Mestrado Em Psicologia Clínica e da Saúde
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Percorrer Mestrado Em Psicologia Clínica e da Saúde por assunto "ABUSE"
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Item Discrepâncias nos relatos das mães e crianças sobre as experiências de maus-tratos físicos(2022) Costa, Mariana Sá; Lamela, Diogo, orient.Os maus-tratos físicos a crianças praticados no meio familiar têm vindo a ser associados a trajetórias desenvolvimentais desadaptativas em diferentes domínios de funcionamento psicológico. Na avaliação deste fenómeno, as medidas de autorrelato aos pais/cuidadores primários e à própria criança são o método mais utilizado. No entanto, a investigação tem vindo a demonstrar correlações baixas a moderadas entre os autorrelatos dos informantes, que são justificadas por erros metodológicos ou limitações de medida dos instrumentos. Mais recentemente, as discrepâncias entre informantes são concetualizadas como reflexo das variações contextuais do comportamento ou variações nas perspetivas dos informantes sobre o comportamento. O presente estudo teve três objetivos. O primeiro foi identificar padrões de discrepância entre mães e crianças nos seus relatos de experiência de maus-tratos físicos. O segundo objetivo foi testar diferenças entre as tipologias identificadas ao nível dos sintomas de internalização e externalização das crianças. O terceiro e último objetivo foi examinar diferenças entre as tipologias ao nível de variáveis sociodemográficas, nível de violência nas relações de intimidade (VRI), sintomas depressivos e PTSD maternos. A amostra foi constituída por 162 mães de nacionalidade portuguesa, com idades compreendidas entre os 21 e os 58 anos, e os seus filhos, com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos. Os participantes foram recrutados em Serviços de Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e casas abrigo. Foram identificadas três tipologias nos relatos de maus-tratos físicos: duas tipologias concordantes (a mãe e a criança relatam elevado maltrato físico e mãe e criança relatam baixo maltrato físico) e uma tipologia discrepante (mãe relata baixo maltrato físico e criança relata elevado maltrato físico). Encontrou-se, também, que os sintomas de externalização e internalização da criança são mais evidentes nas tipologias onde a criança relata elevados níveis de maus-tratos físicos. Ao nível da psicopatologia materna, a depressão e a PTSD materna são mais significativas na tipologia discrepante, em que a mãe relata baixo maltrato físico e a criança relata elevado maltrato físico. São discutidas as implicações clínicas dos resultados.Item Maus-tratos na infância e bem-estar sexual na idade adulta: revisão sistemática(2023) Quintas, Francisco Diogo Pinheiro; Lamela, Diogo, orient.O conceito de bem-estar sexual tem recebido especial atenção na investigação e nas políticas públicas na última década. Tem sido sugerido que as experiências adversas ao longo do desenvolvimento podem influenciar o bem-estar sexual na idade adulta, mas pouco se sabe como os diferentes tipos de maus-tratos na infância estão associados com as diferentes dimensões do bem-estar sexual. Com efeito, o objetivo deste estudo foi realizar o levantamento da literatura que examinou o impacto dos maus-tratos na infância no bem-estar sexual na vida adulta. Para isso, foram selecionados artigos empíricos publicados em revistas científicas indexadas nas seguintes bases de dados eletrónicas: Academic Search Complet, Eric, Pubmed, Scopus, Web Of Science. A pesquisa encontrou um total de 2950 artigos, sendo que foram incluídos 21 na revisão sistemática. A seleção dos estudos foi realizada por dois investigadores, tendo em conta cinco critérios de exclusão previamente definidos. Os resultados demonstraram associações negativas entre maus-tratos na infância e o bem-estar sexual na vida adulta, com especial foco na compulsão/ evitação sexual e intimidade no relacionamento. O abuso sexual foi tipo de maltrato que tem maior impacto no bem-estar sexual na idade adulta. No entanto, poucos estudos empíricos testaram as associações entre outros tipos de maus-tratos (abuso físico, abuso psicológico e negligência) e o bem-estar sexual. Com base nos resultados, este trabalho discute áreas de investigação futura e implicações clínicas. Palavras-chave: Maus-tratos; Bem-estar sexual; Abuso; Revisão sistemática