Mestrado em Psicologia da Justiça
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Percorrer Mestrado em Psicologia da Justiça por assunto "ABUSE"
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Item Conhecimentos e práticas dos/as professores/as na identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo : um estudo exploratório(2023) Ferreira, Joana Marinho Pinto; Oliveira, Célia, orient.O Presente estudo visa analisar os conhecimentos e práticas dos/as professores/as em relação à identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com uma amostra constituída por 417 professores/as portugueses/as do ensino público e secundário, de escolas do continente e ilhas. Para a recolha de dados construiu-se um questionário a partir da revisão da literatura científica e da consulta documental e legislativa respeitante à promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, bem como às orientações tutelares emanadas para os estabelecimentos educativos. Os resultados obtidos, relativamente ao conhecimento do conceito dos maus-tratos revelam que o mesmo parece ser familiar à maioria dos/as docentes. No entanto, a maioria dos/as docentes (87,3%) refere não ter recebido formação inicial ou contínua na problemática dos maus-tratos e 60,2% dos/as professores/as reportam necessidade de receber formação específica. No que concerne ao conhecimento dos sinais de maus-tratos, os resultados indicam que, 40,5% dos/as professores/as considera ter conhecimento insuficiente sobre os indicadores comportamentais das crianças observáveis em contexto escolar, e 38,4% reporta conhecimento insuficiente sobre os indicadores associados ao rendimento académico. A maioria dos/as professores/as registam ainda que têm conhecimento insuficiente em relação ao Protocolo de Observação para a Deteção de Situações de Perigo, às consequências das experiências da vitimação, à Lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aos recursos e redes de apoio, e à prevenção dos maus-tratos intra e extrafamiliares. Relativamente à sinalização das crianças e jovens potencialmente vítimas de maus-tratos, os resultados indicam que a maioria dos/as docentes privilegiam o encaminhamento para a CPCJ. No que concerne à resposta à revelação de uma criança sobre vivências de maus-tratos, os resultados revelam que os/as docentes optam por se mostrarem disponíveis para ajudar. Do conhecimento desta realidade nacional resultam um conjunto de implicações para a promoção de conhecimentos e práticas, em contexto educativo, que facilitem a proteção e resposta eficiente e imediata às crianças e jovens em perigo, assim como implicações empíricas para o aprofundamento da investigação neste âmbito.Item Violência obstétrica: estudo qualitativo sobre conceções e significados no contexto português(2023) Leite, Elisa Jerónimo Aires; Antunes, Carla Margarida Vieira, orient.A violência obstétrica é caracterizada por práticas de maus-tratos no contexto da saúde reprodutiva da mulher. Efetivamente, a investigação atual sugere que mulheres em todo o mundo experienciam algum tipo de maus-tratos durante o parto. Para a melhor compreensão do fenómeno em Portugal, o presente estudo, pretendeu, através de uma abordagem qualitativa, identificar as dinâmicas da experiência de vitimação e o subsequente impacto percebido das mulheres nos diferentes domínios do seu funcionamento. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com dezanove mulheres residentes em Portugal, com idades compreendidas entre 22 e os 41 anos (M=33.2; DP=1.1), que solicitaram ajuda e/ou informação junto de instituições de apoio a este tipo de vítimas. Os dados recolhidos foram analisados de acordo com a análise temática, com recurso ao software QSR Nvivo10. Da análise resultaram seis temas centrais, nomeadamente a experiência de maus-tratos, impacto psicológico para a vítima, processo de reconhecimento da vitimação, estratégias de coping, fatores precipitantes e outras dimensões do impacto da vitimação. Os resultados obtidos contribuíram para um maior conhecimento sobre as dinâmicas que permeiam a experiência abusiva e os impactos psicológicos resultantes da experiência de vitimação, sobretudo as dimensões subjetivas do impacto. Por fim, foram discutidos aspetos que determinaram o reconhecimento da vitimação e as estratégias de coping assumidas.