Riscos e funcionamento psicológico na idade adulta: o papel mediador das experiências de vitimação

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2018

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Resumo

O impacto das experiências de vitimação e de acontecimentos de vida adversos tem sido alvo de interesse científico crescente. Apesar disso, os estudos têm-se focado nas consequências psicopatológicas na vida adulta decorrentes de adversidade experienciada na infância, subsistindo também uma vasta diversidade concetual na literatura da especialidade. De facto, escasseiam trabalhos que explorem a relação entre acontecimentos de vida adversos e experiências de vitimação na vida adulta, considerando o mesmo período temporal e integrando também as dimensões de bem-estar. Consequentemente, a investigação tem negligenciando o impacto nos sujeitos que experienciam acontecimentos adversos e violência. Assim, o presente estudo teve como principal objetivo testar o papel mediador de experiências de vitimação na predição do funcionamento psicológico, tendo como variável antecedente a experiência de adversidade durante o último ano. A amostra foi constituída 383 participantes, com idades compreendias entre os 18 e os 64 anos. O protocolo incluiu um questionário sociodemográfico, um questionário de experiências de vitimação (QEVIA), uma medida de sintomatologia psicopatológica (BSI) e uma escala de bem-estar psicológico (EBEP). Os resultados demonstram que a violência, em particular, a psicológica, exerce um papel mediador significativo entre a adversidade e o funcionamento psicológico, quer ao nível da sintomatologia (ansiosa e depressiva), quer do bem-estar (Aceitação de Si, Domínio do Meio e Relações Positivas). Este estudo encerra um conjunto de mais-valias em relação à investigação prévia neste domínio, especificamente, experiências adversas e de vitimação vivenciadas na adultez, considerando o mesmo período temporal e integrando também as subdimensões do bem-estar psicológico.
The impact of victimization experiences and stressful life events has been a subject of increasing in scientific research. Nevertheless, the studies focus on psychopathological consequences on adulthood of adversity experienced on childhood, existing also a conceptual diversity present in the literature about this phenomenon. In fact, there is a scarce of evidence exploring the relationship between adverse life events and victimization experience in adulthood, considering the same period of time and inserting the well-being dimensions also. Consequently, scientific research neglected the impact on subjects who experienced adversity and violence. Therefore, the main objective of this study was to test the mediation power of victimization experience on the prediction of psychological function, considering the experience of adversity in the past year as a prior variable. The sample consisted of 383 participants, aged 18-67. The protocol included one sociodemographic questionnaire, a victimization experience questionnaire (QEVIA), a measure of psychopathological symptoms (BSI) and psychological well-being scale (EBEP). The results showed that the psychological violence in particular has significant mediation power between adversity and psychological function, both in terms of symptomatology (anxious and depressive) and well-being (Self-acceptance, Environmental mastery and Positive relations with others). This study contains a set of added value in relation to previous research in this field, specifically, adverse experiences and victimization experienced in adulthood, considering the same time period and also integrating the subdimensions of psychological well-being.

Descrição

Orientação: Célia Isabel Lima Ferreira

Palavras-chave

MESTRADO EM PSICOLOGIA DA JUSTIÇA, PSICOLOGIA, VITIMAÇÃO, BEM-ESTAR PSICOLÓGICO, PSICOPATOLOGIA, SINTOMATOLOGIA, PSYCHOLOGY, VICTIMISATION, PSYCHOLOGICAL WELL-BEING, PSYCHOPATHOLOGY, SYMPTOMATOLOGY

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