Pesquisa de coxiella burnetii em animais de companhia em contexto urbano

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2014

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Resumo

A infeção por Coxiella burnetii é considerada uma zoonose emergente ou reemergente, por toda a Europa. Estudos epidemiológicos e clínicos apontam para um aumento de casos de febre Q, em especial em meio rural, tendo como principal fonte de infeção as espécies pecuárias, nomeadamente os ruminantes. No entanto, a possibilidade de existir uma fonte de infeção alternativa é cada vez maior, em especial em infeções adquiridas em meio urbano, nas quais os animais de companhia, cães e gatos, podem ter um papel chave pelo estreito contacto que habitualmente têm com os humanos. Neste trabalho pretendeu-se averiguar se C. burnetii é uma bactéria prevalente, em animais de companhia em contexto urbano. Para tal recolheram-se amostras de 173 cães e 102 gatos, do sexo feminino, para pesquisa de ADN de C. burnetii e anticorpos anti-C. burnetii em fase I e II. Recorreu-se à técnica de PCR nested para pesquisa de ADN em úteros (N=176), sangue (N=167), zaragatoas vaginais (N= 68), placentas (N= 24) e amostras atípicas (N=4), tendo o resultados sido negativo na população em estudo. Os anticorpos anti-C. burnetii foram pesquisados em amostras de plasma (N= 149) com recurso à técnica de IFA utilizando um limiar de positividade de 50, tendo-se obtido resultados positivos em três cães (4,3%) e seis gatos (7,5%) com títulos a variar entre <50 - 800 em fase I e <50 – 400 em fase II. Em Portugal, este estudo é pioneiro no que diz respeito à pesquisa de ADN de C. Burnetii em animais de companhia. Relativamente ao estudo serológico, a prevalência encontrada é comparável à observada no único trabalho existente sobre este tema e realizado em cães, reforçando os resultados do rastreio molecular. Em resumo, esta investigação indica que a exposição a C. burnetii é baixa na população em estudo, apontando para que o papel dos cães e gatos na infeção humana em contexto urbano possa ser negligenciável.
Coxiella burnetii infection is considered an emerging or re-emerging zoonosis throughout Europe. Epidemiological studies and case reports point to an increase in Q fever cases especially in rural areas, where livestock species are the main source of infection. However, the possibility of an alternative source of infection is increasing, particularly for infections acquired in urban environment, in which companion animals, dogs and cats, may have a key role due to the close contact that most often present with humans. With this work we intended to investigate whether C. burnetii is a common bacteria in companion animals in an urban context. For that samples were collected from 173 dogs and 102 cats females to search for the presence of C. burnetii DNA and anti-C. burnetii phase I and II antibodies. Nested PCR was used for DNA screening in uterus (N= 176), blood (N=167), vaginal swabs (N= 68), placentas (N= 24) and atypical samples (N= 4); all the animals in the studied population presented negative results. Antibodies against C. burnetii were investigated in plasma samples (N= 149) using the IFA technique with a cut-off value of 50, presenting positive results in three dogs (4.3%) and six cats (7.5 %) with titles ranging from <50 to 800 in phase I and <50 to 400 in phase II antigen. In Portugal, the search for C. burnetii DNA in pets is a pioneer study. The prevalence found in the serogival study is comparable to that observed in the only existing work on this topic performed in dogs, reinforcing the results of the molecular screening. In summary, this study indicates that the exposure to C. burnetii is low in the studied population, suggesting that, in an urban context, the role of dogs and cats in human infection may be negligible.

Descrição

Orientação : Ana Sofia Pereira dos Santos ; co-orientação : Maria Margarida Ferreira Alves

Palavras-chave

VETERINÁRIA, CANÍDEOS, CANIDS, FELÍDEOS, FELIDS, MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA, CÃES, DOGS, GATOS, CATS, BACTÉRIAS, BACTERIA, PCR, VETERINÁRIA, MEDICINA VETERINÁRIA, VETERINARY MEDICINE, PCR, IMUNOFLUORESCÊNCIA, FLUORESCENT ANTIBODY TECHNIQUE

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