ISS - Dissertações de Mestrado
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Item O acolhimento de emergência de crianças e jovens em perigo na perceção das adolescentes(2013) Paolo, Elizabeth Gaspar di; Andrade, Marília de Carvalho Seixas, orient.A presente dissertação contribui para a compreensão das vivências associadas ao acolhimento numa casa de acolhimento de emergência (CAE) de um grupo de adolescentes, retiradas às famílias por se encontrarem em situação de perigo iminente de vida. O estudo centra-se na análise categorial das narrativas das adolescentes, pretendendo-se caracterizar as suas percepções face ao acolhimento de emergência através da captação de expressões verbais e não verbais. O desafio foi construir uma gramática do sentir e do pensar que revelasse os significados que as jovens atribuem à retirada do contexto familiar e a eventual repercussão da experiência de acolhimento ao nível da qualidade de vida e bem estar. Trata-se de uma pesquisa exploratória que seguiu uma metodologia qualitativa, procurando fazer uma abordagem interpretativa do objeto de estudo. No decurso da pesquisa empírica, através de entrevistas, de elaboração de colagens e recortes de revistas e da realização de focus group, os discursos das adolescentes foram ganhando voz, deixando emergir as representações construídas em função das experiências e vivências das jovens. Através da construção de categorias e subcategorias de análise, foi possível captar a importância do acolhimento e das relações de afeto e de suporte na CAE. Foi possível entender a auto-perceção ou consciência de si e os desafios colocados pelas perspetivas futuras, estando estas relacionadas com os contextos de vida já vividos ou sonhados. Foi possível perceber através da análise dos testemunhos recolhidos que, ainda que não exista uma clara perceção da dimensão do perigo a que estavam expostas, a noção de perigo parece ser clara para as jovens. Manifestando acima de tudo o desejo de voltar a estar com a família, e Independentemente de não compreenderem e não aceitarem as causas que levaram à decisão de acolhimento, as adolescentes preferem permanecer na CAE em prejuízo de terem de mudar de instituição. Os tempos e modos de retirada dos contextos de vida, a separação e o sentimento de perda da família e a entrada na CAE, corresponderam a alguns dos momentos mais críticos das narrativas discursivas das adolescentes. Pode concluir-se que apesar do desgosto de estarem fora do contexto familiar, existe entre as jovens o sentimento de que a CAE permite um imediato e oportuno acolhimento face a inaceitáveis perigos, mas impõe um aprisionamento e impasse temporal vivencial incompatíveis com a necessidade de estabilização e de autonomia imprescindíveis a uma adolescência saudável.Item O acolhimento em lar de pessoas idosas com demência e a prestação de cuidados(2016) Mestre, Alexandra de Brito Lacerda Cristiano e ; Vieira, Isabel, orient.O envelhecimento populacional é uma questão em destaque; comprovam-no as estatísticas e o elevado número de publicações nesta área. Do aumento generalizado do número de Pessoas Idosas institucionalizados emerge a necessidade de conhecer e compreender melhor o acolhimento da pessoa idosa com demência no Lar ASAS. O presente estudo explora, assim, o que é o envelhecimento e velhice; a demência – doença mental; a Prestação de Cuidados e os Cuidadores, e o acolhimento social, segundo a opinião das pessoas idosas residentes. O objetivo primordial desta investigação é analisar O Acolhimento em Lar de Pessoas Idosas com Demência e a Prestação de Cuidados, a partir da observação, da experiencia das ajudantes de ação direta e da opinião das pessoas idosas residentes. A investigação desenvolveu um estudo de caso, exploratório, numa instituição de Lisboa; aplicaram-se questionários a 10 utentes da instituição e 6 entrevistas semi-diretivas às ajudantes de ação direta da ASAS – Associação para Serviços de Apoio Social. A Metodologia seguida foi a qualitativa, numa abordagem compreensiva para a identificação das práticas de cuidados quotidianos. Os resultados apresentam que os utentes, no geral, encontram-se satisfeitos com a prestação de cuidados a que estão sujeitos e mostram, igualmente, que a relação com as ajudantes de ação direta é estruturante para a sua segurança e conforto. Na opinião das AAD como cuidadoras, estas mostram-se satisfeitas com o serviço prestado ás pessoas idosas, mas dizem que necessitam de mais conhecimentos sobre a especificidade e particularidades das pessoas com demência, a fim de sentirem uma maior segurança no seu desempenho e prestarem serviços de melhor qualidade.Item A arte do voluntariado : processo de transição da 'vida ativa' para a reforma : a experiência dos voluntários da Entrajuda e do Banco Alimentar de Lisboa(2017) Silva, Inês Filipa Pinto da; Carvalho, Maria Irene de, orient.As sociedades estão cada vez mais envelhecidas, isto pressupõe, por um lado o êxito humano pelos avanços conquistados, mas por outro, coloca em causa questões do ponto de vista demográfico, social e económico. A velhice tornou-se, portanto, num tema com atributos negativos, associados às transformações económicas, sociais e políticas, onde as pessoas idosas integram uma categoria de indivíduos, cujas características que lhes são atribuídas são doenças, solidão, isolamento, inatividade, dependência, pobreza e até mesmo exclusão social. Mediante esta imagem negativa, deficitária e redutora dos gerontes objetivou-se contrariar esta visão, através de um estudo investigativo que revela o contributo das pessoas idosas para a produtividade da sociedade e o reflexo que essas ações têm para o seu envelhecimento, que se pontua ser bem-sucedido. Situada em pressupostos teóricos e epistemológicos construtivistas sociais, a presente investigação compreendeu um estudo qualitativo por entrevista semi-estruturada a 17 voluntários maiores de 55 anos das instituições da Entrajuda e Banco Alimentar de Lisboa, com objetivo principal de compreender o processo de transição/adaptação à reforma por via da atividade de voluntariado. Em geral, os resultados apontam o voluntariado como uma das atividades potenciadoras de um envelhecimento senescente, ativo e bem-sucedido, que favorece a manutenção da saúde biopsicossocial, o reforço das relações sociais, o aumento da auto-estima e da utilidade pessoal e social, ao mesmo tempo que evidencia o contributo positivo das pessoas reformadas para a produtividade da sociedade atual.Item Bullying juvenil entre pares em Saurimo-Angola(2016) Garreth, Carolina Chitambala; Gameiro, Fátima, orient.Esta investigação teve como objectivo estudar a prevalência do bullying na Província de Saurimo-Angola, mais especificamente determinar os intervenientes nas situações de bullying; identificar os tipos de bullying a que a vítima foi sujeita; identificar os tipos de bullying praticados pelos agressores; determinar se existem testemunhas de bullying activos e/ou passivos, bem como, identificar os locais de ocorrência identificados pela vítima e pelo agressor e caracterizar agressores e vítimas de bullying quanto ao género. A amostra foi constituída por 225 jovens com idades compreendidas entre os 10 e mais de 14 anos, estudantes do 5º e 6º ano de escolaridade. O instrumento utilizado foi o questionário de auto relato de bullying do Olweus, adaptado à realidade angolana. Da análise dos resultados, verificou-se que 81% dos participantes já foram testemunhas de comportamentos de bullying, 76,9% vítimas e 57,3% agressores. A maior parte das testemunhas percepcionam-se como activas e referem que tentaram ajudar. As vítimas relatam que foram maioritariamente alvo de agressão física e o local prevalente foi o recreio. Os agressores, promoveram mais agressão física e o local prevalente foi o recreio. Ao analisar o género, verificou-se que a maioria das vítimas eram rapazes e dos agressores raparigas. As vítimas de género feminino foram maioritariamente alvo de fofocas e as agressoras utilizaram mais vezes o desprezo. Esta investigação revela-se significativa por disponibilizar dados concretos relativos à prática de bullying em Saurimo-Angola, por forma a poderem ser desenvolvidos projectos preventivos e interventivos junto da comunidade escolar.Item Bullying racial nas escolas: a importância de implementação de práticas sociais como forma da prevenção no combate ao bullying(2023) Lima, Juceila Maria Rodrigues; Bracons, Hélia, orient.A presente dissertação procurou explorar a problemática do bullying racial nas escolas entre os pares. Pretende-se contribuir para uma tomada de consciência coletiva desta problemática e propor soluções que só se tornarão realidade, se formos capazes de transmitir às crianças e adolescentes, o respeito e a tolerância para com os outros. As estatísticas revelam um aumento dos casos do bullying em Portugal. À problemática consiste em identificar os fatores que podem facilitar a ocorrência de comportamentos racistas, em casos afirmativos deve-se ter conhecimento dos intervenientes pretendendo solucionar o problema e sobretudo, apoiar as crianças e adolescentes que são vítimas deste tipo de situações. Neste campo, não será demais lembrar que apenas a educação pode mudar valores, contribuindo para a valorização da diversidade e para a construção de respeito recíproco entre os alunos. Tendo em conta a problemática acima referida, e como forma de orientar a investigação realizada, recorreu-se a um objetivo, saber qual a implicação que o bullying racial tem no percurso escolar e no desenvolvimento dos alunos. Trata-se de um estudo transversal e a amostra é composta por 54 alunos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 8 aos 14 anos de idade, que frequentam o primeiro, segundo e terceiro ciclo, e foi realizado, na Associação de Academia do Jonhson, onde foi constatado que, uma grande maioria dos alunos é de etnia africana e afrodescendente. O trabalho desenvolveu-se através de uma metodologia mista “quantitativa e qualitativa” e os instrumentos de recolha de dados foram recolhidos através de um questionário aplicado aos alunos e à aplicação de entrevistas semi-estruturadas a um grupo restrito de funcionários, analisando os dados através da análise do conteúdo. Para uma maior compreensão da temática recorreu-se a uma revisão da literatura em trabalhos científicos, artigos especializados, pesquisas académicas realizadas na Internet, analisou-se estudos que privilegiaram a reflexão sobre o impacto do bullying racial nos alunos em contexto escolar. A violência é um comportamento anti-social, cujas repercussões têm aumentado, sobretudo nas comunidades mais jovens e entre pares, manifestando-se através de comportamentos desajustados, com a pretensão de magoar, maltratar, humilhar ou causar dano a alguém física ou psicologicamente. Palavras-chave: Bullying Racial; Escola; Serviço Social; Práticas SociaisItem Caraterização de crianças e jovens em risco com processo de promoção e proteção(2022) Felizardo, Beatriz Filipa Rodrigues; Gameiro, Fátima, orient.Com o aparecimento da pandemia por Covid-19, mesmo com a menor visibilidade e a crescente complexidade no acesso às crianças/jovens, famílias e pessoas de referência na comunidade, verificou-se em 2020, comparativamente a 2019, um aumento de 7,6% da violência doméstica com reporte às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ). Esta investigação tem como objetivos caracterizar as crianças/jovens com processo de promoção e proteção em CPCJ entre os anos 2019-2020 e comparar a tipologia de maus tratos e as medidas de promoção e proteção aplicadas nos períodos pré e pandémico. O método utilizado foi a análise documental. A amostra foi constituída por 335 processos de crianças/jovens que se encontravam a ser acompanhadas por uma CPCJ (155 no ano de 2019 e 180 em 2020). Da análise dos processos, conclui-se que nos dois anos o tipo de mau trato mais frequente foi “exposição a comportamentos que possam afetar o bem-estar e desenvolvimento da criança”, no sexo masculino. No ano de 2019 as idades mais prevalentes foram entre os 11 e os 14 anos e em 2020 entre os 15 aos 21 anos. Ao nível da saúde física, nos dois anos, o problema mais frequente foi reações alérgicas e ao nível da saúde psicológica a regressão e infantilidade. Quanto ao percurso escolar, de um ano para o outro, o número de vítimas diminuiu mas o de agressores aumentou, aumentou a evasão escolar e a necessidade de apoio escolar. Quanto à organização psicossocial, nos dois anos a passividade/ agressividade e o consumo aditivo foram recorrentes, aumentando em 2020. A prática de desporto e integração em atividades lúdicas, apesar de escassa, aumentou em 2020. A maioria das crianças/jovens tiveram acompanhamento técnico e médico de família e estavam integrados em famílias bi-parentais (muitas em situação de desemprego, com RSI, a residir em casas/apartamentos arrendados, com aumento de 2019 para 2020 e muitos dos cuidadores com o 4º ano do 1º ciclo). Relativamente às medidas de apoio aplicadas, a mais prevalente nos dois anos foi o apoio junto dos pais. O apoio mais recorrente por parte da CPCJ foi o apoio psicológico e o encaminhamento foi para atividades extracurriculares, ambos mais utilizados em 2020. Palavras-chave: Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo; Tipologia de Mau-trato; Medida de Promoção e Proteção; Perfil das Crianças/Jovens; Perfil do agregado familiar.Item Centro de noite como promoção da permanência da pessoa idosa no seu meio habitacional(2017) Cipriano, Andreia Filipa Fortunato; Bracons, Hélia, orient.A presente dissertação tem como problemático o envelhecimento, e o principal objetivo da investigação é entender se a resposta de centro de noite (serviço noturno) atrasa ou mesmo evita a institucionalização da pessoa idosa, permitindo a estas de ficar em suas casas. Depois de definido o principal objetivo, tentamos perceber quais as mais valia do Centro de Noite pode trazer para melhorar as condições físicas e psicológicas do idoso no seu quotidiano, privilegiando a manutenção dos seus hábitos e meios que o envolvem, promovendo a autonomia, minimizar o isolamento e solidão. Estas medidas permitiram concluir que a entrada do idoso para Lar passou a ser feita mais tarde. De referir que o Centro de Noite foi criado como uma resposta social, destinado aos idosos autónomos que precisam apenas de acompanhamento durante a noite, de forma a assegurar o bem-estar e segurança dos utilizadores, fomentando a permanência da pessoa idosa no seu meio natural. Perante a análise dos resultados, foi possível verificar que esta resposta social de Centro de Noite do Centro Social e Paroquial da Encarnação responde aos objetivos definidos e permite a permanência da pessoa idosa no seu Lar, promovendo o acompanhamento no período noturno onde estas se sentem mais vulneráveis.Item Competências do assistente social na intervenção com utentes institucionalizados, vítimas de abandono(2022) Matos, Ana Cláudia Mora de; Ferreira, Paula, orient.Os profissionais, independentemente da área, devem dotar-se de competências, ao nível do saber, do saber-fazer e do saber-ser. Quando abordamos uma área temática sensível, como o abandono de idosos, o nível de competência dos profissionais, que contactam diretamente com estes indivíduos, torna-se mais exigente. Assim, definiu-se como objetivo geral desta investigação Conhecer as competências do AS na intervenção com utentes institucionalizados em UCCI–ULDM e UMDR, vítimas de abandono. Do universo constam AS que intervêm com utentes de UCCI–ULDM e UMDR, no território português. Da amostra fazem parte 18 destes profissionais, escolhidos de forma aleatória, após divisão por NUTS II. O modelo teórico utilizado para identificação e avaliação das competências foi o de Le Boterf (2003). Utilizou-se uma metodologia mista, através do método Delphi aplicando um inquérito aberto, numa primeira fase, e um inquérito por questionário, com uma escala de Likert de cinco níveis, numa segunda fase. Realizou-se um Focus Group com sete profissionais, que haviam, nas fases anteriores, respondido aos questionários. Com esta investigação reconhecemos que as competências mais valorizadas pelos Assistentes Sociais, na resolução da problemática do abandono nas UCCI-ULDM e UMDR, incidem no saber-fazer e que as estratégias mais utilizadas recaem sobre o trabalho em equipa/rede.Item Competências dos assistentes sociais na intervenção com pessoas com deficiência vítimas de violência doméstica(2023) Pereira, Ana Catarina Baptista; Gameiro, Fátima, orient.A violência doméstica praticada contra a pessoa com deficiência ou incapacidade é um fenómeno social de grande complexidade que não pode ser tratado de forma superficial, seja por parte daqueles que intervêm tecnicamente, seja por parte das vítimas e agressores, pois trata-se da vida real de muitos indivíduos. Este estudo tem como objetivo conhecer a perceção dos assistentes sociais relativamente às competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência. O método utilizado para traçar o perfil do assistente social que desenvolve atividade na área da deficiência foi o de Delphi, sustentado no modelo de competências de Le Boterf (os saberes; os saberes-fazer e os saberes ser/agir). A amostra é composta por 25 especialistas da área do serviço social que trabalham diretamente com pessoas com deficiência. Como resultados, verificou-se que os técnicos especialistas identificam 94 competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência vítimas de violência doméstica, 24 relativas aos saberes (sete teóricos, quatro do meio e 13 procedimentais), 36 competências respeitantes aos saberes-fazer (15 formalizados, sete empíricos, 10 relacionais e quatro cognitivos) e 34 competências relativas aos saberes ser/agir (12 aptidões e/ou qualidades, 10 recursos fisiológicos e 10 recursos emocionais). O maior número de competências elencadas foram relativas aos saberes-fazer, depois os saberes ser/agir e por fim os saberes. Relativamente à significância atribuída, em primeiro lugar surgem os saberes-fazer (mais os saberes relacionais, depois os cognitivos, formalizados e empíricos respetivamente), depois os saberes (os saberes do meio e depois os teóricos e os procedimentais respetivamente) e por último os saberes-ser (aptidões e/ou qualidades, depois recursos fisiológicos e recursos emocionais, respetivamente). Como conclusão, foi possível estabelecer um perfil de 94 competências necessárias para a intervenção com indivíduos com deficiência vítimas de violência doméstica, sendo, de acordo com a perspetiva dos técnicos especialistas, as mais significativas os saberes do meio, os saberes relacionais e as aptidões e/ou qualidades.Item Competências dos técnicos nas equipas de adoção(2023) Reis, Rita Almodôvar dos; Ferreira, Paula Isabel Marques, orient.Os técnicos que desempenham as suas funções em equipas de adoção, devem seguir boas práticas profissionais, sendo estas fulcrais aos mesmos. Da pesquisa realizada constatou se que, não há muita informação acerca das competências que os técnicos das equipas de adoção devem deter na sua prática profissional. Este estudo pretende conhecer o perfil de competências dos técnicos que desempenham o seu exercício profissional em equipas de adoção, de acordo com as categorias do modelo teórico de Le Boterf (2003). A amostra da investigação é composta por 19 técnicos de diversas áreas de formação que desempenham o seu exercício profissional nas equipas de adoção, em Portugal. Para definir o perfil de competências essenciais destes profissionais nas equipas de adoção, recorreu-se a uma metodologia do tipo misto ou quali-quantitativa, optando por usar o método de Delphi, em duas fases, tendo os dados sido recolhidos através de inquéritos por questionário. Na 1ª fase do estudo, verificou-se que os técnicos demonstram estar em concordância no que se refere aos três tipos de competências (os saberes, os saberes-fazer e os saberes ser/agir). Após a análise dos resultados da 2ª fase, pode-se averiguar uma ligeira diferença entre as categorias. Os resultados apontam no sentido de uma maior valorização das competências relativas ao saber-ser, embora se reconheça ainda a importância de outras competências (saber e saber-fazer) na intervenção nas equipas de adoção. De igual modo, verificou-se que, na análise comparativa entre as competências referidas pelos técnicos e as normativas legais e manuais/ relatórios dos Organismos da Segurança Social, apenas uma minoria das competências identificadas pelos técnicos se encontram expressas nos normativos regulamentares. Conclui-se a necessidade de integrar estas competências nos normativos regulamentares, por forma a traduzir as competências presentes na intervenção.Item Contextos e prática do serviço social com pessoas idosas em serviço de apoio domiciliário(2014) Andrade, Alexandra Cristina Correia dos Santos; Carvalho, Maria Irene de, orient.Este trabalho sob a forma de projeto profissional tem como objetivo refletir sobre a prática profissional do Assistente Social sobretudo na forma como se intervém, na promoção dos direitos e na promoção da autonomia e participação das pessoas idosas, enquanto seres sociais e agentes de mudança. A temática do envelhecimento e mais especificamente do envelhecimento ativo tem merecido, na nossa sociedade, alguns tempos de reflexão e análise. É importante estarmos conscientes das consequências e dos desafios que temos enquanto cidadãos e profissionais da área Social. É tempo de mudança e principalmente de mudança de mentalidades e de assumirmos as responsabilidades que temos a nosso cargo. Temos que ter consciência que estamos a falar de pessoas, com expectativas, desejos, de vidas que se querem plenas de conhecimento e de sentido. Falar da prática dos Assistentes Sociais em gerontologia social, a nível da gestão das respostas, e nos dilemas éticos e deontológicos que se enfrentam diariamente é fundamental para se conseguir construir uma prática profissional que se quer reflexiva. O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, enquanto resposta social é determinante para promover a qualidade de vida das pessoas idosasItem O contributo do serviço de apoio domiciliário para a qualidade de vida em meio rural e em meio urbano(2015) Toscano, Anabela Lopes; Ferreira, Aida, orient.O presente trabalho foi desenvolvido no Centro Comunitário Paroquial de Famões e na Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos “Os Ferrinhos”. A parte teórica do presente trabalho incidiu sobre o envelhecimento. A parte da investigação contemplou a caracterização de cada uma das instituições bem como do meio urbano e rural, tendo sido feitas entrevistas tanto aos idosos como às coordenadoras técnicas (Assistente Social e Educadora Social) do Serviço de Apoio Domiciliário. Devido às alterações demográficas ocorridas nas últimas décadas, Portugal debate-se com uma subida no seu número de idosos, o que se tem vindo a traduzir numa necessidade de respostas sociais adequadas. O Serviço de Apoio Domiciliário é uma resposta social considerada por muitas pessoas em situação de dependência como uma forma de continuarem inseridas no seu meio habitual de vida, rodeadas dos seus afetos e pertences, dando-lhes a possibilidade de conviverem com os colaboradores e voluntários que se deslocam ao seu domicílio, constituindo para muitas dessas pessoas a sua única ligação com o exterior. O objetivo deste estudo foi o de avaliar o contributo do Serviço de Apoio Domiciliário para a melhoria da sua qualidade de vida, na perspetiva dos utentes de dois Serviços de Apoio Domiciliário (localizados em zonas distintas, sendo um considerado em zona urbana e o outro em zona rural), tentando, ao mesmo tempo perceber se os mesmos se sentem satisfeitos com o tipo de serviços que lhes é prestado. Foi utilizada uma metodologia qualitativa que contemplou entrevistas tanto aos idosos da amostra como às coordenadoras (assistente social e educadora social) dos dois SAD selecionados, bem como observação participante e recolha de dados documentais. Do estudo feito, verificou-se a existência de um bom nível de satisfação no grupo de idosos no que se refere à sua satisfação com os serviços prestados em apoio domiciliário por ambas as instituições. O grau de satisfação manifestado é bom, sendo de salientar que o tipo de serviço prestado nas instituições vai ao encontro das necessidades dos utentes promovendo a sua qualidade de vida, quer seja localizado em zona urbana, quer seja em zona considerada rural.Item Criação de uma comunidade terapêutica nos Açores viabilidade política, social e económica(2012) Lima, Patrícia Freitas de; Amaro, António Duarte, orient.A presente dissertação tem como temática a Toxicodependência e como objecto empírico de investigação a viabilidade Política, Social e Económica da Criação de uma Comunidade Terapêutica nos Açores. Em termos mais específicos o que se pretende provar cientificamente, é que é mais viável e sustentável a criação de uma comunidade terapêutica nos Açores, do que enviar os utentes para tratamento no território continental português. Utilizando uma abordagem de cariz quantitativo e qualitativo, através de técnicas como a pesquisa e análise documental, questionários por auto preenchimento, entrevistas qualitativas semiestruturadas e a análise de conteúdo, foram as bases metodológicas fundamentais para garantir o suporte explicativo da viabilidade política, social e económica da criação de uma Comunidade Terapêutica nos Açores. Neste contexto foram aplicados questionários a duas amostras distintas. A primeira constituída por profissionais de saúde que trabalhavam na área da toxicodependência para uma análise do ponto de vista técnico. A segunda constituída por membros da Assembleia Legislativa Regional dos Açores e órgãos do Governo Regional para uma análise do ponto de vista político, económico e social. Da análise dos resultados, conclui-se que, quer a análise financeira, quer a análise política, técnica e social efectuadas legitimam a viabilidade da criação de uma Comunidade Terapêutica na Região Autónoma dos Açores.Item A criança com doença oncológica em Luanda: preocupações e dificuldades da família(2019) Xingui, Antónia Filomena dos Santos; Vieira, Isabel Maria Paula Amado de Freitas, orient.Mesmo com o avanço da ciência e da tecnologia, o cancro continua a ser uma das doenças que mais mata. O cancro pediátrico apresenta-se como um grande stressor para a criança, mas também para a sua família, principalmente para os seus pais, visto que são os principais cuidadores. O cancro de uma criança é um momento de grande perturbação obrigando a família a adaptar toda a sua vida e rotinas, sendo por isso um foco de muitas preocupações e dificuldades, sendo um momento de grande sofrimento e incertezas. O objetivo do presente trabalho é identificar as dificuldades e preocupações apresentadas pelas famílias de crianças com cancro em Angola, tendo em consideração que este país, apesar dos avanços económicos dos últimos anos, ainda se encontra em desenvolvimento. Para a concretização deste estudo, optou-se por uma metodologia qualitativa, entrevistando-se 30 familiares de crianças a frequentar a consulta oncológica pediátrica do Instituto Nacional Angolano de Apoio ao Câncer, de forma a descrever e compreender as experiencias das famílias de crianças com doença oncológica. As principais dificuldades apresentadas são as financeiras, relativamente às despesas efetuadas com medicação, alimentação e transportes. Lidar com as novas rotinas, com o sofrimento dos filhos e com a negligência de outros aspetos da vida, como os outros filhos e a vida social são também problemas que estes familiares apresentam. A intervenção junto das famílias, quer no âmbito financeiro, quer psicológico e emocional, nos casos de cancro pediátrico, torna-se imperativa no sentido de melhor ajustar o comportamento parental e melhorar a sua qualidade de vida, contribuindo assim para um maior apoio junto da criança doente. Realça-se também a necessidade de mais profissionais na área social, nomeadamente assistentes sociais, para dar apoio a estas famílias. Palavras-Chave: Cancro; Cancro Pediátrico; Famílias, ação social. AntóniaItem As crianças de famílias beneficiárias de rendimento social de inserção articulação dos planos de desenvolvimento individual e dos planos de inserção(2017) Mira, Dora Cristina Soeiro; Vieira, Isabel, orient.As questões da infância assumem cada vez mais uma importância na sociedade portuguesa. As desigualdades sociais a que assistimos diariamente e a constante transgressão ao superior interesse da criança leva-nos a uma atenção mais centrada naquilo que são os seus direitos. As famílias têm-se deparado com situações graves de desemprego, que as levam a situações de pobreza e exclusão social, e por sua vez à condição de beneficiários de rendimento social de inserção. Cabe-nos a todos, educadores e interventores sociais, o papel de encontrar soluções viáveis de inserção destas crianças e suas famílias, para que consigam voltar a inserir-se na sociedade. É então compreendida a necessidade de uma união e conjugação de esforços, de complementação de práticas, onde Educadores de Infância e Interventores Sociais definam planos comuns, que se complementem no que diz respeito à inserção social das crianças, dos 0 aos 3 anos de idade, de famílias beneficiárias de rendimento social de inserção, em creche. Importa perceber como cada profissional entende o conceito de inserção e em que circunstâncias se cruzam os Planos de Desenvolvimento Individual e os Planos de Inserção Social das crianças de famílias beneficiárias de R.S.I. PalavrasItem A Criminalidade Infanto-Juvenil : intervenção adotada pelo Centro Educativo na Recuperação dos Jovens Delinquentes que cumprem a Medida Tutelar Educativa(2014) Furtado, Elisangela Semedo; Sousa, Óscar Conceição de, orient.A criminalidade constitui uma prática anti–social capaz de impedir o desenvolvimento, progresso, paz e tranquilidade social. Por essa razão, a mesma, necessita de uma atenção especial por parte dos governantes, escolas, centros de formação profissional, psicólogos, sociólogos, ONG, Igrejas e pessoas coletivas. Pelo facto de se tratar do comportamento humano, que deve ser guiado constantemente pelas normas sociais, urge a necessidade dos jovens serem educados, reeducados e reintegrados pelas instituições. Neste âmbito, o estudo que apresentamos é uma investigação que se intitula Criminalidade Infanto-Juvenil tendo como principal objetivo analisar quais as Medidas Estratégicas de Intervenção na área do Serviço Social face a este problema (Criminalidade Juvenil) e também analisar os Tipos de Intervenção que constam e são recomendados num Projeto Educativo do Centro Educativo Padre António de Oliveira na Recuperação dos Jovens delinquentes e verificar se os Egressos testemunham mudanças e elencar as boas práticas e as menos boas práticas. Para alcançar o conhecimento sobre esta problemática, utilizamos a metodologia qualitativa, tendo o estudo empírico sido desenvolvido com base na observação descritiva dos contextos onde os jovens estão a cumprir medidas educativas em regime fechado e recolheu-se, através da entrevista, a opinião de uma pessoa responsável pelo Centro Educativo em questão que, com o seu testemunho, fornece uma visão pessoal sobre a problemática em estudo e a forma como a Instituição a enfrenta, ajudando a compreendê-la na sua totalidade. No que concerne à investigação, o estudo tinha como objetivo analisar 4 fontes: os documentos estruturantes da intervenção em um centro educativo, O Regulamento Interno (RI), que elabora todo o funcionamento do centro, o Projeto de Intervenção Educativa (PIE), documentos que estruturam e organizam a intervenção educativa, a observação direta feita no centro, bem como a entrevista a uma Responsável pelo Centro.Item Cuidar dos cuidadores : o (des)envolvimento da espiritualidade na prevenção de quadros de stress e burnout(2012) Duarte, Cristina Paula Pereira; Feliciano, José Fialho, orient.A Humanidade anda cansada, esgotado. Um cansaço que é a soma do fardo de cada um e também parte do fardo de outros. E a Humanidade busca explicações para este cansaço. E quer aliviá-lo. E quer minimizá-lo. Mas busca muito mais que isso. Trata-se, enfim, de buscar não o remédio mas o sentido da própria existência, as respostas adedentro, ou seja, bem no interior do ser humano. O presente trabalho pretende ser uma reflexão – compreender para agir - sobre a busca da dimensão da espiritualidade como possível resposta na prevenção de quadros de stress e burnout. Quem trabalho na área da assistência e na relação de ajuda contínua com pessoas em situação de extrema fragilidade sabe que se não houver um cuidado na reposição de energias, com muita facilidade a pessoa chega a um estado de cansaço e a qualquer momento o turboadrenalina pode queimar. No âmbito da gestão de unidades sociais e bem-estar, cuidar dos cuidadores é a maior e mais nobre missão de qualquer Instituição. Pois, que serviços seriam vivenciados sem as pessoas que formam o corpo e, por isso, a vida de uma Instituição? O caminho da nossa reflexão é orientado para a Comunidade Vida e Paz, como espaço relacional que quer e procura ser um espaço de renovação de vidas – das pessoas sem abrigo – onde, amparadas por um conjunto de Cuidadores, cujo olhar se orienta num trabalho de unificação da pessoa, são imbuídos por uma espiritualidade que se quer colaborante na missão de dignificar cada pessoa e devolvê-la à sua condição original. A pessoa, cada pessoa, é a soma de si, da relação com outros e da relação com o transcendente. Na missão de cuidar, pode a espiritualidade ser ausente? Desta, retiramos um sentido coerente da existência, a verdade do dom e da dádiva e, por isso, uma vida feliz.Item Deficiência mental e envelhecimento. Estratégias de gestão de cuidados familiares a deficientes mentais(2015) Cordeiro, João Tiago Rosado; Carvalho, Maria Irene de, orient.A presente dissertação intitulada “Deficiência mental e envelhecimento. Estratégias de gestão de cuidados familiares a deficientes mentais”, têm como problemática o envelhecimento das pessoas com deficiência mental e dos seus cuidadores familiares. O objeto empírico da investigação é a gestão dos cuidados familiares, considerando as estratégias, os limites e as potencialidades. Pretendemos com este trabalho, compreender se as estratégias de gestão dos cuidados familiares, no contexto do envelhecimento dos cuidadores e dos seus membros portadores de deficiência mental, são influenciadas pelo apoio formal recebido. Foi necessário conhecer o fenómeno do envelhecimento das pessoas portadoras de deficiência (mental) e dos seus cuidadores familiares; caracterizar os cuidadores principais e os respetivos familiares com deficiência; entender a gestão dos cuidados em situação de envelhecimento e de dependência e compreender as “necessidades” das famílias no âmbito dos cuidados e a sua relação com os cuidados formais. Para atingir estes objetivos, adotamos a metodologia qualitativa de base compreensiva, onde foi privilegiado o contato direto com os cuidadores familiares, recorrendo a entrevistas semidiretivas e a metodologia quantitativa aferindo os dados e a percentagem de casos diagnosticados e alguns dados das entrevistas realizadas. Neste estudo, concluímos que as famílias são apoiadas por uma instituição que oferece alguns serviços que potenciam uma relativa qualidade e gestão dos cuidados. As estratégias de gestão de cuidados variam de acordo com o grau de incapacidade, tipo de deficiência e apoios formais recebidos onde identificamos vários perfis uns mais proativos do que outros no que diz respeito aos cuidados. Podemos pois inferir que estas instituições têm que se adaptar às atuais necessidades deste grupo de população, criando respostas que vão ao encontro das expectativas das pessoas com deficiências e seus cuidadores familiares.Item Diagnóstico de necessidades de competências do agente da psp no atendimento à mulher vítima de violência conjugal(2012) Rodrigues, Miguel Oliveira; Amaro, António Duarte, orient.A presente dissertação têm como problemática a violência conjugal sobre a mulher por parte do seu companheiro masculino, e como objeto empírico de investigação, o diagnóstico de necessidades de competências do Agente da PSP para efetuar um atendimento eficaz à mulher vítima de violência conjugal. Em termos específicos pretende estabelecer-se um perfil de competências profissionais, ao nível dos conhecimentos, habilidades e atitudes, que o profissional da PSP deve possuir para efetuar este atendimento com eficácia, dignidade e respeitando todos os aspetos dos direitos destas vítimas. Cientificamente, a realização de um diagnóstico de necessidades de competências conjetura várias etapas que objetivam definir as competências necessárias, as que se encontram em falta, e expor as que atualmente se possuem. Para atingir tal propósito auscultaram-se as visões dos diferentes atores que intervém neste crime através de três amostras distintas, respetivamente, Especialistas, Vítimas e Polícia. Em concreto catorze reconhecidos especialistas nacionais da área da violência doméstica, cem mulheres vítimas deste crime com denúncia efetuada à PSP, e cem profissionais desta Força de Segurança que acuam neste crime. O procedimento que delimita estas etapas anuncia no seu âmago os objetivos específicos. Neste âmbito, pediu-se aos especialistas o delinear das competências necessárias, as vítimas que descrevessem as lacunas do atendimento, e aos Agentes para elencar as competências atuais. Com a triangulação dos dados obtidos foi possível obter o diagnóstico de competências e responder à pergunta de partida: Quais as competências que existem e quais as que se evidenciam como necessárias no Agente da PSP para o atendimento à mulher vítima de violência conjugal? Neste âmbito, Várias questões se levantaram de forma a responder a esta pergunta de partida: Quais as competências necessárias aos Agentes da PSP para efetuarem um eficaz atendimento perante este crime? Será que estas vítimas se encontram satisfeitas com o atendimento dos elementos policiais que responderam à denúncia do crime? Será que estes Agentes se sentem preparados para intervir com competência a este tipo de crime? Ao nível metodológico, após a pesquisa exploratória, utilizou-se uma metodologia transversal, quali-quantitativa e quantitativa, com recolha de dados assente no método de Delphi, com inquéritos por questionários semiestruturados e estruturados e a análise de conteúdo de dados estatísticos. Perante a análise dos resultados, o diagnóstico de necessidades competências efetuado permitiu concluir que existe um conjunto de competências que têm de ser melhoradas, outro que têm de ser adquiridas pelo Agente da PSP, definido por estes e pelas vítimas.Item O diálogo entre território (relacional) e quotidiano das famílias realojadas na quinta da fonte: trajectórias de inclusão ou de exclusão?(2010) Romeiras, Rita Mégre; Queiroz, Maria José, orient.A presente investigação pretende aprofundar algumas das questões associadas às pessoas que residem em bairros sociais por via de processos de realojamento, resultado da acção das medidas de políticas sociais de habitação, numa abordagem que se centra no diálogo que as mesmas estabelecem com o território que ajudam a construir no seu quotidiano. O micro território alvo da pesquisa é um bairro social na periferia de Lisboa, a Quinta da Fonte, no concelho de Loures, espaço de vida de famílias que na sua maioria residiam em núcleos degradados de barracas, e que ao longo dos anos tem vindo a ser alvo de projectos de intervenção comunitária de intensidades e durações diversas. Através de uma perspectiva que não se quer limitada às questões da pobreza e exclusão social, pretende-se reflectir acerca da forma como alguns dos factores inerentes à vida nas cidades e nos subúrbios, podem influenciar o quotidiano das pessoas, num mundo global gerador de riscos que não escolhem classes sociais, mas cujos fluxos de informação são dominados apenas por alguns. O processo de investigação é orientado por uma estratégia abdutiva, pelo que se privilegiam sentimentos, perspectivas e motivações dos sujeitos na análise de conteúdo às nove entrevistas semi-estruturadas, instrumento seleccionado como opção metodológica para a recolha dos dados. O território, adoptado como o ‘chão da cidadania’, e palco de sucessivos jogos relacionais entre os diversos actores sociais que nele intervêm, é compreendido através da singularidade das trajectórias de vida, que se conclui terem sido marcadas pela mobilidade territorial, (que estagnou com o realojamento) um recurso fundamental nos dias de hoje, mas não acessível a todos, nomeadamente a estes moradores. Os discursos dos entrevistados revelam infâncias marcadas pela pobreza e percursos repletos de estratégias de sobrevivência, que mantiveram na Quinta da Fonte, embora actualmente predominem sentimentos de medo e insegurança, que, inibem a produção de energia para uma participação activa nos processos relacionais existentes no bairro. O conjunto que engloba as histórias de vida individuais, a gestão de poderes e autonomias perante o que é estranho, a intervenção pública, as representações sobre os profissionais, e mesmo a informação simbólica que os media fazem circular sobre aquele “quartier sensible”, catapulta um ténue usufruto do espaço público, compensado com a intensificação das relações sociais com os vizinhos próximos. Detectou-se, no entanto, o principal factor de ruído no diálogo produzido entre aquele território e as famílias que aí foram realojadas: a Quinta da Fonte é um bairro onde as pessoas não se sentem bem. Reconhecendo a importância do Serviço Social na construção das políticas sociais, entre as quais as de habitação, esta investigação pretende, acima de tudo, dar “voz aos silenciosos da História”.