Impacto da discriminação e da desigualdade na saúde mental : o papel da incerteza e vergonha

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2021

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Resumo

O presente estudo tem como objetivo compreender de que forma o impacto das experiências de discriminação e desigualdade influenciam a saúde mental. O impacto será analisado ao nível do funcionamento psicológico, numa perspetiva compreensiva, incluindo medidas de bem-estar psicológico, ansiedade, depressão, vergonha interna e incerteza. Método: A amostra incluiu 144 participantes, 62 (43.1%) do género feminino, 35 (24.3%) do género masculino, 2 (1.4%) transgéneros e 1 (0.7%) não binário, com idades compreendidas entre os 18 e os 69 anos (M = 33.7, DP = 11.0). Como instrumentos foram usados: Questionário Sociodemográfico; Inventário de Desigualdade Percebida (IDP); Inventário de Experiência de Discriminação (IED); Escala de Bem-Estar Psicológico (EBEP); Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI); EIP e a Escala de Vergonha Interna (ISS). Resultado: Níveis elevados de desigualdade e discriminação encontram-se associados a níveis inferiores de bem-estar e a níveis superiores de ansiedade, depressão, vergonha e incerteza. Verificou-se ainda que a desigualdade prediz depressão, ansiedade e bem-estar, constatando-se também uma mediação por parte da variável vergonha interna. Por sua vez, a discriminação não prediz ansiedade, depressão e bem-estar, no entanto estas variáveis relacionam-se na presença da variável mediadora - vergonha interna. Conclusões: No que concerne às implicações para a intervenção, salienta-se a importância de considerar intervenções que permitam aos indivíduos fortalecerem a sua identidade cultural, ou seja, trabalhar ao nível da coesão do grupo, promovendo não só o sentimento de pertença, bem como o suporte social.
This study aims to understand how the impact of experiences of discrimination and inequality influence mental health. The impact will be analyzed in terms of psychological functioning, in a comprehensive perspective, including measures of psychological well being, anxiety, depression, internal shame and uncertainty. Method: The sample included 144 participants, 62 (43.1%) female, 35 (24.3%) male, 2 (1.4%) transgender and 1 (0.7%) non-binary, aged between 18 and 69 years (M = 33.7, SD = 11.0). As instruments were used: Sociodemographic Questionnaire; Perceived Inequality Inventory (IDP); Discrimination Experience Inventory (IED); Psychological Well-Being Scale (EBEP); Inventory of Psychopathological Symptoms (BSI); EIP and the Internal Shame Scale (ISS). Result: High levels of inequality and discrimination are associated with lower levels of well-being and higher levels of anxiety, depression, shame and uncertainty. It was also found that inequality predicts depression, anxiety and well-being, and there is also mediation on the part of the internal shame variable. In turn, discrimination does not predict anxiety, depression, and well-being, however these variables are related in the presence of the mediator variable - internal shame. Conclusions: Regarding the implications for the intervention, the importance of considering interventions that allow individuals to strengthen their cultural identity is emphasized, that is, working at the level of group cohesion, promoting not only the feeling of belonging, but also social support.

Descrição

Orientação: Joana Maria Barreto Ramos de Almeida Cabral

Palavras-chave

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE, PSICOLOGIA, BEM-ESTAR, DEPRESSÃO, ANSIEDADE, VERGONHA, PSYCHOLOGY, WELL-BEING, DEPRESSION, ANXIETY, SHAME

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