Revista Lusófona de Educação n.º 42 (2018)
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Item Reconfiguring education and research in the European Higher Education Area(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Magalhães, António; Veiga, Amélia; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO objetivo deste artigo é o de contribuir para a compreensão das reconfigurações da educação e da investigação no Espaço Europeu do Ensino Superior. Ao mesmo tempo que os sistemas e instituições de ensino superior são apontados como chave para posicionar competitivamente a Europa no contexto global, as articulações entre educação, investigação e inovação estão a ser reconfiguradas. Com base na análise do discurso, as articulações entre os pontos nodais - educação, pesquisa e inovação - associadas às políticas sobre mobilidade e empregabilidade, tornaram visível o peso da inovação impulsionada pelos racionais económicos dessas políticas. Esta análise problematiza a relevância atribuída à inovação e ao seu potencial de desenvolvimento económico, na medida em que pode enfraquecer o potencial educacional e social mais amplo dos objetivos políticos do Espaço Europeu de Ensino Superior relacionados com mobilidade e com empregabilidade.Item El trabajo de la UNESCO sobre la educación de personas adultas y la educación como bien común: Aportes y reflexiones(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Milana, Marcella; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA educação de adultos desenvolveu-se ao longo do tempo como uma área particular de investigação, reflexão e ação educativa. Apresenta-se como uma área que favorece uma visão de educação como ação social. Na sequência das múltiplas crises do mundo contemporâneo, este artigo integra uma reflexão sobre o papel complementar que a educação de adultos carrega para reforçar o valor educativo da ação social par ao desenvolvimento das sociedades contemporâneas, a partir dos contributos legislativos, assim como os contributos teóricos no âmbito da educação de adultos e da educação como bem comum que tem levado a cabo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).Item The Feminist Museum Hack: Making a creative disruptive pedagogical, investigative and analytical tool(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Clover, Darlene E.; Sanford, Kathy; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoComo é que podem ser compreendidas as ideologias patriarcais que se escondem por detrás da organização de museus de arte e que se traduzem num forte impacto modelador e mobilizador nas construções de género, reforçando a injustiça e a opressão de género? Esta foi a questão central para o desenvolvimento deste artigo. Neste texto, procurarmos discutir uma inovadora prática pedagógica, mas também de investigação, de análise e de intervenção que desenhámos para compreender os complexos contextos culturais das instituições mencionadas. Neste artigo, abordamos diversas componentes e objetivos desta prática pedagógica em museus a partir de preocupações feministas. Esta abordagem visa reforçar as capacidades analíticas e visuais dos visitantes, bem como ligar e desligar a linguagem e a imagem, de modo a perceber as ideologias patriarcais não visíveis e implícitas que podem ser identificadas nos museus. Neste sentido, este texto surge como uma contribuição que se espera valiosa para a educação de adultos femininos. De acrescentar que consideramos que esta prática pedagógica visa desenvolver a imaginação, a partir de um olhar feminista de oposição e de um sentido de agência que procura romper com a autoridade privilegiada dos museus, desconstruindo as políticas discursivas, visuais e retóricas problemáticas que nestas instituições podem ser encontradas e que têm implicações no modo como se vê e se conhece as questões de género para lá dos muros dos museus.Item Existe siquiera la educación de personas adultas? Reflexiones sobre un concepto diverso(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Lucio-Villegas Ramos, Emilio; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNa atualidade, a educação de adultos é objeto de um processo de crescente homogeneização, tanto em termos metodológicos, como de conteúdos, e, sobretudo, de finalidades.No presente artigo, pretendemos refletir e destacar a diversidade que caracteriza a educação de adultos enquanto elemento de resistência relativamente às políticas e às práticas de aprendizagem ao longo da vida que reduziram as pessoas a meros trabalhadores e consumidores, bem como a educação a um processo individual dirigido, de forma exclusiva, à inserção no mundo do trabalho. É nossa intenção assinalar diversas definições, modelos, âmbitos e dimensões da educação de adultos. Enfatizamos brevemente a diversidade da investigação neste campo. Concluímos assinalando que a educação de adultos deve manter-se uma proposta alternativa, de resistência a tendências dominantes, que potencie a participação dos sujeitos.Item Educação social e popular na educação de jovens e adultos: a atuação dos organismos internacionais(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Zanella, Maria Nilvane; Lara, Angela; Cabrito, Belmiro; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO artigo apresenta uma problematização sobre os pressupostos da Educação Social e da Educação Popular e a aproximação dos conceitos com a Educação de Jovens e Adultos a partir da década de 1970. O texto historiciza o nascimento da Educação Social no século XVIII e a sua inserção no mundo capitalista e socialista. No estudo identificamos os pressupostos históricos que nos possibilitam afirmar: a Pedagogia Social visa à manutenção do sistema vigente, seja ele socialista ou capitalista, enquanto à Educação Popular possui em seu cerne a transformação do sistema no qual está engendrada. Procuramos demonstrar que, mesmo durante o século XX, a Educação Popular esteve vinculada aos movimentos revolucionários ocorridos na América Latina, mas os organismos internacionais de maneira ideológica e intencional relacionaram o conceito de Educação Popular ao conceito de Educação Social. Assim, o artigo conclui: a Educação Popular foi cooptada pelo Estado e pelos organismos internacionais para sustentar ideologicamente a Educação de Jovens e Adultos, tornando-se um modelo de Educação Social no qual perdeu o seu cunho revolucionário.Item Educação territorializada na favela: uma experiência de educação de jovens e adultos na favela de Manguinhos(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Russo, Kelly; Oliveira, Michelle; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEsse artigo discute a ressignificação do “efeito favela” nas percepções dos docentes de um curso de EJA, ao trabalharem a partir de uma proposta pedagógica centrada no conceito de “educação territorializada”. Nossa pesquisa se baseia em um estudo de caso realizado em uma escola pública de Manguinhos (EJA-Manguinhos), favela situada na zona norte do município do Rio de Janeiro. Para isso, analisamos documentos, e realizamos observação e entrevistas com educadores durante o período de dois anos. Entre os resultados encontrados está a busca por uma coerência teórica-metodológica por parte dos professores, que repensam práticas e criam experiências significativas em sua relação com a comunidade local quando se sentem desafiados a pensarem em uma proposta “territorializada”.Item Educação de Jovens e Adultos e acolhimento de imigrantes em Porto Alegre, Brasil: um relato de experiência com oficinas em aula plurilíngue(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Silva, Rodrigo; Bulla, Gabriela; Lucena, Júlia; Silva, Leandro; Araujo, Matheus; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste trabalho discute a entrada de imigrantes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil e suas implicações para a cultura escolar e as relações de sala de aula. Nossa reflexão parte de um projeto de extensão universitária com foco em práticas de multiletramentos em oficinas de leitura e produção textual escrita e audiovisual realizadas durante dois meses em uma turma de alfabetização da EJA, em uma escola do município de Porto Alegre no sul do Brasil. Apresentamos um panorama histórico da alfabetização de adultos no Brasil, o contexto de inclusão de imigrantes nas escolas municipais de Porto Alegre e, ao final, refletimos sobre nossas experiências em uma sala de aula multicultural e plurilíngue da EJA. Entre outras observações, as conclusões apontam que, tanto na cultura escolar dos imigrantes como dos brasileiros, houve uma equivalência entre a concepção de aprendizagens escolares como práticas pedagógicas tradicionais, acarretando dificuldades de engajamento em atividades de multiletramento. Também observamos que a relação dos imigrantes com a aprendizagem do português nem sempre corresponde ao imaginário dos professores e planejadores escolares, extrapolando a perspectiva do déficit linguístico e evidenciando outros modos de participação que prescindem da proficiência na língua oficial.Item Inspeção e inovação: um novo relacionamento com as escolas?(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Madeira, João; Duarte, José Bernardino; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoQuestão fundamental na pesquisa recente: a tensão entre a tradicional função inspetiva de regulação e os novos papéis a assumir face à complexidade da sociedade atual e aos novos conhecimentos. Nessa tensão se situa o Memorando de Bratislava (de 2013), produzido pela Standing International Conference of Inspectorates (SICI), ou seja, Conferência Internacional Permanente das Inspeções. Ora esse documento continua pouco conhecido entre nós mas assume grande importância pelas questões que levanta sobretudo quanto a inovação na ação inspetiva. Quisemos percecionar o modo como a Inspeção Geral de Educação e Ciência (IGEC), membro da SICI, se tem posicionado perante as propostas aí surgidas. A investigação mostra que as avaliações externas realizadas pela ISEC, sua atividade mais visível, tendem para uma matriz uniformizadora e diluidora das caraterísticas culturais de cada escola. Todavia, nas práticas da autoavaliação, apesar de sentidas como “obrigação” prévia à avaliação externa, surgem sinais de que a ação inspetiva será melhor compreendida pelos docentes se as visitas forem realizadas, não para mera prestação de contas, mas para uma partilha de análise dos problemas de aprendizagem e procura de soluções. Essa é uma das propostas daquele Memorando.Item Emergência e transformações ocorridas nas políticas e práticas de reconhecimento de adquiridos experienciais (RAE) em Portugal (1999-2017)(Edições Universitárias Lusófonas, 2018) Barros, Rosanna; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNeste artigo analisam-se as três políticas portuguesas para a educação e formação de adultos (EFA) que assentaram a sua lógica no reconhecimento de adquiridos experiencias (RAE), nomeadamente: o Programa de Ação S@ber+: Programa para o Desenvolvimento e Expansão da Educação e Formação de Adultos (1999-2005), o Programa Iniciativa Novas Oportunidades (2006-2012) e o Programa Qualifica (desde 2016). Refletindo sobre os enquadramentos e contextos, com base nos dados e resultados de duas investigações científicas: uma etnografia crítica conduzida entre 2004 e 2005; e uma investigação-ação em curso desde 2016; o objetivo foi apontar as principais caraterísticas e tensões inerentes a quinze anos de transformações da agenda deste sector e das práticas intrínsecas ao Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC). A principal conclusão que se retira da analise é que o RAE, tal como tem existido em Portugal desde 2001, e não obstante as contradições mapeadas neste texto, representa uma prática que tem contribuído para a promoção de equidade e igualdade no usufruto do direito à educação por parte dos adultos vulneráveis (em termos de qualificações).