Cadernos de Sociomuseologia Nova serie 16 - 2020 (Vol. 60)

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    Escola Livre de Artes Arena da Cultura: erigindo pontes entre formação e inclusão cultural de jovens e adultos
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Neves, Ana Luísa
    O artigo explicita e faz uma análise sobre as metodologias participativas de curadorias de exposições no contexto da Escola Livre de Artes Arena da Cultura. Faz-se possível apresentar reflexões sobre a experiência vivenciada como Professora na referida Escola, situada em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais (BH-MG), no segundo semestre de 2019. Inicialmente apresento as diretrizes da ELA-Arena, e, em seguida trago embasamentos e discussões em torno deste trabalho. Para além de conclusões, pretendo que o artigo traga bons exemplos em torno das possibilidades de democratização e inclusão cultural ocorrida a nível local.
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    O corpo na museologia como expressão de identidade no pensamento contemporâneo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Freitas, Sara Veríssimo
    No presente artigo procuramos refletir, no âmbito de uma investigação de doutoramento na ULHT, departamento de Sociomuseologia, sobre a Tatuagem como expressão artística para a museologia contemporânea, onde se procura dar visibilidade a um processo de identidade, a um mapeamento de vivências e, por último, de afirmação de um território que é de cada um de nós – o nosso corpo. Se por um lado, procuramos dar respostas a um dos problemas que consideramos importantes no mundo contemporâneo, buscamos também refletir sobre alguns problemas que assolam a Museologia e os Museus. Ao longo desta investigação indagamos também, através de trabalho de campo expresso por entrevistas aos tatuados, salientar a importância do sujeito nos processos museológicos, através do autoconhecimento, autoestima e autocrítica, em que o sujeito é ao mesmo tempo objeto museológico, considerado como obra de arte. O sujeito tatuado é então portador de imensas problemáticas que são também comuns ao universo Sociomuseológico: ele é sujeito e objeto de memória e esquecimento – mapeamento do seu território; é também sujeito de poder, de seu corpo; é ponto de identificação patrimonial através das suas estéticas; é a busca de uma identidade ou de uma diferença no seu território, e é resultado dos processos fenomenológicos da modernidade. Estes são apenas alguns dos pontos que irão ser abordados no presente texto.
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    Patrimônio e conceito antropológico de cultura: uma longeva relação
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Fuenzalida, Maria Paz Josetti
    O trabalho buscou discutir a associação feita entre o conceito antropológico de cultura e o alargamento do escopo da noção de patrimônio que ocorreu a partir do início do século XXI, especificamente no que diz respeito às políticas estabelecidas para a proteção do patrimônio cultural imaterial. Argumentou-se que, por ser polissêmico, o conceito antropológico de cultura manteve relação com a noção de patrimônio desde o primeiro quarto do século XX, ou seja, quase um século antes. Verifica-se que o sentido atribuído às duas categorias se transformou. Ademais, discutiu-se que uma ampliação da categoria patrimônio é fruto da ação dos mais diversos atores sociais na demanda por direitos culturais diferenciais, operando com uma gramática político-cultural específica, que dinamizou enunciados como multiculturalismo, diversidade cultural e representação, buscando uma visão não hierarquizante de cultura, o que impactou diretamente na conceitualização de patrimônio e na política de proteção de bens culturais. Para tanto, como maneira de delimitar a discussão, optou-se por trabalhar com documentos produzidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no período, visto ser agente e arena protagonista no que diz respeito às políticas de proteção a bens culturais.
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    A Sociomuseologia como escola de pensamento e a Museologia Social como prática. Como os museus podem ajudar a transformar a realidade dos grupos sob o efeito da marginalização?
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Neu, Maria Magdalena
    Museus são organizações que devem servir à sociedade e, portanto, eles precisam se adaptar às mudanças sociais. Vivemos em uma época em que entendemos que a representatividade é de suma importância para grupos sob efeito de marginalização. As vozes dessas pessoas têm sido sistemática e institucionalmente silenciadas há várias centenas de anos. Uma vez que a museologia tradicional falha em se engajar com grupos marginalizados, e é, até hoje, uma instituição fundamentalmente elitista, a Sociomuseologia como escola de pensamento e a prática da Museologia Social surgiram com a clara missão de retificar este déficit. A escola de pensamento, a prática e seu potencial de desenvolvimento sociopolítico e econômico de um território merecem ser cuidadosamente examinados. Este artigo tem o objetivo de proporcionar insights sobre este novo paradigma museológico. Serão apresentados dois estudos de caso de instituições de museus sociais em favelas brasileiras que exemplificam os benefícios que esses museus já produziram para as comunidades em que estão inseridos. Serão apresentados exemplos de ações desenvolvidas nesses museus e como elas afetam o cotidiano dos moradores locais. Este trabalho foi escrito com base no material reunido para a tese de bacharelado da autora, entregue na Alemanha em 2018, e conta com estudos de campo, entrevistas originais transcritas e traduzidas, observações e uma análise da função social desses museus.
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    Redes de Partilha, Educação e Preservação Patrimonial: 30 anos construindo pontes e abrindo caminhos de integração nas Américas
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Haspo, Beatriz
    Em regiões de grandes desigualdades sociais, econômicas, ambientais e culturais, como a América Latina e o Caribe, o trabalho de redes de partilha é vital para potencializar esforços de formação profissional em preservação patrimonial com o objetivo da valorização de culturas, ancestralidades e patrimônios. Este artigo apresenta a trajetória da rede APOYOnline – Associação para Preservação do Patrimonio das Américas, com mais de 4.500 membros que há 30 anos vem desenvolvendo um trabalho de integração e equidade cultural no âmbito da preservação patrimonial na América Latina, Caribe e demais países de língua portuguesa e espanhola e faz reflexões sobre desafios ainda por ultrapassar para alcançar uma preservação integral, comprometida e sustentável .
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    Representações permeáveis: Sentimento e embate ideológico
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Godoy, Henrique
    Sob argumentos objetivistas de comunicação, os discursos do poder reproduzem sua ideologia pelas diversas camadas e estruturas sociais, que consciente ou inconscientemente, o incorporam. Por trás deste manto de imparcialidade vive a normalização da violência e sua consequente permanência no cotidiano. Estabelecer as subjetividades da emoção e do sentimento como parte de um processo de conscientização política, permite posicionarmos a Sociomuseologia/Museologia Social lado a lado com as práticas comunitárias, incluindo a fotografia. Discute-se aqui, sob estes conceitos, a importância desta abertura da esfera pública na reparação de memórias dolorosas, que abrem caminho na inversão das narrativas históricas.
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    Memórias de dor e construção de exposições: falando sobre o feminicídio
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Coronado-Téllez, Gabriela
    As mortes violentas de mulheres por razões de gênero, também conhecidas como feminicídios, continuam a aumentar as suas cifras no México, o que tem colocado o país como um dos lugares mais perigosos para ser mulher. O crescimento dos crimes e a impunidade que os rodeia tem gerado indignação em diversos setores da sociedade e tem-lhes levado à mobilização, uma destas ações é a de “No Estamos Todas” traduzido como ‘Não Estamos Todas Aqui’, que através da ilustração procuram visibilizar as ditas violências. Partindo da premissa de que os museus e, portanto, as exposições têm função social e devem ser ativas na promoção de direitos humanos e da igualdade de gênero. Neste artigo apresenta-se uma análise das exposições de No Estamos Todas desde uma perspectiva sociomuseologica. Estas ações aconteceram em novembro em Portugal e no mês de março no México. Mesmo quando compartilham a mesma finalidade de visibilizar e sensibilizar ao público sobre feminicídio e transfeminicídio, as linguagens utilizadas nestas exposições foram diferentes, enquanto a primeira procurava explicar a gravidade dos crimes, a segunda tinha o foco nas vítimas desta violência. Estas duas experiências são analisadas utilizando o guia de processo expositivo de Pierre Mayrand.
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    Superando a história única: a educação patrimonial como instrumento de democratização cultural no Distrito Federal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Pacheco, Karolline
    Este artigo tem como objetivo tecer algumas reflexões sobre desafios e potencialidades da educação patrimonial no contexto do Distrito Federal a partir de uma perspectiva sociomuseológica. Considerando que a memória é fundamento para a construção da identidade social e que este processo se redefine permanentemente na relação dialógica com o outro, os patrimônios e museus são importantes instrumentos para restabelecer estes diálogos da diversidade. Diante de museus e espaços culturais que reiteram o discurso consagrado a respeito da construção de Brasília, privilegiando nomes e fatos específicos, como fazer valer a relação patrimônio, identidade e cidadania efetivamente? Busco, por meio da experiência como educadora em espaço cultural, refletir sobre percepções, potencialidades e abordagens que visem a superar a história única, incluindo outras vozes nesta relação em vista de uma educação para autonomia e para a democratização cultural.
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    Construindo a Sociomuseologia: uma análise das teses defendidas no Doutoramento em Museologia da ULHT (2008-2020)
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Biléssimo, Angelo
    O presente artigo tem por objetivo apresentar dados preliminares de uma investigação que busca auxiliar na compreensão dos contributos de teses e dissertações defendidas no Departamento de Museologia da Universidade Lusófona para o desenvolvimento da Sociomuseologia entre os anos de 2008 e 2020. Esse estudo tem entre suas preocupações compreender como está sendo estruturada a produção de conhecimento na área da Museologia, a partir das pesquisas desenvolvidas na ULHT, e a emergência da Escola de Pensamento da Sociomuseologia. Neste artigo concentramos nossa análise nas teses de doutoramento, analisando 46 trabalhos defendidos entre 2008 e 2020, o que corresponde à totalidade dos trabalhos localizados para o período. Discutimos esta produção através da análise dos temas tratados, espaços geográficos abarcados e um breve perfil dos pesquisadores envolvidos, buscando apontar interpretações e possibilidades de compreensão da Sociomuseologia.
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    Cultura, fenômenos sociais e currículo do Ensino Superior: articulações via museu e universidade
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Pasqualucci, Luciana
    O objetivo deste texto é refletir sobre a necessidade da articulação institucional entre museu e universidade. Busca-se enfatizar a pertinência da aproximação entre cultura, fenômenos sociais e currículo do Ensino Superior, tendo como pressupostos os conceitos da Museologia Social, a perspectiva crítica e contemporânea de currículo e reflexões sobre a universidade, partilhadas, sobretudo, pelo filósofo brasileiro Álvaro Vieira Pinto e pelo filósofo espanhol José Ortega y Gasset. A universidade, assim como o museu, formula e comunica sentidos por meio de discursos. Ambas as instituições são, assim, produtoras e geradoras de significados. Ao promoverem discussões e arranjos conceituais que revelam a realidade e reflexões sobre diferentes áreas do conhecimento, o museu pode ressignificar o discurso construído na universidade e o público participante desse processo (corpo discente, corpo docente, público do museu) e redefinir o discurso de modo criativo, uma vez que o interpreta de modo particular e oportuno. Esse caráter de instrução pública confere ao museu ainda mais legitimidade para a construção de novas narrativas, e a universidade aproxima-se ainda mais do seu papel formador para a criação de protagonismos sociais de diferentes segmentos.