Mestrado em Exercício e Bem-Estar
URI permanente para esta coleção:
Navegar
Percorrer Mestrado em Exercício e Bem-Estar por autor "Bastos, Vasco Alambre"
A mostrar 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Resposta afetiva e treino com resistência : uma exploração baseada em pressupostos hedónicos(2022) Bastos, Vasco Alambre; Teixeira, Diogo dos Santos, orient.Objectivo. O treino resistente (TR) providência inúmeros benefícios para a saúde e como tal é relevante para a saúde publica. No entanto, os principais locais de prática continuam a sofrer altas taxas de desistência, e os dados relativos à prática de exercício numa parte significativa da população mundial mostra que a maioria das pessoas leva uma vida com elevado comportamento sedentário, tornando o desenvolvimento de estratégias para a manutenção da prática de exercício de extrema importância. Uma abordagem para este problema poderá assentar na resposta afetiva ao exercício. Baseada em princípios hedónicos, a evidência sugere que o ser humano tende a desempenhar atividades que considera prazerosas enquanto evita a dor e o desprazer. Nesta abordagem, a Feeling Scale (FS) e a Felt Arousal Scale (FAS) têm sido extensivamente utilizadas na literatura para medir a dinâmica afetiva de uma sessão de treino. No entanto, a literatura atual sobre a resposta afetiva ao TR é ainda preliminar, com mais investigação a ser necessária para esclarecer questões metodológicas na sua medição e em como promover programas de TR mais prazerosos e sustentados no tempo. Como tal, o objectivo desta dissertação de mestrado consistiu em explorar a relação da resposta afetiva em dinâmicas de TR, particularmente num dos seus contextos ecológicos mais frequentes, os ginásios e health clubs. Método. De modo a cumprir este objectivo, foram realizados dois estudos: uma revisão sistemática da literatura e um estudo quasi-experimental. Na revisão, uma pesquisa da literatura foi realizada com o objectivo de analisar como a FS e/ou a FAS têm sido aplicadas na medição e aferição da resposta afetiva no TR. A sua viabilidade, timing de aplicação, e implicações para a medição da resposta afetiva foram o foco desta análise, permitindo apresentar recomendações para a sua aplicação tanto em situações de vida real como em investigações futuras. No segundo estudo, um programa de TR foi desenvolvido e aplicado a praticantes de exercício, com um desenho quasi-experimental, com o objectivo de: (1) explorar a dinâmica da resposta afetiva através da sua contínua avaliação depois da última série de cada exercício, prescrito até à falha muscular; e (2) analisar possíveis diferenças entre perfis de preferência e tolerância da intensidade em variáveis afetivas (core affect e divertimento). Para esse efeito, um total de 43 participantes foram recrutados em dois health clubs na zona de Lisboa. Estatística descritiva, análises correlacionais e ANOVAS de medidas repetidas, assim como vários testes não paramétricos, foram realizadas para testagem das hipóteses em estudo. Resultados. Após uma meticulosa pesquisa em três diferentes bases de dados, um total de 26 estudos foram incluídos e qualitativamente analisados na revisão sistemática. Os resultados indicam que ambas as escalas foram eficazes na medição do core affect dentro de uma ampla variedade de intensidades, idades, equipamentos e em ambos os géneros. No entanto, problemas metodológicos, falta de parametrização e uma heterogeneidade geral nos protocolos aplicados foi detetada na maioria dos estudos, podendo assim enviesar resultados e limitar a sua interpretação. O segundo estudo demonstrou que a aplicação da FS/FAS imediatamente após uma série representa uma abordagem viável e ecologicamente valida de medir o core affect. Em praticantes regulares de exercício, uma única medição numa sessão de TR parece ser suficiente para compreender a sua resposta afetiva, salvaguardando-se vários casos onde mais medições poderão permitir uma interpretação mais detalhada. Foi possível ainda verificar que indivíduos com perfis de preferência e tolerância diferentes apresentaram respostas afetivas distintas. Em geral, perfis mais elevados nestasvariáveis apresentavam respostas afetivas mais positivas, suportando as hipóteses previamente definidas. Conclusão. De forma geral, a FS e a FAS são escalas viáveis e úteis na medição da resposta afetiva no TR, disponibilizando informação mais rica e detalhada quando cruzadas no modelo circumplexo de afetos. Adicionalmente, uma medição imediatamente após uma série parece ser uma abordagem viável e ecologicamente válida de medir o core affect.