ISS - Dissertações de Mestrado
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Percorrer ISS - Dissertações de Mestrado por autor "Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient."
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Item O acolhimento de emergência de crianças e jovens em perigo na perceção das adolescentes(2013) Paolo, Elizabeth Gaspar di; Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient.A presente dissertação contribui para a compreensão das vivências associadas ao acolhimento numa casa de acolhimento de emergência (CAE) de um grupo de adolescentes, retiradas às famílias por se encontrarem em situação de perigo iminente de vida. O estudo centra-se na análise categorial das narrativas das adolescentes, pretendendo-se caracterizar as suas percepções face ao acolhimento de emergência através da captação de expressões verbais e não verbais. O desafio foi construir uma gramática do sentir e do pensar que revelasse os significados que as jovens atribuem à retirada do contexto familiar e a eventual repercussão da experiência de acolhimento ao nível da qualidade de vida e bem estar. Trata-se de uma pesquisa exploratória que seguiu uma metodologia qualitativa, procurando fazer uma abordagem interpretativa do objeto de estudo. No decurso da pesquisa empírica, através de entrevistas, de elaboração de colagens e recortes de revistas e da realização de focus group, os discursos das adolescentes foram ganhando voz, deixando emergir as representações construídas em função das experiências e vivências das jovens. Através da construção de categorias e subcategorias de análise, foi possível captar a importância do acolhimento e das relações de afeto e de suporte na CAE. Foi possível entender a auto-perceção ou consciência de si e os desafios colocados pelas perspetivas futuras, estando estas relacionadas com os contextos de vida já vividos ou sonhados. Foi possível perceber através da análise dos testemunhos recolhidos que, ainda que não exista uma clara perceção da dimensão do perigo a que estavam expostas, a noção de perigo parece ser clara para as jovens. Manifestando acima de tudo o desejo de voltar a estar com a família, e Independentemente de não compreenderem e não aceitarem as causas que levaram à decisão de acolhimento, as adolescentes preferem permanecer na CAE em prejuízo de terem de mudar de instituição. Os tempos e modos de retirada dos contextos de vida, a separação e o sentimento de perda da família e a entrada na CAE, corresponderam a alguns dos momentos mais críticos das narrativas discursivas das adolescentes. Pode concluir-se que apesar do desgosto de estarem fora do contexto familiar, existe entre as jovens o sentimento de que a CAE permite um imediato e oportuno acolhimento face a inaceitáveis perigos, mas impõe um aprisionamento e impasse temporal vivencial incompatíveis com a necessidade de estabilização e de autonomia imprescindíveis a uma adolescência saudável.Item Envelhecimento e sociabilidades nos espaços da cidade: modos de romper a solidão(2013) Galante, Marisa Cristina Dias dos Santos; Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient.A presente dissertação de mestrado é um estudo exploratório e compreensivo do fenómeno da solidão, que problematiza a relação entre o envelhecimento e as sociabilidades, em contextos actuais de vida de pessoas idosas a viver sós. Entende-se que a tentativa de definir solidão de forma única e definitiva é um risco onde se perdem os múltiplos rostos de significados, simbologias e vivências diversas das pessoas idosas. A solidão é um sentimento que se revela de forma diferenciada e única em cada pessoa, pelo que perceber a heterogeneidade do significado persegue a diversidade de formas de sentir e viver a solidão, bem como os diferentes modos de romper e de encontrar alternativas para ultrapassar a situação de isolamento. A investigação apresenta uma abordagem qualitativa e exploratória, concretizada sobretudo através da observação focalizada nos espaços de estar e conviver e na análise de histórias de vida narradas pelos próprios sujeitos entrevistados. A pesquisa empírica privilegiou o significado que oito pessoas idosas, residentes na cidade de Lisboa, Freguesia de Benfica, atribuem às suas situações de vida, aos contextos sociais e espaciais e às actividades que frequentam em ambientes institucionais. A solidão nas pessoas idosas é um fenómeno social das sociedades modernas que é sobretudo afectado pela ausência de convivialidades e sociabilidades. Através dos testemunhos obtidos constatou-se a importância que têm os espaços de lazer, sobretudo quando a pessoa fica só, na medida em que quebram o isolamento e permitem criar ou retomar laços de amizade e de proximidade social. Efectivamente, os resultados revelam que a solidão nas pessoas idosas é provocada essencialmente pela ausência de laços sociais e amicais. As narrativas discursivas evidenciam que a interacção com os pares e a procura por locais de convivialidade são vivências essenciais que transmitem bem-estar, apoio e segurança rompendo a solidão. No dizer das pessoas idosas, ao usufruir de espaços de sociabilidade, estabelecem novas amizades, realizam actividades de que gostam, procuram uma valorização pessoal e social, readquirem a capacidade e a vontade de programar e de concretizar objectivos e preenchem positivamente o seu tempo.Item As intencionalidades no agir profissional da assistente social : a experiência no ACES VI de Loures(2013) Rodrigues, Liliana Marina Plácido; Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient.Focalizando no sentido ético-político de agir da assistente social, o presente relatório expõe a reflexão problematizada da prática profissional vivenciada no agrupamento de Centros de Saúde Sacavém/Loures (ACES VI Loures). A reflexão acontece mediada por referenciais teóricos e empíricos que lhe conferem sustentação. Perceciona-se a intervenção da assistente social no Centro de Saúde como muito diversificada e complexa, atendendo à sua participação em várias unidades funcionais, programas e projectos, no âmbito das medidas de política social e ao trabalho quotidiano, com a população do Concelho de Loures. Considera-se que a intervenção da assistente social emerge e termina na comunidade e que os serviços de proximidade têm o privilégio de conhecer melhor as populações derivando daqui a possibilidade de adaptarem programas e estratégias de atuação, de forma coerente e ajustada às características e necessidades locais. Afirma-se que o desenvolvimento de uma intervenção com qualidade, junto da comunidade, só se torna possível se a assistente social puder realmente intervir de forma interdisciplinar e interpretar os fenómenos sociais numa visão holística. Demonstra-se que o agir profissional da assistente social possui uma intencionalidade que tem subjacente uma dualidade de compromissos: o ético-político e o normativo-institucional. O primeiro é orientado por procedimentos teórico-metodológicos e por princípios éticos e deontológicos, que norteiam a relação com a população destinatária. O segundo é condicionado pelas orientações normativas emanadas da instituição sendo a maioria decorrente de decisões mais amplas tomadas pelo poder político. A par dos princípios éticos, o agir do assistente social possui uma tradição política e autonómica mas, no quotidiano institucional, verifica-se frequentemente uma redução acentuada da autonomia profissional. Efectivamente, no caso em análise, a função da assistente social, no ACES VI Loures é associada a uma prática funcionalista de gestão de assuntos burocráticos e de questões pecuniárias. Prevalece o normativo institucional em prejuízo de uma intervenção direta e competente junto das famílias, das pessoas e da comunidade, a partir da integração nas equipas de saúde. Decorrentes deste estado de coisas surgem dilemas e inquietações no agir da assistente social. No contexto de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) cada vez mais fragilizado pela não assunção de direitos outorgados pelo Estado de Direito ficam em causa a participação cidadã, a justiça social, a equidade e o bem-estar dos interventores e das populações.