Mestrado Em Psicologia Clínica e da Saúde
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Item Abstinência, tipo de consumo e frequência do tratamento nas dependências químicas : um estudo sobre a eficácia terapêutica(2021) Vagaroso, Daniela da Silva Almeida; Moura, Andreia de Paiva Ribeiro de, orient.O consumo de substâncias psicoativas é um fenómeno gradativo assumindo-se como um problema de saúde pública. Apesar dos tratamentos neste âmbito terem sofrido alterações ao longo do tempo, a monitorização da eficácia dos programas de intervenção é algo relativamente pouco explorado. O presente estudo teve como principal objetivo estudar a relação entre dimensões específicas do tratamento (frequência de acompanhamento, abstinência e tipo de consumo) e a eficácia do tratamento nas dependências químicas para, posteriormente se estabelecerem relações de predição entre as variáveis. A amostra, caracterizada pela sua heterogeneidade, foi constituída por 608 participantes com idades compreendidas entre os 18 e os 73 anos. O grupo do sexo masculino é composto por 535 participantes (88.0%) enquanto que o grupo do sexo feminino é composto por 69 (11.3%), predominando na amostra o sexo masculino. Foram realizadas análises estatísticas descritivas que permitiram caracterizar a amostra e as variáveis em estudo. Posteriormente, foi calculado o score total de eficácia da amostra (medida pelo instrumento MEEP) através da média dos 4 fatores/índices de eficácia e, seguidamente, foram realizadas as análises de correlação e predição. Os resultados mostraram evidência empírica sobre as relações entre a variável “abstinência” e a eficácia do tratamento e entre a variável “tipo de consumo” e a eficácia do tratamento. A abstinência revelou ser preditora de eficácia global. Por outro lado, os resultados não mostraram uma correlação entre a “frequência de acompanhamento” e a eficácia global ainda que a frequência das consultas de psiquiatria esteja correlacionada com alguns dos fatores de eficácia. A maior frequência da terapia de grupo e das consultas de psiquiatria revelou estar correlacionada com níveis superiores de abstinência e menor consumo.Item Adaptação do Instrumento 'Perceptions of Adult Attachment Questionnaire' – PAAQ - Teste das Qualidades Psicométricas(2013) Peres, Ana Rita Lopes Rebelo; Cabral, Joana, orient.Este estudo teve como principal objetivo a adaptação e respetiva análise das qualidades psicométricas de um instrumento de auto-relato – PAAQ (Perceptions of Adult Attachment Questionnaire, Lichtenstein & Cassidy, 1991) - que pretende avaliar as perceções dos adultos ou jovens adultos acerca das suas experiências precoces de vinculação e respetivas influências nas representações atuais acerca da mesma. Este instrumento foi aplicado a uma população de jovens adultos (N = 601), maioritariamente universitários, das zonas do Porto e de Viseu, em conjunto com outros instrumentos que serviram de base para o estudo da validade de construto do PAAQ. Os resultados obtidos, através da análise fatorial exploratória apontam para a existência de 8 fatores e/ou dimensões (tal como na versão original): Rejeição, Amor e Inversão de Papéis (dimensões relativas às perceções de experiências precoces de vinculação); Integração da Experiência Negativa, Desvalorização e Sem Memória (dimensões relativas à representação atual da vinculação) e Raiva e Vulnerabilidade (dimensões relativas às consequências emocionais atuais). As análises estatísticas efetuadas (análise à sensibilidade dos itens, análise fatorial exploratória, análise da consistência interna, análises de correlação) asseguram que, apesar da necessidade de alguns ajustes e de mais estudos, o PAAQ apresenta qualidades psicométricas adequadas, estáveis e coerentes para que possa vir a constituir um instrumento fiável e válido para avaliar as representações das experiências de vinculação precoce e atuais, na jovem adultícia e adultícia.Item Adaptação e validação da escala de exposição à violência em crianças (VEX-R) para a população portuguesa(2015) Sousa, Bárbara Sofia Freitas; Pinto, Ricardo José, orient.Este estudo teve como objetivo adaptar para a população portuguesa a escala de exposição à violência para crianças “Violence Exposure Scale for Children Revise” – VEX-R- versão de Fox & Leavitt (1995). Esta é uma escala de autorrelato que avalia a vitimação e exposição de crianças à violência doméstica. Para além da VEX-R foi também usado um questionário sociodemográfico para avaliação de variáveis sociais e demográficas dos participantes. O plano de estudo foi retrospetivo e transversal e a avaliação num único momento. A amostra foi constituída por 120 crianças sinalizadas como vítimas de violência doméstica, com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos. Das crianças avaliadas 55,8% habitavam em casas de abrigo ou lugares similares, e 44,2% viviam em casa com o agressor. Os dados obtidos foram submetidos a análise fatorial confirmatória e de avaliação de consistência interna das escalas e subescalas. Os resultados obtidos revelaram bons índices de ajustamento, após respecificação do modelo a partir de índices de modificação, e um alfa de cronbach para a escala global de .88, revelando uma boa consistência interna. Para além disso, os resultados da nossa amostra revelaram que 99,2% das crianças avaliadas foram de alguma forma expostas a algum tipo de violência.Item Adaptação e validação do Female Sexual Subjectivity Inventory (FSSI) numa amostra da população portuguesa(2023) Martins, Joana Pereira; Oliveira, Cátia Margarida dos Santos Pereira deA subjetividade sexual refere-se às autoperceções sexuais que as mulheres têm sobre o prazer corporal e a experiência de ser sexualmente ativas. Horne e Zimmer-Gembeck (2006) desenvolveram o Inventário de Subjetividade Sexual Feminina (FSSI) para avaliar esta variável, mais precisamente através das dimensões de autoestima corporal, de desejo e prazer sexual e de autorreflexão sexual. O presente estudo teve como objetivo adaptar, validar e explorar as propriedades psicométricas deste instrumento numa amostra de mulheres portuguesas. A amostra foi recolhida online, contando com a participação de 206 mulheres portuguesas com mais de 18 anos, que preencheram um conjunto de medidas de autorresposta. A análise fatorial confirmatória revelou uma estrutura de 5 fatores, à semelhança da estrutura do questionário original. A consistência interna da versão portuguesa do FSSI foi boa, em que os valores de alpha de Cronbach variam entre .70 e .80. O Coeficiente de Correlação Intraclasse indicou que há uma confiabilidade moderada (ICC = .68). Verificou-se a presença de validade convergente e divergente através de testes de associação. O direito ao autoprazer, o direito a um parceiro de prazer e a autorreflexão sexual mostraram-se positivamente correlacionados com o autofocus sexual (rs = .17; rs = .21; rs = .18, respetivamente) e a autoestima corporal e a autoeficácia sexual tiveram uma correlação negativa com o embaraço sexual (rs = -.29; rs = -.24, respetivamente). A autoestima corporal, o direito ao autoprazer, o direito a um parceiro de prazer e a autoeficácia sexual mostraram-se positivamente correlacionados com a apreciação corporal (rs = .67; rs = .15; rs = .14; rs = .22, respetivamente) e negativamente correlacionados com a ansiedade sexual (rs = -.29; rs = -.53; rs = -.31; rs = -.39, respetivamente). Os resultados obtidos indicaram que o FSSI é um instrumento adequado para avaliar a subjetividade sexual de mulheres portuguesas, sendo que esta versão revelou, no geral, boas propriedades psicométricas. Espera-se que este estudo contribua para uma melhor intervenção na área da saúde sexual, nomeadamente ao nível da educação sexual e no tratamento das disfunções sexuais. Palavras-chave: Inventário da Subjetividade Sexual Feminina, validação, fiabilidade, subjetividade sexual, mulheres portuguesasItem Adaptação Transcultural de um Instrumento de Avaliação de Comportamentos Parentais- PBC(2014) Búrcio, Mécia Paula Marques; Pinto, Ricardo José, orient.O objetivo deste estudo foi a adaptação da versão portuguesa do questionário de Comportamentos Parentais (PBC- Checklist de Comportamentos Parentais – versão reduzida (Fox, 1994). Método. Os participantes 185 pais responderam a um questionário sociodemográfico e a um questionário de comportamentos parentais. Este questionário foi aplicado a pais de crianças com idades compreendidas entre 1- 4 anos e 11 meses distribuído nos distritos de Aveiro, Porto, Bragança e Guarda. Este questionário pretende avaliar práticas e comportamentos parentais classificados em três dimensões: Expectativas; Cuidar; Disciplina. Resultados: as propriedades psicométricas encontradas na versão Portuguesa do Questionário de comportamentos parentais foram muito semelhantes às das versões originais. Na adaptação para a população portuguesa foram obtidos três fatores que explicam 44.9% da variação total observada, tendo todos os itens saturado nas dimensões corretas, do ponto de vista teórico, à exceção de um item, que para a população portuguesa parece ser adequado. A carga fatorial foi sempre superior ao mínimo exigido de 30%, com saturações elevadas em apenas um fator. Conclusão: Tendo em conta a falta de instrumentos de comportamentos parentais em Portugal, este pode ser um importante questionário para avaliar a relação entre os comportamentos e estilos parentais e os problemas de comportamento infantil.Item Ajustamento psicossocial dos cuidadores informais de pessoas com doença de alzheimer : uma revisão sistemática(2021) Resende, Juliana Silva; Souto, Maria Teresa Soares, orient.O estudo do conceito de ajustamento psicossocial tem vindo a alterar-se ao longo do tempo e a ganhar cada vez mais importância na sociedade, tal como o conceito de cuidador informal e as suas necessidades. Assim, a presente revisão tem como principal objetivo obter uma descrição detalhada dos cuidadores informais de pessoas com Doença de Alzheimer – características, necessidades e impacto na qualidade de vida que constitua uma resposta à tarefa de cuidar e às suas consequências. Para o efeito, recorreu-se à análise das publicações indexadas nas principais bases de dados, nomeadamente B-on; PubMed; Scielo; Web of Science; Capes Periódicos; Ebsco, Apa PsyInfo; e o Google Scholar. A análise das publicações entre 1994 e 2020 resultou na inclusão de quarenta e uma publicações. Foi possível verificar que há um interesse europeu e internacional na investigação sobre cuidadores informais. De todas as publicações analisadas, constatou-se ser o género feminino o mais prevalente em cuidadores informais, apresentando maiores níveis de sobrecarga, ansiedade e depressão, tendo grande impacto na sua saúde e qualidade de vida. Para suprimir esse efeito negativo, é necessário adotar técnicas de ajustamento psicossocial. As estratégias mais frequentemente utilizadas são as intervenções psicoeducativas, as estratégias de coping focadas na emoção e os grupos de apoio. Conclui-se que a conceção e desenvolvimento de respostas psicossociais de apoio às necessidades dos cuidadores são fundamentais para o bem-estar, sendo importante promover modalidades que possibilitem ao cuidador descansar. Nesta revisão apresentam se algumas sugestões, nomeadamente ao nível da prevenção/intervenção, enfatizando as respostas às necessidades, o trabalho terapêutico que foque as estratégias de coping e, principalmente a interpretação/significado que é dado ao ato de cuidar a fim de diminuir a sobrecarga dos cuidadores.Item Alexitimia e empatia : um estudo piloto em estudantes universitários(2023) Carneiro, Tânia dos Santos; Souto, Maria Teresa Soares, orient.A presente dissertação tem como principal objetivo explorar a relação entre a alexitimia e a empatia numa amostra de estudantes universitários. Procurou-se, assim, compreender se a empatia está relacionada com a alexitimia, desenvolvendo um estudo piloto numa amostra de estudantes universitários a frequentar a licenciatura e mestrado, em diferentes cursos e universidades de Portugal. Método: O estudo incluiu 175 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 48 anos (M = 22.5; DP = 4.8). Foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Escala de Alexitimia de Toronto de 20 itens (TAS-20, Bagby, Parker e Taylor, 1994) e Índice de Reatividade Interpessoal (IRI; David, 1983). Resultados: Os principais resultados obtidos revelaram a existência de uma influência da empatia na alexitimia, mais especificamente que níveis superiores de empatia conduzem a níveis inferiores de alexitimia. Verificou-se, ainda, que tanto o ciclo de estudos como o género não influenciam os níveis de alexitimia, desta amostra. Relativamente às áreas científicas dos estudantes, foi possível constatar que as mesmas influenciam a expressão da alexitimia e da empatia, mais concretamente da dimensão Tomada de Perspetiva, avaliada através do IRI. Conclusões: Este estudo piloto sugere, como esperado, que a empatia influencia a expressão da alexitimia. Em contrapartida, verificou-se que os níveis de alexitimia não diminuem com a evolução da escolaridade. Uma possível explicação para a diminuição da expressão da alexitimia, ao longo da escolaridade, poderá estar relacionada com as soft skills. Nesta lógica, será relevante introduzir unidades curriculares promotoras do desenvolvimento das mesmas, desde o início da formação académica. Palavras-chave: alexitimia, empatia, IRI, soft skills, TAS-20Item Ambiente Familiar, processos reguladores e resiliência em Jovens Adolescentes(2012) Bem, Patrícia Gil do; Ramos, Mariana Moura, orient.A adolescência constitui um período do desenvolvimento humano e de formação da identidade pessoal, marcado por significativas transformações, que decorrem das relações que se estabelecem com os contextos circundantes dos jovens. A noção de resiliência advém da capacidade humana de confronto, resistência e superação das adversidades da vida, a partir do binómio existente entre fatores de risco e fatores de proteção. Nesta fase, a resiliência manifesta-se em função do contexto em que o jovem se insere, sendo que as relações familiares e as redes sociais são primordiais, contribuindo para a autoestima, autorregulação emocional e desempenho académico. Esta investigação pretendeu conhecer o processo de resiliência em jovens adolescentes, a forma como é determinado por fatores sociodemográficos ou académicos, e também por fatores psicológicos como a autoestima, a autorregulação emocional e o ambiente psicossocial da família. A amostra estudada era constituída por 115 jovens da Escola EB2,3 Dr. João Rocha Pai – Vagos (7º e 9º ano) e por 81 encarregados de educação. Para além da recolha de dados sociodemográficos, os jovens foram avaliados sobre a resiliência (Escala de Resiliência e Escala HKRAM), a autoestima (Escala de Autoestima de Rosenberg) e a autorregulação emocional (Escala de Dificuldades na Regulação Emocional); e os Encarregados de Educação sobre o ambiente e o contexto familiar (Escala do Ambiente Familiar). Partindo dos resultados obtidos relacionámos o número de reprovações do aluno com a autoestima, resiliência e a independência, além da influência de fatores sociodemográficos parentais. Denotámos que a participação do aluno em atividades extracurriculares potencia a existência de melhores competências de resiliência e autoestima, contribuindo para um melhor ambiente familiar, além de reduzir o número de reprovações e conflitos. A relação existente entre autoestima, ambiente familiar e resiliência com o nível socioeconómico dos jovens, evidenciou que aqueles que se inserem num nível médio possuem melhores competências nos âmbitos mencionados. Concluiu-se que a autoestima influência o desempenho académico dos jovens e que o ambiente familiar potencia a autoestima, além de dotar o indivíduo de estratégias de regulação emocional.Item Análise comparativa entre as histórias de vida de jovens delinquentes e de jovens “normativos”: serão assim tão diferentes?(2017) Silva, João Paulo Oliveira; Dias, Ana Rita Conde, orient.Há um contínuo entre o que é considerado uma adolescência “normativa”, da qual o desvio faz parte, até à adoção de comportamentos antissociais e “delinquentes”. A literatura tem-se focado ou na adolescência ou na delinquência, não havendo estudos que procurem articular estas duas dimensões, ou seja, analisar comparativamente adolescentes com comportamentos delinquentes e adolescentes “normativos”. Assim, no presente estudo procura-se comparar as histórias de vida de jovens delinquentes e de jovens “normativos”, no sentido de compreender este contínuo e tentar identificar o que os distingue. Para tal, entrevistaram-se 9 jovens institucionalizados em centros educativos (que cometeram crimes) e 9 jovens da comunidade sem historial de comportamento criminal. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada “A história de vida” (The Life Story Interview”, Dan. P. McAdams 2008), sendo administrada individualmente. Utilizou-se como metodologia de análise das entrevistas a análise temática, recorrendo ao Nvivo 10. Os resultados indicam algumas diferenças mas também semelhanças entre os jovens: na história de vida dos jovens delinquentes os comportamentos desviantes é um tema que se destaca, enquanto que na dos jovens normativos há um foco no tema das atividades de lazer. Distinguem-se também ao nível do aproveitamento e percurso escolar. No entanto, ambos destacam e valorizam a família e o grupo de pares. Estes temas são discutidos e comparados tendo por base o que a literatura indica sobre os fatores de risco e os fatores protetores para a delinquência.Item Análise fatorial confirmatória da Escala de Exposição à Violência em crianças sinalizadas (VEX-R)(2021) Coelho, Íris Alexandra Martins; Pinto, Ricardo José, orient.Este estudo teve como objetivo principal testar o modelo estrutural da Escala de Exposição à Violência para crianças (VEX-R) adaptada para a população portuguesa (Sousa, 2015). Uma vez que o modelo original não apresentou bons índices de ajustamento, foi testado o modelo de três fatores encontrado por Sousa (2015). Esta é uma escala de autorrelato, que avalia a vitimação e exposição direta e observada de crianças à violência. Foi utilizada uma amostra, previamente recolhida, composta por 154 crianças sinalizadas como vítimas de violência doméstica, com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos. 39% da amostra reportou exposição a violência severa. Os dados foram submetidos a um análise fatorial confirmatória e uma análise de consistência interna da escala e das suas subescalas. Os resultados indicam bons índices de ajustamento ao modelo de três fatores e boa consistência interna, com um alfa de Cronbach de .874, para a escala global. Estes resultados sugerem a importância de distinguir violência observada de violência direta. Ao distinguir estas duas formas de violência, a escala VEX-R pode ser uma ferramenta importante para a prevenção e intervenção com crianças.Item Ansiedade de realização em estudantes do ensino superior : efeitos da ansiedade-traço e do tipo de estratégias de estudo(2023) Coelho, Rafaela Alexandra Santos; Oliveira, Célia Regina Gomes, orient.Com a presente investigação pretende-se explorar as estratégias de estudo utilizadas por estudantes do ensino superior, em Portugal, e a respetiva influência na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização nos testes. Mais especificamente, procurou-se: perceber quais as estratégias de estudo mais frequentemente utilizadas pelos estudantes; quais os motivos que determinam o uso dessas estratégias; qual a validade científica das estratégias mais utilizadas, por referência à investigação disponível sobre estratégias de memória baseadas na evidência; qual o respetivo poder preditor da ansiedade de realização; e quais os efeitos, da estratégia mais frequentemente utilizada e de uma das estratégias com maior evidência de eficácia, na moderação da relação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização. Participaram 276 estudantes do ensino superior, com idades compreendidas entre os 18 e 61 anos (M=24.51; DP= 7.828), que frequentam os níveis de licenciatura, mestrado ou curso técnico superior, em instituições de ensino portuguesas do continente e ilhas. Adotou-se uma metodologia de investigação quantitativa, transversal, com recurso aos seguintes instrumentos: um questionário sociodemográfico, um questionário sobre conhecimento e uso de estratégias de estudo (desenvolvido para o efeito), o questionário de Reações aos Testes (Sarason, 1984 adaptado por Baptista et al. 1988) e o Inventário de Estado-Traço de Ansiedade (Spielberger et al., 1970 adaptado por Spielberger & Silva 2007). Os resultados permitiram concluir que as estratégias de estudo que os/as estudantes mais utilizam são: fazer resumos, anotações durante o estudo e sublinhar ou realçar ao ler – estratégias que, apesar de populares, apresentam baixa eficácia à luz da evidência científica disponível (e.g. Hattie & Donoghue, 2016; Miyatsu et al., 2018). As razões apontadas para a utilização destas estratégias foram a falta de tempo para abordar outras formas de estudo e/ou terem aprendido essa forma de estudo com pais, professores ou explicadores, o que conduz à perseveração em estratégias de aprendizagem com eficácia limitada comparativamente a estratégias com eficácia robusta (como, por exemplo, o autoteste aqui analisado). Além disso, as estratégias de estudo “alternar entre diversos tópicos da mesma disciplina na mesma sessão de estudo” e “ler diversas vezes os materiais de estudo” surgem como preditores da ansiedade de realização. Por fim, verificou-se que o efeito da ansiedade-traço sobre a ansiedade de realização é significativamente superior nos/as estudantes que não se autotestam do que nos/nas estudantes que se autotestam, revelando esta estratégia um importante efeito moderador da ansiedade de realização. Sendo este o primeiro estudo do género realizado com estudantes universitários em Portugal, a par da novidade empírica da exploração do efeito moderador das estratégias de estudo na interação entre a ansiedade-traço e a ansiedade de realização, os resultados obtidos apresentam implicações para a compreensão e investigação do impacto do recurso a estratégias de estudo cientificamente validadas na diminuição dos níveis de ansiedade de realização e, consequentemente, implicações práticas para a intervenção clínica neste âmbito. Palavras-chave: Ansiedade aos testes, Ansiedade-traço, Estratégias de estudo baseadas na evidência; Estudantes universitáriosItem Aplicações em realidade virtual como recurso terapêutico para indivíduos com demência leve a moderada : revisão sistemática da literatura(2020) Madureira, Cláudia Alexandra Meireles; Ferreira, Maria José Pereira, orient.Introdução: Nos últimos anos, fruto de uma maior longevidade da população, os processos demenciais têm aumentado significativamente a sua prevalência entre o grupo das pessoas idosas, influenciando de forma significativa a sociedade a nível económico e social. Esta realidade tão presente faz despertar a necessidade de investigação de novas formas de intervenção com esta população. A Realidade Virtual (RV) é um recurso que tem sido utilizado como ferramenta de intervenção na estimulação e melhoria da função cognitiva com estes indivíduos. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura, a fim de avaliar a eficácia da intervenção cognitiva em indivíduos com demência leve e moderada com recurso à RV. Metodologia: Efetuou-se uma pesquisa nas bases de dados: PubMed, Scielo, PsyARTICLES, The Cochrane Library, Google Scholar, Biblioteca de conhecimento on-line (b-on), para identificar estudos publicados entre 2009 e 2019. Resultados: Foram identificados 93 artigos nas bases de dados citadas; 79 excluídos após a leitura dos títulos e resumos; 14 artigos selecionados para leitura completa do texto por elegibilidade; 8 foram excluídos devido ao tipo de estudo amostra e metodologia; 6 artigos incluídos no estudo. Conclusão: Com base nos resultados alcançados, poderá concluir-se que a utilização da RV pode encetar efeitos positivos na intervenção em indivíduos com demência leve a moderada. Não obstante, apesar dos resultados positivos, são necessários novos estudos que incluam amostras com maior representatividade e melhor qualidade metodológica.Item Apoio tutorial no ensino superior : efeitos de um projeto-piloto no apoio social percebido, bem-estar pessoal e vivências académicas de estudantes do 1.º ano(2018) Pinto, Mariana Isabel Silva; Oliveira, Célia Regina Gomes, orient.O primeiro ano do ensino superior apresenta-se frequentemente como um período crítico para os/as estudantes, em consequência de um conjunto significativo de desafios e mudanças que se colocam nesta nova etapa académica. Por outro lado, cabe às instituições de Ensino Superior equacionar medidas e estratégias que promovam a adaptação e desenvolvimento dos/as estudantes. A investigação indica que programas de tutoria apresentam potenciais benefícios para a promoção da adaptação e ajustamento psicossocial de estudantes do 1.º ano. Neste sentido, desenvolveu-se um projeto-piloto de apoio tutorial centrado em três vetores de intervenção: 1) tutoria por pares, 2) tutoria-docente e 3) atividades de apoio tutorial focadas no desenvolvimento de competências, tendo-se avaliado no presente trabalho o impacto dos vetores 1 e 2. Participaram no projeto 63 estudantes do 1.º ano de licenciatura da Universidade Lusófona do Porto, dos quais 49 da licenciatura em Psicologia (Grupo de Intervenção) e 14 da licenciatura em Direito (Grupo de Comparação). Os instrumentos incluíram um questionário sociodemográfico, um questionário de vivências académicas (QVA-r, de Almeida, Ferreira e Soares, 1999), uma medida de bem-estar individual percebido (sub-escala “dimensão pessoal” do questionário QVA-r), uma medida de suporte social percebido (SSA, de Antunes e Fontaine, 1994/5) e um questionário de perceção de suporte social dos tutores (Antunes, 2017, versão em estudo). Os resultados revelam ausência de diferenças, nas variáveis em estudo, entre o pré-teste e o pós-teste para cada um dos grupos. Apesar desta ausência de efeitos da intervenção, o grupo experimental apresentou diferenças significativas, pós-intervenção, comparativamente ao grupo de comparação, evidenciando valores positivos e mais elevados nas perceções de vivências académicas, bem-estar pessoal e suporte social. Discutem-se os resultados à luz de hipóteses explicativas e apresentam-se sugestões para o aprofundamento do projeto em estudos futuros.Item Assédio moral e funcionamento psicológico de trabalhadores da indústria do mobiliário : o papel moderador do suporte social(2018) Pereira, Nuno Manuel Alves; Ferreira, Célia Isabel Lima, orient.Quando se fala ou pensa em violência, é inevitável a associação a atos de agressão física, ou seja atos concretos que resultam em danos objetivos e observáveis. Porém, no que se refere à violência em contexto laboral, nomeadamente o assédio moral existe muito mais a ter em conta uma vez que esta forma de violência é muitas vezes praticada de forma subtil e perniciosa, gerando vitimas nos mais diversos níveis da organização.Este trabalho tem como propósito contribuir para a investigação existente sobre assédio moral no local de trabalho, através da realização de um estudo deste fenómeno no sector da industria do mobiliario. O presente estudo teve como principal objetivo testar o papel moderador do Suporte Social na predição do funcionamento psicológico atual, tendo como variável antecedente a experiência de assédio moral no trabalho durante o último ano. A amostra foi constituída por 202 sujeitos de ambos os sexos(76.6% do sexo masculino; 23.8% sexo feminino), com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos (M=35.34;DP=13,30). O protocolo de instrumentos incluiuum questionário sociodemográfico, uma medida de sintomas psicopatológicos (BSI), uma medida de bem estar psicológico (EBEP), uma medida de experiências de vitimação (Questionário de Experiência de Vitimação na Idade Adulta) e uma medida de suporte social (Escala Multidimensional de Suporte Social Percebido). Foram encontradas correlações positivamente significativas entre todas as experiências de vitimação e ambas as subescalas de psicopatologia, indicando que níveis superiores destes tipos de vitimação se associam a níveis superiores de sintomas depressivos e ansiosos. Relativamente ao papel do suporte social, foi possível verificar um efeito de interação/moderação estatisticamente significativo do Suporte Social na relação entre o assédio moral e o bem estar psicológico, mais especificamente, nas dimensões relativas às Relações Positivas e Aceitação de Si. Palavras-chave: assédio moral no trabalho, bem-estar psicológico, bem-estar subjetivo, bem-estar no trabalho, suporte social.Item Associação entre estratégias de resolução de conflito conjugal e estratégias de resolução de conflito coparental: o efeito moderador da vinculação(2019) Matos, Paula Cristina Bessa; Lamela, Diogo, orient.A investigação tem demonstrado uma interdependência estrutural entre os subsistemas familiares, nomeadamente entre os subsistemas conjugal e coparental. No entanto, apesar da plausibilidade teórica, nenhum estudo, intentou investigar a associação nem o efeito moderador da vinculação na associação entre estratégias de resolução de conflito conjugal e estratégias de resolução de conflito coparental. O presente estudo teve três objetivos. O primeiro foi examinar as associações entre as estratégias de resolução de conflito conjugal (RCC) e a sabotagem coparental e o conflito coparental aberto. No segundo e terceiro objetivo pretendeu-se examinar o efeito moderador do evitamento de vinculação e da ansiedade de vinculação na associação entre (a) estratégias RCC e a sabotagem coparental e (b) entre estratégias RCC e o conflito coparental aberto. A amostra foi constituída por 242 mães a residir em Portugal, com idades compreendidas entre os 20 e 51 anos de idade (M = 35.30; SD = 5.44), com filhos em idades compreendidas entre os 2 e 6 anos de idade. Usando um design transversal, foi conduzido um inquérito online de recolha de dados, ao qual as participantes responderam a questões referentemente às variáveis em estudo. Primeiramente, foram implementados procedimentos estatísticos de limpeza de dados para reduzir a possibilidade de respostas enviesadas ou inválidas metodologicamente. Os resultados demonstraram que as estratégias construtivas, estratégias de retraimento e estratégias de raiva de RCC se mostraram preditoras significativas da sabotagem coparental e do conflito coparental aberto. Relativamente ao potencial efeito moderador da vinculação entre as estratégias de RCC e estratégias de resolução de conflito coparental, verificou-se um efeito moderador da vinculação entre as estratégias de resolução de conflito conjugal e a sabotagem coparental. Não foi encontrado efeito moderador da vinculação entre estratégias de RCC e o conflito coparental aberto. Posteriormente foram também discutidas as limitações e as implicações clínicas do presente estudo.Item Atividade física e funções executivas em crianças com hiperatividade e défice de atenção: uma revisão sistemática da literatura(2023) Sousa, Matilde Ferreira; Richter-Trummer, Marisa Filipe, orient.A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento, caracterizada por um padrão persistente de desatenção e/ou impulsividade-hiperatividade, que interfere com o funcionamento ou desenvolvimento do indivíduo. Diversos autores associam estas dificuldades ao comprometimento das funções executivas (FE; e.g., controlo inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva). São vários os estudos empíricos que analisam o impacto de diferentes programas de intervenção para promover as FE na PHDA. Neste contexto, a prática de atividade física (AF) tem recebido particular atenção por parte dos investigadores. Assim, o objetivo principal do presente trabalho foi analisar, criticar e sintetizar a literatura existente sobre o impacto da implementação de programas de AF nas FE de crianças com PHDA através de uma revisão sistemática da literatura. De forma a garantir o rigor metodológico, esta revisão seguiu os critérios PICO e as diretrizes PRISMA. Para a pesquisa foram selecionadas as bases de dados ERIC, APA PsycInfo e Academic Search Complete e as seguintes palavras-chave: ADHD OR attention deficit hyperactivity disorder OR ADD OR attention deficit disorder and executive function AND physical activity OR exercise OR fitness OR physical exercise OR sport. Inicialmente, foram encontrados cerca de 370 artigos. Após a fase de elegibilidade, foram incluídos sete estudos por respeitarem os critérios de inclusão/exclusão previamente estabelecidos. Na sequência da implementação de programas de AF, tais como o EXCIR (Exercise for cognitive improvement and rehabilitation), corrida, aeróbica e Exergaming, os resultados evidenciaram efeitos positivos ao nível das FE, nomeadamente no controlo inibitório, na flexibilidade cognitiva e na memória de trabalho. Contudo, nem todos os estudos encontraram efeitos significativos. Em conclusão, a implementação de programas de AF em crianças com PHDA parece promissora. Porém, não existe consenso acerca do seu efeito e a interpretação dos resultados deve ter em consideração as limitações presentes nos estudos incluídos. Palavras-chave: Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção; Funções Executivas; Atividade FísicaItem Atração e autoeficácia sexual em mulheres com dor sexual(2023) Portela, Joana da Silva; Oliveira, Cátia Margarida dos Santos Pereira de, orient.A Perturbação de Dor Génito-Pélvica/Penetração ou dor sexual feminina afeta cerca de 45,4% das mulheres e a sua origem pode estar associada a múltiplos fatores biopsicossociais. No entanto, ainda não é compreendido como a atração pelo/a parceiro/a pode influenciar a intensidade da dor sexual na mulher, como potencializa o evitamento de relações sexuais com penetração e mantém as dificuldades relacionais e individuais. Nesse âmbito, o presente estudo teve como objetivo explorar e compreender a relação entre atração e autoeficácia sexual na dor sexual feminina, e o seu impacto no funcionamento, satisfação sexual e intensidade da dor, analisando-se as diferenças entre mulheres com dor sexual e mulheres da população geral. O estudo realizou-se em formato online. Participaram no estudo um total de 300 mulheres portuguesas, maiores de 18 anos: 222 mulheres da população geral e 78 mulheres com dor sexual. Os resultados do presente estudo demonstram diferenças significativas entre os dois grupos. Mulheres da população geral revelaram níveis superiores de autoeficácia e atração, comparativamente com as mulheres que apresentam dor sexual. Não se verificaram diferenças entre os grupos ao nível do funcionamento sexual geral e na dimensão orgasmo, contudo mulheres com dor sexual apresentaram níveis elevados nas dimensões lubrificação, dor e vaginismo, e níveis inferiores nas dimensões desejo, excitação e satisfação sexual, comparativamente com as mulheres da população geral. Paralelamente, os resultados do presente estudo indicaram que a atração e autoeficácia sexual não predizem a intensidade da dor. Já no que diz respeito ao funcionamento e satisfação sexual das mulheres que apresentaram dor sexual, surgiram como preditores significativos a autoeficácia, especialmente interesse-desejo e orgasmo interpessoal. Também a frequência de atração influenciou um melhor funcionamento e satisfação sexual, o mesmo não acontecendo com a sua intensidade, uma vez que a mesma não se mostrou associada a maior ou menor funcionamento e satisfação sexual. Espera-se, com estes resultados, contribuir para a desmitificação do tabu em torno da sexualidade, contribuir para uma maior literacia sobre as disfunções sexuais e sensibilizar para a procura de apoio face ao problema. Também se espera que os resultados contribuam para futuras investigações, favorecendo o desenvolvimento de modelos de avaliação e intervenção mais individualizados e especializados para a dor sexual.Item Avaliação da adição ao exercício físico e da psicopatologia em praticantes de Crossfit(2016) Sousa, Diana Isabel Araújo; Leite, Ângela, orient.A prática desportiva traz benefícios físicos e psicológicos a indivíduos de diferentes faixas etárias, havendo, cada vez mais, um acesso generalizado ao desporto através da implementação de novas modalidades desportivas. O Crossfit é uma modalidade recente em Portugal, embora o seu conceito já seja conhecido da maioria dos praticantes de desporto. O objetivo principal deste modelo de treino é desenvolver a condição física de uma forma ampla, ou seja, prepara os seus praticantes para qualquer contingência física; a obtenção de resultados físicos é substancialmente menos morosa do que através de outras modalidades, sendo principalmente por essa razão que existem cada vez mais pessoas a aderir a esta modalidade. O presente estudo justifica-se pela importância de compreender se os indivíduos que dedicam parte do seu tempo à prática de Crossfit apresentam níveis elevados de adição ao exercício físico e de psicopatologia. Deste modo, a população deste estudo é constituída por 111 praticantes de Crossfit, com mais de 18 anos, de ambos os sexos. Foi utilizado um protocolo do qual fazia parte um Questionário Sociodemográfico, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos e a Escala de Dependência ao Exercício Físico. Como principal resultado podemos concluir que não existem sinais de adição ao exercício físico nem de psicopatologia na amostra deste estudo.Item Avaliação da adição às redes sociais e da psicopatologia em jovens estudantes portugueses(2016) Lira, Vítor Manuel Abreu; Leite, Ângela, orient.As redes sociais são utilizadas sobretudo para fins sociais, como a comunicação entre os pares, possibilitando a construção de relacionamentos num novo formato. A adição à Internet, em especial às redes sociais, não é considerada um distúrbio no American Psychological Association (2013). No entanto, uma taxa alarmante de utilizadores mostra sintomas de adição a estes comportamentos. Vários são os estudos que mencionam a adição à Internet, mas poucos evidenciam a adição às redes sociais. Desta forma, a presente investigação tem como objetivo avaliar a adição dos jovens estudantes portugueses às redes sociais e a sua relação com a Psicopatologia, utilizando para o efeito um Questionário Sociodemográfico, um Inventário de Sintomas Psicopatológicos e uma Escala de Adição às Redes Sociais, traduzida e validada para população portuguesa. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra aleatória constituída por 550 estudantes de ambos os sexos. O utilizador médio não apresenta sintomas psicopatológicos nem adição às redes sociais.Item Avaliação da eficácia de estratégias distrativas com recurso a tecnologia : estudo experimental na dor crónica(2023) Ferreira, Jéssica Sofia Lucas; Souto, Maria Teresa Soares, orient.A dor crónica é um problema de saúde que afeta gravemente o funcionamento emocional, físico e social dos indivíduos (Veehof et al., 2016), sendo uma das causas de incapacidade vivida pelos pacientes à escala mundial (Kohrt et al., 2018). Nos últimos anos, o uso da tecnologia móvel tem vindo a crescer cada vez mais, nomeadamente no que diz respeito à autogestão da dor (Sundararaman et al., 2017). Objetivos: O objetivo geral do presente estudo é avaliar a eficácia da aplicação Chronic Pain Relief (CPR); procurou-se, pois, verificar se: existe alteração na perceção de dor com a utilização da aplicação; os níveis de ansiedade interferem na perceção da dor; existem diferenças significativas entre os grupos experimental e de controlo relativamente aos níveis de ansiedade experimentados e à perceção da dor. Método: Participaram no presente estudo experimental 14 participantes, com idades entre os 25 e 61 anos, com diagnóstico formal de dor crónica e com acesso a smartphone adaptado à aplicação. Os participantes utilizaram a aplicação Chronic Pain Relief durante o período de 10 semanas. Os dados obtidos foram analisados quantitativamente com recurso a medidas estatísticas descritivas e inferenciais. A análise qualitativa foi realizada através da análise de conteúdo. Resultados: Após concluírem a utilização da CPR, a maioria dos participantes do grupo experimental referiram não ter sentido diminuição na perceção de dor, não sendo também encontradas diferenças estatisticamente significativas. No que diz respeito à influência da ansiedade na perceção de dor ao utilizar a aplicação, os resultados apontam para uma não influência. Em relação à diferença entre o grupo experimental e de controlo, nos níveis de ansiedade e na perceção de dor, não se verificou existência de diferenças estatisticamente significativas. Conclusão: Embora a maior parte dos participantes tenham relatado não sentirem diferenças na perceção da dor, através do feedback solicitado aos participantes, verificou se que 2 de 7 participantes sentiram a sua perceção de dor diminuída. No que diz respeito à ansiedade, os participantes relataram que não sentiram diferenças significativas ao utilizarem a aplicação e apenas referiram que, por vezes, se sentiam mais ansiosos quando não conseguiam pontuar no jogo. No que concerne às limitações do presente estudo, este apresenta um número reduzido de participantes do grupo experimental que cumpriram o plano proposto para a utilização da CPR; um número reduzido da amostra; e a aplicação só está disponível para o sistema Android. Assim sendo, em estudos futuros, será importante trabalhar com uma amostra alargada, promover o efetivo cumprimento do plano de utilização da aplicação que poderá ser facilitado pela disponibilização de um lembrete na aplicação. Será, ainda relevante rever a tarefa proposta para aumentar o grau de envolvimento do participante e, por sua vez, a sua motivação. Palavras-chave: dor crónica, tratamento, autogestão, estratégias distrativas, smartphone