Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura nº 05/06 (2004/2005)
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Item A abordagem do enquadramento nos estudos do jornalismo(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Gonçalves, Telmo; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA abordagem do enquadramento transfor - mou-se nas últimas duas décadas num dos paradigmas mais expressivos dos estudos do jornalismo. Percorremos, neste artigo, a evolu - ção desta corrente de investigação, desde as suas origens até aos seus desenvolvimentos mais recentes. Pretendemos, assim, demonstrar os diferentes sentidos com que a noção de «frame» tem vindo a ser aplicada nos estudos do jornalismo, evidenciando-se hoje como um conceito incontornável tanto no estudo das notícias como na investigação dos seus efeitos.Item Os media e a Europa : O sistema mediático da união, a sociedade civil e a identidade europeia(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Correia, J. M. Nobre; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO alargamento da União Europeia de quinze a vinte e cinco Estados membros suscita numerosas interrogações sobre a coerência e a viabilidade de um tal projecto. Contudo, há quem considere que os media poderão assumir um papel importante nesta matéria, favorecendo a construção de uma sociedade civil e de uma identidade europeias vigorosas. A fragmentação da paisagem mediática europeia e a dimensão norte-americana dos media transnacionais provocam porém um certo cepticismo…Item Jornalismo de saúde : evidências de um processo de especialização(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Vasconcelos, Alberto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoDiferenciado, sobretudo, por uma forte componente científica, o jornalismo dos assuntos de saúde deixou de pertencer à esfera generalista para se autonomizar enquanto território especializado. Todavia, o processo é recente; investigadores, clínicos, decisores políticos, as próprias redacções, ainda não se mostram perfeitamente familiarizados com o espectro de competências do jornalista de saúde. Importa, como tal, conhecer os objecti - vos e as limitações desta corrente jornalística, tanto quanto o seu esforço de descodificação do avanço científico se tornou essencial para a democratização do conhecimento sobre os mecanismos de saúde e de doença.Item Uma fronteira ou o jornalismo económico como forma de conhecimento especializado(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Martins, Christiana; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoAs fronteiras surgem dentro do corpo da actividade jornalística. Jornalismo especializado ou forma especializada de conhecimento. A econo mia como especialização do jornalismo. As carências de estudos académicos sobre o tema. As múltiplas visões sobre o jornalismo económico. Uma certeza, por mais económico que seja, será sempre jornalismo. Há regras a cum prir e vícios a abandonar. Nunca a esque - cerItem O jornalismo literário : ou a imprensa veículo da literatura moderna(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Sòria, Enric; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoLiteratura e jornalismo é igualmente o tema focado no ensaio intitulado. Através de um longo percurso histórico por diversos géneros jornalísticos e literários, Sòria considera que a «idade de ouro» do jornalismo literário se situa no século XX, «especialmente no período que vai desde a belle époque até à Segunda Guerra Mundial». De entre vários nomes consagrados da literatura que colaboraram nos jornais, salienta nomes como os de Unamuno, Gide, Borges ou Pavese.Item O cerco ideológico do Estado Novo à imprensa de 'província'(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Barros, Júlia Leitão de; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoApós a aprovação da Constituição, em 1933, o Estado Novo lançou uma nova política de informação assente em dois instrumentos: a Direcção Geral dos Serviços de Censura e o Secretariado de Propaganda Nacional (S.P.N.). O SPN produziu dois documentos, no seu primeiro ano de actividade, referentes à sua actuação junto da imprensa de província, estando um deles até aqui inédito O presente artigo, partindo desta base documental, procurou contribuir para uma refle - xão em torno do processo de arranque do novo sistema informativo do Estado Novo. Tudo parece indicar que a actuação do novo regime junto da imprensa de província» foi prudente, gradual e planificada. As intervenções punitivas procuraram lidar com a diferenças regionais existentes e contaram a seu favor com jornais de influência local circunscrita.Item O regicídio na imprensa suíça(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Mónico, Reto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNeste artigo analisa-se a reacção de cerca de trinta jornais suíços sobre o Regicídío do Terreiro do Paço. A grande maioria condena o duplo assassinato. Só a imprensa maçónica e socialista é quase unânime em aprovar esta «justiça popular». Os jornalistas helvéticos, mesmo os da imprensa regional, não se limitam a descrever os acontecimentos de Fevereiro de 1908 em Portugal: comentam os factos e procuram as responsabilidades. Aparecem as clivagens entre os jornais: por um lado os que falam da perda dos valores cristãos e acusam as sociedades secretas, por outro os que defendem João Franco e que responsabilizam os republicanos, enfim os que tomam o antigo Primeiro ministro como o principal responsável da tragédia. Quase todos os quotidianos suíços falam da decadência e da fraqueza do regime, mas poucos jornalistas acreditam no sucesso duma eventual República num país que possui 80 % de analfabetos.Item Os media também nos dizem o que fazer : reflexões sobre a edição de 9 de Setembro de 1999 do jornal 'Diário de Notícias'(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Rocha, João Manuel; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA 9 de Setembro de 1999, após o referendo que determinou a independência de Timor-Leste, o «Diário de Notícias» surgiu nas bancas com a primeira página em branco. A pretexto dessa iniciativa, em que os media foram promotores do acontecimento, são revisitados conceitos clássicos do estudo dos «media», caso dos pseudo-acontecimentos, e, à luz das teorias do agendamento, defende-se que, em algumas circunstâncias, os media também podem dizernos o que fazer.Item Daniel Ricardo, Ainda Bem Que Me Pergunta. Manual de Escrita Jornalística, Editorial Notícias, Media & Sociedade, 2003(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Martins, Carla Isabel Agostinho; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoItem A objectividade como 'dever referencial' dos jornalistas(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Martins, Carla Isabel Agostinho; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNo presente artigo avança-se a hipótese de recuperação do paradigma da objectividade como estruturante do jornalismo. No redesenho da cartografia dos «territórios do jornalismo» haverá eventualmente que se acolher a objecti - vidade, mas numa versão reinventada à luz da própria evolução histórica do conceito.Item O ataque ao sítio web da Al-Jazeera ou o anunciado salto das notícias da retaguarda para a linha da frente(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Sousa, Pedro Diniz de; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO ataque ao sítio web da Al-Jazeera, levado a cabo por hackers na primeira semana da Guerra do Iraque, terá constituído o primeiro sinal importante da assimilação da imprensa online pelo campo da guerra informática, apresentada desde há décadas como «guerra do futuro», mas mantendo um estatuto marginal no quadro dos conflitos militares entre estados. O acontecimento atravessa o terreno cientificamente minado do estudo da Internet, nomeadamente pela «retórica de substituição» que acompanhou o nascimento das principais tecnologias de comunicação e que regressou em força com a chegada do novo meio. Mas este e outros perigos não nos devem inibir de encarar de frente o significado do bloqueio do sítio web da Al-Jazeera, nas suas dimensões bélica, simbólica e política. É o que este artigo procura fazer, a partir da confrontação das teorizações já produzidas acerca das notícias online e da guerra informática com um conjunto de dados empíricos relevantes.Item Contributos do realismo para o discurso jornalístico(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Ponte, Cristina; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO realismo é uma forma de expressão cultural indissociável dos jornais de grande circulação e prestígio que surgiram a partir de meados do século XIX. Procuramos reflectir neste artigo sobre os contributos do estilo realista a nível da produção escrita do jornalis mo e da sua estética e também na sua orien tação ética e sentido público da sua inter venção. Nesta caracterização do realismo literário em dimensões estéticas e sociais, dá-se atenção aos processos de descrição como formas de representação da realidade e privile - giam-se orientações derivadas desta matriz no jornalismo contemporâneo: o «novo jornalismo» dos anos 60 do século XX e o jorna lismo de investigação, que surge nos finais do século XIX.Item O Crocodilo e o Rato(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Luís, Agustina Bessa; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação«Alguém que se deita no divã do psiquiatra faz com que se estenda consigo um crocodilo e um rato». A partir desta afirmação, a escritora reflecte, neste pequeno ensaio, sobre a influência da televisão na sociedade contemporânea. Sem desprezar a força do «pequeno écrã – ela “é bem recebida e indispensável até” – traça-lhe limites: a televisão «não nos engana, só nos ilude».Item As construções do luto após a morte de Diana(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Dayan, Daniel; Katz, Elihu; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoOs autores do conceito de «televisão cerimonial» reflectem neste artigo sobre as comemorações e as homenagens em torno de Diana de Gales, que consideram como «peregrinações, encontros com um “sagrado” definido em termos de inacessibilidade». Diana desempenha aqui o papel de «um começo, de uma entrada, de uma ligação entre os mundos, representa o ponto em que as grandes periferias podem, de pleno direito, e sem sanção violenta, aproximar-se da ostentação, da «pompa e circunstância».Item Democracia, comunicação e negócio: o crescimento desmesurado da concentração económica(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Jones, Daniel E.; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNeste artigo passa-se em revista a evolução da concentração das indústrias culturais e comunicativas que, ao longo do tempo, foram adquirindo um maior protagonismo na vida política, cultural e económica das sociedades, especialmente das mais desenvolvidas. A interrelação que se deu entre os regimes democráticos e os meios de comunicação, sobretudo desde o século XIX nos países liberais (embora com uma democracia mais restringida do que a actual), entrou em crise. Em traços largos, a crescente mercantilização da actividade cultural, comunicativa e de entretenimento coloca a questão de saber se os actuais macro ou mega grupos comunicativos e multimédia não têm um protagonismo excessivo, que de alguma maneira conviria controlar por parte dos Estados democráticos. Embora com uma visão geral, procurou-se utilizar exemplos do caso espanhol.Item O Jornalismo e os limites da representação(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Neto, António Fausto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO texto reflecte, a partir do caso «Lula e o New York Times», os limites e as imposições do processo de enunciação dos discursos. Chama atenção para a importância que tem o âmbito da linguagem para a produção da actualidade jornalística, enfatizando que seu estatuto não se situa excludentemente no âmbito da cultura e dos valores relativos à produção da noticiabilidade. Os processos de produção de sentido são proferidos por estratégias discursivas em vários campos sociais. Mostra que o campo jornalístico é actor e paciente e finalmente, diz que o texto jornalístico além de condensar vários textos, é a instância quem controla os fluxos de sentidos uma vez que é quem profere o sentencimento da questão. Isso significa afirmar que apesar das manifestações de outros campos, subsiste a sentença jornalística que no seu próprio «fórum» faz permanecer as referências de suas convicções.Item A representação das minorias sexuais na informação televisiva portuguesa – uma questão «territorial»(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Caldeira, Clara Roldão Pinto; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste artigo aborda a questão da representação das minorias sexuais na informação televisiva portuguesa. Pretende compreenderse, a partir da ideia de jornalismo como território de intersecção de vários discursos sociais, de que forma é representado um grupo minoritário e tradicionalmente considerado desviante e objecto de estigma num meio de comunicação de massa. Para tal, equaciona-se o impacto social dos media, em particular da televisão, na alteração das condições de visibilidade das realidades socialmente invisíveis, e problematiza-se a tensão entre as dimensões capitalista e democrática da televisão. Ainda, aborda-se as particularidades das características relevantes das condições e lógicas de produção do discurso jornalístico, procurando articular o «mapa» deste território com a realidade das minorias sexuais. Finalmente, apresentam-se os resultados mais significativos de um estudo de caso sobre a SIC no período de 1995-2000 com vista à caracterização da representação das minorias sexuais produzida pelo discurso jornalístico num canal comercial de televisão português.Item O 11 de Setembro como mega-acontecimento: um desafio à globalização(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Claudia, Alvares; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoDefende-se, neste texto, que o 11 de Setembro põe em causa os parâmetros de definição tradicional de «acontecimento mediático», revelando uma função simultaneamente integradora e desagregadora. Ao mesmo tempo que serviu para consolidar um comunitarismo ocidental definido em relação a uma alteridade islâmica ameaçadora, também enfatizou a existência de fissuras numa globalização não homogénea, deixando em aberto divisões acentuadas entre centro e periferia. A especificidade do 11 de Setembro prende-se ainda com o facto desse acontecimento ter sido produzido para os media por aqueles que pretendiam desafiar o sistema de globalização de que os media fazem parte. Assim, este mega acontecimento adquire conotações particularmente perversas, pois o ritual ao qual deu origem foi, em parte, ditado pelo ‘outro’, com o intuito de utilizar os media como espaço público de contestação, combate e confronto em tempo real.Item Anúncio e capa de revista : territórios paralelos ou contíguos?(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Cardoso, Carla Rodrigues; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoImagem e texto são dois elementos partilhados por anúncio e capa de revista. As semelhanças entre estes dois dispositivos comunicacionais começam ou terminam aqui? A resposta a esta questão passa pela análise das estratégias subjacentes à criação do anúncio publicitário e da capa de revista. Neste último caso, optou-se por restringir o campo das publicações, optando-se pelas newsmagazines, sólidas representantes do mundo do jornalismo. Depois do esgrimir de argumentos teóricos, parte-se para a análise empírica das capas de Janeiro de 2004 da newsmagazine portuguesa Visão, à procura de vestígios concretos que as relacionem ou não com os anúncios de revista.Item O lugar da personagem nos géneros de opinião : 'Carlos Cruz' no discurso jornalístico sobre o Euro 2004 e o processo Casa Pia(Edições Universitárias Lusófonas, 2005) Lopes, Anabela de Sousa; Mata, Maria José; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste artigo apresenta uma análise do protagonismo de uma figura pública, Carlos Cruz, em relação a dois grandes acontecimentos noticiosos: a vitória da candidatura portuguesa ao Euro 2004 e o processo de pedofilia da Casa Pia. Os géneros de opinião tratados, em dois diários e dois semanários portugueses, revelam o claro enaltecimento da personagem no caso do Euro 2004 e a difusa afirmação da opinião dos articulistas quanto ao alegado envolvimento de Carlos Cruz no processo Casa Pia.