Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução
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Percorrer Babilónia : Revista Lusófona de Línguas, Culturas e Tradução por assunto "ANÁLISE LITERÁRIA"
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- Item Uma cidade na literatura norte-americana: Nova Iorque em Paul Auster(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Azevedo, Carlos; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoTomando como ponto de partida a ‘ideia’ de América e a importância da Cidade Norte-Americana nas suas dimensões míticas e bíblicas, o presente ensaio analisa os labirintos da Nova Iorque pós-moderna na ficção de Paul Auster, com particular incidência em The New York Trilogy. Argumenta-se que os romances de Auster participam num jogo com o cânone literário norte-americano e com a dicotomia ‘realidade’(’história’) e ficção, abordando questões filosóficas (linguagem e identidade, o duplo) e concentrando-se em estratégias de representação. Argumenta-se que o destaque dado na trilogia de Auster ao elemento do acaso desempenha um papel importante na sua definição de ‘realismo’ e no sentido de deslocalização experimentado pelas suas personagens na megalópole americana. As consequências epistemológicas e ontológicas da subversão austeriana de certezas ‘tradicionais’, tais como a transparência da representação e as estruturas de causa e efeito, conduzem, em última análise, ao questionamento da possibilidade de ‘leitura’ da cidade pós-moderna (do mundo).
- Item The dialectic of silence and remembrance in Lily Brett’s ''Things could be worse''(Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Botez, Catalina; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoThe dynamics of silence and remembrance in Australian writer Lily Brett’s autobiographic fiction Things Could Be Worse reflects the crisis of memory and understanding experienced by both first and second-generation Holocaust survivors within the diasporic space of contemporary Australia. It leads to issues of handling traumatic and transgenerational memory, the latter also known as postmemory (M. Hirsch), in the long aftermath of atrocities, and problematises the role of forgetting in shielding displaced identities against total dissolution of the self. This paper explores the mechanisms of remembrance and forgetting in L. Brett’s narrative by mainly focusing on two female characters, mother and daughter, whose coming to terms with (the necessary) silence, on the one hand, and articulated memories, on the other, reflects different modes of comprehending and eventually coping with individual trauma. By differentiating between several types of silence encountered in Brett’s prose (that of the voiceless victims, of survivors and their offspring, respectively), I argue that silence can equally voice and hush traumatic experience, that it is never empty, but invested with individual and collective meaning. Essentially, I contend that beside the (self-)damaging effects of silence, there are also beneficial consequences of it, in that it plays a crucial role in emplacing the displaced, rebuilding their shattered self, and contributing to their reintegration, survival and even partial healing.
- Item Os efeitos culturais da colonização portuguesa em ''A última tragédia'' e ''O alegre canto da perdiz''(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Bezerra, Rosilda Alves; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoStuart Hall (2003) destaca que o espaço da diáspora é constituído por “lugares onde a lei é quase certamente a lei do sincretismo, do acolhimento de influências, das traduções das tradições, da desarticulação e rearticulação” e caracterizado por um processo complexo de “‘atravessamentos’, de ‘cortes e mesclas’”, cujos elementos culturais não podem ser unificados. Textos timbrados com o “rótulo” de pós-coloniais emanam reflexões de como itinerários conflituosos, desenvolvidos no entrelugar das culturas, (BHABHA, 2011) desvelam a fragmentação circunscrita nas formações identitárias. Nesse contexto pós-colonial, A última tragédia, de Abdulai Sila, narra a saga de Ndani, alfabetizada, batizada e “catequizada” pelo colonizador português. No trânsito entre (Biombo) e a capital (Bissau) busca afirmar a sua identidade e alteridade nas tensões de ambivalências entre o colonizador, convicto de seus poderes, e a do colonizado à procura dos seus direitos. Em O alegre canto da Perdiz (2008), Paulina Chiziane aborda a ação colonial que altera de modo emblemático o espaço da aldeia, entre mãe e filha, do estigma à transformação de suas próprias vidas. Francisco Noa (2002) adverte que o processo de estigma e estereótipo ocorre em relação ao africano, cujo peso do estereótipo determina, que estas personagens mantenham a sua invariabilidade anímica e comportamental na maioria dos textos africanos. As personagens estigmatizadas nas duas narrativas elaboram o que Memmi (2007) justifica sobre comportamento adotado em que há uma necessidade do colonizado se adequar a um novo espaço, mesmo que seja uma forma de agressão individualizada. A proposta desse trabalho é identificar nas duas obras de que forma esses aportes norteadores de “padrões” e “fixações” identitárias são abalados pelas desconstruções do pretenso complexo de dependência do colonizado, segundo Frantz Fanon (2008).
- Item El Mapa de la Vida e El Corrector: aproximações e distanciamentos das representações literárias madrilenas a Nova Iorque(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Bettencourt, Sandra; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEl Mapa de la Vida (Adolfo García Ortega, 2009) e El Corrector (Ricardo Menéndez Salmón, 2009), são dois romances contemporâneos que polarizam a discursividade literária acerca da experiência dos atentados a 11 de Março de 2004, na capital espanhola. O artigo propõe-se a questionar as diferentes representações literárias da cidade de Madrid num contexto de ansiedades e inseguranças, potencializado por esse acontecimento, através de uma reflexão que identifique as proximidades e singularidades com representações de diferentes naturezas: Haverá um discurso de uma identidade própria e local, ou de uma identificação e apropriação global (nomeadamente em relação ao 11 de Setembro)? E as representações literárias dialogam com outros média narrativos (as artes visuais e performativas), ou, pelo contrário, as suas vozes e silêncios são específicos de uma expressão literária? Deste modo, pretende-se que seja estabelecida uma rede de relações entre diferentes discursos sobre a construção da cidade (Madrid em primeiro plano) enquanto espaço da experiência do terror.
- Item O elemento revolucinário na cidade industrial de Hard Times: do utilitarismo ao valor do senso comum(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Lima, Joana; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoNa sequência da leitura que fazem da obra Hard Times, Edwin Percy Whipple e John Ruskin acusam Charles Dickens de não compreender a filosofia utilitarista e de revelar falta de rigor no tratamento dos assuntos que a esta filosofia dizem respeito. Este artigo procura demonstrar que Dickens não pretende apresentar uma teoria político-económica completa e precisa através de Hard Times. O autor procura mostrar a necessidade da entrada da fantasia na cidade industrial e utilitarista de Coketown e esta obra deverá ser observada como um veículo de reflexão e de crítica, bem como um movimento revolucionário, na medida em que resulta de um exercício artístico que sugere uma nova ordem e que permite uma transmissão de ideias cujo valor deverá ser considerado, ainda que possam revelar a simplicidade do senso comum.
- Item Entre a cidade e a floresta: dissidência e anuência em The Scarlet Letter(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Lima, Joana; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste artigo propõe uma leitura do romance The Scarlet Letter, de Nathaniel Hawthorne, enquanto viagem pelo espaço físico e ideológico norte-americano, através de uma análise dos diferentes momentos do percurso da letra A bordada por Hester Prynne. Movendo-se entre a cidade e a floresta, a personagem assume a sua individualidade e o desejo de afastamento da América puritana, mas, simultaneamente, ao longo da narrativa, percebe-se que a sua rebeldia é diluída num espírito comunitário e ideológico e que a letra A acaba por assumir aquele que provavelmente será o seu maior significado – a América. Esta leitura será feita juntamente com a análise dos artigos: “How the Puritans won the American Revolution” e “The Rites of Assent: Rhetoric, Ritual and the Ideology of American Consensus”, de Sacvan Bercovitch.
- Item Uma estética do espaço ou a Lisboa das Gerações de 70 e de 90 como paisagem literária(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Andrade, Maria Raquel Limão de; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoCom a presente abordagem, pretende-se demonstrar que as universos urbanos que Eça de Queirós, Abel Botelho e outros escritores do séc. XIX se tornam um objeto teórico e poético de representação e um complexo texto humano, construído por sobreposições de imagens objetivas e subjetivas. Construídas pelo olhar objetivo do sujeito e pela sua imaginação e fantasia, estas representações têm também em vista a transformação da sociedade pela denúncia dos seus vícios, das suas patologias sociais, de forma a combater a “miséria portuguesa” de Oitocentos.
- Item A ficção brasileira pós-64 : a política da memória e do apagamento da história em ''Quatro-olhos'', de Renato Pompeu(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Calegari, Lizandro Carlos; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoO objetivo deste trabalho é refletir sobre a política da memória e do apagamento da história em Quatro-olhos (1976), de Renato Pompeu. Pretende-se demonstrar que a elite dominante se vale de estratégias ideológicas para camuflar certos episódios históricos que se caracterizam pela violência e pelo autoritarismo. O esquecimento organizado propiciaria o controle social, já que não dessacralizaria as estruturas de poder arquitetadas pela classe dirigente. O romance de Pompeu, considerando-se essa linha de raciocínio, apresenta indícios que permitem verificar que a não rememoração de fatos agônicos pretéritos não é casual, mas condicionada por agentes políticos. As contribuições teóricas de Walter Benjamin são favoráveis aos argumentos que se pretende desenvolver nessa pesquisa.
- Item A imaginação material e a Poética das Águas em João Cabral(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Lima, Maria de Fátima Gonçalves; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA poesia de João Cabral expressa da totalidade dos seres criados, o universo visível com seus quatros elementos: a terra, o fogo, a água e o ar. Em sua produção poética, todos estes elementos são evidenciados, especialmente, a terra (metaforizado, pela pedra, que por sua vez se realiza pela ação do fogo e ar) e a água, que convive diuturnamente com o ar. Esse estudo abordará a aquoso como temática central na arte de poeta.
- Item Into the silence of the objects : analyzing Samuel Beckett’s nothingness(Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Florescu, Florina Catalina; ECATI - School of Communication, Architecture, Arts and Information TechnologiesOs objetos têm sempre desempenhado um papel fundamental nas nossas vidas, pela forma como eles, passivamente, fazem-nos companhia e transmitem tacitamente a sua quietude inata. Contudo, o que acontece quando os objetos se tornam uma presença tão poderosa que, como resultado, dominam a vida das pessoas? Noutras palavras, o que é que acontece quando os objetos sobrecarregam as pessoas com as suas potentes (falando literalmente, sempre lá) presenças? No silêncio dos objetos há um lugar onde nos tornamos conscientes da nossa insignificância, da nossa crise de identidade,ansiedade de linguagem e entorpecimento. Mas nas peças Endgame e Act without Words I de Samuel Beckett, o dramaturgo gradualmente capta a inutilidade da vida das personagens principais e a transformação das suas mentes e corpos numa coleção de objetos arquivados. Sem interagir com outras pessoas e por se autoencarcerarem estas personagens de Beckett esquecem-se o que é ser humano e tornam-se «uma não-coisa, nada». Pode haver um facto perturbador nesta realização, e, sem dúvida, até mesmo uma infeliz aliteração; mesmo assim, o que é ainda mais chocante é que estas personagens são paradigmáticas em relação ao que significa ter pisado uma aniquilação prematura ontológica e existencial. Estas são agora objetos abandonados entre outros objetos, uma espécie de coleção ineficaz. Com base nestes argumentos, este ensaio mostra uma tremenda influência de Beckett no desenvolvimento da teoria da descarnalizaçao e da desmaterialização do corpo e mente do povo, culminando na revolução tecnológica onde queremos ser empilhados dentro de incontáveis arquivos de computador. O principal argumento propõe uma reflexão sobre como podemos pôr em perigo a nossa sofisticação emocional e social, jogando este complicado «jogo» digital.
- Item A mulher oriental em duas escritas da Ásia portuguesa : Deolinda da Conceição (Macau) e Vimala Devi (Goa)(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Machado, Everton; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste artigo explora, na perspectiva do Orientalismo e da subalternidade feminina, duas obras ficcionais do espaço asiático de língua portuguesa: Cheong Sam – A Cabaia (1956), da macaense Deolinda da Conceição, e Monção (1963), da goesa Vimala Devi, ambos livros de contos, entre desconstrução e reiteração da imagética europeia acerca do Oriente.
- Item “O Porto é só uma maneira de me refugiar na tarde”(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Oliveira, António; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEugénio de Andrade viveu cinquenta e cinco anos na cidade do Porto e, como ser social, deambulou nos lugares exteriores desta cidade, descobrindo e fazendo descobrir, através dos seus escritos em prosa, a beleza irrecusável de uma cidade pitoresca e inscrita no tempo desde Fernão Lopes até aos escritores mais recentes. A partir desses lugares exteriores, e alimentado por uma experiência de vida e por uma visão artística, ele metamorfoseou os lugares exteriores em lugares íntimos a partir da magia que lhe outorga a palavra poética. Servindo-se da experiência do ser social, o ser criador desce, deste modo, às profundezas da alma e cria um espaço poético cheio de emoções anódinas que purgam as obsessões e as carências do ser social. Assim, e graças à criação poética, os nomes dos lugares do Porto deixam de ser topónimos para serem catalizadores de memórias e de referências. Os espaços geográficos do Porto passam a ser lugares de uma geografia imaginária que as impressões do ser criador suscitam. Depois de sublimar vários espaços da cidade, Eugénio acabou por criar o seu espaço poético no Passeio Alegre onde deixou a sua herança à única herdeira que é a cidade do Porto
- Item Raped Africa, Mother Africa, emasculated Africa : the evolution of the gendered national body in the fiction of Abdulai Sila(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Frascina, Francesca; ECATI - School of Communication, Architecture, Arts and Information TechnologiesA exploração e trauma da nação colonizada muitas vezes escreviam-se no corpo feminino, e consecutivamente a terra acordava-se características femininas. Os colonizadores europeus falavam da sua missão divina e patriótica para penetrar terras virgens para inseminá-las com a semente da civilização. Esta alegoria evoluiu no discurso pós-colonial na violação figurativa da terra colonizada e das sociedades que as habitavam. Os nacionalistas africanos e pan-africanistos, através da figuração da nação como família (McClintock, 1993) e na sua romantização das suas origens como Mãe-África perpetuaram a feminidade inata da terra nativa. O presente papel examinaria o gênero do corpo no qual se escreve a narrativa da nação nas três novelas do autor Bissau-Guineense Abdulai Sila. A Última Tragédia (1995), a sua segunda obra publicada mas a que se situa primeira na cronologia narrativa dos seus romances, enfoca-se na tropa da África feminina em inscrever a nação colonial sobre o corpo do protagonista, Ndani, enquanto ela passa simbolicamente pelas violações físicas, psicológicas e culturais que também igualmente tiranizavam a nação. Eterna Paixão (1994) caracteriza-se pela romantização da Mãe-África carinhosa, vital, fecunda: um simbolismo que se derrama para os corpos femininos como a conexão tempestuosa do protagonista afro-americano com o continente pós-colonial reflecte-se nas suas relações com a figura caseira da mãe África(na) e com a mulher africana moralmente pervertida e sexualmente carregada. Finalmente, este papel explorará e interrogará a evolução inovativa do autor do corpo nacional pós-independência como o homem emasculado em Mistida (1997). Aqui o corpo masculino está o sítio na qual a corrupção e a violência política que se fermentavam nos anos precedentes à guerra civil em 1998 e as suas graves consequências na fábrica social da Guiné-Bissau escrevem-se nas invalidezes físicas, cicatrizes psicológicas e incapacidades sociais de personagens comoventemente masculinos.
- Item A reconstrução do homem em Clarice Lispector(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Fonseca, Ailton Siqueira de Sousa; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoEste trabalho é o resultado de uma longa pesquisa doutoral intitulada «A odisséia de si: reconstrução do homem em Clarice Lispector». Em sua vida e obra, essa escritora usou a palavra escrita para tocar aquilo que a própria palavra não consegue revelar por completo: a condição do ser-no-mundo. Sua literatura é um mergulho profundo e introspetivo nos mistérios da linguagem e na complexidade do ser. Em suas tramas as coisas estão sempre «se fazendo». São narrativas erráticas como se estivessem em busca da origem ou dos princípios das coisas, algo que lembra a busca do elemento primário na filosofia pré-socrática. Nessa busca, a escritora ultrapassa as barreiras disciplinares da ciência, os limites da racionalização ocidental e os rigores da linguagem; depara-se com o inominável, com «a coisa em si», sem nome nem linguagem correspondente, mas que – por um estranho paradoxo – somente a linguagem pode dela falar e fazê-la compreensível. Neste artigo, faço uma reflexão sobre a linguagem e a reconstituição do sujeito na obra de Clarice Lispector, especificamente no romance A maçã no escuro porque é nele que podemos melhor perceber o homem inaugurando a odisséia de si mesmo. Martim, o protagonista, é a imagem arquetípica do homem que ao tentar se reconstruir por meio de uma nova linguagem reafirma a si e a linguagem existente. Sujeito e linguagem se fazem em dialogia. A linguagem cria o sujeito que a cria. Esse romance é considerado, aqui, um romance-núcleo, no qual o sujeito vive o problema antropológico de se refazer pela raiz, de se tornar o que é.
- Item A representação dos afetos em ''Amar, verbo intransitivo'', de Mário de Andrade(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Bolzan, Neides Marsane John; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da InformaçãoA literatura está presente na vida humana há muito tempo: primeiramente manifestada na oralidade, para depois, revelar-se de forma escrita. No entanto, em ambas as maneiras, a estrutura do pensamento humano e os elementos culturais que dialogam com o processo de expressão da linguagem do sujeito que produz a criação se manifestam. Assim, a psicanálise como a literatura demonstram essas particularidades porque, as duas têm como foco construções linguísticas, que se tornam singulares porque são individuais, e plurais porque dialogam com estruturas psíquicas de outras pessoas. Além disso, na manifestação da linguagem, com as palavras, são construídos sensores de estimulação afetiva, os quais podem ser percebidos bem ou mal pelos leitores. Em vista disso, neste trabalho, faz-se uma reflexão acerca do funcionamento do sistema psíquico, a fim de se evidenciar algumas relações de aproximação entre literatura e psicanálise; também uma pesquisa em torno dos elementos culturais que entram como fatores provocadores de sentido na construção da narrativa, que se mascara como romance, mas foi denominada de idílio pelo autor, e em cujo título há uma reflexão sobre o verbo amar, classificado como verbo intransitivo; e por último, faz-se uma leitura dos afetos que podem ser percebidos em Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade. Para isso, faz-se uma investigação em torno do que há registrado sobre o autor e a obra que é objeto da análise; busca-se embasamento teórico em Sigmund Freud à parte de psicanálise; e em Barthes e em Bonicci à parte da literatura; construindo-se, assim, uma representação para a leitura dos afetos, enriquecendo as pesquisas na área de Literatura Comparada.
- Item Terrorism, cosmopolitanism and globalization: Joseph O'Neill's Netherland and Mohsin Hamid's The Reluctant Fundamentalist(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Araújo, Susana; ECATI - School of Communication, Architecture, Arts and Information TechnologiesEste artigo examina dois romances sobre os ataques do “11 de Setembro de 2001,” Netherland de Joseph O›Neill, publicado em 2008, e The Reluctant Fundamentalist de Mohsin Hamid, publicado em 2007. Escrito por escritores de diferentes nacionalidades mas com percursos internacionais semelhantes, ambos os romances tentam alcançar uma perspectiva transnacional sobre o clima de insegurança gerado pelos ataques terroristas de 11 de Setembro. Ambos os romances desvendam uma história de violência que une o legado colonial e novas formações imperiais resultantes do capitalismo neoliberal, revelando em última análise dificuldades em forjar uma visão cosmopolita abrangente, face a novas inseguranças internacionais.