se que os profissionais de museus tem uma missão fundamentada em princípios éticos e, as atividades museais fomenta vias e oportunidades em prol do pensamento crítico, da responsabilidade social, do pensamento científico necessário aos trabalhos e a mediação simbólica das mudanças ocorridas nos últimos anos. Palavras-chave: Aspecto ético. Código de Ética. Museólogo. Pensamento ético-político. Responsabilidade social
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    Sociomuseologia e Acessibilidade Cultural : provocações contemporâneas a partir da Mesa Redonda de Santiago do Chile
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Gonçalves, Roberta Fagundes; Grião, Carla; Salasar, Desirée; Santos, Karlla Kamylla Passos dos; Pola, Claudia Sidnay Vicente Pereira; Dorneles, Patricia Silva
    Este artigo pretende apresentar um resultado das reflexões e proposições do Grupo de Estudos ‘Sociomuseologia e Acessibilidade Cultural’. Aproveitando o contexto de comemoração dos cinquenta anos da Mesa Redonda de Santiago do Chile, marco histórico para o contexto da Sociomuseologia, faremos uma reflexão sobre o evento de forma provocativa pela perspectiva da Acessibilidade Cultural. O Grupo de Estudos é formado por um coletivo de investigadoras do curso de Mestrado e Doutoramento em Sociomuseologia da Universidade Lusófona (UL) e conta, também, com a participação de investigadoras externas não vinculadas à UL, mas que atuam com os temas afins. A iniciativa de criação do grupo teve como motivação trazer para o referido Departamento as problemáticas relacionadas à acessibilidade e ao capacitismo, sendo este último o preconceito social existente em relação às pessoas com deficiência. O texto traz ainda para a discussão referenciais teóricos dos Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade (Science, Technology and Society - STS Studies) no sentido de compreender como esses estudos podem contribuir para a acessibilidade e para fazer avançar as discussões. Palavras-chave: Acessibilidade Cultural; Sociomuseologia; Capacitismo; Mesa Redonda de Santiago do Chile; Museologia.
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    Decolonizando os oratórios afro-brasileiros
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Souza, Claudio Rafael Almeida de
    O presente texto aborda a decolonização dos oratórios domésticos afro-brasileiros e suas implicações enquanto aparelho de magia de uma religião de matriz européia que encontra subsídios em religiões de matrizes africanas ao longo dos séculos, e presume uma aculturação que permite resultar em uma simbiose de ritos, onde sobressaísse a religião católica imbuída de uma religiosidade particular afro-brasileira. Deste modo, busca-se compreender a decolonialidade imposta na utilização e criação destes objetos a partir da mão de obra, sua utilização e plasticidade. Para tanto, buscou-se arcabouço teórico em autores como Edgardo Lander (2000), Nelson Maldonado-Torres (2007), Dussel (1994), Menezes (1998), Barros (1982), Bérgson (1999) e Bosi (1987). O resultado permite compreender o objeto oratório doméstico enquanto detentor de áurea que permite compreendê-lo enquanto objeto passível de decolonização e descolonização. Permitindo assim, entender suas particularidades como objeto de memória que perpassa a individualidade alcançando a coletividade. Palavras-chave: Oratório Afro-brasileiro. Decolonialidade. Memória. Folkcomunicação.
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    A ético-estética da experiência museal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Ferraro, José Luís
    O presente artigo tem como objetivo promover a discussão em torno da dimensão ético-estética no interior da ciência a partir dos museus de ciências. Trata-se de uma tentativa de aproximação entre o campo científico e a esfera do sensível, observando a importância da experiência estética na ciência. A estetização da ciência trata de sua necessária sensibilização considerando a prevalência discursiva de seu paradigma moderno; afastando a subjetividade e permanecendo arraigada ao mito da neutralidade. Neste trabalho exploramos a importância da experiência do fora, da postura nomádica e do ritornelo na produção de constantes movimentos de (des)territorialização em uma tentativa de desprendimento de uma concepção de ciência tão somente normativa, para a produção de percepções em torno da possibilidade de uma ciência ética. Para tanto, os museus de ciências como ferramenta pedagógica servem como mote na condução desta problematização. Palavras-chave: museus de ciências; ética; estética; educação.
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    Museu e Sustentabilidade : pensar e agir sustentável a partir da proposta de criação do Museu Orgânico Salinas e Manguezais no município de Chaval, Ceará, Brasil
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Araújo, Neycikele Sotero; Melo, Rodrigo de Sousa; Braga, Solano
    As práticas de sustentabilidade vêm sendo, desde a década de 1990, propostas em documentos internacionais que apontam diretrizes para o desenvolvimento sustentável, tem-se como exemplo mais recente a agenda 2030. Esse artigo busca apresentar, a partir da proposta de criação do museu orgânico Salinas e Manguezais no município de Chaval-Ce, as contribuições que a criação de um museu pode promover para desenvolvimento sustentável local. Seguindo o pensamento da museologia social, de forma inclusiva e colaborativa, a comunidade é convidada a pensar o seu lugar e definir quais bens culturais representam a coletividade e falam sobre o território, para a partir da criação do museu desenvolver os caminhos que desejam seguir para tornar a cidade sustentável. O museu será o ele entre as memórias do lugar (passado) e as práticas de sustentabilidade (futuro) que serão adotadas através da construção de roteiros de vivência cultural e ambiental no território, pensando a prática museológica integrada ao turismo responsável e a gestão social. A presente discussão tem caráter descritivo, pois busca descrever um fenômeno ou uma situação em detalhes, observando suas características, valores e cultura, quanto aos procedimentos técnicos foram utilizados pesquisa bibliográfica e dado início a pesquisa de campo. Palavras-Chave: Museologia Social; Inventário Participativo; Sustentabilidade; Racionalidade ambiental; Turismo responsável.
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    MUHNAC Artistas, Património e o Museu estudo de caso : ação educativa com crianças
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Jecu, Marta; Belchior, Margarida; Gonçalves, Roberta Fagundes
    Este artigo tem como objetivo problematizar o programa educativo que foi realizado por ocasião da exposição "Artistas, Património e o Museu", que decorreu entre 1-30 de fevereiro de 2022, no Museu de História Natural de Lisboa. A exposição coletiva de arte contemporânea e os eventos associados tiveram como objetivo refletir de uma maneira critica sobre os museus como ‘média de comunicação’ de informação. Este artigo problematiza o programa educativo, que combinou metodologias do campo da sociomuseologia e da educação com o objetivo de desenvolver soluções inclusivas e anti-hegemónicas para pensar e experimentar o 'display' e conteúdos museológicos – para um público não especializado e crianças. KEYWORDS: educação inclusiva; sociomuseologia; métodos ativos de aprendizagem; escolas; arte contemporânea; Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUNHAC).
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    Musealização em pontos de memória brasileiros
    (2023) Lei, Cristiane Calheiros; Rocha, Eliane Cristina de Freitas; Freitas, Álisson Valentim de
    Este artigo apresenta uma síntese sobre os processos de musealização para criação de pontos de memória - instituições para resgate de memória comunitária e fomentadas por política pública homônima no campo da cultura. Por meio de revisão bibliográfica e análise de conteúdo de fontes documentais, são analisados o que se musealiza nestas instituições, incluindo os conflitos de narrativa envolvidos na constituição dos pontos e sua relação com as comunidades presentes em seus territórios. Conclui-se que os processos de musealização envolvidos na criação dos pontos de memória envolvem resgate dos laços comunitários em torno de suas lutas e afazeres cotidianos, com o emprego de metodologias participativas, tais como ações de sensibilização e qualificação com membros da comunidade em torno das temáticas da memória e direito à memória; e inventários participativos. Além dos atores e grupos comunitários envolvidos na criação dos pontos, outros atores externos - tais como universidades e o IBRAM [Instituto Brasileiro de Museus] - podem tanto agir como catalisadores e apoiadores das ações comunitárias, especialmente em processos de capacitação e qualificação, como também como fontes de tensão e atravessamento da lógica participativa dos coletivos. Palavras-chave: pontos de memória; museologia social; metodologia.
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    Museologia Social e Pandemia : ações e interações de dois museus de base comunitária no estado do Rio de Janeiro
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Alonso, Alexandre Ramires
    Este artigo apresenta as ações de dois museus de base comunitária inseridos na Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro (REMUS-RJ) - o Museu Vivo do São Bento, no município de Duque de Caxias, e o Museu das Remoções, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro - ao longo do primeiro ano da pandemia de COVID-19, de março a dezembro de 2020, no contexto das restrições de funcionamento dos museus em todo o mundo. A análise leva em conta as reflexões a respeito das transformações conceituais e práticas do campo museal nas últimas décadas, que levaram ao desenvolvimento da Museologia Social, e observa como, frente à pandemia, esses museus atuaram para garantir a continuidade do acesso aos seus acervos. A pesquisa constituiu-se de uma análise qualitativa do conteúdo publicado nas mídias sociais e outras plataformas digitais e da realização de entrevistas com representantes dos museus estudados, observando as interações com o público nesses meios e o alcance proporcionado por essas ferramentas. Essas observações apontam para a importância desses museus como exemplos de aplicação eficaz de políticas públicas e de atuação como dispositivos inovadores, com potencial de transbordamento para o campo museal como um todo, proporcionando maior visibilidade às pautas contra-hegemônicas. Dada a singularidade do momento pandêmico, a documentação dessas experiências pode servir de base para novas análises acerca do papel social dos museus na construção de sociedades plurais e igualitárias. Palavras-chave: Brasil; COVID-19; Museus Comunitários; Sociomuseologia;
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    Interculturalidade crítica e Sociomuseologia : práticas decoloniais e suas intersecções na práxis freireana
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2023) Uchôa, Márcia Maria Rodrigues; Pasqualucci, Luciana
    A interculturalidade crítica e a sociomuseologia rompem com as hierarquias de poder e o status quo hegemônico dominador que opera nas instituições educativas formais e não formais, a partir do reconhecimento das epistemologias das culturas populares invisibilizadas e negadas, como consequência da colonialidade do poder, estrutura de dominação que desencadeia a dominação. Diante do exposto, este artigo tem como proposta discorrer acerca da interculturalidade crítica e da sociomuseologia e suas intersecções na práxis freireana. Trata-se de uma revisão de literatura ancorada nas pesquisas e discussões de Walsh (2009, 2019), Tubino (2016), Moutinho (1993, 2007, 2014), Primo (1999), Freire (1987, 1999, 2005), entre outros. Ambas se reverberam como práticas descolonizadoras do modelo eurocêntrico hegemônico, que reconhecem uma epistemologia universal em detrimento das epistemes das culturas Outras, constituem-se em novos projetos identitários de diferenciação e têm como horizonte a produção de outros modos de vida e de saber. Palavras-chave: culturas; diferenciação; práxis; decolonialidade