Mestrado em Psicologia da Justiça
URI permanente para esta coleção:
Navegar
Percorrer Mestrado em Psicologia da Justiça por assunto "ADVERSITY"
A mostrar 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Acontecimentos de vida adversos e coping : o papel mediador da regulação emocional(2023) Cunha, Cristiana Filipa Fernandes; Antunes, Carla Margarida Vieira, orientPese embora a controvérsia em torno da definição, delimitação e conceptualização do construto de acontecimentos de vida adversos, é consensual que este é, frequentemente, experienciado de forma negativa pelo sujeito e pode ter repercussões em vários domínios da saúde. Perante a vivência de acontecimentos adversos, o coping dispõe de potencial para estabilizar os indivíduos e suscetibilizar, positiva ou negativamente, a sua saúde física e mental, mediante a evolução do stress. Nesta perspetiva, a adaptação bem-sucedida, de um indivíduo a um dado ambiente, requer a utilização e aplicação de estratégias adequadas. A regulação emocional surge em virtude da regulação das emoções e como indispensável para o bem-estar e saúde mental dos indivíduos. Posto isto, o presente estudo procurou testar o efeito mediador da regulação emocional na relação entre os acontecimentos de vida adversos, vivenciados no último ano, e o coping. Para tal, os instrumentos utilizados incluem o Questionário Sociodemográfico, a Escala de Coping, a Escala de Acontecimentos de Vida Adversos e a Escala de Dificuldades de Regulação Emocional. A amostra deste estudo foi constituída por 225 participantes (77.8% do sexo feminino), com idades entre os 18 e os 63 anos (M=29.31; DP=10.56). Os resultados contrariaram a hipótese de associações estatisticamente significativas entre a experiência de adversidade e o coping, no entanto verificaram-se associações significativas entre outras variáveis, tanto positivas (experiência de adversidade e idade, assim como entre o coping e a idade), como negativas (regulação emocional e coping, e entre a regulação emocional e a idade). Ademais, não se verificou um efeito de mediação total e estatisticamente significativo do construto de regulação emocional, mas obtiveram-se efeitos indiretos estatisticamente significativos. Os resultados obtidos apontam para a importância de desenvolver competências de regulação emocional, incentivando os profissionais de psicologia a adotar uma abordagem de promoção que evidencie esta capacidade como objetivo de intervenção.Item Criminalidade feminina : características de personalidade e experiências de adversidade(2023) Silva, Ariana Patrícia da; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: Existe uma escassez de estudos, particularmente a nível nacional, sobre as práticas criminais femininas, sendo que é possível perceber que determinadas caraterísticas da personalidade e experiências de adversidade são fatores que apresentam uma ligação aos comportamentos e atitudes antissociais, e consequentemente à criminalidade. Contudo, existem ainda poucos estudos que procurem analisar simultaneamente o papel destas duas dimensões na criminalidade feminina. Objetivo: Analisar se as mulheres que praticaram crimes violentos e não violentos apresentam uma história de adversidade na infância e como se caraterizam em termos de personalidade, de modo a melhor compreender e analisar esta problemática. Método: O estudo contempla uma amostra de 138 reclusas condenadas por crimes violentos e não violentos. Administrou-se um questionário sociodemográfico e criminal, Questionário de Trauma de Infância – Versão Breve e Escala Breve de Personalidade. Foram realizadas regressões logísticas hierárquicas para análise dos dados. Resultados: Elevada extroversão parece estar associada ao aumento da possibilidade de se cometer um crime violento, enquanto a possibilidade de se cometer violência criminal diminui com o aumento do abuso emocional e da abertura à experiência, sendo que as variações observadas na possibilidade de se cometer um crime violento são superiores no caso das características de personalidade. Ademais, o efeito cumulativo de vários tipos de maltrato na infância não é um preditor significativo de violência criminal feminina. Conclusão: Neste estudo, a possibilidade de perpetração de um crime violento parece estar mais relacionada com caraterísticas de personalidade do que coma adversidade sofrida na infância. Mais particularmente, o aumento da possibilidade de se cometer um crime violento associa-se com elevada extroversão, reduzida abertura à experiência e reduzido abuso emocional, embora este último tenha um menor impacto.Item Saúde mental, psicopatia e adversidade ao longo da vida: um estudo comparativo entre a criminalidade masculina e a criminalidade feminina(2023) Ferreira, Raquel Sofia Gonçalves; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A literatura no âmbito da criminalidade tem sido associada maioritariamente ao género masculino embora, nos últimos anos, tenha havido um crescente foco na criminalidade feminina. Há estudos que procuram comparar mulheres e homens que praticam crime. Alguns indicam que homens e mulheres não se distinguem e outros que postulam diferenças, principalmente ao nível da saúde mental, psicopatia e historial de adversidade. Contudo, os estudos não são consensuais. Objetivo: O presente estudo procura comparar a criminalidade masculina e a criminalidade feminina ao nível da saúde mental, psicopatia e adversidade na infância. Método: A amostra foi constituída por 322 reclusos, 180 (55.9%) do género masculino e 138 (42.9%) do género feminino. Para a recolha de dados aplicou-se um Questionário Sociodemográfico e Criminal e três instrumentos psicométricos – o Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF) para avaliar a saúde mental, o Self-Report Psychopathy Scale–Short Form (SRP-SF) para avaliar a psicopatia e o Childhood Trauma Questionnaire — Short Form (CTQ-SF) para avaliar a adversidade na infância. Recorreu-se ao IBM SPSS Statistics versão 28, para proceder à análise estatística dos dados, tendo-se realizado três MANOVAs (Multivariante Analysis of Variance). Resultados: Relativamente à saúde mental não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas; na psicopatia foram encontradas diferenças significativas mas apenas nas dimensões do estilo de vida e antissocial; na adversidade existem diferenças mas estas só se revelam significativas no abuso sexual, com este a apresentar valores superiores no género feminino. Conclusão: Reclusos e reclusas demonstraram ter problemas de saúde mental, psicopatia e adversidade na infância e ao longo da vida. Os resultados, apesar de na sua maioria não serem significativos, sugerem a necessidade de programas de prevenção e intervenção com a população reclusa portuguesa, independentemente do género. Palavras-Chave: Saúde Mental, Psicopatia, Adversidade, Criminalidade Masculina e Criminalidade Feminina.