Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura nº 05/06 (2004/2005)
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Item Pedófilos na televisão e vampiros na sociedade : breve análise do tratamento mediático do caso Casa Pia(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Baptista, Carla; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA cobertura mediática do Caso Casa Pia serve, neste artigo, de ponto de partida para uma reflexão sobre a lógica narrativa que se tornou dominante na televisão generalista portuguesa. A avaliação da importância de um acontecimento passou a fazer-se, não em função de critérios jornalísticos – tradicionalmente designados por valores notícia – mas pela capacidade de gerar «estórias» com ingredientes dramáticos e cénicos fáceis de explorar pela linguagem televisiva.Item Contributos do realismo para o discurso jornalístico(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Ponte, Cristina; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO realismo é uma forma de expressão cultural indissociável dos jornais de grande circulação e prestígio que surgiram a partir de meados do século XIX. Procuramos reflectir neste artigo sobre os contributos do estilo realista a nível da produção escrita do jornalis mo e da sua estética e também na sua orien tação ética e sentido público da sua inter venção. Nesta caracterização do realismo literário em dimensões estéticas e sociais, dá-se atenção aos processos de descrição como formas de representação da realidade e privile - giam-se orientações derivadas desta matriz no jornalismo contemporâneo: o «novo jornalismo» dos anos 60 do século XX e o jorna lismo de investigação, que surge nos finais do século XIX.Item O Jornalismo e os limites da representação(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Neto, António Fausto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO texto reflecte, a partir do caso «Lula e o New York Times», os limites e as imposições do processo de enunciação dos discursos. Chama atenção para a importância que tem o âmbito da linguagem para a produção da actualidade jornalística, enfatizando que seu estatuto não se situa excludentemente no âmbito da cultura e dos valores relativos à produção da noticiabilidade. Os processos de produção de sentido são proferidos por estratégias discursivas em vários campos sociais. Mostra que o campo jornalístico é actor e paciente e finalmente, diz que o texto jornalístico além de condensar vários textos, é a instância quem controla os fluxos de sentidos uma vez que é quem profere o sentencimento da questão. Isso significa afirmar que apesar das manifestações de outros campos, subsiste a sentença jornalística que no seu próprio «fórum» faz permanecer as referências de suas convicções.Item O palco judiciário e a emoção mediática(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Chaveiro, Mafalda Barahona; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEsta reflexão, aproveitando a semana de reabertura dos tribunais e a sua cobertura nos espaços informativos dos principais canais de televisão – RTP, SIC e TVI- visava um dos temas ultimamente mais debatidos – Justiça e Comunicação social. Porém, a eclosão do atentado de 11 de Setembro, se por um lado levou à exaustão desse tema, conduziu por outro à escassez de notícias sobre justiça. Duma análise simultaneamente casuística e comparativa, concluímos que, se a concorrência conduz à diversidade e pluralidade de opiniões, com consequente melhoria do sistema de informação, traz também a competição pela guerra de audiências, violentando, não raras vezes, padrões éticos. Neste contexto assisti - mos à subida dos «fait-divers» aos noticiários. Abordámos a actuação dos jornalistas e dos que agem no palco judiciário – operadores judiciários – reclamando daqueles maior profis - sionalismo e observância das regras deontoló - gicas, e destes, respeito pelo direito a uma informação correcta e leal .Item Fernanda Câncio, Geração Modelo, Olhem para Mim, Publicações D. Quixote, Cadernos de Reportagem, 2003(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Pina, Sara; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem Da realidade à ficção : a cobertura noticiosa da guerra no Iraque(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Pina, Sara; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoAcompanhamos a invasão do Iraque pelos E.U.A pelos media. Mas as fontes que presta - ram informações à comunicação social norteamericana foram em esmagadora maioria próguerra e oficiais. Os repórteres «embedded» foram rigorosos? Alguns jornalistas que viveram esta situação acharam que a resposta pode ser negativa. A verdade é que a elaboração da realidade no discurso jornalístico tem consequências nessa própria realidade, reconstruindo-a e modificando-a permanentemente.Item Daniel Ricardo, Ainda Bem Que Me Pergunta. Manual de Escrita Jornalística, Editorial Notícias, Media & Sociedade, 2003(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Martins, Carla Isabel Agostinho; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem A abordagem do enquadramento nos estudos do jornalismo(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Gonçalves, Telmo; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA abordagem do enquadramento transfor - mou-se nas últimas duas décadas num dos paradigmas mais expressivos dos estudos do jornalismo. Percorremos, neste artigo, a evolu - ção desta corrente de investigação, desde as suas origens até aos seus desenvolvimentos mais recentes. Pretendemos, assim, demonstrar os diferentes sentidos com que a noção de «frame» tem vindo a ser aplicada nos estudos do jornalismo, evidenciando-se hoje como um conceito incontornável tanto no estudo das notícias como na investigação dos seus efeitos.Item O Crocodilo e o Rato(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Luís, Agustina Bessa; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação«Alguém que se deita no divã do psiquiatra faz com que se estenda consigo um crocodilo e um rato». A partir desta afirmação, a escritora reflecte, neste pequeno ensaio, sobre a influência da televisão na sociedade contemporânea. Sem desprezar a força do «pequeno écrã – ela “é bem recebida e indispensável até” – traça-lhe limites: a televisão «não nos engana, só nos ilude».Item Nuno Ivo e Oscar Mascarenhas, A Nuvem de Chumbo, Publicações D. Quixote, Cadernos de Reportagem, 2003(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Felner, Ricardo Dias; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem O regicídio na imprensa suíça(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Mónico, Reto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNeste artigo analisa-se a reacção de cerca de trinta jornais suíços sobre o Regicídío do Terreiro do Paço. A grande maioria condena o duplo assassinato. Só a imprensa maçónica e socialista é quase unânime em aprovar esta «justiça popular». Os jornalistas helvéticos, mesmo os da imprensa regional, não se limitam a descrever os acontecimentos de Fevereiro de 1908 em Portugal: comentam os factos e procuram as responsabilidades. Aparecem as clivagens entre os jornais: por um lado os que falam da perda dos valores cristãos e acusam as sociedades secretas, por outro os que defendem João Franco e que responsabilizam os republicanos, enfim os que tomam o antigo Primeiro ministro como o principal responsável da tragédia. Quase todos os quotidianos suíços falam da decadência e da fraqueza do regime, mas poucos jornalistas acreditam no sucesso duma eventual República num país que possui 80 % de analfabetos.Item Anúncio e capa de revista : territórios paralelos ou contíguos?(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Cardoso, Carla Rodrigues; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoImagem e texto são dois elementos partilhados por anúncio e capa de revista. As semelhanças entre estes dois dispositivos comunicacionais começam ou terminam aqui? A resposta a esta questão passa pela análise das estratégias subjacentes à criação do anúncio publicitário e da capa de revista. Neste último caso, optou-se por restringir o campo das publicações, optando-se pelas newsmagazines, sólidas representantes do mundo do jornalismo. Depois do esgrimir de argumentos teóricos, parte-se para a análise empírica das capas de Janeiro de 2004 da newsmagazine portuguesa Visão, à procura de vestígios concretos que as relacionem ou não com os anúncios de revista.Item Natália Correia, Descobri que era europeia – Impressões duma viagem à América, Lisboa, Editorial Notícias, 2002 (1ª Edição, 1951)(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Mesquita, Mário; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem Democracia, comunicação e negócio: o crescimento desmesurado da concentração económica(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Jones, Daniel E.; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNeste artigo passa-se em revista a evolução da concentração das indústrias culturais e comunicativas que, ao longo do tempo, foram adquirindo um maior protagonismo na vida política, cultural e económica das sociedades, especialmente das mais desenvolvidas. A interrelação que se deu entre os regimes democráticos e os meios de comunicação, sobretudo desde o século XIX nos países liberais (embora com uma democracia mais restringida do que a actual), entrou em crise. Em traços largos, a crescente mercantilização da actividade cultural, comunicativa e de entretenimento coloca a questão de saber se os actuais macro ou mega grupos comunicativos e multimédia não têm um protagonismo excessivo, que de alguma maneira conviria controlar por parte dos Estados democráticos. Embora com uma visão geral, procurou-se utilizar exemplos do caso espanhol.Item Helena Ângelo Veríssimo, Os Jornalistas nos anos 30/40-Elite do Estado Novo (2003), Coimbra: Edições Minerva, Colecção Comunicação(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Caldeira, Clara Roldão Pinto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem Jornalismo económico em tempos de concentração : faces visíveis das pressões sobre a informação(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Garrido, Helena; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO objectivo deste trabalho é avaliar se os jornalistas de economia têm, hoje mais que no passado, uma percepção de maior condicionalismo do exercício da actividade de informar sobre matérias económicas e financeiras, na sequência dos movimentos de concentração e diversificação empresarial que afectaram os sectores económicos em geral os ‘media’ em particular. Com base num pequeno inquérito conclui-se que a esmagadora maioria dos inquiridos considera que a informação económica está hoje mais condicionada, atribuindo esta tendência essencialmente à concentração.Item O lugar da personagem nos géneros de opinião : 'Carlos Cruz' no discurso jornalístico sobre o Euro 2004 e o processo Casa Pia(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Lopes, Anabela de Sousa; Mata, Maria José; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste artigo apresenta uma análise do protagonismo de uma figura pública, Carlos Cruz, em relação a dois grandes acontecimentos noticiosos: a vitória da candidatura portuguesa ao Euro 2004 e o processo de pedofilia da Casa Pia. Os géneros de opinião tratados, em dois diários e dois semanários portugueses, revelam o claro enaltecimento da personagem no caso do Euro 2004 e a difusa afirmação da opinião dos articulistas quanto ao alegado envolvimento de Carlos Cruz no processo Casa Pia.Item Carlos Fino, A Guerra em Directo, Verbo, Lisboa, 2003(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Baptista, Carla; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem Os media também nos dizem o que fazer : reflexões sobre a edição de 9 de Setembro de 1999 do jornal 'Diário de Notícias'(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Rocha, João Manuel; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA 9 de Setembro de 1999, após o referendo que determinou a independência de Timor-Leste, o «Diário de Notícias» surgiu nas bancas com a primeira página em branco. A pretexto dessa iniciativa, em que os media foram promotores do acontecimento, são revisitados conceitos clássicos do estudo dos «media», caso dos pseudo-acontecimentos, e, à luz das teorias do agendamento, defende-se que, em algumas circunstâncias, os media também podem dizernos o que fazer.Item A objectividade como 'dever referencial' dos jornalistas(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Martins, Carla Isabel Agostinho; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNo presente artigo avança-se a hipótese de recuperação do paradigma da objectividade como estruturante do jornalismo. No redesenho da cartografia dos «territórios do jornalismo» haverá eventualmente que se acolher a objecti - vidade, mas numa versão reinventada à luz da própria evolução histórica do conceito.