FPED - Dissertações de Mestrado
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Percorrer FPED - Dissertações de Mestrado por assunto "ABUSO"
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Item Abuso financeiro na pessoa idosa em contexto de apoio ao domicilio(2014) Ferreira, Carina Veloso; Braga, Teresa, orient.Objetivo: a análise de indicadores de prevalência do abuso financeiro numa população idosa é um fenómeno social preocupante atendendo ao índice de envelhecimento, assim como às prevalências encontradas noutros estudos. Métodos: o presente estudo foi realizado com uma amostra de 127 indivíduos com mais de 65 anos, de ambos os sexos, aquando de visitas de apoio domiciliário. Aos participantes foi passado o instrumento Mini-Cog, seguido de um questionário sociodemográfico e por fim o instrumento que avalia o Abuso Financeiro em Adultos Idosos. Resultados: 21.0% dos participantes reconheceram algum tipo de abuso financeiro contra 79.0% que não. Os tipos de vitimação mais expressivos foram a subtração de dinheiro por parte de outrem, ora na forma consumada como tentada (15.0% e 15.2%, respetivamente). De seguida surge a subtração de posses por outros, com 12.0% na forma consumada e de 11.3% de tentada. Com menos expressão, 9.1% dos participantes admitiram ter sofrido o efetuar compras às suas custas sem o seu consentimento de forma consumada e 9.2% na tentada. Por fim o aproveitamento ilícito por parte de quem gere as suas finanças, atingiu os 9.0% na forma consumada e 9.1% de tentada. Na identificação do maltratante, 26.7% admitiram ser os filhos e a mesma percentagem “outros”. A denúncia foi feita por 33.3% dos inquiridos, a amigos, a familiares e a outros.Item Abuso sexual infantojuvenil : impacto de experiências adversas e positivas no comportamento antissocial(2023) Gonçalves, Marta Ferreira; Cunha, Olga Cecília Soares da, orient.Este estudo teve como objetivo compreender de que forma as experiências adversas e as experiências positivas têm impacto na perpretação de comportamentos antissociais em jovens vítimas de abusos sexuais. A amostra contou com 53 jovens internados em Centro Educativo com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos. Os instrumentos utilizados na recolha de dados foram: o Questionário Sociodemográfico, o Questionário da História de Adversidade na Infância (ACE), a Escala de Experiências Benevolentes na Infância (BCE), o Questionário de Autorrelato para medir a Delinquência e Crime (D-CRIM) e a Escala de Respostas Socialmente Desejáveis- 5 (SDRS-5). Os resultados mostram uma elevada prevalência de comportamentos antissociais e experiências adversas, particularmente a exposição a quatro ou mais experiências adversas. 24 jovens reportaram a vivência de abusos sexuais na infância e/ou adolescência, mas apenas um reportou a prática de um crime de índole sexual. A prevalência de experiências positivas na amostra também foi elevada. A exposição a adversidade geral e a exposição a quatro ou mais experiências adversas demonstraram estar positivamente correlacionadas com a perpetração de comportamentos antissociais e negativamente correlacionadas com as experiências positivas. Por sua vez, as experiências positivas na infância não se associaram à prática de comportamentos antissociais. Também a vitimação sexual não demonstrou associação com a prática de comportamentos antissociais, violentos ou não violentos. No entanto, a vitimação sexual evidenciou uma associação positiva com a exposição ao consumo de substâncias ilícitas em ambiente familiar e a exposição a quatro ou mais experiências adversas. Os resultados do presente estudo permitem concluir pela importância da intervenção na exposição à adversidade, particularmente ao consumo de substâncias em meio familiar, por forma a prevenir padrões desviantes e antissociais.Item Atitudes sobre práticas profissionais baseadas na evidência e autoeficácia na tomada de decisão em técnicos das comissões de proteção de crianças e jovens(2023) Santos, Mariana Saleiro; Lamela, Diogo, orient.Os profissionais que trabalham nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) têm um papel fundamental na identificação, prevenção e redução do risco psicossocial de crianças e jovens sinalizados, tomando regularmente decisões cruciais que devem estar fundamentadas na prática baseada na evidência. O presente estudo teve três objetivos, sendo o primeiro objetivo descrever as atitudes sobre as práticas baseadas na evidencia de técnicos das equipas da Comissão Restrita de Proteção de Crianças e Jovens (CRPCJ). O segundo objetivo prendeu-se com a análise das associações entre a autoeficácia no processo de tomada de decisão, atitudes sobre as práticas baseadas na evidencia e características profissionais e laborais dos técnicos das CRPCJ. Por fim o terceiro objetivo foi examinar se existiam diferenças ao nível das atitudes sobre as práticas baseadas na evidência e autoeficácia no processo de tomada de decisão em função do sexo, número de casos distribuídos e número de anos de experiência profissional. A amostra foi constituída por 91 participantes, sendo 92% do género feminino. A idade dos participantes variou entre os 21 e 64 anos de idade. Foi conduzido um inquérito online na plataforma Qualtrics para a recolha de dados. Globalmente, os resultados demonstraram que os técnicos apresentaram atitudes positivas face à implementação de uma prática baseada na evidência. Quanto ao segundo objetivo, os resultados demonstraram que as atitudes sobre as práticas baseadas na evidência e a autoeficácia no processo de tomada de decisão não estavam significativamente associadas. No que concerne às atitudes sobre a prática baseada na evidência e à sobrecarga laboral, as mesmas, demonstraram uma correlação negativa. Por sua vez, a autoeficácia no processo de tomada de decisão apresentou uma correlação positiva forte com as competências percebidas de avaliação diagnóstica e uma correlação positiva moderada com a satisfação laboral. Por fim, não foram encontradas diferenças nas atitudes sobre as práticas baseadas na evidência e na autoeficácia no processo tomada de decisão em função do género, educação e tempo em anos como membro das comissões restritas da CPCJ.Item Conhecimentos e práticas dos/as professores/as na identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo : um estudo exploratório(2023) Ferreira, Joana Marinho Pinto; Oliveira, Célia, orient.O Presente estudo visa analisar os conhecimentos e práticas dos/as professores/as em relação à identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com uma amostra constituída por 417 professores/as portugueses/as do ensino público e secundário, de escolas do continente e ilhas. Para a recolha de dados construiu-se um questionário a partir da revisão da literatura científica e da consulta documental e legislativa respeitante à promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, bem como às orientações tutelares emanadas para os estabelecimentos educativos. Os resultados obtidos, relativamente ao conhecimento do conceito dos maus-tratos revelam que o mesmo parece ser familiar à maioria dos/as docentes. No entanto, a maioria dos/as docentes (87,3%) refere não ter recebido formação inicial ou contínua na problemática dos maus-tratos e 60,2% dos/as professores/as reportam necessidade de receber formação específica. No que concerne ao conhecimento dos sinais de maus-tratos, os resultados indicam que, 40,5% dos/as professores/as considera ter conhecimento insuficiente sobre os indicadores comportamentais das crianças observáveis em contexto escolar, e 38,4% reporta conhecimento insuficiente sobre os indicadores associados ao rendimento académico. A maioria dos/as professores/as registam ainda que têm conhecimento insuficiente em relação ao Protocolo de Observação para a Deteção de Situações de Perigo, às consequências das experiências da vitimação, à Lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aos recursos e redes de apoio, e à prevenção dos maus-tratos intra e extrafamiliares. Relativamente à sinalização das crianças e jovens potencialmente vítimas de maus-tratos, os resultados indicam que a maioria dos/as docentes privilegiam o encaminhamento para a CPCJ. No que concerne à resposta à revelação de uma criança sobre vivências de maus-tratos, os resultados revelam que os/as docentes optam por se mostrarem disponíveis para ajudar. Do conhecimento desta realidade nacional resultam um conjunto de implicações para a promoção de conhecimentos e práticas, em contexto educativo, que facilitem a proteção e resposta eficiente e imediata às crianças e jovens em perigo, assim como implicações empíricas para o aprofundamento da investigação neste âmbito.Item Relação entre experiências adversas na infância e abuso de substâncias(2023) Sousa, Sara Catarina Ribeiro de; Pinto, Ricardo José Martins, orient.Objetivo: Este estudo investigou a relação entre as experiências adversas na infância (EAI) e comportamentos de risco, mais especificamente no abuso de substâncias em adolescentes. A maior parte da evidência desta relação baseou-se em amostras de adultos e da comunidade, pelo que o presente estudo teve como novidade a utilização de uma amostra de adolescentes com história de EAI. Método: A amostra deste estudo foi composta por 189 participantes, a média foi de 16 anos (DP=1.23), variando entre os 13 e os 18 anos. Relativamente ao sexo dos participantes, 95 eram do sexo feminino e 94 do sexo masculino. Resultados: De maneira a entender que experiências adversas eram correlacionadas com o abuso de substâncias, recorreu-se ao programa SPSS e os resultados demonstraram que das 10 adversidades, apenas 7 foram associadas à variável predita (abuso de substâncias): Abuso emocional (r=.277 , p<.001), abuso físico (r=.293 , p<.001), abuso sexual (r=.224 , p<.002), negligência física (r=.227 , p<.002) negligência emocional (r=.161 , p<.028), abuso de substâncias no ambiente familiar (r=.281 , p<.001) e perturbação mental ou suicídio no ambiente familiar (r=.151 , p<.039). Estas 7 adversidades foram incluídas numa análise de regressão, tendo sido apenas a negligência física o único preditor estatisticamente significativo (β=.153, t(2.097 )= 1.128). Conclusões: Embora a maior parte das EAI estejam correlacionadas com o consumo de substâncias, os profissionais que trabalham na Justiça Juvenil e proteção de crianças e jovens devem estar atentos à negligência física como um fator de risco para o consumo de substâncias. Por conseguinte, para além de identificar e intervir na negligência física, estes profissionais devem procurar intervir nas crenças que poderão surgir em consequência, nomeadamente ao nível da autoestima e autoconceito. Embora estas variáveis não tenham sido avaliadas neste estudo, a discussão avança para a hipótese que poderão ser os mecanismos para explicar a relação entre as EAI e o abuso de substâncias na adolescência. São sugeridos futuros estudos para testar esta hipótese.