Ser mulher num mundo de homens : perceções sobre género e desigualdades na Guarda Nacional Republicana

Miniatura indisponível

Data

2022

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Resumo

As mulheres encontram-se em desvantagem em inúmeras esferas da vida, e apesar dos inúmeros esforços e estratégias, a nível nacional e internacional, para combater a desigualdade de género, os progressos são lentos. Em Portugal, a Guarda Nacional Republicana “abriu portas” às mulheres em 1994, um passo tardio, dado que outras instituições militares e de segurança pública já haviam iniciado este processo. Apesar da crescente taxa de feminização na GNR nos últimos anos, as mulheres ainda se encontram sub-representadas em todas as categorias profissionais. Neste sentido, pretendeu-se conhecer as desigualdades sentidas pelas mulheres militares na Guarda Nacional Republicana.. Esta dissertação partiu de uma metodologia qualitativa, onde foram entrevistadas 14 mulheres, entre os 22 e os 50 anos, com funções exclusivamente militares do Comando Territorial de Lisboa da GNR. Verificou-se uma tendência, dos homens militares, para lógicas de exclusão e de hostilidade ou, por oposição, de protecionismo, para com as colegas mulheres militares. Confirmou-se que as mulheres tendem a produzir estratégias de manutenção no espaço hegemonicamente masculino, tendo, por isso, a necessidade de demonstrar competência acrescida para o trabalho que é, ainda, visto pela sociedade, como um trabalho masculino. As mulheres, responsáveis pelo cuidado familiar e pela maioria do trabalho doméstico, acabam por priorizar a vida pessoal e a estabilidade familiar, quando enfrentadas com a opção de progressão de carreira ou de saída para uma missão internacional.
Women are disadvantaged in numerous spheres of life, and despite numerous national and international efforts and strategies to combat gender inequality, progress is slow. In Portugal, the National Republican Guard "opened its doors" to women in 1994, a late step, given that other military and public security institutions had already begun this process. Despitethe increasing feminization rate in the GNR in recent years, women are still under-representedin all professional categories. In this sense, the aim was to understand the inequalities felt by military women in the Republican National Guard. This dissertation was based on a qualitative methodology, where 14 women were interviewed, between the ages of 22 and 50, with exclusively military functions in the Lisbon Territorial Command of the GNR. We verified a tendency among military men towards a logic of exclusion and hostility or, on the contrary, protectionism towards female military colleagues. It was confirmed that women tend to produce maintenance strategies in the hegemonically masculine space, having, therefore, the need to demonstrate increased competence for the work that is still seen by society as masculine work. Women, responsible for family care and most of the domestic work, end up prioritizing personal life and family stability, when faced with the option of career advancement or leaving for an international assignment.

Descrição

Orientação: Nélson Ramalho

Palavras-chave

MESTRADO EM RISCOS E VIOLÊNCIA(S) NAS SOCIEDADES ATUAIS: ANÁLISE E INTERVENÇÃO SOCIAL, SERVIÇO SOCIAL, GÉNERO, IGUALDADE DE GÉNEROS, MULHERES, PESSOAL MILITAR, FORÇAS DE SEGURANÇA, SOCIAL WORK, GENDER, WOMEN, MILITARY PERSONNEL

Citação