Revista Lusófona de Educação n.º 48 (2020)

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    Encounters of cultures in doctoral supervision : productive or problematic?
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Pinto, Susana
    In the ambit of higher education internationalization, Portuguese universities have been receiving an increasing number of students from Portuguese-Speaking countries (CPLP), namely at the level of Ph.D. studies that pose questions related to the intercultural dimension of doctoral supervision. Research in Portugal concerning this issue is scarce and this paper focused on Ph.D. students from the CPLP and their supervisors in the Department of Education and Psychology of the University of Aveiro, intends to answer the following questions: in the situation of intercultural doctoral supervision in which both students and supervisors are engaged, what cultural encounters occur? Are these encounters productive or problematic? Semi-structured interviews were conducted with twelve students and eight supervisors. Results from thematic analysis indicate that different cultural encounters do occur between pedagogical/academic cultures; linguistic backgrounds; research and knowledge cultures and communication/relational cultures. Both students and supervisors acknowledge that these encounters bring about potentials (productive view) and constraints (problematic view) which will be discussed.
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    Por um projeto insurgente e resistente de decolonialidade da universidade latino-americana
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Severino, Antonio Joaquim; Tavares, Manuel
    O presente texto tem por objetivo fazer uma reflexão e análise sobre as implicações da colonização na destruição das culturas dos povos originários da América Latina pela imposição de um modelo de racionalidade e epistemológico de caráter eurocêntrico. O processo de colonização gerou a colonialidade, conceito mais abrangente e mais profundo do que o de colonização. Colonialidade do poder, das mentes, do conhecimento, do gênero, da sexualidade. Construídas no âmbito e por influência da cultura europeia, as instituições de educação superior, vêm reproduzindo os modelos de racionalidade de herança europeia, primeiro e, posteriormente, também norte-americana. A proposta de decolonialidade e sua relação com o conceito e prática da interculturalidade crítica, constitui uma opção política com implicações pedagógicas, epistemológicas e ontológicas. Palavras-chave: colonização; colonialidade; educação superior; interculturalidade crítica; decolonialidade.
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    Da geopolítica das potências à geopolítica do conhecimento : financeirização e epistemologias de mercado na educação superior brasileira
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Santos, Eduardo
    Este artigo busca estabelecer os nexos geopolíticos que estão a produzir a reconfiguração político-institucional do sistema federal de educação superior brasileiro, com foco em sua acelerada financeirização e desnacionalização, concluindo pela identificação de aspectos conducentes a sua adequação a epistemologias de mercado. Parte do reconhecimento de que tais mudanças decorrem do processo de globalização político- -econômica que demarca a geopolítica das potências, constituindo-se num processo de regulação transnacional que desborda para o campo educacional que induziu estratégias de privatização de potenciais mercados para, assim, estabelecer o controle da circulação do conhecimento, dado como fator distintivo da competição econômica contemporânea. A análise empreendida vale-se, principalmente, dos aportes teóricos da Sociologia Política da Educação e da Geopolítica, e nos dados do Censo da Educação Superior do MEC. Palavras-chave: educação superior; Brasil; epistemologia de mercado; financeirização; privatização mercantil; regulação transnacional.
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    Ya no mirarse con los ojos del amo : apuntes sobre una educación descolonizadora y descolonial
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Estermann, Josef
    Para alcançar uma educação verdadeiramente descolonizadora e descolonial, é preciso praticar uma desconstrução intercultural crítica dos esquemas mentais “coloniais” e ir além de uma concepção culturalista do mundo. Isso significa que é necessário adotar diferentes rupturas epistemológicas para que não mais vejamos com os olhos do outro e reproduzamos as introjeções mentais do colonizador e do neo-colonizador. Tomando como exemplos as novas constituições políticas “descoloniais” da Bolívia e do Equador, advertimos sobre os perigos de uma educação descolonial superficial e de maquiagem que não questiona as verdadeiras relações de poder. Palavras-chave: epistemologia; Abya Yala; descolonização; educação; conhecimento; interculturalidade; colonialidade.
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    L’ enseignement de l‘histoire en France a-t-il fait l’objet d’un epistémicide? : retour critique sur quelques présupposès de la pensée décoloniale
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Cocke, Laurence De
    : Este artigo tem como objetivo fazer uma reflexão crítica sobre o ensino da História em França. Argumenta-se que o ensino da História só pode ser político e, portanto, é necessário saber quais os conhecimentos básicos que os alunos devem assimilar para exercer a cidadania política. A narrativa histórica da França forjada no século XIX na época da constituição académica da disciplina de História é baseada numa narrativa linear, ancorada nas grandes personalidades e fundadores de eventos e carregada por uma lógica progressista para demonstrar o progresso de França para o melhor. Essa narrativa histórica tinha um duplo objetivo: fornecer uma matriz de identidade pela identificação comum a um destino coletivo, estabelecer um apego patriótico e um consentimento ao poder, primeiro imperial, depois republicano. Essa narrativa também pretende transmitir um ideal universal diretamente derivado dos pensamentos do Iluminismo, complexos e múltiplos, no centro do qual a História colonial ocupa um lugar central. Em 1957, os programas de História são reescritos com a participação de Fernand Braudel. A abordagem “civilizacional” oferece uma nova perspetiva sobre os espaços descolonizadores, oscilando entre a delimitação de uma nova forma de História imediata e o comentário sobre a atualidade. As questões coloniais estão fortemente representadas. O período da década de 1970 até ao presente aborda novas temáticas. A primeira diz respeito à inclusão das descolonizações como conteúdos de ensino a serem organizados numa narrativa histórica. O segundo, de caráter mais político, é a demanda social que emerge sobre a memória colonial, em conexão com a politização da França da questão da imigração colonial e pós-colonial. Hoje, a História colonial está muito presente, no ensino secundário, na faculdade e no ensino tecnológico e profissional. Palavras-chave: ensino secundário; História; colonização; colonialidade; decolonialidade.
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    As reconfigurações da educação : a dimensão socioeducativa
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Gonçalves, Maria Neves L.; Brás, José Gregório Viegas
    As Ciências da Educação (CE), para sobreviverem e se renovarem, não podem deixar de constituir-se como um lugar de articulação de interdisciplinaridades várias em torno da Educação. É neste sentido que, para responder às diversas problemáticas sociais, emerge a Educação Social entendida como um trabalho social e educativo, numa visão mais ampla quer de prevenção quer de ressocialização, tendo por base uma lógica interdisciplinar e transdisciplinar. Assim, no contexto desta problemática, traçámos para este artigo os seguintes objetivos: (i) repensar, com um olhar histórico, no quadro das CE, a dimensão socioeducativa da educação; e (ii) refletir sobre os contributos do conhecimento e da investigação em CE para as políticas e intervenção socioeducativas. Pelas fontes que compulsámos e pela análise bibliográfica que fizemos, podemos concluir que os vários dispositivos discursivos se foram progressivamente articulando na problematização e materialização do papel do educador na esfera da intervenção socioeducativa. E que o lugar da Educação Social, enquanto espaço de intervenção educativa e social, se está a configurar relevante na realidade socioeducativa portuguesa, contribuindo para alargar o perímetro do Estado de Bem-Estar (Antunes, 2013) e para una ‘buena vida’, ‘una vida resonante’, de que fala Harmud Rosa (2019). Palavras-chave: ciências da educação; educação social; trabalho social e educativo.
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    De uma epistemologia clássica à ideia de uma inteligência pública das Ciências
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Robert, André; Guimaraes, Michele Hidemi Ueno
    Com relação ao que alguns autores têm chamado de “modo 1 do conhecimento”, afirma-se uma concepção diferencialista da atividade de pesquisa, à qual nos encontramos ligados majoritariamente: as instituições de pesquisa dominantes são as universidades e as disciplinas se apresentam claramente separadas; aí predominam epistemologias de ruptura, que podem ser referidas ao modelo bachelardiano. Se não é questão de renunciar às contribuições essenciais dessas posições epistemológicas em nossas práticas de pesquisadores em Ciências Sociais, não podemos, contudo, ignorar o que estes mesmos autores designaram como “modo 2” do conhecimento e a sociedade característica do período contemporâneo. Isto se manifesta, entre outros, com o advento de várias formas de anti-diferencialismo concernentes à atividade de pesquisa (como atestam inúmeras obras dentro da Sociologia da Ciência). Os autores enfatizam ainda um lugar importante, a intervenção agora permanente de “agora” e dos cidadãos. Nossa contribuição examina a relação entre esses dois modos de conhecimento, e discute as questões colocadas pelo o que se desenha hoje em torno de expressões como “Ciências cidadãs”, “Ciências participativas”, “community based research”. Palavras-chave: epistemologia; ruptura epistemológica; diferencialismo e anti-diferencialismo epistemológico; sociologia das ciências; ciências participativas.
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    Qualitative research in the time of a disaster like COVID-19
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2020) Wa-Mbaleka, Safary; Costa, António Pedro
    2020 entrará na história como o ano em que o mundo foi desafiado por um inimigo invisível que mudou tudo na sociedade humana, no século XXI. É a pior pandemia moderna, que abalou todos os aspetos da vida humana. Claramente, ninguém em nenhum campo estava bem preparado, se é que estava preparado, para a COVID-19. A novidade desta pandemia abriu espaço para várias oportunidades de investigação qualitativa, para ajudar a entender e abordar as implicações sociais. Neste artigo, discutimos as tendências sociais da COVID-19, o papel da investigação qualitativa durante um desastre como esta pandemia e como conduzir investigações qualitativas sobre e no decorrer de uma catástrofe semelhante. Este artigo também apresenta o modelo Crisis Recovery Stages, que pode ajudar os investigadores a moverem-se efetivamente no modo de produção, apesar do desastre. O artigo também gera ideias para questões atuais, que podem ser abordadas através da investigação qualitativa. Palavras-chaves: investigação qualitativa; COVID-19; modelo crisis recovery stages.