Revista Lusófona de Ciência das Religiões Ano VIII, nº 15 (2009)

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    A experiência da fé como um meio socializador
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Neto, João Clemente de Souza; Liberal, Márcia Mello Costa de; Schramm, Yára
    Este artigo é resultado de pesquisas sobre a interferência da religião no processo desocialização do sujeito e tem como objetivo mostrar o impacto da opção por Jesus Cristo na vida pessoal e da comunidade. Sua categoria central é o acontecimento: encontro com Jesus. Dentro de um movimento dialético, esse acontecimento transforma o sujeito e a sociedade, faz do crente um protagonista, um sujeito ativo, um produtor de sentidos e valores para sua geração e as futuras. As pesquisas demonstram que basta à pessoa buscar Jesus Cristo e ser por ele desafiada, incomodada, desestabilizada, para que desperte nela a alegria e o entusiasmo de viver as bem-aventuranças. O texto traz dois exemplos selecionados entre as quinze lideranças estudadas, que se declararam seguidoras de Jesus e organizaram uma comunidade cristã católica ou protestante. A metodologia utilizada na pesquisa foi a de estudo de caso.
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    Ecologia no islam : leitura cirânica e perspectivas atuais
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Maçaneiro, Marcial
    O autor ensaia uma leitura ecológica do Alcorão, em vista da colaboração interreligiosa no campo da sustentabilidade e educação ambiental. As Suras (capítulos corânicos) de conteúdo cosmogônico, ético e antropológico mostram que – na visão islâmica– a Terra e sua biodiversidade constituem sinais da bondade e onipotência do Criador, com apelos ao uso racional dos recursos naturais. Seguindo indicações do tafsir (comentário exegético) e de pesquisadores contemporâneos, o autor colhe das narrativas corânicas uma série de “virtudes ecológicas” orientadoras da conduta humana na Terra. Por fim, pondera que as conexões entre cosmovisão bíblica e corânica favorecem a parceria de sujeitos e religiões na busca de soluções viáveis à hodierna crise ecológico-ambiental.
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    As 'questões educativas' e 'religiosas' no quinzenário A Vida Portuguesa : o contributo de Luísa Sérgio para a educação das crianças
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Manso, Artur
    O presente artigo colige o pensamento de Luísa Sérgio, esposa de António Sérgio, sobre a educação das crianças, ao longo de uma série de artigos por si assinados no quinzenário A Vida Portuguesa (1912-1915), órgão da Renascença Portuguesa. Estes textos revelam-se da maior importância pois, provavelmente, são publicações raras da sua autora. Após traçar um breve panorama das questões educativas neste quinzenário, analisamos, então, o pensamento de Luísa Sérgio sobre a educação infantil, exposto nos seguintes itens: a crítica à educação infantil; a família enquanto primeira responsável pela educação da criança; a educação dos educadores; os meios e as práticas lectivas a actividade lúdica. Como corolário, num tempo de grande contestação ao ensino religioso na sociedade e nas escolas portuguesas, apresenta a Moral e a Civilidade como fins de toda a actividade educativa, apontando às pessoas religiosas uma supletiva responsabilidade na sua promoção.
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    Desumanidade e massacre no século XX europeu
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Bauman, Zygmunt
    Este ensaio analisa o modo como as vias através das quais a razão humana, definida como um instrumento para eliminar os obstáculos da existência, na deriva da civilização resultaram frequentemente em “eliminações racionais” dos potenciais inimigos e de pessoas comuns.O autor realça esses processos desumanos com base em vários exemplos da história moderna. Começa com a Revolução Francesa até chegar ao século XX coma experiência devastadora dos totalitarismos, acabando por lembrar os massacres do Ruanda.
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    Massacres ou martírios do Marquês de Pombal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Franco, José Eduardo
    Este texto pretende analisar a utilização da repressão e do massacre como estratégia da aplicação eficaz de medidas políticas pragmáticas e reformistas no quadro da acção política do governo do Marquês de Pombal. Estudamos a questão dos massacres da política pombalina na perspectiva das leituras divergentes do significado e valor do período pombalino no contexto da recepção de Pombal na Cultura Portuguesa: a leitura filopombalina e a antipombalina. Esta última sobrevaloriza a crueldade do governo absolutista e despótico do Ministro de D. José I, e a primeira tende a matizar o impacto das repressões pombalinas.
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    Between “incidents of intolerance” and “massacre” : British interpretations of the early Modern Polish religious persecution
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Cieszynska, Beata Elzbieta
    Este ensaio analisa o modo como as vias através das quais a razão humana, definida como um instrumento para eliminar os obstáculos da existência, na deriva da civilização resultaram frequentemente em “eliminações racionais” dos potenciais inimigos e de pessoas comuns.O autor realça esses processo desumanos com base em vários exemplos da história moderna. Começa com a Revolução Francesa até chegar ao século XX com a experiência devastadora dos totalitarismo, acabando por lembrar os massacres do Ruanda.
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    Guerra, poder, massacre : o significado dos media para a representação na Europa cristã e islâmica e na América
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Pelizaeus, Ludolf
    O uso dos media e a guerra não podem ser separados. No presente artigo mostramos o uso dos media feito pelas nações Europeias. Especialmente as culturas carecidas de produção escrita foram submetidos a uma influência forte dos media. Isso não é tão válido para a cultura Inca no Peru, mais também para a Irlanda e para a sua matriz cultural celta. Estas são culturas com peculiaridades que as diferenciam culturalmente, sendo marcadas somente por uma tradição sedimentada pelo uso da tradição oral.
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    A presença dos santos : martírios e relíquias sagradas na construção do território cristão na América portuguesa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Cymbalista, Renato
    O texto investiga atores sociais estratégicos para promover a ocupação do território da América Portuguesa no início da Idade Moderna, sem os quais dificilmente a colonização teria se viabilizado: os santos e mártires católicos. Os santos católicos se fizeram presentes na América tanto por meio de suas imagens e narrativas quanto por sua presença física, por meio de suas relíquias sagradas, como as pegadas de São Tomé encontradas na América, e também as relíquias de santos transportadas da Europa para o novo continente. As relíquias sagradas foram objetos de grande veneração pelos cristãos, mas também investidas de sentidos pelos índios. O texto investiga também o significado da construção contemporânea da santidade, por meio da busca - e por vezes da conquista - do martírio por missionários, principalmente jesuítas e franciscanos. Assim como as relíquias sagradas, o martírio e a figura do mártir constituíram elementos de tradução entre as culturas católica e ameríndia.
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    “A Páscoa do Piemonte”: encenações nos media do Massacre dos Valdenses em 1655
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Vogel, Christine
    Partindo do exemplo do massacre dos Valdenses ocorrido no Piemonte em 1655, o artigo interroga o processo de mediatização dos massacres na Época Moderna, visando analisar o papel que a exploração mediática destes acontecimentos desempenharam na fabricação das memórias colectivas.
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    Le bucher dans le martyre protestant : tradition et invention d’après les martyrologes français et anglais du XVIe siècle
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) El Kenz, David
    Nos reinos de França e de Inglaterra, um número muito significativo de Protestantes, cerca de um milhar, foram condenados à Pilha no século XVI. Estas execuções foram apresentadas como um novo martírio cristão. Este artigo analisa a maneira como a Reforma promoveu esta devoção extrema a partir da representação iconográfica da Pilha.
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    De la guerre au massacre - Le “crime” d’inhumanité au milieu du XVIe siècle français
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) El Kenz, David
    Se o massacre é um tratado de história de humanidade, parece que, no contexto dos conflitos religiosos da França do século XVI, o recurso ao massacre se tornou objecto de repulsa, apesar de muito praticado. A partir da análise do dossiê do processo contra os responsáveis do massacre dos Valdenses do Lubéron em 1551, este estudo mostra como o advogado do rei denunciou este “Crime de inumanidade”.
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    Mártires e martírios num mundo em expansão : S. Tomé no Império Português entre a Índia e o Brasil
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Osswald, Maria Cristina
    Este artigo tem como objecto de análise o culto do Apóstolo São Tomé no Império Português desde a Índia ao Brasil. A expansão deste culto, bem como as suas origens nos tempos apostólicos são directamente relatados e patenteados na cronologia portuguesa da expansão. Além disso, a devoção a São Tomé, Apóstolo e Mártir, desempenhará um papel importante no plano político, que, por sua vez, contribuirá para o fomento desteculto apostólico. O interesse político neste culto terá implicações no plano devocional,social e na expressão artística (peregrinações, relíquias, heranças). No nosso ponto de vista, o carácter sincrético que esta figura de mártir e santo assume no quadro do Império Português será destacado e analisado com uma ênfase especial.
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    O martírio de cristãos no Japão : uma estratégia dos Tokugawa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Curvelo, Alexandra; Pinto, Ana Fernandes
    No presente artigo procura-se traçar uma sinopse da evolução da atitude persecutória dos Tokugawa face à religião cristã, confrontando-a com a postura do regime frente ao budismo e enquadrando-a no âmbito das directivas políticas Tokugawa, e perspectivar o impacto dessa nova atitude dos Tokugawa, na Europa e na Nova Espanha, através da análise da divulgação da representação pictórica do tema dos mártires cristãos.
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    Renascimento do ideal de martírio na Época Moderna
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Nebgen, Christoph
    Este artigo analisa o renascimento do martírio no contexto da confessionalização da Cristandande europeia e das missões ultramarinas nos sécs. XVI e XVII na Europa. Imagens, poemas e canções relativas à morte no Ultramar tornaram-se um importante instrumento de publicidade nas lutas confessionais na Europa. O seu impacto no Ultramar consistiu um importante testemunho do seu objectivo de representar a verdadeira Igreja Apostólica para a Igreja Católica.
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    Os mártires ingleses de San Tomaso di Canterbury em Roma : troféus da Contra-reforma
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Müller, Kristina
    O ciclo de martírio na Igreja Inglesa do Colégio S. Tomas o di Canterbury, Roma, datado de 1583, ilustrou a história do Catolicismo Inglês desde os mártires primitivos até aos mártires executados durante os reinados de Henrique VIII e Isabel I. A maior parte deste grupo de mártires era jesuítas que morreram durante a Missão Inglesa que começou com a viagem de Edmund Campion até à sua pátria em 1580. O martírio de Campioné bem conhecido, sendo o mais proeminente ciclo ilustrado nas paredes do colégio. Existiam, todavia, muitos mais ciclos, O facto mais extraordinário é que estes mártires ingleses contemporâneos, que não tiveram qualquer eco hagiográfico, foram colocados na tradição dos mártires cristãos primitivos. Além disso, estes mártires foram celebrados como os novos “troféus” da Contra-Reforma, através dos quais a Igreja Católica esperava restaurar a fé católica na Grã-Bretanha. O presente artigo introduz alguns destes jesuítas, as suas vidas e a razão para o seu martírio.
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    Os proto-mártires de Marrocos da Ordem de São Francisco : muy suave odor de sancto martyrio
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Pacheco, Milton Pedro Dias
    O compromisso evangélico assumido por um grupo de cinco frades menores da Ordem de São Francisco, no primeiro quartel do século XIII, como principal objectivo de anunciar o Evangelho às comunidades islâmicas do Norte de África, fortaleceu a acção missionária cristã após o fatídico episódio do martírio registado.Indissociável das compassivas manifestações daqueles que entregaram a sua vida por Cristo, o culto desenvolvido em torno dos Proto-Mártires de Marrocos rapidamente proporcionou a efectivação de múltiplas e fervorosas práticas devocionais por toda a Cristandade, alcançando um maior impacto nas casas religiosas onde viriam a ser depositadas as suas relíquias.
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    Sagrados monumentos : relíquias de mártires e de santos em Portugal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Gomes, Saúl António
    Neste estudo, o autor propõe-se avaliar a problemática, centrada na realidade histórica de Portugal, das práticas devocionais em torno das relíquias de mártires e de santos.Depois de se propor uma síntese global sobre a evolução, em tempos medievais, deste universo religioso, passa-se à avaliação de um caso, o do Convento de Jesus de Setúbal, de monjas colectinas, em pleno século XVII, através da exploração de um tipo de recursos geralmente ignorado pelos historiadores: as notícias descritivas dos relicários produzidas em mosteiros e santuários nacionais dessa época. Constituindo uma expressão de devoção religiosa extremamente popular, nesses séculos, nem por isso deixam de merecer a mais profunda adesão das elites clericais e nobiliárquicas católicas.
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    Visão do martírio no triunfo do Cristianismo : hymnus in honorem passionis Laurentii beatissimi martyris
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Maciel, Manuel Justino P.
    Através dos olhos e das palavras do poeta hispânico Aurélio Prudêncio, entramos no âmago conceptual do fenómeno do martírio na vivência do Cristianismo: o martírio como vitória num combate que dá direito à palma e à coroa. Um processo que se opera no contexto da cidade romana, seja na perspectiva da cidadania, seja no âmbito físico da construção urbana. A cidade, circunstância do martírio, surge nos versos prudência nos no seu esplendor clássico, abrindo-se, todavia, a um novo exercício urbano, a uma nova cidadania, com matriz cristã. Com a génese de uma dinâmica iconográfica do martírio.
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    Igreja de mártires : o martírio como símbolo e condição do ser-cristão
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Vila-Chã, João
    Partindo de alguns dos mais importantes estudos exegético-interpretativos realizados por Erik Peterson (1890-1960), o presente artigo pretende sobretudo demonstrar a importância que o tema do Martírio tem no âmbito tanto da Teologia neo-testamentária como da história da Igreja. Mostra-se, assim, a importância de um texto como Mateus 10, aí onde se narra os termos em que Jesus envia os Apóstolos, e isso para mostrar como, na Igreja, o martírio brota simplesmente do facto de a Mensagem evangélica não se dirigir a uma humanidade abstracta ou considerada de forma neutral, mas, pelo contrário, antes se verifica que o Apóstolo é, por definição, enviado a anunciar o Evangelho do Reino de Deus mesmo em situações em que as estruturas sociais ou as pessoas individuais não estejam dispostas a, sem mais, receber o Kerygma. Daí, por exemplo, a importância de se reconhecer que os Apóstolos são enviados “como ovelhas para o meio de lobos” e, não menos, como, bem feitas as contas, estes sempre tendem a ser mais do que aquelas. Mostra-se também, nomeadamente a partir de uma breve leitura do Livro do Apocalipse, que num tempo, como o nosso, em que o mistério da iniquidade não cessa de se manifestar, nomeadamente mediante a ausência na sociedade humana de uma efectiva vigência da Lei de Deus, a condição de ser chamado a dar testemunho é, por definição, própria a todas as pessoas que, pelo Baptismo, se encontram realmente incorporadas no Mistério de Cristo. Em suma, o artigo mostra como a vida da Igreja está destinada a ser uma vida vivida no contexto da Grande Tribulação e como, assim, até ao fim, tem de permanecer. Acima de tudo, porém,evidencia-se que uma vida de testemunho só pode ser aquela a que, plenamente, se aplicam as Bem aventuranças proclamadas no Sermão da Montanha, pois a Felicidade de que os Evangelhos nos falam é, no final de contas, sempre aquela que nada melhor ilustra do que o testemunho dos Mártires.
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    A violência e o sagrado : notas soltas
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Pinto, Porfírio José dos Santos
    Na última década, a violência com carácter religioso, provocada por grupos fundamentalistas, voltou a dominar a cena internacional. Nesta breve reflexão, procuramos perceber o alcance de dita violência: será ela intrínseca ao fenómeno religioso(antropologia giradiana) ou expressão de hegemonia das grandes religiões monoteístas (interpretação laicista)? Os textos religiosos destas últimas conservam a memória daviolência: martírios, massacres e guerras santas. E se os responsáveis religiosos advogam que a mensagem central desses textos é uma mensagem de paz e de tolerância, eles não conseguem conter os grupos extremistas que clamam pela «guerra santa».