Avaliação da utilidade da tomografia computorizada na morfometria dentária de canis lupus familiaris

dc.contributor.advisorPires, Ana Elisabete, orient.
dc.contributor.authorCorreia, Joana Cristina Belo
dc.date.accessioned2018-03-14T18:56:53Z
dc.date.available2018-03-14T18:56:53Z
dc.date.issued2017
dc.descriptionOrientação: Ana Elisabete Pirespt
dc.description.abstractO estudo da dentição apresenta uma grande importância do ponto de vista arqueológico, para identificação das espécies. Os dentes constituem uma evidência para a identificação, dado os tecidos dentários manterem-se preservados durante um longo período de tempo após a degradação dos tecidos moles. Os dentes apresentam vantagens relativamente ao esqueleto, visto que são altamente resistentes ao traumatismo mecânico e químico, e são também menos afetados por fatores hormonais e nutricionais. Este estudo visou avaliar a utilidade da tomografia computorizada (TC) para recolha de dados de morfometria dentária na elaboração de uma base de dados de referência para a espécie Canis lupus familiaris. Neste estudo piloto, recorreu-se a uma coleção de 14 maxilas e cinco mandíbulas de exemplares de cães atuais, pertencentes ao Laboratório de Anatomia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa, Portugal). Nestas peças anatómicas, foram avaliados 17 dentes caninos maxilares, cinco caninos mandibulares e 24 quartos pré-molares maxilares, perfazendo um total de 46 dentes. A análise morfométrica padrão de cada peça dentária consistiu na medição manual com recurso a um paquímetro digital (Fischer Darex®, França), do comprimento mesiodistal (MD) e vestíbulopalatino (VP) de cada dente por dois observadores distintos. As medidas foram repetidas 4 a 6 vezes de forma independente, em dois dias distintos. O método alternativo consistiu na análise de imagens de tomografia computorizada adquiridas com um equipamento helicoidal de dois cortes (BRIVO CT325, GE Medical Systems, EUA) das mesmas peças dentárias, com recurso ao programa informático de processamento de imagens DICOM (Horos 64-bit). Neste caso as medidas foram recolhidas por um só observador e repetidas 5 vezes de forma independente em dois dias distintos. Em ambos os métodos as medições revelaram assim um excelente nível de repetibilidade e reprodutibilidade: nas medições efetuadas com paquímetro verificou-se um erro técnico de medição intraobservador (dois observadores) entre 0,63% e 3,29% e interobservador entre 0,72% e 2,98%, ambos dentro do nível aceitável (<5%). No caso da TC, obteve-se um erro intraobservador (um observador) entre 0,35% e 2,44% (<5%). As médias das medições obtidas por paquímetro e tomografia para o MD do quarto prémolar maxilar, foram respetivamente 𝑥̅=16,59 mm e 𝑥̅=16,64 mm, e 𝑥̅=6,70 mm e 𝑥̅=6,62 mm para o VP do mesmo dente. Para o dente canino as médias das medições obtidas por paquímetro e tomografia foram respetivamente, 𝑥̅=9,29 mm e 𝑥̅=9,19 mm, para o MD do canino, e 𝑥̅=5,83 mm e 𝑥̅=5,82 mm para o VP do canino, verificando-se uma grande semelhança entre os valores. Foram aplicadas diversas abordagens para avaliar a concordância entre os dois métodos – método padrão (paquímetro) e o alternativo (TC). O teste estatístico não-paramétrico de Wilcoxon demonstrou diferenças estatisticamente significativas entre as duas técnicas para o MD (p<0,01) e VP (p<0,05) do dente quarto pré-molar maxilar. Relativamente a cada medida, o desvio mínimo observado entre técnicas foi 0,00 mm e o máximo foi 0,93 mm. Para as quatro medidas avaliadas, o teste de Spearman mostrou haver uma correlação significativa (p<0,01) entre as duas técnicas de medição. Obtiveram-se ainda coeficientes de fiabilidade superiores a 0,95. Relativamente ao método Bland-Altman, apenas as medições do MD do quarto prémolar maxilar e do canino, cumpriam os requisitos de aplicação do teste, e somente para o MD do canino não se verificam diferenças nas medições recolhidas entre as duas técnicas de medição. Apesar destes resultados, a diferença máxima encontrada entre as duas técnicas foi de -0,208 mm para o MD do quarto pré-molar maxilar, 0,862 mm para o VP do mesmo dente, 0,933 mm para o MD do dente canino, e 0,547 mm para o VP. Estes desvios ao nível das décimas de milímetro não comprometem a aferição das medidas de cada dente. Este estudo permitiu concluir que a tomografia computorizada fornece medidas odontométricas fiáveis, podendo contribuir para a construção de uma vasta base de dados de morfometria dentária de referência para a espécie Canis lupus familiaris, recorrendo à análise de exames tomográficos de vários indivíduos de raças diferentes arquivados em centros médico veterinários.pt
dc.description.abstractThe study of animal dentition is of the utmost importance when it comes to an archeological point of view, to identify species. Teeth represent hard evidence for the identification given that dental tissues remain preserved for a long period after the degradation of the soft tissues. Teeth also have some advantages when compared to the skeleton because they of their higher resistant to mechanical and chemical traumatisms, and lower vulnerability to hormonal e nutritional factors. This study aimed to evaluate the utility of computed tomography (CT) to retrieve data of dental morphometry in order to create a database of reference for the species Canis lupus familiaris. In this pilot study, the sample included 14 jaws and five mandibles of dog’s skulls from the Anatomy Laboratory of the Veterinary Medicine College of University Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisbon, Portugal). In these anatomical components, 22 canines and 24 maxillary fourth premolars were evaluated, adding to a total of 46 teeth. The gold standard of morphological analyses of each dental piece consisted on the manual measurement with a digital caliper (Fischer Darex®, France), of the mesiodistal length (MD) and vestibular palatine length of each tooth by two different observers. The measurements were repeated 4-6 times independently, in two different days. The alternative method consisted in analyzing images of computed tomography (BRIVO CT325, GE Medical Systems, USA) of the same dental pieces, with an image processing software (64-bit DICOM, Horos). In this case de measurements were performed independently 5 times, in two different days. In both these methods, the measurements revealed an excellent level of repeatability and reproducibility: in the measurements made with the caliper the intraobserver technical error of measurement (two observers) was between 0.63% and 3.29% and interobserver between 0.72% and 2.98%, both between acceptable levels (<5%). When referring to tomography the intraobserver error (one observer) was between 0.35% and 2.44 % (<5%). The averages of the obtained measurements for the MD of maxillary fourth premolar using caliper and tomography, were respectively, 𝑥̅=16.59 mm and 𝑥̅=16.64 mm, and 𝑥̅=6.70 mm and 𝑥̅=6.62 mm for the VP. For the canine tooth the averages of the measurements obtained through digital caliper and tomography were respectively, 𝑥̅=9.29 mm and 𝑥̅=9.19 mm for the MD and 𝑥̅=5.83 mm and 𝑥̅=5.82 mm for the VP, verifying a convergence in the measured values. Several approaches were implemented to evaluate the convergence between the two technics – the gold standard and the alternative method. The non-parametric statistic Wilcoxon test showed differences statistically significant between the two techniques for the MD (p<0.01) and VP (p<0.05) of the maxillary fourth premolar. The minimum deviation observed between techniques was 0.00 mm and the maximum 0.93 mm. In the four evaluated measurements, Spearman’s test showed a significant correlation (p<0.01) between the two measurements techniques. Reliability coefficients superior to 0.95 were obtained. Regarding the Bland-Altman method, only the measurements of MD of fourth maxillary premolar and canine fulfilled the requirements of this analysis, and only for the MD of the canine there were no differences in the measurements by the two techniques. Despite these results, the maximum difference detected between the two methods was -0.208 mm for the MD of the fourth maxillary premolar and 0.862 mm for the VP. For the MD of the canine it was 0.933 mm and 0.547 mm for the VP. These deviations at tenths of millimeter do not compromise the measurement in each tooth. This study allowed us to conclude that computed tomography provides reliable orthodontia measurements, which means it can contribute to building a wide database of dentary morphometry of reference for the specie Canis lupus familiaris, using tomographic exams of several animals from different breeds, archived in veterinary centers.en
dc.formatapplication/pdf
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10437/8648
dc.language.isoporpt
dc.rightsopenAccess
dc.subjectMESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIApt
dc.subjectVETERINÁRIApt
dc.subjectMEDICINA VETERINÁRIApt
dc.subjectCANÍDEOSpt
dc.subjectCÃESpt
dc.subjectMORFOMETRIApt
dc.subjectDENTESpt
dc.subjectTOMOGRAFIASpt
dc.subjectVETERINARY MEDICINEen
dc.subjectCANIDSen
dc.subjectDOGSen
dc.subjectMORPHOMETRYen
dc.subjectTEETHen
dc.subjectTOMOGRAPHIESen
dc.subjectPAQUIMETRIApt
dc.subjectCORNEAL PACHYMETRYen
dc.subjectARQUEOZOOLOGIApt
dc.subjectZOOARCHAEOLOGYen
dc.titleAvaliação da utilidade da tomografia computorizada na morfometria dentária de canis lupus familiarispt
dc.typemasterThesispt

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