Desigualdade social e violência íntima no contexto da socialização de papéis de género tradicionais
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2017
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Resumo
A desigualdade social e a violência nas relações íntimas são duas problemáticas coexistentes que merecem atenção. A literatura existente sugere uma relação direta e indireta entre estes fenómenos, indicando que algumas repercussões da desigualdade poderão revelar-se fatores de risco para a violência íntima. Apesar da constatação desta associação, poucos estudos procuram perceber o que a modera e/ou intensifica. O presente estudo tem como objetivo não só evidenciar e reforçar esta ligação, como explorar o contributo da conformidade com papéis de género tradicionais. O protocolo foi constituído por medidas de desigualdade percebida, violência íntima e conformidade com papeis de género tradicionais e por uma medida projetiva de cenários hipotéticos de conflito em situações de desigualdade percebida. A amostra foi composta por 289 participantes, a maioria do sexo feminino (n = 214, 74.0%) com idades compreendidas entre os 18 e os 69 anos (M = 30.02, DP = 11.807, Mo = 18). Os resultados demonstraram que a desigualdade social e a conformidade com papéis tradicionais de género são preditores positivos da VRI, com os homens a revelar maior adesão aos mesmos. Sugeriram ainda que a interação entre o género e a perceção de ameaça ao valor próprio predizem níveis superiores de violência, com os elementos do sexo masculino a demonstrar maior adesão aos papéis tradicionais de género e a reportar maior recurso a comportamentos violentos. Assim, importa compreender que as prescrições de género tradicionais parecem ainda ter impacto na relação entre desigualdade e VRI. Estudos futuros devem continuar a explorar a relação entre estas variáveis com amostras mais representativas para a produção de resultados mais generalizáveis e conclusivos.
Social inequality and violence in intimate relationships are two coexisting problems that deserve attention. The existing literature suggests a direct and indirect relationship between these phenomena, indicating that some repercussions of inequality may be risk factors for intimate violence. Despite the finding of this association, few studies seek to understand what moderates and/or intensifies. The objective of this study is not only to highlight and reinforce this connection, but also to explore the contribution of compliance with traditional gender roles. The protocol consisted of perceived inequality measures, intimate violence and compliance with traditional gender roles, and by a projective measure of hypothetical conflict scenarios in situations of perceived inequality. The sample consisted of 289 participants, with the majority being females (n = 214, 74.0%) aged 18-69 years (M = 30.02, SD = 11807, Mo = 18). The results showed that social inequality and compliance with traditional gender roles are positive predictors of VRI, with men showing greater adherence to them. They also suggested that the interaction between gender and the perceived threat of self-worth predicted higher levels of violence, with male members showing greater adherence to traditional gender roles and reporting greater use of violent behavior. Thus, it is important to understand that traditional gender prescriptions still seem to have an impact on the relationship between inequality and VRI. Future studies should continue to explore the relationship between these variables with more representative samples for the production of more generalizable and conclusive results.
Social inequality and violence in intimate relationships are two coexisting problems that deserve attention. The existing literature suggests a direct and indirect relationship between these phenomena, indicating that some repercussions of inequality may be risk factors for intimate violence. Despite the finding of this association, few studies seek to understand what moderates and/or intensifies. The objective of this study is not only to highlight and reinforce this connection, but also to explore the contribution of compliance with traditional gender roles. The protocol consisted of perceived inequality measures, intimate violence and compliance with traditional gender roles, and by a projective measure of hypothetical conflict scenarios in situations of perceived inequality. The sample consisted of 289 participants, with the majority being females (n = 214, 74.0%) aged 18-69 years (M = 30.02, SD = 11807, Mo = 18). The results showed that social inequality and compliance with traditional gender roles are positive predictors of VRI, with men showing greater adherence to them. They also suggested that the interaction between gender and the perceived threat of self-worth predicted higher levels of violence, with male members showing greater adherence to traditional gender roles and reporting greater use of violent behavior. Thus, it is important to understand that traditional gender prescriptions still seem to have an impact on the relationship between inequality and VRI. Future studies should continue to explore the relationship between these variables with more representative samples for the production of more generalizable and conclusive results.
Descrição
Orientação: Joana Cabral
Palavras-chave
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE, PSICOLOGIA, PSICOLOGIA CLÍNICA, DESIGUALDADES SOCIAIS, IGUALDADE DE GÉNEROS, VIOLÊNCIA, RELAÇÕES DE INTIMIDADE, PSYCHOLOGY, CLINICAL PSYCHOLOGY, SOCIAL INEQUALITIES, GENDER EQUALITY, VIOLENCE, INTIMATE RELATIONSHIP