Os preditores de saúde mental em reclusos do género masculino : o papel das estratégias de coping e da orientação positiva para a vida

Miniatura indisponível

Data

2023

Título da revista

ISSN da revista

Título do Volume

Editora

Resumo

As estratégias de coping, a par da orientação positiva para a vida (OPV), têm-se revelado como essenciais para o processo de adaptação com sucesso em vários contextos, todavia, são ainda escassos estudos no âmbito da reclusão apesar da relevância em compreender o que poderá potenciar uma melhor adaptação e ajustamento psicológico em contexto prisional. Assim sendo, esta investigação apesenta os seguintes objetivos: 1) Analisar as principais fontes de stress e as estratégias de coping mais utilizadas em reclusão; 2) Analisar as diferenças ao nível das estratégias de coping, da OPV, da saúde mental e distress psicológico em função do tempo de pena cumprido; 3) Analisar o papel da OPV e das estratégias de coping na saúde mental e no distress psicológico. Este estudo contou com a participação de 180 reclusos portugueses do género masculino, com idades compreendidas entre os 22 e os 75 anos (M = 40.36; DP = 11.12). No que concerne às fontes de stress, as relações interpessoais surgem como a maior fonte (40.2% das respostas), seguindo-se a situação de reclusão (19.1% das respostas). Relativamente às estratégias de coping, as mais utilizadas pelos reclusos foram o coping ativo, a aceitação e o planeamento. Ainda no que concerne às estratégias de coping foram encontradas diferenças significativas na sua utilização entre grupos, mais especificamente na ventilação emocional e no uso de substâncias. No que diz respeito ao bem-estar, os níveis de bem-estar emocional e psicológico estão abaixo dos valores médios para a população portuguesa, já o bem-estar social apresenta valores acima. Relativamente aos valores de distress, foram registados valores de ansiedade e depressão moderados e de stress ligeiros considerando os valores de referência. Relativamente ao bem-estar, depois de controlado o efeito da idade e do tempo de pena cumprido, a OPV, o planeamento, e o coping ativo destacaram-se como preditores significativos. Já no que concerne ao distress, após controladas as mesmas variáveis supramencionadas, a OPV, a negação, o desinvestimento comportamental, o uso de substâncias, a religião, a autoculpabilização e o humor revelaram-se como preditores significativos.
Coping strategies and positive life orientation (PLO) have been shown to be essential to successful adaptation in several other contexts. However, studies in this area are still scarce in the specific context of imprisonment, despite the relevance of understanding what may enhance a better psychological adaptation and adjustment in prison settings. Therefore, this research aims to: 1) Analyze the main sources of stress and the most used coping strategies in seclusion; 2) Analyze the differences in coping strategies, PLO, mental health, and psychological distress according to the time of seclusion; 3) Analyze the role of OPV and coping strategies in mental health and psychological distress. A total of 180 Portuguese male inmates aged 22 to 75 participated in this study (M = 40.36; SD = 11.12). Concerning sources of stress, interpersonal relationships emerge as the biggest stressor (40.2% of responses), followed by the situation of confinement (19.1% of responses). Regarding coping strategies, the most used by inmates were active coping, acceptance, and planning. The least used were substance use, behavioral divestment, and humor. Also, concerning coping strategies, significant differences were found in their use between groups, more specifically in emotional ventilation and substance use. Regarding well- being, the levels of emotional and psychological well-being are below the average values for the Portuguese population, while social well-being is above. Regarding distress values, moderate anxiety and depression and mild stress values were recorded considering the reference values. In the case of well-being, after controlling for the effect of age and time in prison, PLO, planning, and active coping stood out as significant predictors. Concerning distress, after controlling for the same variables mentioned above, PLO, denial, behavioral disinvestment, substance use, religion, self-blame, and mood stood out as significant predictors. Keywords:

Descrição

Orientação: Maria José Ferreira

Palavras-chave

MESTRADO EM PSICOLOGIA, PSICOLOGIA, PSYCHOLOGY, COPING, ESTRATÉGIAS DE COPING, COPING STRATEGIES, SAÚDE MENTAL, MENTAL HEALTH, RECLUSÃO, PRISON, EMOÇÕES POSITIVAS, POSITIVE EMOTIONS, POSITIVIDADE, POSITIVITY

Citação