Mestrado Integrado em Medicina Veterinária
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Item Otite externa em cães : apresentação de seis casos clínicos(2024) Santos, Rafaela Gonçalves Agrela Palma; Faculdade de Medicina Veterinária; Cotovio, Mário Pedro GonçalvesA otite externa é uma doença do foro dermatológico de extrema importância na prática clínica em animais de companhia, sendo mais frequente em cães. Com este fator em mente, procedeu-se à elaboração do presente relatório de estágio que teve como objetivo o desenvolvimento do tema otites externas em cães, através da análise de seis casos clínicos, observados durante o estágio final de curso elaborado no Hospital Veterinário Sul do Tejo. Esta doença é caracterizada pela inflamação da orelha. O tratamento adequado está dependente tanto da identificação prévia das causas primárias e secundárias, como dos fatores predisponentes e perpetuantes. Tendo em conta a incidência desta doença na prática clínica, é importante a identificação dos agentes patogénicos presentes na mesma, sendo que a levedura Malassezia spp é um dos agentes mais observados nas citologias auriculares em animais com e sem OE. A raça está diretamente correlacionada com a conformação das orelhas, sendo que raças com orelhas pendulares são mais predispostas a esta lesão. Esta conformação estava presente em cinco dos seis casos descritos, sendo este um dos fatores que, apesar de não causarem diretamente a patologia, condicionam a sua incidência. A resolução da otite externa depende da participação ativa dos tutores. Para o sucesso clínico, é fundamental a consciencialização sobre o impacto da otite na vida dos seus animais, assim como a necessidade da correta administração e duração da terapêutica prescrita. Palavras-chave: Citologia auricular; Malassezia spp.; Otite externa; Prurido; TutoresItem Recrutamento muscular em equinos de saltos de obstáculos treinados por 10 semanas na passadeira aquática(2024) Santos, Carolina Taleigo dos; Faculdade de Medicina Veterinária; COELHO, CLARISSE SIMÕES; Nascimento, Carolina da SilvaO presente estudo investigou o recrutamento muscular em equinos de saltos de obstáculos submetidos a um treino complementar na passadeira aquática. Seis equinos, em nível moderado de competição, e clinicamente aptos foram avaliados antes (PRETR) e 10 semanas após (TR) a implementação de um protocolo de treino na passadeira aquática (duas vezes por semana, 20 minutos, água ao nível do carpo), além de atividades físicas regulares, respeitando os limites individuais de cada animal. Em ambos os momentos, os animais foram sujeitos a termografia dos músculos braquiocefálico, semitendinoso e semimembranoso, medição da gordura da garupa por ecografia, e testes de campo de saltos de obstáculos para análise de creatina quinase (CK) e aspartato aminotransferase (AST). Adicionalmente, colheitas sanguíneas foram realizadas durante as semanas 2, 4, 6 e 8 do treino na passadeira aquática para avaliação de CK. Os dados foram analisados pela ANOVA, teste de Tukey e teste-t, considerando p?0,05. Os resultados demonstraram aumento significativo de temperatura na termografia dos músculos estudados e ativação de AST e CK após as 10 semanas de treino. Além disso, a CK aumentou significativamente de forma progressiva a cada duas semanas, verificou-se também ganho de massa magra muscular. Tais resultados sugerem que o treino proposto promoveu o recrutamento muscular e contribuiu, de forma significativa, para a melhoria da aptidão desportiva dos equinos em provas de saltos de obstáculos. Palavras-chave: performance, treino, passadeira aquática, CK, termografia muscularItem Avaliação do risco de enterobacterales produtoras de esbls/pampc fecais para o desenvolvimento de infeção do local cirúrgico em animais de companhia submetidos a cirurgia ortopédica limpa(2024) Chambino, Inês dos Santos; Faculdade de Medicina Veterinária; Martins, João Manuel Cardoso; BELAS, ADRIANA DE JESUS INACIOA infeção do local cirúrgico (ILC) é uma complicação cirúrgica grave que afeta o sucesso cirúrgico, a saúde e o bem-estar do paciente. As ?-lactamases de largo espectro (ESBLs) e AmpC mediadas por plasmídeo (pAmpC) representam uma ameaça à saúde animal, humana e ambiental sendo consideradas um risco para a saúde pública. O objetivo deste estudo foi identificar a presença de Enterobacterales produtoras de ESBLs/pAmpC em amostras fecais de animais de companhia submetidos a cirurgia ortopédica limpa e perceber se representam um fator de risco para o desenvolvimento de ILC. Desde fevereiro a junho de 2023, foram recolhidas 64 zaragatoas fecais de animais de companhia (cães e gatos) submetidos a cirurgia ortopédica limpa em três hospitais veterinários da região de Lisboa. As amostras foram inoculadas em Macconkey agar suplementadas com 1,5 µg/mL de cefotaxima e 1,0 µg/mL de meropenem. As espécies de bactérias e genes de resistência foram identificadas através da reação em cadeia de polimerase (PCR). O teste de suscetibilidade de antimicrobianos foi realizado e interpretado segundo as diretrizes do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Neste estudo 20,3% (13/64) dos animais de companhia encontravam-se colonizados com Enterobacterales produtoras de ESBLs e/ou pAmpC. Cerca de 84,6% (11/13) foram identificados como Escherichia coli. Os isolados de E. coli resistentes a cefalosporinas de terceira geração (C3G) pertenceram predominantemente ao grupo filogenético B1 (54,5%, 6/11) e 18,2% (2/11) foram também resistentes ao grupo dos carbapenemos. As Enterobacterales isoladas além da resistência ao grupo dos ?-lactâmicos apresentaram resistências a outras classes de antibióticos, conferindo um perfil multirresistente (MDR) em 46,1% (6/13) dos casos. Os genes mais prevalentes foram o blaTEM-1 e blaCTX-M-15. Para além do referido foi identificado o gene blaOXA-244tipo em dois isolados de E. coli. Nenhum dos animais que participaram neste estudo evidenciou sinais compatíveis com ILC. Apesar dos resultados negativos, este estudo demonstra a importância dos animais de companhia como reservatórios para a disseminação de estirpes de bactérias resistentes ou multirresistentes para outros animais, humanos ou ambiente, constituindo uma ameaça para a biossegurança e saúde pública. Palavras-chave: Infeção do local cirúrgico, cirurgia ortopédica limpa, ESBLs/pAmpC, biossegurança, animais de companhia.Item Enquadramento clínico da pericardiectomia toracoscópica no maneio de tamponamento cardíaco com origem em neoformações cardíacas em cães : série de 3 casos clínicos(2024) Seguro, Rúben Joel Proença; Faculdade de Medicina Veterinária; Lobo, Luís Pedro Rodrigues de LimaA efusão pericárdica define-se como o acúmulo anormal de líquido no espaço pericárdico, o que poderá resultar em tamponamento cardíaco comprometendo o normal funcionamento cardíaco. A efusão pericárdica em cães frequentemente é idiopática ou secundária a neoplasias, sendo o hemangiossarcoma a neoplasia mais comum. A ecocardiografia é altamente sensível para a deteção de derrames pericárdicos e massas cardíacas, sendo assim o exame de diagnóstico de eleição. Enquanto a histopatologia fornece definitivamente o tipo de tumor, a localização ecocardiográfica das massas fornecem a sua classificação mais provável. A pericardiocentese é um procedimento de primeira abordagem e é indicado para tratamento imediato do tamponamento cardíaco. A abordagem cirúrgica mais frequente é a pericardiectomia, prevenindo a recidiva de tamponamento cardíaco. As técnicas minimamente invasivas são consideradas rápidas, de fácil realização e sem complicações pós-operatórias significativas. A presente dissertação relata o tratamento cirúrgico desta patologia em cães, através de pericardiectomia toracoscópica, incidindo sobre 3 casos clínicos que foram acompanhados durante o estágio curricular no Anicura Atlântico Hospital Veterinário, em Mafra. Palavras-chave: efusão pericárdica, tamponamento cardíaco, neoplasia, hemangiossarcoma, pericardiocentese, toracoscopia, pericardiectomiaItem Comparision of two different analgesic drugs for elective procedures in coatis (Nasua nasua)(2024) Costa, Laura Inês Mendes Nunes da; Faculdade de Medicina Veterinária; Campos, Sónia Patrícia Seabra; PATRÍCIO, RUI FILIPE GALINHOA elaboração de protocolos anestésicos apropriados é essencial para o bem-estar de animais selvagens durante um determinado procedimento, assim como para a segurança de todos os intervenientes. Existem dados limitados sobre anestesia em quatis. Este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia do butorfanol e da metadona como fármacos analgésicos durante orquiectomia e ovariohisterectomia em quatis. Três machos e quatro fêmeas (Nasua nasua) com idades entre 1 a 3 anos, foram divididos aleatoriamente em dois grupos (G1, G2) e pré-medicados por via intramuscular com: 0,5 mg/kg de midazolam, 5 mg/kg de ketamina, 0,3 mg/kg de metadona e alfaxalona ad affectum (G1) ou 0,5 mg/kg de midazolam, 5 mg/kg de ketamina, 0,3 mg/kg de butorfanol e alfaxalona ad affectum (G2). Após a instrumentação, os animais foram induzidos com alfaxalona ad affectum para permitir a intubação endotraqueal. A anestesia foi mantida com 1% de isoflurano em oxigénio. Parâmetros clínicos, incluindo frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial média (PAM), saturação de oxigénio (SpO2) e dióxido de carbono ao final da expiração (EtCO2) foram recolhidos em pontos de tempo específicos (T0: valor basal, T1: colocação pinças cirúrgicas, T2: incisão da pele, T3: túnicas/incisão abdominal, T4: primeiro pedículo/incisão do testículo, T5: segundo pedículo/testículo, T6: sutura subcutânea, T7: sutura da pele). Os tempos perianestésicos também foram registados e incluem: tempo desde a pré-medicação até à perda do reflexo de postura (P1), tempo de indução e intubação (P2), tempo de cirurgia (P3), tempo total de anestesia (P4), tempo de extubação (P5) e tempo de recuperação (P6). Foi realizada uma análise distributiva dos dados através do cálculo da média e desvio padrão. O tempo necessário para a sedação foi menor no Grupo 2 (15,33±1,24 minutos) em comparação ao Grupo 1 (19,75±0,82 minutos). Não foram necessários resgates analgésicos durante a cirurgia. Nas dosagens utilizadas, ambos os fármacos demonstraram eficácia analgésica intraoperatória, o que apoia a sua inclusão nos protocolos anestésicos para procedimentos eletivos em quatis. No entanto, devido ao pequeno tamanho da amostra, os resultados devem ser interpretados com cautela. Palavras-chave: Anestesia, Quatis, Metadona, Butorfanol, CirurgiaItem Será um treino de 6 semanas eficiente no aprimoramento de índices de metabolismo energético em jovens Lusitanos na disciplina de dressage?(2024) Vintém, Carolina Maria Bandarra Limpo; Faculdade de Medicina Veterinária; COELHO, CLARISSE SIMÕESO presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de um programa de treino no gasto energético (GE), custo de transporte (COT) e poder metabólico (Pmet) de jovens cavalos Puro Sangue Lusitano, utilizados na disciplina de dressage. Para tal, 9 equinos machos, ~4 anos, foram avaliados antes (M1) e após seis semanas (M2) de um programa de treino que incluía 40- 80 min de exercícios preparatórios de dressage, 6x/semana, ajustados individualmente. Em M1 e M2, os animais foram examinados em teste de campo de dressage (TCD), quando foram registadas frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR), temperatura corporal (TC) e lactato sanguíneo. Nos TCD, os cavalos utilizaram monitor cardíaco (Polar H10) para cálculo utilizando as fórmulas: GE (J/kg/min) = 0,0566 x FC1,9955, COT = (FC-35)/kg/m x103 e Pmet (batimentos/min/kg) = (FC ? 35)/min/kg. Os dados foram analisados com nível de significância de 5%. O treino levou a redução significativa de GE (799,9 vs. 682,8 J/min; p=0,037) e COT (0,73 vs. 0,59 bpm/kg/m.103 ; p=0,042), sem alterar Pmet. Ainda, observou-se aumento significativo na velocidade máxima (5,81 vs. 7,36 m/s; p=0,013). Foi possível concluir que o treino proposto levou a maior eficiência dos custos de locomoção, com menores valores de GE e COT. Palavras-chave: custo de transporte, energia, poder metabólico, exercício.Item Impacto de um protocolo de treino com guia mecânica de 7 semanas sobre biomarcadores de aptidão física em cavalos de salto de obstáculos(2024) Costa, Catarina Cardoso; Faculdade de Medicina Veterinária; COELHO, CLARISSE SIMÕESOs programas de treino devem melhorar o condicionamento físico dos cavalos de desporto e, ao mesmo tempo, preservar o seu bem-estar. As guias mecânicas são amplamente utilizadas no maneio e no treino, pois permitem que vários cavalos sejam exercitados simultaneamente de forma controlada. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a eficácia de um programa de treino de sete semanas, com recurso a uma guia mecânica para cavalos de salto de obstáculos. Deste modo, quatro cavalos treinados, com ~14 anos de idade, ~582,3 kg, foram avaliados antes e depois de um protocolo de treino que incluía o uso da guia mecânica (durante 1h, duas vezes/semana, em velocidades semanais crescentes, começando em 1,7 km/h em S1 e terminando em 7 km/h em S7) e uma determinada sequência pré-estabelecida de exercícios durante 7 semanas. Foi considerado que os animais observados constituíam o seu próprio grupo de controlo, uma vez que já realizavam estes exercícios há mais de 6 meses. Em ambas as ocasiões os animais foram avaliados através de testes a campo de salto de obstáculos, nos tempos antes e logo após a atividade física, com 30 min e 240 min de recuperação, quando foram registadas frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal, contagem total de células sanguíneas, lactato e glicose sanguínea, proteínas séricas, albumina, AST e CK. Durante o exercício os animais utilizaram um monitor de FC (Polar H10). Os dados foram analisados pelos testes Tukey e teste-t de Student (p<0,05). Valores mais elevados de CHCM e valores mais baixos de VCM, cortisol, contagem total de leucócitos e contagem de neutrófilos foram observados após o período de treino. Apesar do número limitado de cavalos, o protocolo proposto manteve o condicionamento físico pré-existente e possivelmente melhorou o bem-estar psicológico, uma vez que os níveis de cortisol desceram após o treino. Palavras-chave: equino, guia mecânica, performance, salto de obstáculos, cortisolItem Peritonite em cães : descrição de 6 casos clínicos(2024) Tavares, Miguel Perestrelo; Faculdade de Medicina Veterinária; SOUZA, VINICIUS RICARDO CUNA DEA peritonite biliar é normalmente originada pelo extravasamento de bílis na cavidade peritoneal que geralmente é causado por uma rutura da vesícula biliar ou dos ductos biliares, colecistite, trauma abdominal ou neoplasias. Os sinais clínicos destas enfermidades são bastante inespecíficos como febre, dor abdominal e prostração. O diagnóstico é geralmente realizado a partir do exame físico, com ajuda de análises laboratoriais e confirmado através de imagiologia (geralmente ecografia) e colheita e análise do líquido peritoneal. O tratamento é multimodal, começando pela estabilização dos parâmetros vitais do paciente, passando para a resolução cirúrgica e lavagem peritoneal e maneio e cuidados pós-cirúrgicos. As duas apresentações de peritonite são consideradas urgências médicas que requerem o rápido diagnóstico e uma intervenção médica agressiva para que as chances de resolução e recuperação total sejam as mais elevadas possíveis. O prognóstico destas varia em função da gravidade da etiologia primária, da rapidez de tratamento e da eficácia do mesmo, sendo que o maneio e cuidados pós-cirúrgicos são fundamentais para que haja uma recuperação estável e linear do animal. Nesta tese são descritos ainda 6 casos clínicos de peritonites sépticas e biliares de forma detalhada com o objetivo de aprofundar o conhecimento acerca destas enfermidades, assim como de acompanhar ao detalhe as experiências hospitalares quando um animal com estas alterações surge em ambiente de hospital veterinário. Palavres-chave: canídeo, peritoneu, contaminação bacteriana, cavidade abdominal, laparotomia exploratória, sépsis, fuga de bílisItem Avaliação do rácio proteína c-reativa/albumina como preditor de mortalidade em emergências gastrointestinais na espécie canina(2024) Dinis, Rita Costa; Faculdade de Medicina Veterinária; Martins, João Manuel CardosoAs emergências gastrointestinais são comuns em medicina veterinária, mas os biomarcadores prognósticos validados para a mortalidade a curto prazo nestas patologias continuam limitados. Este estudo teve como objetivo avaliar o valor preditivo do rácio proteína C-reativa (PCR)/albumina (ALB) como um preditor de prognóstico em cães com emergências gastrointestinais, médicas ou cirúrgicas. Também se procurou avaliar o valor preditivo da PCR e ALB individualmente. Neste estudo foram incluídos os dados de 26 cães admitidos em três centros de atendimento médico veterinários com emergências gastrointestinais, médicas ou cirúrgicas. No total foram recolhidas e analisadas 26 amostras de sangue na admissão e 26 antes do desfecho clínico, perfazendo um total de 52 amostras de sangue. Na análise estatística, foram comparadas as diferenças e correlações observadas entre os valores da PCR, ALB, e do rácio PCR/ALB entre o grupo de animais que receberam alta e o grupo de animais que morreram, através do teste t Student ou teste de Mann-Whitney e teste de correlação de Pearson ou de Spearman, conforme apropriado. A capacidade preditiva destes biomarcadores para a mortalidade foi também avaliada através da uma análise ROC e da regressão logística binária. A PCR e o rácio PCR/ALB apresentaram valores significativamente mais elevados nos cães que morreram, enquanto a ALB isoladamente não apresentou o mesmo padrão. A PCR e o rácio PCR/ALB apresentaram uma boa correlação. Na análise ROC, a PCR e o rácio PCR/ALB mostraram uma forte capacidade preditiva de morte neste tipo de pacientes. Em contraste, a ALB isoladamente não foi preditiva de mortalidade. Estes resultados foram confirmados na análise de regressão logística binária, na qual a PCR e o rácio PCR/ALB também mostraram estar associados ao aumento da probabilidade de morte. Este estudo demonstrou que tanto o rácio PCR/ALB como a PCR são preditores eficazes de mortalidade em cães com emergências gastrointestinais. Adicionalmente, foi demonstrado que valores de PCR superiores a 5,76 mg/dl e um rácio PCR/ALB superior a 3, são valores de corte associados a um aumento do risco de morte neste tipo de emergências. Palavras-chave: cães, proteína C reativa, albumina, rácio proteína C reativa/albumina, emergências gastrointestinais, mortalidadeItem Prevalência de endometrite em cadelas clinicamente saudáveis(2024) Palha, Gonçalo Silva Garcez; Faculdade de Medicina Veterinária; Serafim, Michelle Karen Brasil; BELAS, ADRIANA DE JESUS INACIO; Borges, Paulo Alexandre PaulosA endometrite é reconhecida como uma das principais causas de infertilidade na clínica de grandes animais. Em cadelas, parece ser desencadeada por um atraso na clearance uterina após a inseminação ou por infeções uterinas ascendentes durante o proestro e estro. Apesar de ser uma doença uterina prevalente, a informação disponível nesta espécie é, ainda, limitada. Com o presente estudo, pretendeu-se determinar a prevalência de endometrite em cadelas clinicamente saudáveis, comparar os resultados obtidos por citologia e histopatologia do endométrio e avaliar a frequência e caracterização fenotípica da microbiota uterina. Para tal, foram incluídas 21 cadelas sem presença de tumor uterino nem conteúdo intrauterino (piómetra, mucómetra, hidrómetra e hematómetra), submetidas a ovariectomia (n=17) ou ovariohisterectomia (n=4). A fase do ciclo éstrico foi determinada com recurso à data do último cio, ao intervalo entre cios, à citologia vaginal e à concentração sérica de progesterona. Por via transcervical, foram colhidas amostras para bacteriologia e citologia através de lavagem uterina, seguida de biópsias uterinas para bacteriologia e histopatologia. Nos isolados bacterianos obtidos foi realizada a suscetibilidade a antibióticos pelo método de difusão de disco e interpretada de acordo com os critérios Clinical and Laboratory Standards Institute. A população em estudo apresentava-se em anestro (n=5) e em proestro (n=16). Numa cadela não foi possível cateterizar o cérvix para a colheita das amostras. Em 65% (n=13) das biópsias uterinas foi identificado tecido endometrial sem infiltrado celular inflamatório. A citologia apresentou resultados indicativos de endometrite em 35% cadelas (n=7). Adicionalmente, 65% (n=13) das cadelas estiveram associadas a crescimento de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, das quais, quatro eram multirresistentes. Os resultados histopatológicos sugerem que a endometrite não está presente em cadelas clinicamente saudáveis. Os resultados da citologia do fluido de lavagem uterina não foram concordantes com os de histopatologia. Estes últimos apresentaram limitações associadas à técnica de colheita por via transcervical, que parece não ser a mais adequada para o diagnóstico de endometrite em cadelas sem história de infertilidade. Uma vez que a maioria das cadelas (85%) não foi previamente inseminada, é possível que a endometrite em cadelas possa ser desencadeada pela cópula ou inseminação artificial. A cultura bacteriológica forneceu dados sobre a microbiota do endométrio, incluindo a presença de bactérias multirresistentes em cadelas sem história de antibioterapia. Palavras-chave: endometrite; cadelas; lavagem uterina; microbiota; bactérias multirresistentesItem Farmacovigilância veterinária : subnotificação de eventos adversos no sistema português(2024) Gonçalves, André Filipe Martins; Faculdade de Medicina Veterinária; Ponte, Maria Helena Silvares Teodora da; Seixas, Alexandra Arminda de OliveiraDesde a sua criação, em 1963, a farmacovigilância para medicamentos veterinários tem sido alvo de constantes melhorias. A implementação das mesmas, resultou num aumento da legislação na área do medicamento veterinário e numa maior sensibilização do médico veterinário, para a necessidade de reportar eventos adversos. Um sistema de farmacovigilância baseado na comunicação espontânea de eventos adversos, pelos médicos veterinários, é uma ferramenta poderosa na deteção de potenciais riscos no uso de medicamentos veterinários. No entanto a subnotificação de eventos adversos continua a ser um desafio que muitos sistemas de farmacovigilância na europa enfrentam. O sistema de farmacovigilância português, quando comparado com outros sistemas europeus, demonstra-se pouco desenvolvido tecnologicamente e apresenta ferramentas e métodos desatualizados que podem contribuir para a subnotificação de eventos adversos em Portugal. O presente estudo visa entender os desafios e obstáculos que o médico veterinário português encontra na comunicação de eventos adversos, perante o atual sistema de farmacovigilância, e a sua correlação com a subnotificação de eventos adversos. Desta forma, foi elaborado um questionário contendo 29 questões, preenchidos via online e por telefone, ao qual se obteve 127 respostas de médicos veterinários. Dos resultados obtidos, aferiu-se a necessidade de atualização do sistema de farmacovigilância veterinária português. Verificou se que, especialmente em situações de falha de eficácia prevista ou utilização em cascata, os médicos veterinários não comunicaram o evento adverso apesar de terem verificado a sua existência. A quantidade de tempo dispensada na comunicação é um dos principais fatores da não comunicação de eventos adversos. Palavras-chave: Farmacovigilância veterinária, questionário, eventos adversos, médico veterinário, medicamento veterinárioItem Utilização de oclacitinib em casos de dermatite atópica : descrição de 5 casos clínicos(2024) Amaral, Luís Guilherme Pires; Faculdade de Medicina Veterinária; RAMILO, DAVID WILSON RUSSOEsta dissertação teve como objetivo o desenvolvimento do tema da dermatite atópica, em cães tratados com oclacitinib. Inclui uma revisão bibliográfica sobre o tema e uma apresentação e discussão de cinco casos clínicos recolhidos no Hospital Veterinário Anicura Arco do Cego. A Dermatite Atópica Canina tem sido definida como uma doença cutânea alérgica inflamatória e pruriginosa, geneticamente predisposta, com características clínicas distintivas. Está mais frequentemente associada a anticorpos IgE a alergénios ambientais. A dermatite atópica não apresenta sinais clínicos patognomónicos que permitam um diagnóstico definitivo. A apresentação clínica pode depender de fatores genéticos (fenótipos associados à raça), extensão das lesões (localizadas versus generalizadas), fase da doença (aguda versus crónica) e presença de infeções microbianas secundárias ou outros fatores desencadeantes. Os casos clínicos apresentados foram todos diagnosticados com dermatite atópica. Chegou-se ao diagnóstico de dermatite atópica através da história clínica, sinais clínicos e da realização de citologia dermatológica, de forma a excluir outras causas de prurido. O plano terapêutico dos pacientes passou pelo tratamento de infeções secundárias quando necessário e, posteriormente, pelo tratamento alérgico, com oclacitinib. O oclacitinib administrado com posologias diferentes mostrou ser uma opção válida e eficaz nos diferentes casos relatados. Palavras-chave: dermatite atópica; oclacitinibItem Parasitoses em animais domésticos atendidos na Associação Zoófila Portuguesa(2024) Abreu, Patrícia de Fátima Pilar de; Faculdade de Medicina Veterinária; RAMILO, DAVID WILSON RUSSODiante da estreita convivência entre humanos e animais domésticos, aprofundar a compreensão dos parasitas nesses animais torna-se crucial, considerando não apenas o potencial de causar doenças, mas também a capacidade de atuar como vetores na transmissão ao ser humano, que pode em alguns casos ser bastante prejudicial. Este estudo procurou avaliar a prevalência de parasitas com potencial zoonótico em 56 animais (cães e gatos) atendidos na Associação Zoófila Portuguesa (AZP) entre 4 de outubro de 2021 e 4 de marco de 2022. A caracterização da amostra incluiu espécie, sexo, estado reprodutivo, idade, raça, estilo de vida, sinais clínicos, meios de diagnostico, distribuição parasitaria, prevenção e coabitação. Para tal, apos o consentimento ser dado pelo tutor/responsável pelo animal, no decurso do ato clinico da consulta, realizou-se a recolha de amostras sanguíneas e cerúmen do canal auditivo. Posteriormente, procedeu-se a pesquisa de agentes patogénicos nessas amostras. Em relação aos animais examinados, todos os gatos testaram positivo para Otodectes cynotis. As prevalências para Dirofilaria immitis (caes), Leishmania infantum (caes e gatos) e Toxoplasma gondii (gatos) e foram de 14,3%, 31,6% e 66% respetivamente. Em suma, perante estes resultados, sublinha-se a importância do medico veterinário, em educar a população relativamente a profilaxia enfocando medidas eficazes de controlo de vetores e terapia preventiva em animais. Palavras-chave: Medico Veterinário; One Health; Prevalência; Parasitoses; ZoonosesItem Avaliação do estalão racial como ferramenta de seleção de raças caninas criadas em Portugal com base no seu comportamento/temperamento(2024) Anjos, Vanessa Isabel Rocha dos; Faculdade de Medicina Veterinária; Catita, Joana Araújo Nobre; Teixeira, Rute Saraiva Canejo dos Santos RodriguesO comportamento canino desempenha um papel fundamental no apoio à díade Ser Humano-cão funcional. Porém, os traços de temperamento das raças caninas nem sempre são considerados na escolha da mesma. O estalão racial é a descrição oficialmente publicada pela Fédération Cynologique Internationale (FCI) das caraterísticas morfológicas e comportamentais de cada raça canina. Neste trabalho pretendeu-se caraterizar o temperamento de raças caninas criadas em Portugal e avaliar se a descrição do estalão reflete os traços temperamentais obtidos. Recorreu-se ao questionário Canine Behavioral Assessment & Research Questionnaire (CBARQ), composto por 78 questões a avaliar numa escala de frequência ou intensidade de 5 pontos, originalmente validado por Duffy & Serpell, e posteriormente adaptado à população portuguesa por Rute Canejo-Teixeira. Foram analisados questionários referentes a 89 cães de 15 raças diferentes, com base nos comportamentos dos últimos 3 meses. Os resultados revelaram que nenhum dos estalões raciais descrevem a totalidade das caraterísticas comportamentais espelhadas nos resultados obtidos através do C-BARQ, frisando que a informação atualmente refletida nos estalões analisados não deve ser referência para a escolha de traços de temperamento da raça, podendo culminar no desenvolvimento de díades Ser Humano-cão disfuncionais. Palavras-chave: Cão; Estalão racial; C-BARQ; Comportamento; TemperamentoItem Meningioma intracraniano canino : estudo de três casos clínicos(2024) Almeida, Mariana Freitas; Faculdade de Medicina Veterinária; SANTANA, ANA PAULA ÁLVARO; Ribeiro, João Carlos Gil da SilvaEsta dissertação é realizada no âmbito da conclusão do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária pela Universidade Lusófona e tem como objetivo o desenvolvimento do tema "Meningioma Intracraniano Canino". Inclui a revisão bibliográfica referente ao tema, bem como a descrição de três casos clínicos acompanhados aquando do estágio curricular na Referência Veterinária. O meningioma corresponde ao tumor primário do sistema nervoso central mais comum no cão. É atualmente classificado de acordo com o Sistema de Classificação de Tumores do Sistema Nervoso Central estabelecido pela OMS em 2016. Acomete maioritariamente animais com mais de 8 anos, cujo peso vivo médio é de 25,6 Kg. Entre as raças mais predispostas estão: Golden Retriever, Schnauzer Miniatura, Rat Terrier e Pastor Alemão. A atividade epilética é o sinal clínico mais comumente verificado. A ressonância magnética, corresponde à técnica gold standard quando nos referimos ao diagnóstico de tumores intracranianos, apesar de que apenas a biópsia cerebral da lesão permite a obtenção de um diagnóstico definitivo. A modalidade terapêutica que está associada a um maior tempo de sobrevida é a combinação da excisão cirúrgica com a radioterapia adjuvante. A maior parte dos meningiomas intracranianos caninos são de baixo grau histológico, o que está associado a um prognóstico relativamente favorável. Na presente dissertação, foram apresentados três casos clínicos com o diagnóstico definitivo de meningioma intracraniano. Referentes a cães de 8, 6 e 8 anos, respetivamente, o primeiro caso abordado foi relativo a uma paciente do género feminino, e os restantes acerca de pacientes do género masculino. Em todos os casos, a massa intracraniana foi diagnosticada com recurso à ressonância magnética e as abordagens terapêuticas eleitas foram: craniotomia transfrontal; craniectomia suboccipital e quimioterapia adjuvante; craniotomia transfrontal e quimioterapia adjuvante, para os casos 1, 2 e 3, respetivamente. O grau de prognóstico diferiu entre os três casos clínicos. Palavras-chave: canino; meningioma; ressonância magnética; sistema nervoso centralItem Ruturas da manica flexora em equinos : relato de três casos clínicos(2024) Bastos, Francisca Vieira; Faculdade de Medicina Veterinária; PIRES, NATÁLIA REBOUÇAS; COELHO, CLARISSE SIMÕESAs ruturas da manica flexora (MF) são a segunda causa mais frequente de tenossinovites não infeciosas em equinos, sendo uma causa frequente de claudicação. Por serem um desafio diagnóstico, requerem experiência e qualidades técnicas de diagnóstico aprimoradas. Visto o conhecimento detalhado da anatomia do membro distal do equino ser essencial para a obtenção de diagnósticos precisos e a aplicação de terapêuticas adequadas, o presente trabalho tem por objetivo, numa primeira parte, descrever os meios e técnicas de diagnóstico atualmente disponíveis para identificar ruturas e descrever a estrutura anatómica da MF, bem como a anatomia da bainha dos tendões flexores e das estruturas intratecais. Numa segunda parte, apresenta três casos clínicos diagnosticados com ruturas da MF, acompanhados pela autora durante o período de estágio curricular realizado na Klinic für Pferde da Universidade Livre de Berlim, entre setembro de 2022 e janeiro de 2023. Segue-se a discussão, na qual a autora estabelece um paralelismo entre, por um lado, os sinais clínicos, o processo de diagnóstico e os tratamentos indicados pela literatura em casos de ruturas da MF, e, por outro, os casos clínicos acompanhados ao longo do estágio. Em última análise, a autora pretende, através da descrição da anatomia da região e das técnicas utilizadas na atualidade, fazer um ponto de situação no que se refere ao diagnóstico e tratamento de ruturas da manica flexora em equinos. Por fim, a autora compila numa conclusão as ideias chave retiradas do presente trabalho, terminando com sugestões de estudos futuros que considera pertinentes. Key words: efusões, anatomia, bainha dos tendões flexores, imagiologia, casos clínicosItem Deteção molecular de bactérias e parasitas em rhipicephalus sanguineus sensu lato de Portugal(2024) Ferreira, Andreia Filipa Das Neves; Faculdade de Medicina Veterinária; DELGADO, INÊS LOURENÇO DA SILVAAs carraças são artrópodes hematófagos obrigatórios não permanentes de vertebrados terrestres, sendo responsáveis pela manutenção e transmissão de vários agentes patogénicos (bactérias, parasitas e vírus), afetando uma grande variedade de animais, incluíndo o ser humano. Como a informação acerca dos agentes causadores de doença que circulam nas carraças é limitada em Portugal, o objectivo do presente estudo foi detetar, através da técnica de reação em cadeia da polimerase e sequenciação, a presença de bactérias e parasitas com importância veterinária e zoonótica em carraças colhidas de cães, gatos e da vegetação. Um total de 919 Rhipicephalus sanguineus sensu lato, compreendendo 882 (96,0%) adultos, 8 (1,0%) ninfas e 29 (3,0%) larvas foram colhidos em quatro distritos de Portugal (Guarda, Lisboa, Setúbal e Faro). Entre estes, 620 (67,5%) foram removidos de cães naturalmente infestados, 36 (3,9%) de gatos e 263 (28,6%) foram colhidas da vegetação. Os agentes bacterianos Rickettsia sp., Rickettsia conorii e Rickettsia massiliae foram identificados em 41 (4,5%) de 919 carraças analisadas. Foi detetado ADN de Hepatozoon felis (n=4), Hepatozoon canis (n=2), Anaplasma platys (n=3), Anaplasma phagocytophilum, Babesia vogeli (n=1), Borrelia burgdorferi sensu lato (n=1) e Cercopithifilaria spp. (n=1), incluindo uma co-infeção por Hepatozoon felis e Rickettsia massiliae. Não se detetou a presença de ADN de Bartonella sp. ou de Leishmania infantum em nenhuma carraça. Esta foi a primeira vez que se amplificou ADN de Cercopithifilaria spp., B. vogeli, H. canis e H. felis em carraças em Portugal. A ampla gama de agentes patogénicos transmitidos por carraças identificados, alguns com potencial zoonótico, sugere um risco para os animais domésticos e seres humanos em Portugal. Estudos adicionais sobre estes e outros agentes transmitidos por carraças devem ser realizados para compreender melhor a sua importância epidemiológica e clínica, e para permitir a implementação de medidas de controlo eficazes. Palavras-chave: agentes patogénicos transmitidos por carraças; Rhipicephalus sanguineus sensu lato; cão; gato; Portugal; reação em cadeia da polimerase.Item Queratite superficial crónica em canídeos : estudo retrospetivo de 25 casos(2024) Costa, Inês Tomás da; Faculdade de Medicina Veterinária; Resende, Ana Paula Simões Nunes deA queratite superficial crónica (QSC), também conhecida por Pannus, é uma doença oftalmológica que afeta cães, maioritariamente cães da raça Pastor Alemão (PA). Caracteriza-se por uma inflamação da córnea crónica de origem autoimune. É uma doença progressiva, na qual inicialmente se observam neovasos, posteriormente infiltrados celulares e, por fim, pigmentação. É, portanto, uma condição que leva à opacidade da córnea e à cegueira, se não for controlada. A QSC não tem tratamento curativo, mas sim tratamentos que permitem controlar os sinais clínicos e evitar a progressão dos mesmos. Estão descritas terapêuticas médicas e cirúrgicas, no entanto, o plano terapêutico mais prescrito é a combinação tópica de ciclosporina A (CsA) 2% e acetato de prednisolona 1%. O estudo incluiu 25 casos com QSC que se apresentaram à consulta na Clínica Vetvisão, entre Janeiro de 2019 e Outubro de 2023. Os principais objetivos do estudo foram caracterizar a amostra em estudo, descrever as lesões oftalmológicas e avaliar a resposta ao tratamento aplicado. A população em estudo tinha 56% de cães da raça PA e 12% de cães cruzados de PA; 2% das córneas apresentava-se na fase encarnada, 20,4% na fase branca e 18% na fase negra; apenas 6,1% das córneas era invisual; 80% dos animais regressaram à consulta de reavaliação num período de 3 a 4 semanas, e todos os que regressaram e cumpriram o protocolo terapêutico melhoraram a aparência clínica da córnea (regressão das lesões e do número de quadrantes afetados); não é do conhecimento da autora a evolução do estado clínico dos 20% dos animais que não regressaram à consulta da reavaliação. Palavras-chave: Cães pastor alemão; Córnea; Doença imunomediada; Inflamação; Pigmentação; Queratite superficial crónica; VascularizaçãoItem Impacto do verão de 2022 na carga parasitária das explorações ovinas do A.D.S. do Campo Branco(2024) Alves, Maria Francisca Lourenço; Faculdade de Medicina Veterinária; Peksa, Ângela Filipa Bártolo DâmasoA produção agropecuária sente de especial modo os efeitos da seca verificada atualmente, sendo das primeiras atividades a sofrer com a escassez hídrica. Verifica-se o crescente abandono da produção devido ao aumento dos seus custos, que não acompanham o valor dos seus produtos. Estas condições podem levar a que os produtores descartem gradualmente algumas atividades sanitárias ou que diminuam a sua frequência, principalmente no que toca à desparasitação dos seus animais. Os objetivos deste trabalho são avaliar a carga parasitária de helmintes e coccídias em rebanhos ovinos do Baixo Alentejo após o verão extremo de 2022; relacionar essa carga parasitária com as condições intrínsecas e maneio da exploração, e no contexto de alterações climáticas e clima extremo discutir o progresso da produção ovina em Portugal. Foram recolhidas amostras fecais de 14 rebanhos ovinos incluindo carneiros, ovelhas e borregos, diretamente da ampola retal. Em laboratório foram realizados três métodos coprológicos, flutuação e sedimentação (métodos qualitativos) e McMaster (método quantitativo). Durante esta atividade ainda foram preenchidos inquéritos das explorações de onde foram recolhidas as amostras, inquéritos esses que caracterizaram as explorações bem como as atividades nelas praticadas. Verificou-se que no que toca a estrongilídeos gastrointestinais (EGI), a exploração que apresentou uma contagem superior foi a que detinha maior efetivo, e relativamente às coccídias as duas explorações que apresentavam uma densidade animal superior foram as que apresentavam contagens superiores. Concluiu-se que a exploração que apresentou uma contagem superior de EGI foi uma das duas explorações do estudo cujo produtor afirmou ter diminuído a frequência na administração de antiparasitários. Os protocolos antiparasitários deverão ser reformulados com base no maneio e condições específicas na exploração bem como a implementação de análises coprológicas recorrentes, principalmente antes de se efetuar o tratamento antiparasitário. Palavras-chave: Ovinos; Seca em Portugal; Eimeria spp.; Estrongilídeos gastrointestinais; DesparasitaçãoItem Eficácia da técnica epidural sacrococcígea na prevenção da ativação do sistema nervoso simpático em ovariectomia felina(2024) Eliseu, António Cândido de Figueiredo Pinto; Faculdade de Medicina Veterinária; Martins, João Manuel CardosoA ovariectomia pode desencadear dor somática e visceral. Sendo a dor somática resultante do estímulo causado pelo trauma na parede abdominal aquando da celiotomia, e a dor visceral a principal fonte de estimulação nociceptiva durante o período intraoperatório, principalmente no momento da tração e hemóstase dos pedículos ováricos. A anestesia locoregional epidural sacrococcígea pode fazer parte de um protocolo anestésico multimodal, complementando a analgesia sistémica e reduzindo assim o consumo de opioides e os seus efeitos adversos indesejáveis associados e, consequentemente, reduzindo ou bloqueando completamente a ativação do sistema nervoso simpático durante este procedimento. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito antinociceptivo da administração do anestésico local bupivacaína a 0,25%, por via epidural sacrococcígea, em ovariectomia felina e identificar se esta contribui para um aumento da estabilidade dos parâmetros hemodinâmicos e bloqueio da ativação do sistema nervoso simpático. Dois grupos de animais foram avaliados em cinco momentos intraoperatórios, sendo o grupo de controlo composto por 18 gatas com apenas analgesia sistémica e o grupo epidural sacrococcígea composto por 20 gatas com bupivacaína a 0,25% combinada com analgesia sistémica. Os animais de ambos os grupos foram pré-medicados com dexmedetomidina (20?g/kg intramuscular) e metadona (0,2mg/kg intramuscular), a anestesia geral foi induzida com propofol endovenoso ad effectum e mantida com isoflurano em oxigénio a 100%. A frequência cardíaca (FC) frequência e respiratória (FR), a pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial média (PAM) não invasiva, e a atividade do tónus parassimpático instantâneo (PTAi), foram monitorizados durante todo o procedimento. Com o presente estudo, foi possível concluir que que um protocolo anestésico multimodal complementado pela utilização da técnica epidural sacrococcígea com bupivacaína a 0,25%, quando comparado com um protocolo anestésico que incluí apenas analgesia sistémica, demonstra proporcionar uma maior estabilidade hemodinâmica e por consequente uma necessidade inferior de utilização de opioides para o sucesso analgésico da cirurgia. No entanto, a utilização desta técnica não previne a ativação do sistema nervoso simpático durante a ovariectomia felina. Palavras-Chave: felino, ovariectomia, sistema nervoso simpático, epidural sacrococcígea, atividade do tónus parassimpático