Mestrado em Psicologia da Justiça
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Item Abandono e desistência da intervenção em perpetradores de violência nas relações de intimidade : revisão sistemática da literatura(2022) Pedrosa, Jéssica Maria Oliveira; Cunha, Olga Cecília Soares da, orient.A literatura acerca da intervenção com perpetradores de violência nas relações de intimidade (VRI) tem revelado elevadas taxas de abandono, às quais se associam a uma maior probabilidade de reincidência criminal. O objetivo deste trabalho consistiu em analisar as taxas de abandono e identificar as variáveis (sociodemográficas, jurídico penais, individuais e fatores externos) associadas ao abandono de programas de intervenção para perpetradores de VRI. Para o efeito, procedeu-se à realização de uma revisão sistemática da literatura publicada entre 2010 e 2021. Utilizou-se a seguinte equação de pesquisa: (“intimate partner violence” OR “domestic violence” OR “spouse abuse”) AND (intervention OR treatment OR program OR rehabilitation) AND (dropout OR attrition OR completion). Da pesquisa resultaram 1241 artigos, dos quais 31 foram incluídos na presente revisão sistemática. Os resultados desta revisão apontam para taxas de abandono entre os 0.33% e os 67.5%. Os resultados mostram ainda a existência de quatro categorias de variáveis associadas ao abandono em programas de intervenção com perpetradores de VRI, sendo as variáveis sociodemográficas as mais estudadas nos diferentes estudos, seguidas das variáveis individuais, das variáveis relacionadas com a violência e por fim dos fatores externos ao sujeito. De entre estas, as variáveis mais associadas ao abandono são o consumo de substâncias, desemprego, idade jovem, estado civil solteiro, baixa escolaridade, perturbação mental e história criminal. Apesar dos resultados controversos sobre a eficácia dos programas de intervenção com ofensores conjugais, vale evidenciar a relevância do desenvolvimento e implementação de programas de reeducação sobre violência nas relações de intimidade, de modo a proteger as vítimas e consequentemente reduzir a reincidência.Item Acontecimentos de vida adversos e coping : o papel mediador da regulação emocional(2023) Cunha, Cristiana Filipa Fernandes; Antunes, Carla Margarida Vieira, orientPese embora a controvérsia em torno da definição, delimitação e conceptualização do construto de acontecimentos de vida adversos, é consensual que este é, frequentemente, experienciado de forma negativa pelo sujeito e pode ter repercussões em vários domínios da saúde. Perante a vivência de acontecimentos adversos, o coping dispõe de potencial para estabilizar os indivíduos e suscetibilizar, positiva ou negativamente, a sua saúde física e mental, mediante a evolução do stress. Nesta perspetiva, a adaptação bem-sucedida, de um indivíduo a um dado ambiente, requer a utilização e aplicação de estratégias adequadas. A regulação emocional surge em virtude da regulação das emoções e como indispensável para o bem-estar e saúde mental dos indivíduos. Posto isto, o presente estudo procurou testar o efeito mediador da regulação emocional na relação entre os acontecimentos de vida adversos, vivenciados no último ano, e o coping. Para tal, os instrumentos utilizados incluem o Questionário Sociodemográfico, a Escala de Coping, a Escala de Acontecimentos de Vida Adversos e a Escala de Dificuldades de Regulação Emocional. A amostra deste estudo foi constituída por 225 participantes (77.8% do sexo feminino), com idades entre os 18 e os 63 anos (M=29.31; DP=10.56). Os resultados contrariaram a hipótese de associações estatisticamente significativas entre a experiência de adversidade e o coping, no entanto verificaram-se associações significativas entre outras variáveis, tanto positivas (experiência de adversidade e idade, assim como entre o coping e a idade), como negativas (regulação emocional e coping, e entre a regulação emocional e a idade). Ademais, não se verificou um efeito de mediação total e estatisticamente significativo do construto de regulação emocional, mas obtiveram-se efeitos indiretos estatisticamente significativos. Os resultados obtidos apontam para a importância de desenvolver competências de regulação emocional, incentivando os profissionais de psicologia a adotar uma abordagem de promoção que evidencie esta capacidade como objetivo de intervenção.Item Acontecimentos de vida adversos e crescimento pós-traumático : o papel moderador do suporte social(2022) Santiago, João Miguel dos Santos Moreira; Antunes, Carla Margarida Vieira, orient.Apesar da multiplicidade concetual, um acontecimento de vida adverso pode ser definido como um acontecimento que, devido às suas características, é tendencialmente vivido de forma negativa, podendo acarretar consigo consequências negativas para a saúde. Não obstante, é também possível que da vivência de um acontecimento adverso resulte o surgimento de mudanças positivas, designadas pela literatura neste domínio de crescimento pós-traumático. O crescimento pós-traumático corresponde às mudanças a longo-prazo que surgem após o processamento cognitivo e emocional da experiência adversa, originando novas formas de pensar, sentir e agir. Constitui-se como um processo complexo, cuja eficácia é influenciada por uma multiplicidade de fatores, sendo o suporte social um dos fatores mais documentados. O suporte social tem sido reconhecido como um fator importante para a saúde mental dos indivíduos, desempenhando um papel protetor e diminuindo o potencial impacto negativo da adversidade. Pelo exposto, o presente estudo procurou avaliar o papel moderador do suporte social percebido na relação entre a exposição a diferentes acontecimentos de vida adversos e o crescimento pós-traumático. A amostra deste estudo foi constituída por 220 participantes (63.3% do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 18 e os 76 anos (M=38.95, DP=15.89). Os resultados revelaram que a maior exposição a diferentes acontecimentos adversos estava associada a níveis reduzidos de crescimento. Adicionalmente, o suporte social percebido moderou a relação entre a exposição à adversidade e o crescimento pós-traumático, demonstrando um efeito protetor particularmente significativo em situações de reduzida exposição. Os resultados deste estudo alertam para a importância de tomar em consideração o funcionamento positivo pós-adversidade, encorajando os profissionais a adotar uma abordagem promocional, em detrimento de uma exclusivamente remediativa, com vista a disponibilizar uma intervenção mais holística e promotora de bem-estar e desenvolvimento pessoal.Item Adaptação da Coping Scale no contexto português : estudo das suas propriedades psicométricas(2021) Costa, Cláudia Marisa Ferreira da; Antunes, Carla Margarida Vieira, orient.O coping é definido como uma resposta consciente que apresenta como propósitos/objetivos, lidar com uma situação de stress (Compas et al., 2001) e diminuir o impacto negativo da mesma (Pearlin & Schooler, 1978), mantendo o equilíbrio psicológico dos indivíduos (Kirchner et al., 2010). As estratégias de coping podem ser classificadas como adaptativas ou não adaptativas (Carver & Connor-Smith, 2010), e medeiam o impacto na saúde mental após uma situação de vida adversa (Shakespeare-Finch et al., 2005). Nesse sentido, estratégias de coping adaptativas estão relacionadas com diminuição do impacto negativo, enquanto que estratégias de coping não adaptativas encontram-se associadas a maiores níveis de stress (DeCuir-Gunby et. al, 2020) e maior impacto negativo (Arble et al., 2018). Apesar do significativo investimento científico no domínio do coping e dos esforços em Portugal na adaptação de medidas de coping, são, ainda, necessárias medidas breves/curtas que avaliem este construto. Assim, o presente estudo pretende preencher a lacuna existente na avaliação do coping, apresentando como objetivo adaptar e providenciar evidências de validade e fidelidade da escala Coping Scale (Hamby et al., 2015) no contexto português, analisando as suas características psicométricas. Participaram neste estudo 744 adultos, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos (55.2% do sexo feminino), que preencheram um conjunto de instrumentos de autorrelato nomeadamente, o Inventário de Coping, a Escala de Crescimento Pós-traumático e a Escala de Satisfação com a Vida. Os resultados sugerem bons índices de ajustamento e valores adequados de consistência interna para o modelo unidimensional. Estratégias de coping adaptativas encontram-se positivamente correlacionadas com as dimensões de crescimento pós-traumático e de satisfação com a vida e negativamente correlacionadas com estratégias de coping evitante. Em suma, a presente escala aparenta constituir um instrumento de avaliação fiel e válido com potencialidade para o uso na população portuguesa.Item Adversidade na infância, consumo de substâncias psicoativas e comportamento delinquente : o papel moderador da perturbação de comportamento e do suporte social(2018) Martins, Joana Sofia Teles Oliveira; Moura, Andreia de Paiva Ribeiro de, orient.O impacto causado pela adversidade na infância e adolescência tem suscitado o interesse dos investigadores, no que concerne ao estudo das implicações na vida adulta dos indivíduos. Têm sido apontadas relações entre a adversidade, saúde psicológica e comportamentos de risco, pelo que esta investigação vai incidir mais concretamente na Adversidade na infância associada ao Consumo de substâncias psicoativas e Comportamento delinquente. Estas relações foram analisadas com um olhar atento sobre potenciais variáveis mediadoras, tais como, a Perturbação de Comportamento e Suporte Social, com o objetivo de compreender se estas duas variáveis se associavam a maiores ou menores consumos de substâncias e práticas de comportamentos delinquentes. Método: O estudo compreendeu 175 jovens, com idades entre os 12 anos e os 17 anos (M= 14.99; DP=2.26), a frequentar os Agrupamentos de Escolas e Escolas Profissionais de Marco de Canaveses. Foram administrados os seguintes instrumentos: Questionário Sócio demográfico; Life Events Checklist-5; Dispositivo de Despiste de Processo Antissocial; Questionário de História na Infância; Escala de Delinquência Autorrelatada Adaptada e Escala Multidimensional de Apoio Social Percebido. Resultados: Os principais resultados revelaram que, a Adversidade na Infância e a Exposição a Acontecimentos Traumáticos são preditoras do Consumo de Substâncias Psicoativas e Comportamento Delinquente. A Perturbação de Comportamento revelou ser mediadora na relação entre a Adversidade, o Consumo de Substâncias Psicoativas e Comportamento Delinquente, bem como na relação entre Exposição ao Trauma, o Consumo de Substâncias Psicoativas e Comportamento Delinquente. O Suporte Social revelou não ser mediador em nenhumas das relações. Conclusões: Mais importante que trabalhar redes de Suporte Social, é necessário trabalhar a perceção e confianças nessa mesmas redes, por forma a que sejam desconstruídos esquemas cognitivos destorcidos.Item Ajustamento psicossocial de crianças e jovens em acolhimento familiar: uma revisão sistemática da literatura(2018) Saraiva, Ricardo José Pontes; Oliveira, Célia Regina Gomes, orient.O objetivo deste trabalho centra-se na necessidade de aprofundar um tema pouco explorado no panorama nacional, nomeadamente o ajustamento psicossocial de crianças e jovens em regime de acolhimento familiar, analisando a investigação empírica dos últimos 10 anos. Para o efeito, procedeu-se à realização de uma revisão sistemática da literatura neste âmbito, por via de uma análise descritiva dos resultados da investigação publicada nas bases de dados referenciais da área. Inseriram-se os seguintes termos de pesquisa (e respetiva combinação): Acolhimento Familiar AND Psicossocial (em Língua Portuguesa), Acogimento Familiar AND Psicosocial (em Língua Espanhola), Foster Care AND Psychosocial, Foster Care AND Psychosocial Adaptation, Foster Care AND Psychosocial Adjustment, e Foster Care AND Psychological (em Língua Inglesa). Esta pesquisa resultou na obtenção de 106 artigos, tendo em consideração se os termos de pesquisa encontravam-se no titulo e/ou resumo dos mesmos. Estes artigos foram alvos de triagem, consoante os critérios de inclusão e exclusão definidos. Após aplicação destes critérios chegou-se aos 36 artigos utilizados para esta revisão. A análise qualitativa de conteúdo resultou na identificação de 4 categorias temáticas, referentes a dimensões comportamentais, cognitivas, da saúde mental e do próprio conceito de ajustamento das crianças acolhidas, tomando como ponto de comparação o impacto que as outras medidas de acolhimento têm nos seus beneficiários. Os resultados desta revisão apontam para um retrato de vulnerabilidade como modo de descrever esta população, estando sujeita a múltiplos riscos de cariz psicossocial, o que engloba consequências em todas as dimensões referidas anteriormente.Item Alexitimia na população reclusa : uma revisão sistemática da literatura(2022) Faria, Catarina Sofia Trindade; Souto, Maria Teresa Soares, orient.Enquadramento: O estudo da alexitimia é relativamente recente, pelo que não há dados suficientes que expliquem o seu funcionamento e impacto na população geral, assim como em populações especificas. Dificuldades na identificação e descrição dos sentimentos e emoções, podem estar relacionadas com a prática de crime. Por esse motivo, torna-se pertinente o estudo da alexitimia na população reclusa a ser abordado nesta revisão sistemática. Objetivo: Pretende-se obter uma informação detalhada da literatura e dos estudos sobre alexitimia na população reclusa. Método: Revisão sistemática, utilizando as guidelines do PRISMA-P. Foram elaborados critérios de elegibilidade para a seleção das publicações e a pesquisa foi realizada em 5 bases de dados eletrónicas. O processo foi efetuado por dois investigadores independentes. Resultados: Os estudos são maioritariamente de natureza quantitativa, de design transversal retrospetivo. As amostras estudadas são constituídas por homens reclusos. Os estudos foram desenvolvidos nos últimos seis anos, na Europa com recurso a instrumentos de autorrelato. A maioria dos estudos identificam alexitimia na população reclusa que foi condenada pela prática de crime violenta. Conclusão: Dado que as publicações selecionadas incluem exclusivamente reclusos masculinos, o estudo da alexitimia na população reclusa feminina é inexpressivo. Esta falha poderá ser colmatada em futuras investigações. Sendo a alexitimia um construto multidimensional, será relevante considera-lo de um ponto de vista global, assim como na expressão diferencial das suas dimensões, o que permitirá intervenções individualizadas e personalizadas.Item Alexitimia, crime e saúde mental : um estudo exploratório com a população reclusa masculina em Portugal(2021) Ferreira, Catarina Maria Bock da Costa; Dias, Ana Rita Conde, orient.A nível nacional, pouco se conhece acerca da alexitimia em contexto prisional e da sua relação com o crime e a saúde mental. Assim, o presente estudo pretende estimar as taxas de prevalência de alexitimia e os indicadores de psicopatologia, analisar a relação entre a alexitimia e indicadores de psicopatologia, analisar a relação entre indicadores de psicopatologia e a prática de violência e a criminalidade e, por fim, analisar a relação entre a alexitimia e a prática de violência e criminalidade. Recorreu-se a uma amostra de 169 reculos de vários Estabelecimentos Prisionais ao longo do país. Foram aplicados como instrumentos a Escala de Alexitimia de Toronto de 20 itens (TAS-20), um questionário sociodemográfico e criminal e o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Os resultados revelam uma prevalência de 22.4% de alexitimia e de 33.3% de perturbações emocionais. Verificamos uma associação entre as dimensões do BSI e a alexitimia. A alexitimia e a prática de violência e criminalidade também não demonstraram associaçãoItem Autocontrolo, capacidade para amar e psicopatia: estudo comparativo entre população reclusa e não reclusa(2023) Monteiro, Inês Garcias Nogueira Ávila; Ferreira, Maria José Pereira, orient.As relações entre o autocontrolo e a psicopatia têm sido amplamente estudadas em amostras forenses, associadas, muitas vezes, a indicadores de desajustamento psicológico. Existem bastantes menos estudos acerca destas dimensões, quer na população geral, quer associados a dimensões promotoras de um funcionamento mais adaptativo. Assim sendo, o presente estudo teve como objetivos principais: a) Explorar as associações entre o autocontrolo, as dimensões da psicopatia e capacidade para amar).; b) Analisar os níveis de autocontrolo, de psicopatia e a capacidade para amar, comparando-os entre a população reclusa e não reclusa, em função do género. Participaram neste estudo 255 indivíduos, 153 (68%) em reclusão e 102 (32%) em não reclusão, sendo que, nos que vivem em reclusão 71 (46.4%) eram do género feminino e 82 (53.6) são do género masculino, enquanto que nos que vivem na comunidade, 74 (72.5%) eram do género feminino e 28 (27.5%) do género masculino. De modo geral, os resultados indicaram que quanto maior for a capacidade para amar, maiores tenderão a ser os níveis de autocontrolo e menores os de psicopatia. Valores mais baixos de autocontrolo mostraram-se ainda associados a níveis mais elevados de psicopatia em todas as suas dimensões. Em relação à psicopatia, o género não influencia significativamente os níveis de psicopatia, tendo-se, no entanto, encontrado diferenças significativas entre reclusos e não reclusos, independentemente do género dos mesmos. No que se refere à capacidade para amar e ao autocontrolo, não se encontram diferenças estatisticamente significativas. A investigação decorrente deste estudo é relevante para a contribuição do conhecimento científico sobre as variáveis apresentadas, tanto na população reclusa como na não reclusa, sendo que se espera que os resultados inerentes ao mesmo possam contribuir para futuros estudos neste âmbito. Palavras-chave: Autocontrolo, Psicopatia, Capacidade para Amar, População Reclusa, População não-reclusa.Item Avaliação processual da 1ª implementação do Programa Riscos & Desafios na Faculdade de Psicologia, Educação e Desporto, da ULP(2021) Ribeiro, Sofia Araújo; Moura, Andreia de Paiva Ribeiro de, orient.Os adultos emergentes representam uma parcela significativamente grande do ônus económico e da saúde em geral devido ao consumo nocivo de substâncias psicoativas e das perturbações que resultam do seu consumo. A literatura tem apontado para a eficácia de estratégias de prevenção ou redução, integral ou parcial, do consumo de substâncias entre adultos emergentes e para a prevenção de possíveis consequências decorrentes dessa prática, evidenciando o contexto escolar como um ambiente propício ao desenvolvimento psicossocial dos indivíduos. Um dos mais completos e robustos programas de prevenção desta natureza, aplicados em contextos académicos nacionais, denomina-se por Programa Riscos & Desafios. Assim, o presente estudo teve como objetivo a avaliação processual da primeira implementação do Programa Riscos & Desafios na Faculdade de Psicologia, Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona do Porto. A amostra foi constituída por 28 indivíduos, alunos do 3º ano de Psicologia, correspondentes a 66,6% dos 42 participantes dessa primeira implementação. O protocolo incluiu a administração do Questionário Pós Programa e da Avaliação do Programa, um ano após a implementação da intervenção. Os resultados demonstram que a generalidade dos estudantes considerou o Programa Riscos & Desafios como Bom, numa escala de Likert. Este estudo permitiu verificar que os adultos emergentes beneficiaram da participação no Programa Riscos & Desafios na medida em que consideram ter adquirido aprendizagens importantes com o mesmo, reforçando que este formato de implementação neste contexto em particular é viável, à semelhança de resultados anteriores do Programa aplicado em outras instituições de Ensino Superior e em anos diferentes.Item O bem-estar na população reclusa: uma revisão sistemática da literatura(2022) Antunes, Núria Filipa Monteiro Alves Machado; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: Numa sociedade demarcada pelo stress, a felicidade surge como um dos maiores anseios, o que tem levado ao aumento do interesse científico no estudo do bem-estar, que se apresenta como um fenómeno crucial para o indivíduo e sociedade. E apesar de se reconhecer que, entre outros efeitos, este pode contribuir para a redução do crime e adoção de comportamentos mais prossociais, pouco se sabe sobre si no contexto prisional. O que, perante a relativa ineficácia das penas privativas de liberdade, revela a necessidade iminente de se apostar em estratégias que o promovam e que de algum modo auxiliem no processo de reabilitação dos reclusos. Objetivo: Fornecer uma síntese dos estudos sobre as intervenções, dirigidas à população reclusa, que visem a promoção do bem-estar subjetivo e/ou psicológico. Método: Uma pesquisa eletrónica da literatura foi realizada em quatro bases de dados, das quais oito artigos foram incluídos para revisão por respeitarem a totalidade dos critérios de elegibilidade. O processo foi realizado de forma independente por pares, que adotaram como protocolo metodológico o PRISMA Statement. Resultados: As intervenções que visam a promoção do bem-estar subjetivo e/ou psicológico dos reclusos, revelaram-se escassas, mas inovadoras e diversificadas entre si. Tendo demonstrado não apenas efeitos positivos ao nível desta variável, como a possibilidade de assumir um papel crucial no processo reabilitador desta população, com efeitos que se podem observar a longo prazo e que se estendem além prisão. Conclusão: A descrença de que nada funciona nesta população, parece apenas contribuir para a sua marginalização e para o aumento da reincidência criminal, tendo-se observado que a prisão pode funcionar como um contexto de proteção e aquisição de novas competências facilitadoras do processo de reentrada na sociedade. Palavras-chave: Revisão sistemática; bem-estar; população reclusa; intervenção; reabilitação social.Item Bem-estar social na idade adulta : adaptação e validação da Social Well-being Scales no contexto português(2016) Silva, Ana Lages; Antunes, Carla Margarida Vieira, orient.A saúde mental envolve não apenas a ausência de problemas mas também o funcionamento ótimo do indivíduo, aqui conceptualizado enquanto bem-estar. Em Portugal, estudos anteriores centraram-se na validação de instrumentos de avaliação do bem-estar psicológico e subjetivo. Tendo em conta a lacuna existente na avaliação do bem-estar social, este estudo teve como objetivo adaptar e validar a Social Well-being Scales (Keyes, 1998) no contexto português. Esta escala mostra-se mais adequada para avaliar detalhadamente as diferentes componentes do bem-estar social, pois permite aferir o bem-estar dos indivíduos inseridos em sociedade, atendendo à avaliação dos próprios. O processo de adaptação e validação envolveu diferentes tipos de validade e a análise de consistência interna. Recorreu-se à escala de satisfação com a vida e a duas dimensões do inventário de sintomas psicopatológicos (e.g., ansiedade e depressão) para avaliar a validade convergente e discriminante, respetivamente. A amostra foi constituída por 322 adultos, entre 18 e 58 anos, maioritariamente do sexo feminino (65.8%). Os dados foram submetidos a uma análise fatorial confirmatória (i.e., validade de constructo), a uma análise de validade com base na relação com outras variáveis (i.e., validade convergente e discriminante) e análise de consistência interna. Ao nível da validade de constructo, os dados revelaram um modelo de cinco fatores (consistentes com o modelo original) com bons índices de ajustamento e valores adequados de consistência interna. A escala correlacionouse convergentemente com a dimensão de satisfação com a vida e discriminantemente com as escalas de depressão e ansiedade. Esta escala poderá assumir-se como um recurso fundamental na avaliação do bemestar, permitindo uma abordagem mais compreensiva da saúde mental dos indivíduos. Nesta sequência, poderá, para além de promover o bem-estar social, facilitar uma intervenção mais eficaz e mais direcionada às necessidades específicas dos indivíduos.Item Características psicológicas dos perpetradores de cyberbullying : uma revisão sistemática da literatura(2022) Silva, Mariana Benedita Lopes; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A literatura e a investigação científica sobre o cyberbullying estão maioritariamente direcionadas para as vítimas, negligenciando a componente do ofensor, existindo um debate na literatura se o cyberbullying é uma extensão do bullying ou uma tipologia de crime diferente. Por outro lado, os estudos com os cyberbullies focam-se essencialmente nas características demográficas e/ou sociais, descurando a componente da caracterização psicológica destes ofensores. Objetivo: Obter uma descrição pormenorizada dos estudos e da literatura sobre o perfil/caracterização psicológica dos ofensores de cyberbullying. Método: Revisão sistemática, utilizando as diretrizes do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade, com critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa foi efetuada em sete bases de dados eletrónicas e o processo de recolha e análise de dados foi realizada por dois investigadores independentes. Resultados: Foram incluídas 13 publicações, todas de natureza quantitativa, design transversal e retrospetivo. A maioria dos estudos surge na última década, principalmente no continente europeu e asiático. As variáveis psicológicas mais estudadas são a autoestima, os traços de personalidade e antissociais, o autocontrolo e o raciocínio moral. Ao nível dos indicadores psicológicos, identifica-se uma tendência de variabilidade dos resultados em função das amostras utilizadas. Conclusão: Os cyberbullies parecem apresentar características psicológicas que os diferenciam dos não agressores, mas não se identificam diferenças na caracterização psicológica entre os cyberbullies e bullies. Assim, os estudos parecem indicar que o perfil psicológico dos cyberbullies não se diferencia dos bullies, o que pode contribuir para a controvérsia acerca da conceptualização do cyberbullying como um subtipo de bullying ou como uma tipologia diferenciada. Discutem-se as implicações em termos de investigação futura.Item Caracterização psicológica das ofensoras juvenis : revisão sistemática(2022) Gonçalves, Fabiana Rodrigues; Dias, Ana Rita Conde, orient.Objetivo: proceder a uma descrição da investigação e da literatura sobre a caracterização psicológica das ofensoras juvenis. Método: revisão sistemática, utilizando as guidelines do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade para a seleção das publicações e a pesquisa foi realizada em 4 bases de dados eletrónicas. O processo foi efetuado por dois investigadores independentes. Resultados: os estudos são todos de natureza quantitativa, na sua maioria design transversal retrospetivo, sendo que também na sua maioria os dados foram recolhidos de centros educativos. A maioria dos estudos desenvolveu-se nos Estados Unidos da América e os estudos recorrem a variados instrumentos para recolha de dados. Os resultados na sua grande maioria remetem-nos para os mesmos resultados. Conclusão: Os estudos demonstram problemas ao nível da saúde mental das jovens, sendo que, alguns correlacionam os problemas de internalização e externalização, abordam os fatores de risco e protetores e chegam à conclusão da necessidade de rever estratégias de prevenção e intervenção diferentes do sexo masculino.Item Caracterização psicológica de mulheres que praticaram crimes violentos : uma revisão sistemática da literatura(2021) Andrade, Jorge Manuel Constante; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A criminalidade violenta perpetrada no feminino tem sido um fenómeno pouco estudado. A maioria da investigação foca a comparação entre homens e mulheres, procurando compreender o menor envolvimento das mulheres no crime, ou foca o historial da vitimação e as situações de adversidade, obscurecendo a caracterização psicológica. Objetivo: Obter uma descrição detalhada da literatura e dos estudos sobre a caracterização psicológica das mulheres que praticam crimes violentos. Método: Revisão sistemática, utilizando as guidelines do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade para a seleção das publicações e a pesquisa foi realizada em 7 bases de dados eletrónicas. O processo foi efetuado por dois investigadores independentes. Resultados: Os estudos são quase todos de natureza quantitativa, de design transversal retrospetivo, com recolha de dados no sistema prisional. Há uma variabilidade no tipo de estudos quanto à utilização de grupos de controlo. A maioria dos estudos são desenvolvidos na Europa, principalmente nos países do Norte. Os estudos tendem a recorrer a uma variabilidade de instrumentos de recolha (bases de dados do sistema prisional, instrumentos de autorrelato e entrevistas). Dependendo das amostras utilizadas, os resultados apontam para resultados contraditórios. Conclusão: Quando os estudos utilizam apenas amostras de mulheres que praticaram crimes violentos, tendem a apontar para a existência de problemas de saúde mental, principalmente perturbações de personalidade. Quando os estudos utilizam amostras comparativas os resultados começam a ser menos consistentes. Apesar desta diversidade, identificam-se alguns indicadores psicológicos transversais e/ou mais consensuais.Item Competência multicultural e a experiência de clientes racializados : uma revisão sistemática(2022) Monteiro, Abigail Dias; Cabral, Joana, orient.A maior parte dos modelos e práticas psicológicas são eurocentradas o que compromete a intervenção com grupos racialmente diversos. Apesar da atenção concetual e empírica sobre as competências multiculturais, a perceção e in/satisfação dos clientes racializados sobre a qualidade das intervenções, é um tópico pouco estudado. Esta revisão sistemática pretende: (i) analisar a experiência de clientes racializados e as suas perceções sobre qualidade das intervenções terapêuticas; (ii) explorar o papel das competências culturais do psicólogo e as competências mais valorizadas pelos clientes racializados. Foram extraídos um total de 199 artigos de quatro bases de dados (Psycoinfo, Web of Science, Pub-Med e B On) entre janeiro de 2010 e novembro de 2021. Doze artigos cumpriram os critérios de inclusão. Os resultados indicam que a experiência de microagressões é muito comum quando as pessoas racializados procuram serviços de saúde mental. A insatisfação com as intervenções surge associada a juízos de valor e preconceitos e ao desconforto ou evitamento das questões culturais. Clientes satisfeitos sublinham a importância da empatia, da flexibilidade, da humildade e conforto cultural. Discute-se a importância de intervenções culturalmente responsivas e do treino de psicólogos culturalmente competentes.Item Comportamento delinquente e registos de agressividade em estudantes universitários : preditores mediadores e moderadores de adição química e comportamental(2019) Santos, Ana Filipa Esteves dos; Moura, Andreia de Paiva Ribeiro de, orient.Esta investigação tem como objetivo caracterizar o comportamento delinquente e os registos de agressividade em estudantes do ensino universitário, assim como explorar a associação (preditores e/ou mediadores/ moderadores) entre a agressividade e comportamento delinquente e os comportamentos aditivos (adições químicas e/ou comportamentais).O estudo envolveu 260 estudantes universitários do curso de Psicologia da Universidade Lusófona do Porto e da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, com idades compreendidas entre os 18 e 51 anos de idade (M= 20.54). Para a concretização deste estudo foram administrados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico; Alcool Use Disorders Identification Test (AUDIT); Questionário de Agressividade de Buss-Perry; Internet Addiction Test (IAT). Os principais resultados indicam que, à exceção de todas as outras variáveis, apenas a adição à internet e o comportamento delinquente não se encontram positivamente correlacionados, não sendo esta última preditora da adição à internet. A agressividade verbal é moderadora da relação entre o comportamento delinquente e o consumo de álcool. O comportamento delinquente é mediador da relação entre a agressividade física e o consumo de álcool, apenas na amostra de consumidores. Conclui-se que o comportamento aditivo, especificamente a adição ao álcool, deve ser conceptualizada e investigada em acordo com uma perspetiva holística e multidimensional, na medida em que mantém associações quer com a agressividade quer com o comportamento delinquente, independentemente das várias relações e modelos testadosItem Conhecimentos e práticas dos/as professores/as na identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo : um estudo exploratório(2023) Ferreira, Joana Marinho Pinto; Oliveira, Célia, orient.O Presente estudo visa analisar os conhecimentos e práticas dos/as professores/as em relação à identificação, sinalização e resposta às crianças e jovens em perigo. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com uma amostra constituída por 417 professores/as portugueses/as do ensino público e secundário, de escolas do continente e ilhas. Para a recolha de dados construiu-se um questionário a partir da revisão da literatura científica e da consulta documental e legislativa respeitante à promoção e proteção das crianças e jovens em perigo, bem como às orientações tutelares emanadas para os estabelecimentos educativos. Os resultados obtidos, relativamente ao conhecimento do conceito dos maus-tratos revelam que o mesmo parece ser familiar à maioria dos/as docentes. No entanto, a maioria dos/as docentes (87,3%) refere não ter recebido formação inicial ou contínua na problemática dos maus-tratos e 60,2% dos/as professores/as reportam necessidade de receber formação específica. No que concerne ao conhecimento dos sinais de maus-tratos, os resultados indicam que, 40,5% dos/as professores/as considera ter conhecimento insuficiente sobre os indicadores comportamentais das crianças observáveis em contexto escolar, e 38,4% reporta conhecimento insuficiente sobre os indicadores associados ao rendimento académico. A maioria dos/as professores/as registam ainda que têm conhecimento insuficiente em relação ao Protocolo de Observação para a Deteção de Situações de Perigo, às consequências das experiências da vitimação, à Lei de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, aos recursos e redes de apoio, e à prevenção dos maus-tratos intra e extrafamiliares. Relativamente à sinalização das crianças e jovens potencialmente vítimas de maus-tratos, os resultados indicam que a maioria dos/as docentes privilegiam o encaminhamento para a CPCJ. No que concerne à resposta à revelação de uma criança sobre vivências de maus-tratos, os resultados revelam que os/as docentes optam por se mostrarem disponíveis para ajudar. Do conhecimento desta realidade nacional resultam um conjunto de implicações para a promoção de conhecimentos e práticas, em contexto educativo, que facilitem a proteção e resposta eficiente e imediata às crianças e jovens em perigo, assim como implicações empíricas para o aprofundamento da investigação neste âmbito.Item Crime de violência doméstica e comportamentos aditivos : uma revisão sistemática da literatura(2021) Cruz, Tânia Raquel Nunes da; Moura, Andreia de Paiva Ribeiro de, orient.O presente estudo tem por referência o facto da observação e análise do crime de violência doméstica e do Comportamento Aditivo se apresentarem como áreas científicas com tanto relevo e investigação no âmbito da Psicologia. Esta revisão pretendeu rever sistematicamente a investigação produzida nos 15 anos sobre a relação entre estas variáveis, bem como, os potenciais efeitos preditores. Assim, procedeu-se a um levantamento sistemático da literatura científica publicada entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2020, nas bases de dados PubMed, ScienceDirect e Scielo. Dos 1415 artigos triados inicialmente, 9 cumpriram os critérios de inclusão definidos. No geral, os resultados obtidos na revisão dos estudos sugerem, de forma consistente, que consumos de álcool são preditores do crime de violência doméstica. Foram identificados fatores mediadores e preditores entre as experiências de violência doméstica e comportamento aditivo. O desenvolvimento de mais estudos nesta temática é fundamental, uma vez que pode ter implicações importantes no que concerne ao planeamento de estratégias na prevenção e intervenção no âmbito do crime de violência doméstica e os comportamentos aditivos na vida adulta.Item Crime violento : um estudo com homicidas e agressores sexuais(2021) Santos, Daniela Araújo; Dias, Ana Rita Conde, orient.O crime violento é um tema bastante atual e prevalente na sociedade, sendo definido através das causas que podem levar um indivíduo a praticá-lo. Atualmente, os crimes considerados mais violentos pela sociedade são o homicídio e o sexual, sendo crimes com bastante estigmatização social. O principal objetivo deste estudo é descrever as trajetórias de vida associadas à criminalidade violenta masculina, especificamente homicidas e agressores sexuais. A amostra é composta por 13 participantes do sexo masculino, seis condenados por homicídio e sete condenados por crimes sexuais. No presente estudo foi realizada a análise narrativa, recorrendo-se à entrevista da história de vida de McAdams. Depois de analisadas as entrevistas, é possível identificar narrativas distintas entre os homicidas e os agressores sexuais: os contextos de vida adversos, foi predominante nos homicidas e a adversidade familiar foi predominante nos agressores sexuais. No que diz respeito às diferenças entre os homicidas e os agressores sexuais, estes apresentam uma conduta antissocial e os homicidas apresentam um maior consumo de substâncias, justificando assim o crime cometido.