Doutoramento em Museologia
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Item O axé e a memória ancestral : espaços de memória em comunidades afroreligiosas no nordeste do Brasil(2023) Maia, Janaina Couvo Teixeira; Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo da, orient.Este Trabalho apresenta considerações relativas aos espaços de memória em terreiros de Candomblé localizados no nos estados da Bahia e Sergipe, Brasil, com o objetivo de refletir sobre a sua formação, seu aspecto comunitário e suas particularidades. Discute sobre o conceito de comunidade entre os povos africanos e como este conceito está presente no campo das religiões afro-brasileiras. Analisa as relações entre as comunidades afro-religiosas e as políticas culturais, destacando os processos de surgimento dos espaços voltados à preservação da memória religiosa afro-brasileira. Por fim, apresenta uma reflexão sobre o surgimento dos espaços de memória em terreiros de Candomblé do Nordeste do Brasil, destacando suas particularidades e a relação com a comunidade afro religiosa. PALAVRAS-CHAVE: Museologia, Memória, Comunidade afro-religiosa, Ancestralidade.Item A comunicação educativa como factor de (re)valorização do Património Arqueológico : boas práticas em museus de arqueologia Portugueses(2013) Antas, Mário Nuno do Bento; Moutinho, Mário, orient.No presente trabalho de investigação procuramos analisar a comunicação educativa como factor de (re)valorização do património arqueológico através de exemplos de boas práticas em museus de arqueologia portugueses. No enquadramento teórico e metodológico aplicado à tese, descrevemos a arquitectura conceptual e os conceitos estruturantes (comunicação, educação, comunicação educativa e boas praticas educativas em museus, revalorização do património arqueológico e museus de arqueologia). Criámos um novo modelo de estudo, que denominados de museologia arqueológica participativa, baseado na sociomuseologia e nos princípios da musealização da arqueologia e da transversalidade do Património arqueológico. A museologia arqueológica participativa visa a construção de estratégias de comunicação e de ambientes de aprendizagem expressas em acções comunicativas e educativas no sentido de tornar os visitantes participativos, através da mediação, da museografia e dos recursos museográficos. Assim, o objectivo final passa por tornar o museu num centro de aprendizagem e participativo onde os visitantes possam fazer os seus próprios caminhos de aprendizagem e de produção de conhecimento. Elaboramos uma análise reflexiva sobre história dos Museus de Arqueologia. Analisamos a evolução de conceitos e tipologias dos museus de arqueologia. Identificamos vários tipos de espaços museológicos de arqueologia e procedemos ao seu recenseamento até 2013. A nível das estratégicas de comunicação educativa, efectuamos uma investigação comparativa entre as estratégias de comunicação educativa presenciais e a distância utilizadas nos museus de arqueologia. Por último, identificámos e procedemos a uma análise comparativa de boas práticas de comunicação educativa em museus arqueológicos portugueses. Assim, para além da mais-valia dessas boas práticas, apontamos o caminho para que as mesmas se articulem em rede. Só assim, as boas práticas podem passar da excepção para a ―regra‖ e contribuírem de uma forma assertiva para a (re)valorização do património arqueológico envolvendo os visitantes e respectivas comunidades, ou seja, devolvendo o património participado como memória colectiva à própria sociedade.Item Construção e disputas do campo Museologia no Brasil : os fóruns nordestinos 1988 - 1996(2020) Rocha, Ana Karina Calmon de Oliveira; Teixeira, Maria das Graças de Souza, orient.Entre os anos de 1988 e 1996 ocorreram os Fóruns Nordestinos de Museologia. Esse movimento de irrupção, que denuncia o rompimento com a museologia praticada por parte do Sudeste do país produziu Manifestos e uma gama de documentos que registram a memória de oito encontros nordestinos de Museologia. Através deles, foi possível investigar de que modo aconteceram/acontecem as relações de asserção e reconhecimento entre o Nordeste e o Sudeste na construção sociológica do campo Museologia no Brasil. Por meio do uso da análise do discurso como recurso metodológico, problematizei o campo museológico brasileiro, suas narrativas, bem como investiguei a produção e participação dos agentes nordestinos na construção do campo científico e cultural do Brasil. A hipótese, que se confirmou, foi que, na luta pelo capital científico houve ações que invisibilizaram a importância das realizações do Nordeste que culminaram no apagamento dos trabalhos da UFBA, da FUNDAJ e demais instituições museais do Nordeste na consolidação do campo.Item Desenvolvimento de públicos em perspectiva sociomuseológica(2023) Silva, Leticia Fernandes Rodrigues da; Monteiro, Simone Flores, orient.Este trabalho apresenta uma reflexão sobre a relação dos museus com o público enquanto um aspecto da gestão museológica, que foi ganhando importância ao longo do tempo. Várias transformações ocorreram desde que a abertura dos museus ao público foi amplamente difundida, no século XIX. Essas transformações resultaram em uma abordagem mais centrada no visitante, na qual o uso do conceito de Desenvolvimento de Públicos foi disseminado tanto na política cultural quanto nas práticas museais. No entanto, este conceito tem um significado bastante amplo e ambivalente e é frequentemente usado de forma acrítica. A dualidade e os dilemas em torno do conceito de Desenvolvimento de Públicos serão abordados a partir de uma perspectiva sociomuseológica em um estudo de caso de três museus brasileiros: Museu da República, Museu da Língua Portuguesa e Muquifu — Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos.Item Desenvolvimento do público interno : uma proposta de metodologia para um programa educativo direcionado aos funcionários de museu(2013) Figurelli, Gabriela Ramos; Primo, Judite Santos, orient.Este estudo aborda questões de relevância e de pertinência ao tema da tese - elaboração de metodologia para um programa educativo voltado para o público interno do museu - e reforçam o entendimento de que o caráter educativo do museu deve ser praticado nas diferentes esferas da instituição. As reflexões propostas baseiam-se, sobretudo, nas idéias de Paulo Reglus Neves Freire (1988), da museóloga Waldisa Rússio Camargo Guarnieri (1984), da museóloga e educadora Maria Célia Teixeira Moura Santos (2008). Propõe-se a criação de uma metodologia para um programa educativo direcionado aos funcionários de museu que privilegie o desenvolvimento profissional e pessoal, através de ações educativas pensadas em conjunto, a partir de um diagnóstico, objetivos comuns e práticas avaliativas. Busca-se elaborar uma metodologia que sirva como um roteiro experimentado, visando facilitar a ação, minimizar os erros, auxiliar a comunicação e a compreensão sobre as ações; composta por referências, procedimentos e etapas que viabilizem seu planejamento, desenvolvimento e sua avaliação, e que contribua para a construção de um diálogo entre os funcionários. A metodologia foi aplicada no Museu Nacional de História Natural e da Ciência, na cidade de Lisboa.Item As dimensões da cultura : a construção de políticas públicas a partir da sociomuseologia na República do Kiribati(2021) Murta, Marcelo Lages; Chagas, Mário de Souza, orient.Esta tese foi elaborada a partir das observações em torno do desenvolvimento da Política Nacional de Cultura da República do Kiribati, articulada pelo Museu Nacional do país junto a organismos regionais e internacionais. Para tanto, a investigação partiu de uma discussão teórica sobre as disputas pela cultura nas instituições locais e globais, com um trabalho analítico sobre documentos e normativas internacionais no âmbito da UNESCO, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos pactos associados aos Direitos Econômicos, Sociais, Culturais, Civis e Políticos. A inserção da função social dos museus nas normativas internacionais foi observada a partir da Mesa de Santiago (1972), da formação do Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM), das suas bases intrinsecamente ligadas a experiências práticas e das declarações oriundas de diversos encontros internacionais que viriam a constituir o Programa Ibermuseus, com a Declaração de Salvador (2007), num processo que culminaria na Recomendação de 2015 da UNESCO. A museologia social e a sociomuseologia foram discutidas a partir de experiências ibero-americanas, observadas principalmente em Portugal e no Brasil. Com base em um entendimento amplo, de que a sociomuseologia e as políticas públicas coincidem na busca pela identificação de problemas e de soluções possíveis no tempo presente, foi empreendida uma pesquisa para o desenho da Política Nacional de Cultura da República de Kiribati a partir de um estudo etnográfico e de ações participativas com agentes envolvidos na área cultural no país.Item Educação museal e feminismos no Brasil : silenciamentos, estranhamentos e diálogos a partir de um olhar interseccional e decolonial(2023) Santos, Karlla Kamylla Passos dos; Wichers, Camila Azevedo de Moraes, orient.A presente tese tem por objetivo compreender as relações entre Educação Museal e feminismos interseccionais e decoloniais no Brasil. Tendo como hipótese que silenciamentos e estranhamentos têm marcado essa relação, mas que esses diálogos são possíveis e urgentes no campo da Sociomuseologia, principalmente. A tese justificou-se pela necessidade de investigar de forma aprofundada a Educação museal no Brasil, por meio de um viés feminista crítico. Em termos metodológicos, usei a bibliometria, de questionário online e a realização de entrevistas semiestruturadas, além da revisão bibliográfica e de análise de conteúdo com o material gerado pelas entrevistas. Parto de construções realizadas por Juliana Siqueira (2017; 2019), Catherine Walsh et al., (2018) e Camila Moraes Wichers (2018), entre outras. Como resultado observei o predomínio de mulheres como referências de disciplinas de Educação nas graduações em Museologia, porém, lemos mais autoras brancas e do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Por fim, os diálogos estabelecidos nas entrevistas revelam barreiras a serem enfrentadas por educadoras museais, sobretudo, quando se trata de mulheres com marcadores sociais da diferença que tendem a excluí-las como raça, classe, região e sexualidade, dentre outros.Item A educação museal na perspectiva da sociomuseologia : proposta para uma cartografia de um campo em formação(2019) Siqueira, Juliana Maria de; Primo, Judite Santos, orient.Esta tese discute a especificidade da Educação Museal como as aprendizagens tecidas no processo coletivo de apropriação do fazer museal, isto é, no âmbito das museologias participativas ou Sociomuseologia. Busca-se um entendimento da musealização capaz de favorecer o autorreconhecimento das comunidades brasileiras que desenvolvem processos de preservação cultural no terreno da Museologia Social e, ao mesmo tempo, aportar aos campos acadêmico e das políticas públicas fundamentos epistemológicos, teóricos e metodológicos para a legitimação dessas iniciativas em pé de igualdade com as práticas profissionais e institucionais ligadas ao patrimônio. Para tanto, constrói-se uma visão intercultural da Sociomuseologia, ancorada na memória das museologias de[s]coloniais e corazonada a partir da Biologia do Conhecer, do Bem-Viver e do Ubuntu. A investigação se desenvolve como uma pesquisa-ação crítico-colaborativa, comprometida com a justiça cognitiva e a transformação social no sentido da decolonialidade. Parte-se da experiência vivida no Programa Pedagogia da Imagem, implantado no Museu da Imagem e do Som de Campinas – SP, no período entre 2003 e 2018, para a produção de conhecimento situado sobre a Educação Museal. O método analético estrutura a cartografia dos territórios culturais de Campinas, abrangendo suas dimensões distópica – da matriz hegemônica, utópica – das ações educativas fronteiriças, e heterotópica – das invenções transformadoras.Item El Patrimonio Cultural Inmaterial y la Sociomuseología: un estudio sobre inventarios(2011) Sancho Querol, M. Lorena; Moutinho, Mário, orient.A tese que defendo inscreve-se no âmbito da Sociomuseología e tem como eixo central de referência o conceito de Património Cultural Imaterial definido pela UNESCO em 2003: um conceito onde as dimensões material e imaterial do nosso Património coexistem e são trabalhadas de forma indissociável. Tomando como ponto de partida o panorama museológico português, realizo um estudo em torno da função do inventário, tendo como objectivo demonstrar a forma como lhe é atribuído um lugar central na construção social da nossa herança cultural e da nossa memória colectiva. De acordo com esta perspectiva, abordo a história e o processo de evolução do conceito de inventário desde o século XIV até à atualidade; descrevo a experiência de um projecto internacional de desenvolvimento cultural centrado no inventário participativo e na intervenção das comunidades locais; analiso os procedimentos de elaboração do inventário, a figura do inventariante e o circuito de inventariação em onze museus portugueses. Finalmente, procedo a uma reflexão de carácter essencialmente teórico acerca do papel e da dimensão da participação local enquanto eixo de construção do inventário museológico e cenário de democratização da memória.Item Elaboração e viabilidade de um Museu de teatro na cidade de São Paulo(2010) Viana, Fausto Roberto Poço; Bruno, Maria Cristina Oliveira, orient.Esta tese é um trabalho de pesquisa que propõe um projeto museológico para um Museu de Teatro na cidade de São Paulo. Através das potencialidades encontradas, este pode ser um modelo pioneiro de museu universitário, ligado à Universidade de São Paulo e embasado na teoria e na prática da sociomuseologia. O Museu é poli-nuclear, com duas sedes principais: o prédio sob o Viaduto do Chá, na região central e os prédios da Vila Maria Zélia, na região do Belenzinho. O Museu de Teatro da cidade de São Paulo terá a responsabilidade de identificar, valorizar e preservar os vetores da memória do fazer teatral na cidade de São Paulo, a partir da musealização do trabalho dos profissionais de teatro, responsáveis pela gênese do processo de encenação, colocando-os em cena, na luz da ribalta.Item Energias renováveis e novas tecnologias : sustentabilidade energética nos museus(2013) Ferreira, Francisco Faria; Moutinho, Mário, orient.O presente estudo faz parte do programa de curso do terceiro ciclo de Museologia da Universidade Lusófona. O tema seleccionado para desenvolver foi “Energias renováveis e novas tecnologias. Sustentabilidade energética nos Museus”. Fruto da consciência que a todos nós presentemente não nos deve ser alheia, da importância das energias, sua sustentabilidade, salvaguarda das condições ambientais e da biodiversidade, surgiu com clareza a escolha do tema “Energias renováveis” acrescentando desde logo uma ferramenta essencial, “novas tecnologias”, para se alcançarem os objectivos propostos. Dada a abrangência do tema e a sua inserção na problemática da Museologia fez-se uma abordagem generalizada sobre a origem histórica dos museus, o seu estado de arte e a sua relação com as energias. E ainda antes de entrarmos no estudo principal da tese “ Energias renováveis e novas tecnologias” para os museus, achou-se por bem investigar as condições que devem existir no interior dos mesmos, a influência que lhe advém do exterior e a relação funcional dos seus serviços. Posteriormente abordaram-se de forma muito sintética as condições de alguns museus visitados na óptica das energias e tecnologias. As matérias principais do tema ”Energias renováveis e novas tecnologias” foram desenvolvidas de uma forma transversal, com particular enfoque na energia geotérmica e nas tecnologias “Domótica”. No que diz respeito às energias renováveis procurou-se demonstrar a sua proveniência, a sua eficàcia, o aproveitamento das vantagens na sua aplicação, as desvantagens a evitar e ainda se procuraram mostrar alguns exemplos de cálculo e aplicações respetivas. Particularmente sobre a energia geotérmica é apresentado um caso de estudo de aplicação num Museu tipo, sendo este mesmo Museu também usado para outro caso de estudo das tecnologias “Domótica”. Neste trabalho foram equacionadas as energias renováveis mais significativas, que já estão cientificamente comprovadas e economicamente sustentadas. Para demonstrar esse facto são apresentados casos reais de sucesso, atualmente em uso. O mesmo acontece em relação ao estudo da Domótica, que além de se descrever a sua forma de funcionamento, também apresentamos as suas atuais capacidades, que se forem devidamente utilizadas dão origem aos chamados “Edifícios Inteligentes”, como são os exemplos de referência que se mostram.Item Entre o paralelo 20 e o 30 – analisando e propondo políticas públicas para museus no sul do Brasil(2013) Bertotto, Márcia Regina; Moutinho, Mário, orient.Devido às mudanças sociais da contemporaneidade, a organização dos museus brasileiros na atual conjuntura, exige alterações e, terá avanços, se for embasada na sociomuseologia. O desenvolvimento de uma política museológica nacional é tarefa das autoridades constituídas e esta tese busca analisar políticas públicas para museus compreendendo seu funcionamento e aplicação. A partir de um levantamento histórico da sistematização museológica nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul e de pesquisas junto a instituições museológicas procuramos incluir as vozes de gestores culturais e demais atores sociais envolvidos. O modelo sistêmico museológico hoje vigente não se traduz, tal qual sociólogos definem, num padrão que opera em rede, com trocas entre sistemas estaduais e nacional. Apontar para a correta aplicação e avaliação das políticas para museus, solucionaria muitas das questões que afligem hoje os museus, transformando-se numa política cultural inclusiva, participativa e democrática.Item Entre paisagens : história local e comunicação museológica no nordeste paulista(2023) Lopes, Rodrigo Touso Dias; Figurelli, Gabriela Ramos, orient.A pesquisa consiste numa análise sobre o modo como os museus históricos da Região Imediata de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, Brasil, representam as diferentes populações migrantes em seus acervos e em suas comunicações museológicas. Foram analisados 16 museus históricos, presentes em 11 cidades do espaço selecionado. A pesquisa foi realizada de maneira quali-quantitativa, composta por observação direta, análise documental, realização de questionários e entrevistas. A hipótese é que os museus históricos da região selecionada não representam as populações que foram escravizadas na região no século XIX, bem como não representam os migrantes das regiões norte e nordeste do país em suas coleções e exposições permanentes, ainda que a região de Ribeirão Preto tenha atraído, ao longo dos dois séculos anteriores, milhares de pessoas para trabalhar no setor do café e, depois, da cana-de-açúcar. Como resultados, são apresentadas as ideias de “paisagem museal”, sintetizando o cenário dos museus na região, e “paisagem museológica”, sintetizando as comunicações museológicas produzidas pelos museus da região e apresentadas no contexto de seus processos de abertura em favor de suas comunidades.Item A face da museologia social nos museus e processos museais amazônicos(2020) Silva, Lúcia das Graças Santana da; Pereira, Marcele Regina Nogueira, orient.A Face da Museologia Social nos Museus e Processo Museais Amazônicos é fruto da investigação do Doutorado de Sociomuseologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias da Cidade de Lisboa em Portugal realizado no período de 2009 a 2019. A temática da tese faz parte da linha de pesquisa Museologia e Patrimônios locais. O objetivo da pesquisa é uma discussão ampla sobre o processo de democratização dos museus da Amazônia Paraense tendo como viés a Museologia Social como um instrumento de decolonização e de resistência cultural de comunidades modernas e subalternizadas pela herança da colonialidade do poder, do ser e do ter na América Latina. A pesquisa é fruto de um trabalho de 10 anos (2008 a 2018) em três museus e um processo museal no Estado do Pará ao Norte do Brasil. A pesquisa se baseia na Museologia Social como campo do conhecimento comprometido com a “utilização do poder das memórias, do patrimônio e dos museus em favor das comunidades populares, dos povos indígenas, dos quilombolas e dos movimentos sociais” (Chagas & Gouveia, 2014, p.16). A metodologia tem caráter documental, etnográfico, processual e cartográfico. A pesquisa é fruto não somente das entrevistas coletadas nos municípios do Pará, mas também por meio de encontros, conversas em redes sociais, experiências museológicas com envolvimento de gestores culturais, participantes de museus, ativistas culturais, público não visitante de museus que por meio destes processos contribuíram para a construção deste texto. A análise da pesquisa possibilitou um desenho de uma face múltipla das museologias amazônicas, onde as memórias são seres viventes porque: apontam a Museologia como instrumento de enfrentamento de problemas e mudanças na sociedade, ampliam a visão de museu para além das categorias instituídas pelo Comitê Internacional do Museu e Instituto Brasileiro de Museus, identificam uma cultura museal diversificada na Amazônia que apresenta sua forma de ser, poder e ter e por fim, sinalizam a reponsabilidade dos museus como agentes políticos da memória, sendo este questionador, denunciador, articulador, mobilizador, promotor e mediador das referências de patrimônios.Item A função social de um museu universitário : tempos e percurso biográfico do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul(2019) Fagundes, Ligia Ketzer; Chagas, Mário de Souza, orient.Esta tese tem como foco analisar a função social de um museu universitário brasileiro, Museu da UFRGS, investigando em sua trajetória biográfica, as práticas museológicas construídas de forma interdisciplinar no sentido de conectar e relacionar acervos, coleções e patrimônio cultural buscando a construção de uma política de gestão de museus e acervos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Neste sentido, procurou-se compreender os processos museológicos, exposições e projetos, enquanto produtores de conexões e agenciamentos que possibilitaram, ao longo da trajetória do museu, a ressignificação de acervos, coleções e espaços de memória variados, conectando grupos e áreas de pesquisa interdisciplinares, levando à organização e articulação de uma rede de museus e acervos na UFRGS – REMAM. Em um primeiro momento foram estabelecidas as relações entre museus e universidades e discutidas as questões relativas aos museus universitários no Brasil. A seguir, a história da UFRGS foi investigada a partir de suas relações com os museus, coleções e com a museologia, destacando o contexto de criação do Museu da UFRGS. Na trajetória do museu e em suas práticas museológicas, investigaram-se as características interdisciplinares, a desvinculação de colecionismo e a proposta de trabalho em rede, destacando o perfil do museu como museu da universidade. Buscou-se também identificar e apresentar o formato de organização em rede, baseada nas premissas da museologia social, como proposta de contribuição para a construção de uma política de gestão do patrimônio cultural das universidades públicas brasileiras. Com base em pesquisa documental e bibliográfica embasadas em reflexões sobre memória, museologia social, museus universitários e organizações em rede, construiu-se a trajetória de um museu universitário, entendido enquanto instituição viva, em movimento e transformação.Item Gestão museológica : paradigmas de atuação, resultados e perspetivas - o panorama da Rede Portuguesa de Museus quinze anos depois da sua criação(2019) Rendeiro, Humberto Filipe Simões; Correia, Virgílio Hipólito, orient.Mais tarde, em 2004, foi promulgada a Lei-quadro dos Museus Portugueses. Este documento determina o regime jurídico comum aos museus portugueses e estabelece os princípios da política museológica nacional. É, também, a partir daqui que se identifica e se decreta o desempenho das funções museológicas que constituem a base desta investigação. É através de uma análise sobre o cumprimento das mesmas que se infere sobre a atual realidade dos museus em Portugal. Assim, depois de se identificarem os fundamentos teóricos do que se considera ser museu, tendo como principais referências os documentos mencionados e, também, o Código Deontológico do ICOM para os Museus, entre outros, fez-se uma análise sobre o desempenho dos museus RPM, relativamente às quatro funções museológicas basilares da missão de um museu, a partir de um inquérito a eles dirigido. As funções museológicas a que se faz referência são, a investigação, a incorporação, a conservação e a comunicação. Por último procurou-se, numa perspetiva comparativa, traçar o panorama museológico nacional distinguindo entre o que em teoria se estipula e o que na prática acontece. Uma vez que os museus inscritos na RPM (i) passaram por um processo de credenciação para a integrarem, (ii) estão abrangidos pela Lei-quadro dos Museus Portugueses, e (iii) são abarcados pelo estipulado no Código Deontológico do ICOM para Museus, onde se estabelecem normas para um desempenho profissional de excelência; pode supor-se que são estes Museus que, em Portugal, reúnem as devidas condições para cumprirem cabalmente com a sua missão. O seu diagnóstico é representativo do melhor (ou nem tanto) que em Portugal se faz; esta é a premissa sobre a qual se iniciou a investigação. O inquérito, composto por sessenta e seis questões, permite concluir que o que está estabelecido em teoria sobre a política museológica nacional não se vê espelhado em termos práticos; que as carências financeiras/orçamentais são um dos principais problemas dos museus portugueses; o desempenho de funções museológicas não é homogéneo quando comparado entre as várias entidades tutelares; e que há um trabalho de fundo a ser desenvolvido no que à comunicação diz respeito.Item Infografia : subsídio para socialização da informação em museu(2023) Ghizzo, Idemar; Figurelli, Gabriela Ramos, orient.A presente pesquisa tem como tema principal a Comunicação Museológica, por meio do uso da Infografia. O Museu Municipal pesquisado localiza-se no município de Pedras Grandes, Sul de Santa Catarina – Brasil. Este projeto propôs a implantação de infográficos para verificar a sua utilização e eficácia ou não, na comunicação museológica. A partir de um diagnóstico, ações práticas e avaliação, pretendeu-se averiguar a possibilidade de seu emprego no Museu. A Infografia no espaço museológico almeja suprir uma das carências da comunicação nos museus, a acessibilidade informacional. Sua elaboração comunicativa buscou completar ou não essa deficiência comunicacional, auxiliando no atendimento a seus visitantes, estimulando-os para que percebessem o discurso presente na exposição a fim de criar significados, narrativas e relações.Item Instituto Inhotim: a experiência de um complexo museológico e suas relações com a arte contemporânea, o meio ambiente e o desenvolvimento humano(2018) Taboada, Cynthia Elias; Santos, Maria Célia Teixeira Moura, orient.Trata-se de estudo versando sobre o Instituto Inhotim, museu de arte contemporânea a céu aberto e Jardim Botânico, localizado em Brumadinho, Minas Gerais, criado a partir da coleção particular de Bernardo Paz, e que atualmente se configura como uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. O estudo propõe detalhar a criação e trajetória da instituição em seus eixos de atuação - arte, botânica e meio ambiente, educação e inclusão social – a partir de sua dinâmica institucional, entre 2002 e 2018. Analisa o processo de musealização que põe em diálogo a arte e a natureza, e os percursos desenhados no território, bem como sua interlocução com o entorno, criando perspectivas de desenvolvimento humano. Aborda a experiência de Inhotim em interação com antecedentes históricos da arte contemporânea e da Nova Museologia, posicionando-o como um complexo museológico contemporâneo construído na interrelação entre diversos campos do conhecimento e o Patrimônio Integral. Nele, se inserem: as contradições dos tempos contemporâneos, preocupações ambientais, a atenção ao desenvolvimento local, a expansão das coleções, disputas por recursos e a busca pela experiência estética do belo através do eixo arte-paisagem. Conclui sobre a potencialidade entrecruzada de estabelecer laços com a Sociomuseologia, partilhar estratégias e criar processos de gestão vocacionados a cumprir a função social dos museus, possível em quaisquer cenários, da museologia e tantos outros, assim engajados.Item La interpretación del patrimonio de la ciudad de Pinar del Río, República de Cuba(2019) Castillo Garriga, Dory; Moutinho, Mário Caneva, orient.O desenvolvimento local incorpora na atualidade sistemas complexos científicos e tecnológicos no seu trabalho e, inclusive, aparecem outras formas na gestão dos diferentes processos que compõem o desenvolvimento local. A natureza complexa e plural do Património implica um trabalho abrangente que articule pesquisa e gestão, além da produção de conhecimento, prazer e utilidade prática, aproximando o passado para entender o presente e moldar o futuro. A interpretação do patrimônio possibilita "(...) a reavaliação e monetização do bem cultural e promove a preservação e divulgação do mesmo" Martín, M. (2000, 26). As tendências atuais de debate sobre teorias e metodologias de interpretação do património só são defendidas desde o início da comunicação estratégica e não assumem o processo interpretativo como uma forma de participação de todos os atores e membros da comunidade na gestão do património. Até onde se pôde constatar, considera-se que as teorias examinadas não são a que se refere o patrimônio de forma integral e complexa e, por outro lado, maioritariamente, o relacionam com sites de interesse patrimonial, e, geralmente, relacionado com o turismo. São vários os autores que na arena internacional teorizam sobre o tema, como é o caso de Freeman Tilden (1956), Ramón Molinary (1989), Sam Burr, Néstor García Canclini (1992) e Francisco Zamora (1996) entre outros, tratam o tema a partir da dimensão natural do património. No entanto, a interpretação do patrimônio relacionada com o desenvolvimento local deve ser vista como uma ferramenta de sociomuseologia para alcançar o processo de participação comunitária na preservação e gestão do património local. Em Cuba, é inegável os princípios apresentados nos Congressos VI (2011) e VII (2016), do Partido Comunista de Cuba (PCC), onde foram analisados aspectos essenciais da sociedade cubana, entre os aspectos mais discutidos foram como conseguir a participação da sociedade civil socialista no exercício da democracia; o lazer e o uso do tempo livre, a qualidade da oferta cultural e as opções de acordo com o poder aquisitivo. Com a eleição do novo presidente cubano, Miguel Díaz Canel Bermúdez, com a aprovação da nova legislatura parlamentar cubana e com a consulta da proposta de nova Constituição Cubana apresenta uma visão de nação temperado às novas condições econômicas e sociais do país. Promove-Se uma estratégia de desenvolvimento para um governo flexível, eficaz, sem perder o seu caráter socialista, se concorda com a transformação produtiva e a inserção internacional, o desenvolvimento de infra-estrutura adequada às novas condições de Cuba e o mundo, se jerarquiza o potencial humano, ciência, tecnologia, inovação, recursos naturais e o meio ambiente, e o desenvolvimento humano, da equidade e da justiça social. No entanto, se continua trabalhando intensamente em como conseguir uma dinâmica de desenvolvimento que estimule, desde o local, uma abordagem muito mais inclusivo e participativo e a melhoria da qualidade de vida do povo cubano. A cidade de Pinar do Rio, adquire o caráter de cidade no ano de 1867, é uma cidade monocéntrica, com uma estrutura radial em torno de um eixo linear, formam duas grandes zonas, divididas pelo rio Guamá, a zona histórica tradicional e a zona de desenvolvimento novo. Até o triunfo da Revolução manteve-se entre as cidades mais desenvolvidas do país. Em Pinar del Rio distingue-se um "Modelo de gestão do Desenvolvimento Local" (Laço, C. 2004, 4), cuja formulação teórica e aplicação prática tem garantido a formação de uma cultura estratégica de aprendizado contínuo e uma atuação consistente de todos os gestores do território. Para a sociedade pinareña, não forem suficientes, o estado de conservação do património tangível sem também guardar as lembranças da memória coletiva e da significação que tem no imaginário coletivo. Tal significação supõe estudo, avaliação e proteção das marcas do passado, as quais, no presente adquirem a categoria de patrimônio que pode ser usado e modificado na busca da elevação da qualidade de vida dos que habitam a cidade. A interpretação do patrimônio no contexto pinareño tem sucesso, se conseguir fazer com que seus habitantes, profissionais e gestores com conhecimento e consciência do valor do patrimônio que possuem. Reconhecer a sua importância e a necessidade de preservá-lo, utilizá-lo racionalmente e entender que a interpretação do patrimônio é um processo vital, pode ter um impacto positivo no desenvolvimento local da cidade.Item Manancial missioneiro : a ancestralidade indígena e processos museológicos em São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul, Brasil(2023) Gondim, Vânia Lima; Britto, Clovis Carvalho, orient.A presente tese tem como objetivo compreender o contexto do processo museológico e as estratégias que originaram o atual Manancial Missioneiro, localizado em São Miguel das Missões, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Essa iniciativa museal é liderada por Valter Braga, que reuniu em sua residência uma coleção, transformando-a na Exposição Cultural Missioneira, reconstruiu espaços considerados sagrados e adaptou rituais que evocam a ancestralidade guarani. A pesquisa evidencia o lugar das ruínas e a conformação do paradigma jesuítico, as ações de patrimonialização e musealização que culminaram na criação do Museu das Missões e as leituras decoloniais que privilegiam a cosmovisão indígena. Por fim, analisa a trajetória do Manancial Missioneiro e as ações em prol do reconhecimento e da valorização da ancestralidade indígena, demonstrando os impactos da Nova Museologia e da Museologia Social, ao instaurar fissuras no pensamento museológico e promover desobediências epistêmicas marcadas pela decolonialidade. Por meio de revisão de literatura, análise documental e pesquisa de campo, apresenta os contornos de uma Museologia Indisciplinada, pautada nos referenciais das populações da região, com o intuito de evidenciar como esse processo contribuiu para valorizar referências culturais indígenas, reinventando espaços e mobilizando rituais. A tese demonstra como os processos museológicos podem ser utilizados como ressonância de práticas ancestrais e como espaço de disputa para o reconhecimento de identidades indígenas.
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