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Item Abordagens terapêuticas no carcinoma renal: estado da arte(2017) Silvestre, Rita Alexandra Adrião Costa; Fernandes, Ana Sofia, orient.O carcinoma renal representa cerca de 2-3% de todos os carcinomas existentes mundialmente, sendo que o carcinoma de células renais é o mais relevante de todos os cancros com origem no rim, por ser o mais comum. Obesidade, consumo de tabaco, historial de doença renal e propensão genética são considerados fatores de risco para carcinoma de células renais. Neste tipo de cancro, refratário à quimioterapia, a nefrectomia continua a ser uma das principais técnicas utilizadas, sendo frequentemente associada a outros tratamentos. A imunoterapia, com utilização de doses elevadas de interleucina-2 e interferão-α, tem contribuído para o aumento da sobrevida global mas apenas numa porção minoritária de pacientes. Novas terapêuticas dirigidas, tais como sunitinib, sorafenib, temsirolimus e bevacizumab demonstraram atividade antitumoral com bons resultados em ensaios clínicos e ganharam importância no tratamento deste tipo de carcinoma. Atualmente, vários novos agentes imunoterapêuticos, tais como as vacinas, imunoterapia celular adotiva, inibidores de checkpoint, entre outras novas abordagens têm ganho destaque e são tidos como importantes promessas no controlo desta patologia. Nesta dissertação é revista toda a terapêutica utilizada no tratamento do carcinoma de células renais, desde a mais convencional às mais recentes descobertas.Item Ação antidiabética de compostos de origem natural(2021) Santos, Andreia Filipa Ferreira Sousa; Fernandes, Ana Sofia, orient.A Diabetes mellitus (Dm) é uma doença crónica de origem metabólica que é caracterizada por hiperglicemia resultante da deficiente produção e libertação de insulina pelo pâncreas, da resistência à ação da insulina ou ambas. A Dm pode ser classificada em três tipos principais: a Diabetes mellitus Tipo I (DMTI), a Diabetes mellitus Tipo II (DMTII) e a Diabetes mellitus gestacional (DMG). A DMTII é o tipo mais comum de diabetes. Ao longo das últimas décadas, tem havido um aumento da taxa de incidência da Dm em todo o mundo devido a fatores como o estilo de vida sedentário e a obesidade. No tratamento farmacológico da Dm são utilizadas diversas classes farmacoterapêuticas administradas por via oral, incluindo os inibidores da alfa (α)-glicosidase intestinal. O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar a atividade inibitória da α-glicosidase de alguns compostos naturais presentes nas plantas do género Plectranthus in vitro, nomeadamente, a 7α-Acetoxi-6β-hidroxiroileanona (Roy), a 6,7-Desidroroileanona (Deroy) e a Coleona U (CU). Segundo os resultados obtidos, os compostos Roy e CU revelaram baixa atividade inibitória da enzima α-glicosidase e, consequentemente, ação antidiabética diminuída. Relativamente a Deroy, este composto não apresentou atividade inibitória enzimática e, por isso, não mostrou atividade antidiabética por este mecanismo de ação.Item Artrite Reumatoide : reações adversas dos DMARD convencionais vs biológicos(2021) Ferreira, Diana Cristina Azevedo; Fernandes, Ana Sofia, orient.A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença autoimune e inflamatória crónica sistémica, de etiologia desconhecida e está associada á incapacidade progressiva, complicações sistémicas e morte prematura. O tratamento farmacológico da AR pode ser realizado em monoterapia ou em combinação e inclui o uso de analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides, ou corticosteroides. Assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar o impacto das reações adversas tanto nos medicamentos modificadores de Artrite Reumatoide convencionais (DMARD convencionais) como nos medicamentos modificadores da Artrite Reumatoide biológicos (DMARD biológicos). Para além de uma revisão da literatura sobre este tema, foram analisadas as notificações de reações adversas registadas no sistema EudraVigilance. Concluiu-se que a ambos os tipos de tratamentos tem bastantes efeitos colaterais, o que leva muitas vezes à não continuidade do tratamento.Item Artrite reumatóide: terapêutica atual e perspetivas futuras(2018) França, Susana Cristina Oliveira; Fernandes, Ana Sofia, orient.A Artrite Reumatóide é uma doença auto-imune inflamatória crónica sistémica que afeta principalmente as articulações. A longo prazo, leva ao aparecimento de consequências como a destruição articular progressiva e de, comorbilidades, podendo também ser mortal. Tendo em consideração o grande impato a nível social e económico, é importante efetuar o diagnóstico precoce, aumentando a probabilidade de melhora clínica e de remissão. Apesar do progresso nos últimos anos das opções terapêuticas, esta doença continua a afetar uma grande parte da população mundial. A compreensão dos fatores desencadeantes e da evolução da inflamação são importantes para o desenvolvimento de novos tratamentos. As terapêuticas atuais para a AR dividem-se em quatro categorias: anti-inflamatórios não esteróides, glucocorticóides, fármacos modificadores de evolução da doença reumatismal biológicos e não biológicos clássicos. Os agentes biológicos são a mais recente opção de tratamento com resposta favorável a doentes com AR moderada a grave. Atualmente, estão a ser desenvolvidos novos compostos para a terapia da AR. O desenvolvimento no âmbito da investigação de novos medicamentos é de extrema importância nomeadamente a doentes refratários aos medicamentos biológicos que existem disponíveis. Os monócitos, leucócitos, macrófagos, células e fibroblastos sinoviais constituem possíveis alvos para intervenção imunológica, inclusivamente para aplicação intra-articular de medicamentos biológicosItem Autovigilância e acompanhamento de diabéticos tipo 2 pelo farmacêutico comunitário(2019) Saraiva, Ana Filipa Sebastião; Fernandes, Ana Sofia, orient.O tratamento da Diabetes Mellitus tipo 2 requer que o doente adira à terapêutica farmacológica, mas também às medidas não farmacológicas, para que assim tenha um melhor controlo da doença, evitando a evolução da mesma e o aparecimento de complicações. O farmacêutico comunitário está na linha primária dos cuidados de saúde, exercendo um papel fundamental no acompanhamento e orientação ao doente diabético. Realizou-se um estudo observacional descritivo entre 1 de Maio e 31 de Outubro de 2018 com utentes diabéticos de uma farmácia localizada no concelho de Lisboa com o objectivo de avaliar a influência de autovigilância e do acompanhamento de diabéticos em farmácia comunitária. Constituiu-se uma amostra de conveniência e solicitou-se aos diabéticos que fossem à farmácia em três momentos, aplicando um questionário em forma de entrevista, realizando medições regulares da glicemia em jejum, avaliando a técnica de utilização do equipamento. O estudo integrou 30 utentes maioritariamente do sexo masculino (56,7%), com predominância do grupo etário entre os 70-79 anos (30%) e escolaridade inferior ao 9º ano (60%). A maioria dos diabéticos (53,3%) referiu não utilizar outra medida para o controlo da diabetes além da terapêutica farmacológica. A autovigilância é apenas identificada como uma medida por 10% da amostra, mas na prática é utilizada por todos sendo muito frequente para 43,3% dos doentes. Apenas 33,3% dos diabéticos realizou uma técnica sem falhas encontrando-se uma forte correlação entre a idade e a execução da técnica (ANOVA; R= -0,67; p<0,001) e também entre a escolaridade e execução da técnica (ANOVA; R=0,77; p<0,001). Entre a visita inicial e a final os diabéticos registaram uma diminuição do valor de glicemia em média de -14,3mg/dl, contudo a variação não foi estatisticamente significativa (t=0,87 (29) p=0,39). Salienta-se como conclusão a importância do acompanhamento frequente dos diabéticos, especialmente idosos e com nível de escolaridade mais reduzido com o objectivo de alcançar um melhor controlo dos valores de glicemia e consequentemente da patologia. Na interacção farmacêutico-diabético deve incluir-se uma abordagem cuidada da autovigilância como uma medida não farmacológica que pode contribuir para o controlo da diabetes.Item Compostos de origem alimentar com potencial efeito na progressão do cancro(2019) Costa, Maria Teresa Cunha Miranda da Silva; Fernandes, Ana Sofia, orient.O cancro é uma das duas patologias do século XXI, com maior taxa de mortalidade, sendo a primeira patologia, as doenças cardiovasculares. Isto deve-se sobretudo às alterações dos estilos de vida das pessoas, a modificações das necessidades básicas e ao aumento da idade média de vida. Os números de novos casos e de mortes têm vindo a aumentar, o que também se deve à melhoria dos meios de diagnóstico. A alimentação é importante pois permite a ingestão de nutrientes essenciais para que o organismo mantenha as suas funções básicas. Os alimentos podem conter compostos bioativos e metabolitos que contrariam o desenvolvimento do cancro. Estes compostos incluem o trissulfeto de dialilo, os isotiocianatos ou os polifenóis, onde se destacam o resveratrol e a curcumina, pelo impacto na metastização. O objetivo deste trabalho consiste numa revisão bibliográfica dos estudos acerca do papel dos compostos alimentares bioativos na metastização e na quimioprevenção. Realizou-se ainda uma experiência com curcumina em células de osteossarcoma, um cancro presente nos ossos, de modo a verificar ação da curcumina na viabilidade das células deste tumor. É relevante que os indivíduos tenham uma alimentação equilibrada, saudável e, por fim completa e intercalando com o exercício físico de forma a prevenir e evitar doenças crónicas e cancros.Item Estudo da atividade antioxidante e anti-tumoral dos compostos diterpénicos parviflorona d e 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona(2014) Rosa, Sara Sofia Paulista Silva da; Fernandes, Ana Sofia, orient.Os produtos naturais são compostos utilizados no desenvolvimento e conceção de inúmeros produtos farmacêuticos sendo uma fonte de inspiração na maioria dos fármacos hoje em dia aprovados. Neste trabalho experimental, foram avaliadas a atividade antioxidante e anti-tumoral de dois compostos diterpénicos, Parviflorona D e 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona. A nível da atividade antioxidante, realizaram-se três ensaios. Primeiro foi avaliada a capacidade de eliminação do radical DPPH, no qual se verificou que a Parviflorona D era muito mais ativa que a 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona, possuindo portanto uma atividade antioxidante mais notória. No segundo ensaio foi avaliada a capacidade de degradação do peróxido de hidrogénio. Foi testada a Parviflorona D, a qual se verificou que não exercia efeito a este nível. O último ensaio foi realizado utilizando técnicas de eletroforese e teve como objetivo avaliar a capacidade da Parviflorona D para proteger o DNA de lesões oxidativas. Verificou-se que a Parviflorona D exerce efeito neste âmbito, o que poderá ser vantajoso a nível da sua atividade antioxidante. Numa segunda parte foi avaliada a capacidade anti-tumoral dos mesmos compostos, utilizando um modelo in vitro com células de cancro da mama humanas MDA-MB-231. Através da técnica de Cristal Violeta, realizaram-se curvas de citotoxicidade nas quais se verificou que a Parviflorona D era mais ativa que a 7α-acetoxi-6β-hidroxiroileanona e, como tal, foi selecionada para a realização de outros estudos. Nesta sequência, foram então realizados ensaios que avaliaram a sua ação ao nível da migração e invasão celular. Os resultados obtidos sugerem que a Parviflorona D exerce efeito significativo ao nível destes dois processos. Procedeu-se ainda ao estudo do efeito deste composto, quando utilizado em conjunto com Doxorrubicina, que poderia ser vantajoso para co-tratamentos. No entanto, verificou-se que a Parviflorona D não exercia efeito sinergista quando em conjunto com este anti-tumoral. Neste âmbito foi ainda avaliado se a atividade anti-tumoral da Parviflorona D era devida ao ataque às ligações fosfodiéster do DNA. Após a realização de um ensaio utilizando o plasmídeo PuC18, verificou-se que a forma superenrolada do DNA se mantinha após exposição à Parviflorona D, o que significa que a sua atividade anti-tumoral não poderá ser explicada por este mecanismo. Assim, a importância deste trabalho concentra-se essencialmente no estudo de duas vertentes diferentes destes dois compostos naturais, cuja ação poderá ser vantajosa em tratamentos futuros no cancro de mama.Item Fármacos anti-metastizaçao: da investigaçao à pratica clínica(2017) Baptista, Rita Broeiro; Fernandes, Ana Sofia, orient.Este trabalho centra-se no problema da metastização associada ao cancro. A disseminação das células tumorais permite a colonização secundária progressiva de órgãos distantes do tumor primário. Este processo, designado de metastização, e uma das principais causas de morte por cancro. O processo metastático e controlado por diversos factores e está dividido em diferentes etapas. Atualmente, com o aumento do número de mortes por doença metastática, procura-se chegar a novos possíveis alvos para terapêuticos, cujo o objetivo se resume a prevenção da metastização inicial e a redução das metástases já estabelecidas. Verificou-se que as células metastáticas não apresentam autonomia, uma vez que interagem com o microambiente tumoral envolvente, tirando partido das suas características. A presente dissertação teve como principais objetivos a revisão da literatura deste fenómeno tão complexo que e a metastização. Aqui são abordadas temáticas como medicamentos anti-metastização, aprovados recentemente pela FDA, a descoberta de novos aIvos nesta terapêutica e as abordagens pre-clinicas promissoras que projetam o progresso para outros estudos mais avançados que provem a sua eficácia para serem aprovados e poderem ajudar gerações futuras.Item Medicamentos biológicos com indicações órfãs(2021) Carvalho, Joana Mendes Dias Viegas de; Fernandes, Ana Sofia, orient.O mundo em constante mudança levou-nos e leva-nos cada vez mais a alcançar avanços científicos e tecnológicos importantes como foi o caso do desenvolvimento dos medicamentos biológicos. A chegada desta nova classe de medicamentos revolucionou a indústria farmacêutica e transformou a vida dos doentes em todo o mundo, com especial atenção para aqueles que vivem com doenças raras e para os quais o tratamento é por vezes negligenciado. A pertinência desta temática é abordada nesta tese, que tem como principal objetivo a análise observacional e retrospetiva da informação referente aos medicamentos biológicos de uso humano com indicações órfãs com autorização de introdução no mercado europeu e/ou americano. Os dados recolhidos para analise dos dados europeus foram acedidos através do site oficial da Agência Europeia do Medicamento no período de 1995 a dezembro de 2020 e referentes aos medicamentos para uso humano aprovados por procedimento centralizado de AIM, enquanto os dados referentes ao mercado Americano foram obtidos do site oficial da Food and Drug Administration (FDA), na secção dos medicamentos órfãos. Após análise dos dados, verificou-se que a aprovação de medicamentos biológicos com órfãos tem aumentado ao longo dos anos, com os EUA a apresentarem maior número de medicamentos biológicos órfãos aprovados (74 medicamentos) comparativamente com a União Europeia (48 medicamentos). Este facto pode dever-se ao aumento do conhecimento científico, molecular e genético da própria patofisiologia das doenças raras. Constatou-se ainda que as áreas da oncologia, hematologia e metabolismo e endocrinologia são as áreas com maior número de medicamentos biológicos indicados em doenças raras, representando mais de 70% do total de medicamentos biológicos órfãos com AIM na EU e nos EUA. Além disso, as terapias baseadas em proteínas recombinantes representam mais de 50% do total de biológicos órfãos aprovados nas duas regiões, sendo os anticorpos monoclonais o tipo de medicamento biotecnológico com maior relevo em ambos os mercados. Quanto aos medicamentos de terapia avançada, verificou-se que a União Europeia tinha até ao final de 2020 1 medicamento biológico órfão de terapia celular, 1 medicamento biológico órfão de engenharia de tecidos e 6 medicamentos biológicos órfãos de terapia génica com AIM aprovadas, enquanto que EUA tinham apenas 6 medicamentos biológicos órfãos de terapia génica. Esta classe de medicamentos tem cada vez mais importância para o tratamento de doenças raras e espera-se que com o aumento da inovação biotecnológica, estes ganhem cada vez mais percentagem de mercado no futuro. No entanto, o caminho para se alcançar o tratamento para todas as doenças raras existentes ainda é muito longo uma vez que existem medicamentos órfãos aprovados para apenas 5% dessas doenças, o que revela uma clara necessidade clínica não satisfeita (unmet medical need). Desta forma, a esperança e expetativas na procura de soluções de vanguarda que permitam proporcionar uma melhor qualidade de vida a estes doentes e solucionar este unmet medical need deve passar pela conjugação de esforços por parte dos governos dos principais países mundiais, em conjunto com empresas farmacêuticas e biotecnológicas no desenvolvimento de métodos de diagnostico e medicamentos órfãos, que permitam uma abordagem terapêutica inovadora, promissora e diferenciada, a custos acessíveis a todos os doentes.Item Medicamentos órfãos e medicamentos pediátricos : biológicos versus convencionais(2020) Pereira, Inês Delgado; Fernandes, Ana Sofia, orient.Tendo em conta as particularidades da farmacologia pediátrica e a existência de doenças raras com elevada prevalência nesta população, é importante caracterizar os medicamentos órfãos aprovados na população pediátrica, nomeadamente quanto à sua origem biológica ou não-biológica. Foi desenvolvido um estudo observacional, retrospetivo, de investigação transversal da informação regulamentar, com o objetivo da caracterização dos medicamentos órfãos com indicação terapêutica em pediatria, autorizados na União Europeia e atualmente no mercado. Foi efetuada uma análise crítica da informação científica e regulamentar relativa aos medicamentos órfãos pediátricos aprovados (1995-2019), para permitir a sua caracterização e evidenciar potenciais diferenças em termos de tipo de autorização de introdução no mercado (AIM), origem do medicamento (biológicos versus convencionais), faixas etárias da população pediátrica e áreas terapêuticas. Foram identificados 1130 medicamentos de uso humano autorizado por procedimento centralizado de AIM no período em análise, que incluem 129 medicamentos órfãos (14,7%), dos quais 65 são indicados na população pediátrica. Aproximadamente metade destes 65 medicamentos órfãos pediátricos são medicamentos convencionais ou não biológicos (50,7%), 43,1 % são medicamentos biológicos e apenas 6,2% são medicamentos de terapia avançada (ATMP), nomeadamente de terapia génica ou terapia celular somática. A AIM convencional é a mais prevalente neste grupo de medicamentos órfãos pediátricos, no entanto cerca de um terço destes medicamentos (36%) foram aprovados em circunstâncias excecionais devido ao número reduzido de doentes estudados no caso de doenças raras ou à dificuldade na realização de estudos, para se obter dados suficientes que comprovem eficácia e segurança. A maioria dos medicamentos órfãos pediátricos pertence à área terapêutica de disfunções do metabolismo (41,5%), seguida pelas áreas da oncologia (20%) e alterações hematológicas (10,8%). A distribuição dos medicamentos órfãos pediátricos por faixa etária de indicação terapêutica revela que a generalidade se encontra aprovada em todas as subpopulações pediátricas, do nascimento até aos 18 anos. Os resultados obtidos permitiram caracterizar os medicamentos órfãos pediátricos aprovados na EU, que possibilitam às crianças com doenças raras um acesso iii mais facilitado às inovações terapêuticas, para que sejam tratadas com medicamentos eficazes, na dose adequada e isentos de riscos.Item A perceção dos professores do 1.º ciclo relativamente à terapêutica da perturbação da hiperatividade e défice de atenção(2019) Ferreira, Raquel Leitão Madureira; Fernandes, Ana Sofia, orient.A Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é caracterizada por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que afeta cerca de 5% da população em idade escolar. Os psicoestimulantes são os medicamentos de primeira linha e a monitoração da resposta terapêutica deve envolver profissionais de saúde, familiares e professores. Os professores, pelo maior contato com as crianças, podem mais facilmente detetar mudanças comportamentais no início da medicação. No entanto, poucos estudos têm focado o seu papel na gestão da terapêutica da PHDA. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a perceção de professores do 1º ciclo acerca do impacto da terapêutica da PHDA nos seus alunos. Na ausência de um instrumento adequado para colher esses dados, foi construído um questionário, que focou a formação dos professores em PHDA e sua terapêutica; a experiência com alunos com PHDA e alterações observadas com a medicação; observação de possíveis reações adversas medicamentosas (RAM) e sua possível notificação aos médicos, familiares e ao Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF). A exequibilidade do questionário foi verificada num pré-teste aplicado pessoalmente a uma amostra de conveniência de 12 professores de uma escola da região de Lisboa e Vale do Tejo. Posteriormente, desenvolveu-se uma versão on-line do questionário que foi distribuída aos professores dessa região, tendo-se obtido um total de 107 respostas. Além disso, um pedopsiquiatra foi entrevistado por telefone, a fim de recolher dados sobre a sua interação com os professores na gestão da terapêutica da PHDA. Os resultados indicam que mais de 40% dos professores inquiridos receberam formação em PHDA, mas na maioria dos casos o tema da terapêutica não foi incluído. Cerca de 87% mencionou a necessidade de ter mais formação. A grande maioria dos professores (91,6%) já teve alunos com PHDA e observou alterações essencialmente benéficas com a medicação. Mais de 60% dos professores responderam conhecer as reações adversas associadas à terapêutica e destes, 24% já as detetaram nos seus alunos. Destes, 93% reportaram a RAM observada aos pais e 28% aos médicos, mas nunca ao SNF. A entrevista ao pedopsiquiatra evidenciou que existe interação com os professores. Este afirmou ainda que não reporta as RAM observadas ao SNF devido à falta de informações sobre o processo de notificação. Em conclusão, os resultados mostram a necessidade de reforçar a formação de professores em PHDA e sua terapêutica, bem como a necessidade de divulgar o SNF entre professores e médicos.