Percorrer por autor "Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient."
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Item Abordagem diagnóstica à doença do tracto urinário inferior felino: um estudo retrospectivo entre 2013 e 2014(2016) Cunha, Inês Maia Dantas da; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A Doença do Tracto Urinário Inferior Felino (FLUTD) é considerada um dos diagnósticos mais comuns em Medicina Felina, mas em Portugal, existem poucos estudos aprofundados sobre este tema. O nosso objectivo foi a elaboração de um estudo retrospectivo sobre o diagnóstico de FLUTD, que nos permitisse ao mesmo tempo obter um melhor conhecimento das características dos gatos com esta doença em Lisboa, das características da mesma nestes animais, e do tratamento realizado. Foram avaliados 51 gatos, que se apresentaram no Hospital Veterinário do Restelo entre 2013 e 2014, com a presença de sinais clínicos de FLUTD, e que realizaram meios complementares de diagnóstico para realizar o diagnóstico de exclusão Cistite Idiopática Felina (FIC). Surpreendentemente, encontrou-se uma distribuição semelhante dos animais entre as três principais etiologias de FLUTD: Urolitíase, Infecção do Tracto Urinário e FIC. Observou-se ainda uma associação estatisticamente significativa entre a presença de FIC e a faixa etária entre os 2 e os 6 anos, assim como associações entre a ausência de periúria, e de sinais de stress, e a presença de outras etiologias que não a FIC. Finalmente, observou-se uma associação entre a administração de antibióticos nestes gatos e a presença de recidivas. Concluindo, os achados obtidos têm um importante valor para o conhecimento da FLUTD, permitindo-nos perceber a importância de um diagnóstico completo e melhorar o tratamento dos animais acometidos.Item Abordagem diagnóstica à doença do trato urinário inferior felino: estudo combinado retrospetivo e prospetivo(2016) Pinto, Andreia Sofia Sousa; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A Doença do Trato Urinário Inferior Felino (FLUTD) é uma das principais razões, apontada por vários autores a nível mundial, para os proprietários de gatos se deslocarem ao Médico Veterinário. Contudo, em Portugal não existem muitos estudos científicos acerca da etiologia desta doença, estando-se totalmente dependente dos dados da literatura estrangeira. Por conseguinte, o objetivo desta dissertação foi compreender de que forma é feita a abordagem diagnóstica por parte do Médico Veterinário, assim como caraterizar os gatos que apresentaram a doença na região do grande Porto. Foi recolhida informação médica completa de apenas de 33 gatos que se apresentaram à consulta no Hospital Veterinário do Porto (HVP) com sintomatologia clínica de FLUTD, num período decorrido entre o ano 2010 e 2016, abrangendo um período retrospetivo e prospetivo. A seleção dos mesmos teve por base a realização de Meios Complementares de Diagnóstico (MCD) mínimos necessários que nos permitissem fazer o diagnóstico da etiologia responsável pelos sinais clínicos apresentados. Na ausência de uma causa etiológica, o diagnóstico por exclusão de Cistite Idiopática Felina (FIC) foi realizado, de acordo com o descrito na literatura. Verificou-se que FIC foi a etiologia predominante, seguida das infeções bacterianas e urolitíase. Relativamente a caraterísticas intrínsecas, foram predominantes o género masculino, a realização orquiectomia/ovariohisterectomia, a raça Europeu Comum e a idade superior a seis anos. Por sua vez, no que concerne a fatores extrínsecos e à história clínica, constatou-se a predominância de animais alimentados exclusivamente com alimento seco e o estilo de vida indoor. Por fim, constatou-se ainda uma associação estatisticamente significativa entre FIC e a realização de algaliação como parte do tratamento, assim como associações entre diagnóstico com etiologia não FIC e a presença de leucosúria e bacteriúria no sedimento urinário. Em suma, os resultados obtidos permitem compreender de que forma é feita a abordagem diagnóstica a um animal com sinais FLUTD e, por consequência, perceber de que modo uma maior inclusão de determinados MCD permitiria obter um diagnóstico definitivo, crucial para a adequação da terapêutica a cada paciente e, possivelmente diminuir a recidiva.Item Adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais em cães(2018) Freire, Madalena Nogueira Dias; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.O adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais em cães é uma neoplasia de carácter maligno, com taxas de metastização de 36 até 96%. O objectivo deste estudo foi comparar os métodos de condução de casos de adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais num hospital de referência, em cirurgia de tecidos moles, no Reino Unido, com a metodologia descrita na literatura de evidência médica atual. O presente estudo incluiu a documentação de 4 casos de cães presentes à consulta de especialidade cirúrgica com queixa compatível com adenocarcinoma das glândulas apócrinas dos sacos anais no hospital veterinário Rosemary Lodge. Dois dos pacientes eram da raça Labrador Retriever, que pode ter sido devido à popularidade da raça em Inglaterra. A maioria dos sinais clínicos não eram específicos nem sistémicos, no entanto todos os pacientes apresentaram hipercalcémia nas análises clínicas, o que está descrito como um síndrome paraneoplásico neste tipo de tumor. Neste estudo constatou-se que os casos de AGASA foram conduzidos apenas com uma abordagem cirúrgica, não tendo sido submetidos a tratamento adjuvante segundo as guidelines recomendadas pelos especialistas em Oncologia. Conclui-se que é necessário consciencializar a comunidade veterinária, de forma a que os casos oncológicos sejam uniformemente referenciados para tratamentos adjuvantes ou coadjuvantes como descritos na literatura médica.Item Alterações de proteinograma em canídeos com leishmaniose antes e após tratamento(2014) Monteiro, Patrícia Marques; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A quantificação da titulação de anticorpos para a monitorização da resposta à terapêutica em pacientes com Leishmaniose canina é controversa. Alguns estudos afirmam que a mesma não diminui nos primeiros meses após o tratamento, enquanto outros, mais recentes, afirmam que há uma diminuição lenta e progressiva durante a terapêutica. O proteinograma poderá ser utilizado em alternativa como meio de diagnóstico auxiliar mas também como monitorização terapêutica. O presente estudo foi realizado numa amostra de 14 indivíduos da espécie Canis familiaris (n=14) com Leishmaniose. O estudo teve como objetivo principal avaliar as alterações presentes no proteinograma e perceber a sua evolução em 3 momentos de estudo diferentes: diagnóstico (M0); 30 dias após início de terapêutica (M1) e 120 dias após início da terapêutica (M2). Para além do proteinograma, a titulação de anticorpos foi também avaliada em 2 momentos diferentes, M0 e M2. A maioria dos pacientes apresentou alterações ao nível das frações proteicas no momento do diagnóstico: hiperglobulinémia γ e β associada a uma hiperproteinémia, hipoalbuminémia e inversão da relação albumina/globulina (A/G). Observou-se ainda: uma diminuição estatisticamente significativa das frações α-2, β-, γ-globulinas e de proteínas totais (PTs); um aumento da relação A/G; e uma diminuição na percentagem de pacientes com alterações ao nível das frações proteicas em M2 revelando uma boa resposta à terapêutica. Relativamente à titulação de anticorpos, a maioria dos pacientes não apresentou uma diminuição significativa desta após terapêutica. Assim, a utilização isolada de testes serológicos não mostrou ser um método eficaz na monitorização terapêutica. Os resultados obtidos no presente estudo permitiram concluir que o proteinograma poderá ser um bom método de diagnóstico auxiliar e constituir um método eficaz na avaliação da eficácia terapêutica.Item Avaliação comparativa da concordância entre citologia interna e histologia em lesões suspeitas de neoplasia em cães: estudo retrospetivo de cinco anos(2018) Cravo, Francisco António; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A frequência de neoplasias em animais de companhia tem registado um aumento nas últimas décadas, assumindo a citologia e a histologia um papel fulcral no seu diagnóstico. O presente estudo retrospetivo teve como objetivo determinar se existem diferenças significativas na obtenção do diagnóstico oncológico recorrendo ao exame citológico, realizado internamente por um médico veterinário não especializado do corpo clínico, e ao exame histológico (gold standard), efetuado externamente em laboratório de referência. Foram analisadas 49 lesões, das quais 42 neoplasias, existentes em cães presentes a consulta no período compreendido entre 1 de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2016. Estes foram submetidos concomitantemente a citologia, realizada no hospital VetSet, e histologia, efetuada no Laboratório de Investigação Científica e Análises Moleculares (DNAtech), em Lisboa. A concordância entre os diagnósticos citológicos e histológicos observou-se em menos de metade dos casos, 48,98%, na classificação das lesões como neoplásicas ou não neoplásicas, 28,57% na diferenciação de neoplasias benignas e malignas e apenas 47,62% quando a análise comparativa se refere ao tipo celular da lesão neoplásica (epitelial, mesenquimatosa, discreta de células redondas e melanoma). As neoplasias em que se registou uma maior percentagem de concordância total dos dois exames foram o adenoma das glândulas hepatóides, o sarcoma de tecidos moles (indiferenciado e perivascular), os mastocitomas e o carcinoma mamário.Item Caracterização clínica e laboratorial de gatos considerados suspeitos de mycoplasma haemofelis(2015) Vicente, Ana Rita Augusto; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A Mycoplasma haemofelis é uma bactéria gram-negativa que infecta gatos domésticos ou selvagens. Os animais que recuperam da infecção aguda permanecem cronicamente infectados durante meses, anos ou até mesmo durante toda a sua vida, não apresentando quaisquer sinais clínicos. Neves (2013) testou em Portugal 58 gatos para Mhf (sem sinais clínicos compatíveis com infecção por esta bactéria) e verificou uma prevalência de 20.7%, tendo sido utilizada a técnica de PCR nas amostras sanguíneas. Este estudo retrospectivo teve como objectivo geral investigar a presença de diferenças entre o perfil clínico, hematológico e bioquímico e possíveis factores de risco em animais clinicamente suspeitos de infecção por Mycoplasma haemofelis, que foram consultados no Hospital Veterinário CASVET, Parede. A pesquisa do agente foi realizada pela técnica de PCR em tempo real (RT-PCR) em amostras sanguíneas. Verificou-se presença estatisticamente significativa de trombocitopenia em animais positivos para Mycoplasma haemofelis [Mhf (+)]. Por outro lado, estes animais cujo diagnóstico foi positivo apresentaram normoproteinémia estatisticamente significativa em relação aos animais Mhf (-) que apresentavam hiperproteinémia. Não se encontraram quaisquer outras diferenças para os restantes parâmetros hematológicos, bioquímicos e de caracterização dos animais não existindo também relação estatística entre a presença de anemia nos animais infectados e o seu estado retroviral. Este trabalho é muito sugestivo da elevada prevalência da infecção por Mhf na clínica em estudo, sendo muitos animais portadores assintomáticos. Deste modo, a pesquisa do Mhf em contexto clínico deverá ter em conta pelo menos mais do que um dos sinais clínicos, uma vez que a maioria dos mesmos não são patognomónicos. Outros testes de diagnóstico antes da realização do teste de PCR são imprescindíveis para uma melhor detecção de animais com a fase aguda da doença.Item Dental diseases and pain in cats (Felis catus)(2016) Dias, Maria Isabel Palmeira; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A dor na cavidade oral em gatos, é frequentemente negligenciada. O principal objectivo do presente trabalho foi avaliar se as doenças dentárias felinas causam dor, e se, a sua gravidade está correlacionada com a dor sentida. O objectivo secundário consistiu em avaliar se a Feline Acute Pain Scale (escala de dor) of Colorado State University Veterinary Teaching Hospital (CSUVTH) é adequada para identificar dor causada por doenças dentárias. A série foi composta por 53 gatos. Todos foram submetidos a um exame minucioso da cavidade oral, e a presença de dor foi investigada recorrendo à escala de dor do CSUVTH. Seis parâmetros dentários primários (reconhecidos em Dentisteria Veterinária pelo American Veterinary Dental College) e 5 parâmetros dentários secundários (avaliados por observação visual) foram estatisticamente comparados com os graus de dor. Todos os parâmetros dentários secundários mostraram estar estatisticamente correlacionados com graus de dor. O número de dentes visivelmente ausentes foi o único parâmetro primário estatisticamente correlacionado com graus de dor. Embora não estatisticamente significativo, observou-se uma tendência na correlação de graus de dor e reabsorção dentária. Definitivamente, os gatos com doenças dentárias frequentemente sentem dor, e essa dor está diretamente correlacionada com a gravidade da doença. Embora mais minuciosa na avaliação de parâmetros secundários baseados em observações visuais de comportamento, a presente escala demonstrou ser uma ferramenta adequada.Item Edema pulmonar em medicina veterinária : revisão de literatura e descrição de 3 casos clínicos(2021) Transmontano, Maria Madalena Fêo e Torres; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Edema pulmonar é uma urgência médica que resulta da acumulação de fluido no espaço intersticial e alveolar do pulmão e que pode revelar-se fatal pela descompensação não só da hematose como também da normal fisiologia pulmonar. Diferencia-se em edema pulmonar cardiogénico, se tem como causa insuficiência cardíaca esquerda, e edema pulmonar não cardiogénico, se tem como causa uma agressão direta ou indireta ao tecido pulmonar. O diagnóstico é feito com base nos sinais clínicos apresentados, auscultação cardiopulmonar e radiografias torácicas e o tratamento depende do diagnóstico obtido: quando cardiogénico, deve incidir sobre a melhoria do débito cardíaco; quando não cardiogénico, deve tratar-se a causa primária de agressão pulmonar. Comum aos dois tipos, a terapêutica instituída deve reduzir a quantidade de fluido presente no pulmão e melhorar a oxigenação do paciente. Pretendeu-se, com o presente trabalho, apresentar uma revisão de literatura e bibliográfica sobre o tema e descrever o acompanhamento de três casos de edema pulmonar ocorridos no local de estágio curricular da aluna (Hospital Veterinário VetOeiras), desde a anamnese e exame físico à admissão até ao plano de diagnóstico e terapêutico, bem como o outcome dos pacientes.Item Endocrinopatias caninas mais prevalentes : revisão de literatura e descrição de 4 casos clínicos(2022) Saraiva, Miguel Lopes; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A presente Dissertação de Mestrado foi realizada no âmbito da conclusão do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Esta Dissertação teve como objetivo de desenvolver o tema das doenças endócrinas caninas que mais comummente surgem em contexto clínico, por meio da apresentação de 4 casos clínicos exemplificativos. O trabalho inclui uma revisão bibliográfica sistemática de cada uma das endocrinopatias selecionadas, bem como da apresentação e discussão de um caso clínico de cada uma das doenças mencionadas. Estes casos clínicos foram acompanhados durante o estágio final de curso no Hospital Veterinário do Baixo Vouga. As doenças apresentadas são o hiperadrenocorticismo, o hipotiroidismo, o hipoadrenocorticismo e a diabetes mellitus/cetoacidose diabética em cães e foram escolhidos não só pela sua prevalência dentro das doenças endócrinas, como pelo interesse do autor neste ramo. O diagnóstico definitivo correto destas doenças é obtido quando a interpretação conjunta da história clínica, exame objetivo e análises sanguíneas levam o clínico a realizar testes endócrinos específicos, sendo certo que algumas condicionantes, como doenças concomitantes ou fármacos, podem alterar os seus resultados. No que toca ao tratamento, visto que se tratam de doenças crónicas, é necessária uma boa gestão de expectativas dos tutores tanto na estabilização hospitalar, de agudizações ou emergências endócrinas, como na manutenção terapêutica ad eternum, com consultas de monitorização regulares para assegurarem a saúde do seu animal. Os principais desafios nestes pacientes estão muitas vezes relacionados com a precocidade do diagnóstico, a fim de evitar complicações, conhecer as comorbidades frequentemente associadas e na capacidade comunicativa do médico veterinário em manter os tutores empenhados no cumprimento da terapia crónica exigida. Os casos apresentados, com exceção do caso de hiperadrenocorticismo, seguem o curso e evolução habituais destas doenças.Item Estadiamento e sub-estadiamento da doença renal cronica em gatos(2017) Santos, Tânia Isabel Vilelas dos; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A Doença Renal Crónica (DRC) é a doença do sistema renal mais comummente diagnosticada em gatos e mais especificamente nos de idade avançada. É caraterizada por presentar uma evolução progressiva e irreversível, com níveis de morbilidade e mortalidade elevados. O presente estudo prospetivo foi desenvolvido no Hospital veterinário Arco do Cego (HVAC), no período de Março de 2014 até Outubro de 2014 e abrangeu uma amostra de 33 gatos com diagnóstico de Doença Renal Crónica apresentados à consulta ou internados no HVAC. Os objetivos consistiram em caraterizar clinicamente os gatos com DRC, e em especial os estadios clínicos de todos os pacientes e sub- estadiamento de 16 (48%) dos gatos, segundo as diretrizes apresentadas pela International Renal Interest Society (IRIS). Deste modo foi possível: identificar os sinais clínicos e sintomas mais comuns na apresentação da doença, avaliar parâmetros clínicos, bioquímicos e urinários abrangidos no estadiamento e sub- estadiamento da DRC, caraterizar os diversos estadios da doença de acordo com as caraterísticas individuais dos gatos da série e determinar a existência de relação estre valores de creatinina com os parâmetros ureia (BUN), hematócrito (Htc), fósforo e densidade urinária (DU). Foi possível verificar que os animais geriátricos foram os mais afetados. Os sinais clínicos observados com maior frequência nos pacientes foram desidratação e má condição corporal, enquanto que anorexia parcial, vómitos, letargia, perda de peso e polidipsia foram os sintomas mais comummente referidos pelos os tutores dos gatos presentes a consulta. Relativamente ao estadiamento da doença 12% dos gatos estava no estadio I, 49% no estadio II, 27% no estadio III e 12% no estadio IV. Com base na presença e gravidade da proteinúria 50% dos gatos foram classificados como não proteinúricos, 15% como proteinúricos no limite e 35% como proteinúricos. No sub-estadiamento com base na pressão arterial 50% dos pacientes apresentavam risco mínimo, 19% risco baixo e 31% risco moderado, não estando presente lesões em órgãos-alvo em nenhum dos casos. Foi possível aferir um efeito significativo do estadiamento e dos valores de creatinina nos parâmetros BUN, DU, fósforo e hematócrito. O presente estudo permitiu compreender algumas limitações na prática clinica que influenciam o diagnóstico precoce da doença que são associadas aos exames complementares necessários ao estadiamento e sub-estadiamento bem como ao comportamento dos tutores dos gatos que na grande maioria apenas apresentam os animais a consulta quando estes já apresentam sinais de doença.Item Estudo anatomopatológico de tumores mamários da gata : perspectivas e enquadramento clínico(2014) Alves, Maria Manuel Amoreira Casteleiro; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Tem vindo a observar-se nos últimos anos um crescimento significativo da incidência de tumores a nível mundial, sendo as neoplasias mamárias o terceiro tumor mais frequente em gatas. A maioria das neoplasias mamárias da espécie felina é maligna, tendo um comportamento muito agressivo e, embora tenham sido realizados alguns estudos nesta área, há, ainda, poucos dados epidemiológicos relativos à mesma. Nesta dissertação foi realizado um estudo retrospectivo, procedendo-se à análise de amostras de gatas com diagnóstico histopatológico de neoplasia mamária maligna (N=56), presentes à consulta veterinária entre 2010 e 2014 no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária (FMV) da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) e da Clínica Veterinária da Covilhã (CVC). Procedeu-se à análise estatística dos dados recolhidos nas fichas clínicas dos animais e dos relatórios histopatológicos, de modo a comparar as características morfológicas e histopatológicas nelas contidas com a informação presente na bibliografia pesquisada. No presente estudo, a média de idades observada em gatas com tumores mamários malignos foi de 9,9 anos, sendo a maioria gatas inteiras. Registaram-se neoplasias mamárias malignas em 65% das gatas, tendo sido o carcinoma túbulo-papilar o mais frequentemente observado. A maioria dos tumores mamários malignos apresentava-se necrosado e com um diâmetro superior a 3 cm, sendo que metade possuía invasão vascular. Quanto à metastização, esta foi identificada quer nos gânglios linfáticos quer nos pulmões. Além disso, foi observada uma percentagem de recidivas de 66,6% e a maioria das gatas não sobreviveu até aos 12 meses de vida após detecção do tumor mamário maligno. Paralelamente foi estudada a relação entre variáveis morfológicas e histopatológicas, tendo-se observado uma associação estatisticamente significativa entre o grau histológico e as seguintes variáveis: tamanho; capacidade invasiva; metástases presentes nos gânglios linfáticos; presença de recidivas e sobrevida aos 24 meses das gatas com tumores mamários malignos. Da mesma forma, foi estudada a relação entre a capacidade invasiva e: necrose e metástases presentes nos gânglios linfáticos. Considerando-se que a incidência de neoplasias mamárias em gatas está a aumentar, o estudo anatomopatológico das mesmas é muito importante, sendo o presente estudo um avanço importante na área da oncologia veterinária.Item Estudo da relação entre o diagnóstico clínico e radiográfico de doença dentária no gato(2018) Neves, Inês Margarida Lourenço; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.; Requicha, João Filipe, orient.; Venturini, Michèle, orient.As doenças estomatológico-dentárias têm uma elevada prevalência em animais de companhia e, em particular, no gato. O diagnóstico e caracterização clínica de determinado tipo de alterações dentárias constitui um desafio para o Médico Veterinário. O presente trabalho teve como principal objetivo avaliar a importância e sensibilidade do uso de radiografias intraorais em comparação ao exame clinico dentário para se chegar ao diagnóstico definitivo das doenças dentárias do gato. A série estudada foi constituída por 95 gatos atendidos na Odontovet - Centro Odontológico Veterinário (São Paulo, Brasil), tendo sido analisado um total de 1520 peças dentárias. Com base em odontogramas e em fotografias da cavidade oral, foram registadas as seguintes alterações clínicas: doença periodontal, índice de cálculo dentário, hiperplasia e retração gengival, fraturas dentárias, lesão de reabsorção dentária, ausência e malformações dentárias e expansão óssea alveolar. Adicionalmente, com recurso às radiografias intraorais de todas as arcadas dentárias, registou-se o estadio da doença periodontal, o estadio e tipo radiográfico das lesões de reabsorção dentária (LRD), os tipos de fraturas dentárias, o grau de expansão óssea alveolar, existência de ausência dentária, de impactação dentária, de malformações dentárias e de lesões periapicais. A doença mais frequente na amostra estudada foi a doença periodontal, observada clinicamente na maioria dos gatos (72,6%), mas com confirmação radiológica numa frequência superior (92,6%). A lesão de reabsorção dentária foi a segunda doença mais prevalente, diagnosticada clinicamente em quase metade da série (48,4%). Em 30,5% dos animais com LRD, foi necessária a avaliação radiológica para identificação da doença. Com recurso à radiologia intraoral, a frequência de animais com LRD foi superior (76,8%). O estudo desta série permitiu também observar que mais de metade dos gatos (51,6%) não apresentavam a dentição completa, tendo a ausência dos segundos pré-molares maxilares de ambas as arcadas, sido frequente. A presença de expansão óssea alveolar nos caninos maxilares observada em quase metade da população (49,4%). Os dados obtidos confirmam e reforçam a importância da realização de um exame radiográfico intraoral completo e metódico no diagnóstico e classificação das doenças dentárias em gatos, contribuindo também para o conhecimento da patologia dentária nesta espécie.Item Estudo retrospectivo (2007-2014) sobre os dados recolhidos em gatos com sintomatologia de doença do tracto urinário inferior(2016) Umbelino, Filipa Alexandra Rodrigues; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A obstrução urinária em gatos é uma complicação da doença felina do tracto urinário inferior frequentemente diagnosticada na prática clínica. Os gatos machos são os mais acometidos por esta situação devido à anatomia da sua uretra que é progressivamente mais longa e estreita. A persistência do estado obstrutivo promove diversas alterações a nível sistémico como é o caso da azotémia pós-renal e da hipercalémia, podendo ambas conduzir à morte do animal. O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais. Foi realizado um estudo retrospectivo que contou com um grupo de quarenta e quatro gatos admitidos em consulta num período compreendido entre Janeiro de 2007 e Dezembro de 2014 em dois centros de atendimento Médico-Veterinários do concelho de Cascais. O propósito deste estudo foi avaliar os factores de risco, a sintomatologia e as alterações clínico-laboratoriais relacionadas com a obstrução urinária em gatos visto que grande parte dos estudos semelhantes existentes são de origem estrangeira. Foi encontrada uma associação estatisticamente significativa entre a existência de uma parede vesical espessada à ecografia com a ocorrência de obstrução (p=0,031), bem como entre ter estado obstruído e sofrer recidivas (p=0,021). A algaliação foi o procedimento terapêutico utilizado em todos os gatos obstruídos (p <0,001). Os sinais clínicos hematúria (p=0,037) e polaquiúria (p=0,046) demonstraram uma associação significativa com a ausência de obstrução, assim como a presença de células de descamação no exame de sedimento urinário (p=0,029).Item Estudo sobre a incidência de azotemia em canídeos com insuficiência cardíaca por doença degenerativa mixomatosa mitral(2013) Silva, Maria Cristina Pinto Duarte Vicente da; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.A principal etiologia de insuficiência cardíaca congestiva em canídeos é a doença degenerativa mixomatosa mitral (DDMM). Aquela conduz a uma diminuição no débito cardíaco e consequentemente à disfunção de vários órgãos, nomeadamente os rins. O conhecimento sobre o eixo cardiorenal permitiu entender de que modo é que a disfunção num destes órgãos conduz à disfunção do outro, provocando o síndrome cardiorenal. Neste estudo retrospectivo aborda-se o síndrome cardiorenal em canídeos com insuficiência cardíaca grau C e grau D de acordo com o Colégio Americano de Medicina Interna Veterinária (ACVIM) por DDMM. Os dados foram recolhidos usando o sistema QVET do Hospital Veterinário do Restelo e são relativos ao período de tempo entre 2006-2012. O presente estudo tem como principal objectivo determinar a incidência de azotemia em canídeos com insuficiência cardíaca resultante de DDMM, tendo também como objectivo investigar a existência de um possível efeito da furosemida sobre o desenvolvimento/agravamento da azotemia nestes pacientes. Verificou-se que existe uma relação entre padecer de insuficiência cardíaca (IC) e sofrer alterações na função renal, aumentando a frequência e a gravidade da azotemia com o avançar do grau da IC. A predisposição dos pacientes com IC para sofrerem de azotemia é independente do momento em que se institui o tratamento. Também se verificou que, apesar da dose de furosemida ser semelhante em todos estes pacientes, estes manifestavam diferentes concentrações de BUN e de creatinina sérica, podendo isto ser justificado pelo grau de disfunção renal, induzido pela IC.Item O grau histológico como fator prognóstico em tumores mamários da gata(2018) Oliveira, Rita Mascarenhas Pacheco de; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Os tumores da glândula mamária são a terceira neoplasia mais frequente na gata. A incidência ocorre entre os 10 e os 12 anos, sendo o aparecimento mais comum nas raças Domestic Short Hair e Siamês. Não existem fatores de risco claros para o desenvolvimento dos tumores mamários felinos, no entanto, os fatores endócrinos e os fatores genéticos são fatores a ter em conta. A sintomatologia mais frequente é o aparecimento de um ou mais nódulos nas glândulas mamárias, de dimensões variáveis e de fácil detecção ao exame físico. O diagnóstico é realizado através da execução do exame clínico e exames complementares. Por sua vez, o diagnóstico definitivo é efetuado unicamente através da análise histopatológica, permitindo assim: identificar a patologia, excluir os possíveis diagnósticos diferenciais, classificar a neoplasia segundo o tipo histológico, emitir um prognóstico e delinear o possível tratamento. Hoje em dia estão disponíveis alguns métodos terapêuticos, no entanto, a cirurgia é ainda o método de eleição. Na presente dissertação foi realizado um estudo retrospetivo observacional, procedendo-se à análise de casos de gatas com diagnóstico histopatológico de neoplasias mamárias malignas (N=51), presentes à consulta entre 2014 e 2016 na Associação Zoófila Portuguesa (AZP). Realizou-se a análise das fichas clínicas e dos relatórios histopatológicos, de modo a comparar as caraterísticas clínicas e histopatológicas presentes entre si e com a informação presente na bilbiografia encontrada. Neste estudo, a média de idades observada em gatas com neoplasias mamárias malignas foi de 10,8 anos, sendo a maior parte das fêmeas inteiras. O carcinoma tubulopapilar foi o tumor mais frequentemente observado e, a maioria dos tumores mamários apresentava-se necrosado e ulcerado, com um diâmetro entre 1 cm e 3 cm. Em relação à metastização, esta foi observada tanto nos gânglios linfáticos (8%) como nos pulmões (20%). Para além disso, ainda se observou uma percentagem de recidivas de 73,5%. A grande maioria das gatas em estudo (88%) não sobreviveu depois dos 12 meses após a realização da mastectomia. Através da análise estatística dos resultados, observou-se uma associação estatisticamente significativa (p=<0,05) entre o grau histológico e as seguintes variáveis: tamanho, metástases nos gânglios linfáticos, recidivas, intervalo livre de doença e metástases à distância.Item Hipertensão arterial sistémica em cães e gatos(2016) Guerreiro, Ana Sofia Filipe; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Devido à sua natureza silenciosa, estima-se que a hipertensão arterial sistémica seja bastante subdiagnosticada em medicina veterinária. Contudo, as suas consequências para a saúde e bem-estar dos pacientes são preocupantes, tornando cada vez maior a necessidade de determinar a pressão arterial sanguínea nos animais de companhia, sobretudo nos que apresentem doenças ou condições associadas ao desenvolvimento de hipertensão. O principal objetivo deste estudo foi a avaliação da necessidade de instituir a medição da pressão arterial como procedimento de rotina, não só no hospital onde foi realizado o estágio curricular como na prática clínica de pequenos animais em geral, procurando simultaneamente determinar valores de referência, passíveis de ser utilizados como representativos da normalidade clínica, e comparar os valores obtidos para os diferentes pacientes e condições clínicas com os referidos na bibliografia, culminando na implementação de um protocolo de medição da pressão arterial em canídeos e felídeos no Hospital Veterinário do Baixo Alentejo (HVBA). Para tal, e de forma a testar a sua viabilidade, foram realizadas medições da pressão arterial a um total de 68 animais, canídeos e felídeos que se apresentaram para consulta, utilizando um aparelho oscilométrico (petMAP graphic II). Os pacientes rastreados foram agrupados de acordo com a idade e condição clínica e os valores obtidos foram utilizados para determinar a normalidade e para comparação com valores referidos na bibliografia consultada. Os valores de pressão arterial sistólica, média e diastólica obtidos de canídeos saudáveis não geriátricos foram de 174.88 (± 34.051), 125.57 (±24.779) e 99.78 (± 22.591),respetivamente. Relativamente ao grupo de felídeos, foram de 162.27 (± 31.805), 127.4 (±27.201) e 106.30 (±27.864), respetivamente. O protocolo foi implementado com sucesso, passando a ser utilizado por toda a equipa. Concluiu-se assim que a implementação de um protocolo adaptado a cada instituição é imprescindível para a obtenção de resultados fidedignos.Item Hipertiroidismo felino: abordagem diagnóstica e terapêutica na região da Grande Lisboa(2014) Cunha, Sofia Isabel Amado Xavier da Costa e; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.O Hipertiroidismo Felino (HTF) é uma patologia multissistémica resultante da produção e excreção excessiva de Tiroxina (T4) e Triiodotironina (T3) pela glândula tiróide considerando-se a doença endócrina mais comum do gato. A sua prevalência tem vindo a aumentar bastante nos últimos anos. Este trabalho teve como objectivos avaliar casos suspeitos de hipertiroidismo determinando quantos eram de facto gatos hipertiroideos e ainda compreender como os Médicos Veterinários tratam este problema e o monitorizam. A amostra incluiu 34 gatos apresentados à consulta na Clínica Veterinária João XXI, em Lisboa, para os quais foi considerado terem sinais clínicos compatíveis com hipertiroidismo, no período de Janeiro de 2013 até Maio de 2014. Foram ainda realizados inquéritos a 31 médicos veterinários da região de Lisboa, sobre a abordagem diagnóstica e terapêutica ao HTF. Dos 34 gatos apresentados à consulta com sinais clínicos compatíveis com hipertiroidismo somente 38,24% o eram realmente. Porém este valor não deve ser desvalorizado, sendo uma doença muitas vezes subdiagnosticada, significando que o clínico deve estar sempre atento a esta patologia sobretudo em doentes geriátricos. Com este estudo chegou-se à conclusão que ainda existe uma forte lacuna no que toca ao HTF, necessitando de haver uma maior sensibilização a esta doença pela parte dos Médicos Veterinários.Item Impacto da pandemia nos sinais do trato urinário inferior em gatos(2022) Paulino, Carolina Craveiro Lopes; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Esta dissertação foi realizada no âmbito da conclusão do Mestrado Integrado do curso de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Assume a forma de dissertação de um projeto de investigação que teve como objetivo estudar o impacto da pandemia nos sinais do trato urinário inferior em gatos. Incluí uma descrição casuística observada durante o estágio curricular realizado no Hospital Veterinário da Associação Zoófila Portuguesa. É um estudo retrospetivo que avaliou os efeitos da pandemia nos sinais do trato urinário inferior em gatos, em que foram utilizados dois grupos, um grupo controlo (período pré-pandemia, PPP) e um grupo de estudo (período de pandemia, PDP). No grupo PDP, e comparativamente ao grupo de controlo foram observadas uma diminuição das obstruções/recidivas subsequente (p < 0,001), diminuição da mortalidade (p < 0,05), apresentou ainda uma diferença estatisticamente significativa relativamente ao número de episódios, com o grupo PPP associado a dois episódios, enquanto o grupo PDP se mostrou mais frequentemente com um episódio apenas (p < 0.01). Contrariamente ao que seria esperado, os resultados parecem demostrar um efeito positivo no comportamento e bem-estar dos gatos, durante o período de confinamento.Item Insulinoma em cães(2019) Gabriel, Marta Fernandes dos Santos de Mesquita; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Os insulinomas são neoplasias das células b, maioritariamente malignas, que apresentam excesso de secreção de insulina, e assim, de forma autónoma e independente da concentração da glicose plasmática, provocam hipoglicemias persistentes. A sua elevada capacidade de metastização (principalmente no fígado, gânglios linfáticos e omento), refletese intensamente na evolução do quadro clínico e na determinação do prognóstico. Considerase uma doença rara em cães e de diagnóstico pouco frequente, sem predisposição sexual e pouca relação racial, ocorrendo predominantemente entre os 8 e 10 anos de idade em animais de médio/grande porte. O diagnóstico definitivo realiza-se por histopatologia com coloração imuno-histoquímica da massa. Apenas a extirpação cirúrgica pode ser a base do tratamento, todavia agentes hiperglicemiantes podem ser administrados como cuidados paliativos. O seguinte trabalho realizou-se no âmbito da conclusão do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, no qual o tema abordado e desenvolvido foi insulinomas em cães. Inicialmente, refere-se uma pequena revisão bibliográfica, seguida da apresentação de 3 casos – 1 de diagnóstico definitivo e os restantes de diagnóstico presuntivo de Insulinoma. Tendo sido, a suspeita, sustentada pelas manifestações clínicas, bem como pela regressão das mesmas aquando do tratamento cirúrgico ou com agentes hiperglicemiantes.Item Mastocitoma cutâneo canino e inflamação cutânea crónica(2019) Fernandes, Maria Ana Abecasis; Oliveira, Joana Cristina Tavares de, orient.Os mastocitomas cutâneos representam a neoplasia cutânea maligna mais comum na população canina, constituindo cerca de 16 a 21% das neoplasias cutâneas. Tratam-se de neoplasias algo heterogéneas, de prognóstico bastante variável. Alguns estudos parecem revelar uma etilogia multifactorial para o mastocitoma, mas existe pouca evidência. Várias linhas de pensamento sugerem o desenvolvimento de neoplasias em locais de inflamação crónica, tanto em medicina humana como em medicina veterinária. Neste trabalho colocou-se a hipótese de uma possível associação entre a inflamação cutânea crónica e o desenvolvimento desta neoplasia. Através da análise retrospectiva, pretendeu-se estudar a possível correlação entre mastocitomas cutâneos caninos e a história pregressa de inflamação cutânea crónica, nomeadamente a presença de patologias cutâneas sem diagnóstico definitivo (PCSDD), atopia, otites crónicas e reacção adversa ao alimento. Deste modo, foram selecionados 79 casos de cães diagnosticados com mastocitoma cutâneo entre Janeiro de 2015 e Junho de 2019, do Rosemary Lodge Veterinary Hospital, em Bath, Inglaterra, perfazendo um total de 107 massas cutâneas. Conclui-se que a grande maioria dos animais do estudo apresentava história pregressa de inflamação cutânea crónica e que as formas mais comuns de manifestação de inflamação foram as patologias cutâneas sem diagnóstico definitivo e as otites crónicas. Foi também possível verificar a concordância com a bibliografia em algumas das variáveis do estudo nomeadamente, as raças com maior predisposição para o desenvolvimento de mastocitoma, a idade dos animais afectados pela doença, distribuição de grau histológico e uma maior sobrevida para animais com mastocitomas completamente removidos.