Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura nº 07 (2006)

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    Design de produtos inclusivos, satisfatórios : a abordagem holística ao design inclusivo
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Monge, Nuno; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Este artigo lida com a importância de uma aproximação holística ao design inclusivo. Hoje, o design inclusivo é frequentemente associado com a usabilidade e a utilidade. Em conse quên cia, os produtos inclusivos são, muitas vezes, vistos como ferramentas com que os utiliza dores executam tarefas. No entanto, esta abordagem ao design inclusivo pode ser arris cada. Ignora aspectos como a emoção, valores, expectativas e receios. Assim, descura muito do que nos faz humanos e pode ser um factor de estigmatização. Ao projectar de modo inclusivo, os designers necessitam de olhar além da usabilidade para outros factores que podem afectar o relacionamento entre a pessoa e o produto. Isto pode ser conseguido projectando produtos satisfatórios. O produto satisfatório é usado neste artigo como um termo unificador para produtos socialmente aceites e produtos agradáveis. Os produtos satisfatórios levam a uma compreensão dos utilizadores e das suas exigências e ligam as propriedades do produto às respostas emocionais. O conhecimento necessário para projectar produtos que sejam satisfatórios começa no campo da semiótica do produto. O objectivo deste artigo é motivar os designers para projectar produtos inclusivos, satisfatórios. Os produtos que são projectados desta forma serão altamente usáveis e comunicam a identidade desejada dos utilizadores. Projectando desta forma, obteremos produtos inclusi vos, produtos mainstream. Assim, evitamos produzir produtos estigmatizantes uma vez que os produtos mainstream, por definição, não podem estigma tizar.
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    O campo expandido do desenho e suas práticas criativas
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Vasconcelos, Maria Constança; Elias, Helena Catarina da Silva Lebre; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Este artigo reflecte sobre o desenho como processo projectual na formação do designer. Para além dos aspectos de comunicação que o desenho invoca como fim último, centra-se sobretudo nas suas capacidades exploratórias como ferramenta e expressão do pensamento e, muito particularmente, no seu funcionamento como estímulo à criatividade. O reforço através do desenho de estruturas conceptuais de várias áreas parece ser fundamental como incentivo à imaginação, para a prática do design num mundo em permanente mudança. Também o desenvolvimento das tecnologias digitais permitiu enriquecer a prática do desenho, possibilitando novas experiências gráficas, confirmando-o como um “campo expandido” do processo criativo/capacidades perceptivas e conceptuais para o designer. São apresentadas dum modo integrado algumas destas questões, através de exemplos de programação feita.
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    Museologia e design na construção de objectos comunicantes
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Primo, Judite Santos; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Este texto apresenta reflexões baseadas nos conceitos de museologia social/nova museologia e de processo museológico, considerando-os como suporte para motivar e estimular as práticas museológicas, nomeada mente a expo - grafia como processo de comuni cação autónoma em relação à acção estrita mente museal. É destacada a importância da participação activa dos actores sociais inseridos nos processos expográficos e museológicos que buscam métodos inovadores e alternativos de comunicação.
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    O design e a interpretação do lugar
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Soares, Liliana; Donegani, Dante; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Neste artigo pretende-se analisar o papel do Designer como um intérprete de cenários de equipamentos que tira partido de modernas capacidades tecnológicas para redefinir o espaço urbano e assim responder às exigências urbanas actuais. A cidade absorve conceitos e componentes modernos (como a comunicação, o trabalho nómada, os novos pontos de encontro) e integra-os num sistema cultural e social ávido por receber tudo e o oposto de tudo. O Design como um acto de projecto portador de cultura que desafia a memória urbana, deve recuperar os antigos lugares de encontro da cidade, integrando-os nos fluxos urbanos actuais, facilitando e permitindo que a circulação de pessoas, materiais e informação possa acontecer em qualquer lugar da cidade.
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    A cerâmica e a joalharia : o design como agente de sobrevivência de duas culturas materiais
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Aparo, Ermanno; Pombo, Fátima; Lauda, Giovanni; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    A Cerâmica e a Joalharia portuguesa vivem ainda hoje de realidades produtivas artesanais ou elaboradas em pequenas indústrias bem concentradas em “distritos”, caracterizados por tipologias, tradições e metodologias produtivas. A capacidade da Cerâmica de abordar novos sectores, a característica da Joalharia de receber novos materiais ou tecnologias, o percurso histórico paralelo, as semelhanças das matrizes estéticas/decorativas e a proximidade geográ fica dos centros de produção, são os princípios e a base deste documento. Um dos principais papéis do Design sempre foi o de receber estímulos, processando-os e escolhendo uma estratégia que pense a evolução do produto. Este documento pretende destacar a importância do Designer neste tipo de pesquisa e intervenção, porque ele é o profissional capaz de ler e traduzir as potencialidades de cada material, juntando e renovando o processo de fabrico com o objectivo de aumentar a qualidade do produto final. Este trabalho espera, através de referências culturais e instrumentos tecnológicos adequados, contribuir para ajudar a Cerâmica a encontrar um novo campo de utilização, juntando as suas características e propriedades às capacidades evidenciadas pelo sector da Joalharia na recepção de outros materiais de modo a alcançar uma constante renovação do próprio processo criativo. Este tipo de operação pode ao mesmo tempo estimular o tipo de pequena empresa, encontrando um mercado específico, geográfico ou logístico. Espera-se também, através do Design, juntar duas culturas enriquecendo-as mutuamente tanto na concepção como no processo de fabrico e nas potencialidades mercantis. Tomando partido da história que as duas culturas têm espera-se alcançar um conjunto de propriedades e qualidades que possam conduzir a uma nova e vantajosa tipologia para o mundo do produto industrial.
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    A importância do conhecimento teórico na concepção de objectos no âmbito do design
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Ferreira, Maria João Pacheco; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    No âmbito da nossa experiência de docência de disciplinas teóricas como a história da arte e as artes decorativas no contexto de licenciaturas de carácter eminentemente prático, como as de Design (nas suas vertentes de moda, equipamento, arquitectura de interiores e comunicação), temo-nos vindo a aperceber de alguns aspectos que, ainda que não constituam, de todo, novidade do ponto de vista de abordagem, se nos afiguram de grande relevância e por esse motivo aqui procuraremos brevemente expor.
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    The design process paradox : traditional design processes vs. eco-design processes
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Águas, Sofia Seabra; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    O Relatório Brundtland (WCED, 1987) mais conhecido pela sua popularização do conceito de desenvolvimento sustentável, também faz recomendações para uma nova abordagem ao design e à produção, apresentando termos para “um sistema de produção que respeita... a base ecológica” e “um sistema tecnológico que busca continuamente novas soluções”. A produção industrial, o consumo e o tratamento de resíduos dos produtos provocam hoje uma grande quantidade de pressões ambientais; o desenvolvimento e a concepção de novos produtos com reduzido impacto ambiental são um dos novos desafios para uma sociedade mais sustentável e é, por conseguinte, uma tarefa importante do futuro próximo.
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    Ecodesign : uma ferramenta para a sustentabilidade
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Santos, Amilton; Marques, Fernando Miguel; Rosendahl, Stefan; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Para enfrentar os problemas do ambiente, a indústria vê-se desafiada a encontrar soluções de forma a minimizar o impacto ambiental dos seus produtos. Os consumidores estão cada vez mais sensíveis à compatibilidade ecológica dos bens de consumo. O ecodesign é uma das soluções mais credíveis para estas preocupa - ções. Para ilustrar o artigo apresentam-se alguns projectos desenvolvidos por alunos do curso de Design (na disciplina de Ecologia e Reciclagem) da ULHT.
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    Design digital : do carvão ao pixel
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Luz, Filipe Costa; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Neste artigo pretende-se identificar a aversão que designers (e arquitectos, inclusive) sentem verdadeiramente em relação “ao computador”. Se, de um modo, ele é um excelente parceiro e aceite por todos, simultaneamente é com muita apreensão que se programam currículos de disciplinas universitárias para que os alunos aprendam as características projectuais do design, desenvolvam capacidade criativa (inteligência no uso de recursos para a produção de objectos) usando o computador sistematicamente, ou seja, não apenas como uma ferramenta de desenho mas de projecto (design).
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    Actividade e comunicação: o sujeito perante os media
    (Quimera, 2007) Damásio, Manuel José; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    O presente artigo apresenta uma perspectiva material de compreensão da relação entre os sujeitos e os media centrada no conceito de actividade. A partir da discussão deste conceito no contexto de diferentes abordagens no campo dos estudos da comunicação, pretendemos centrarmo-nos na denominada “teoria da actividade” para introduzir uma concepção da actividade enquanto vector central da relação entre sujeito e media. Esta relação constrói-se de acordo com esta perspectiva, não como uma relação passiva baseada na exposição, mas sim como uma relação produtiva de uso dos media enquanto objectos no contexto de actividades colectivas e individuais de objectivação de uma relação produtiva de consumo suportada na mediação de artefactos.
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    A disciplina de biónica no curso de design na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Rosendahl, Stefan; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Desde o ano lectivo de 1999/2000, a disciplina de Biónica é leccionada no curso de Licenciatura em Design na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. A Biónica pode fornecer ideias valiosas aproveitando estruturas de materiais, mecanismos e processos existentes na Natureza que serão transferidos para a técnica. Apresentam-se alguns trabalhos de alunos daquela disciplina.
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    Funções perceptuais para o design de espaço
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Durão, Maria João; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Este artigo trata dos fenómenos per - ceptuais e explora as relações entre a percepção visual e variáveis de design de espaço. As nossas percepções de significado na envolvente encontram-se estreitamente ligadas aos mecanismos do cérebro: o cérebro elabora percepções e o sistema visual perscruta o meio em busca de clareza e activamente procurando estimulação. São clarificados aspectos que se referem ao modo como o cérebro humano organiza as percepções visuais e a forma como o contexto perceptual em que os estímulos se inserem, bem como as relações espaciais desenvolvidas com a envolvente que dependem de gradações de padrões que determinam a complexidade da percepção visual. Este artigo trata igualmente dos principais elementos que o nosso cérebro usa para converter as imagens retinais bidimensionais em informação sobre relações tridimensionais. Para além disso, porque a percepção de espaço físico é produzida por uma sucessão contínua de relações mutantes no campo visual, as constâncias são também consideradas, uma vez que eliminam a necessidade de avaliação e tomada de decisão constantes, e permitem aos indíviduos operar com segurança e confiança a partir da estabilidade das coisas.
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    Estratégias empresariais de design em Portugal
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Branco, João; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Não se pode falar em Portugal de estratégias de design prosseguidas por um número significativo de empresas e/ou instituições, com coerência expressiva. Porquê, então, um enunciado com esta formulação? Porque me apetece fazer uma intervenção politica, aproveitando a oportunidade que me é dada por este artigo para a revista Caleidoscópio. O tecido empresarial português não é uno, nem homogéneo e, portanto, deveremos traçar vários cenários, de acordo com as situações específicas existentes. A velocidade da aproximação do design às empresas dependerá dos contextos, nomeadamente, da cultura, da apetência e das condições objectivas para um desenvolvimento profícuo da actividade. Não vale a pena fazermos transposições impossíveis da panóplia de soluções e variantes internacionais no âmbito da gestão empresarial do design. Como noutras áreas do conhecimento microeconómico, algumas das teorias e soluções estudadas têm a ver com contextos muito específicos, com realidades muito diferentes, e sobretudo, com práticas e culturas sedimentadas de há muito. Começo por afirmar que, do ponto de vista da estrutura e da organização das PMEs portuguesas, o terreno é favorável à aproximação do design. Quer isto dizer que temos pela frente, pequenas e médias empresas geridas por uma pessoa, ou por um pequeno núcleo de pessoas, que dominam toda a área de gestão da empresa. Isto significa que a entrada do design se fará em ligação estreita com o poder, o que pode propiciar uma relação franca, aberta e permanentemente dialogante entre as equipas de design e de gestão, com todas as vantagens daí decorrentes. Poderemos mesmo pensar, no caso de uma intervenção de design sustentado, em situações em que os designers poderão, também, funcionar como consultores de estratégia, num misto de aconselhamento e acção. E tudo isto significa um terreno que propicia uma enorme margem de progressão para a disciplina quer em profundidade, quer em territórios de intervenção. Mas será que as acções no terreno se poderão desenvolver sob auspícios tão positivos?
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    A cor nas coisas
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Sequeira, João Meneses; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Defendo, neste artigo, que a experiência cromática aplicada ao design implica, sobretudo, uma abordagem fenomenológica, mas que essa abordagem coopera com o conhecimento dos níveis mais baixos de processamento cromático (níveis fisiológicos). Tomam-se como base teórica as ciências cognitivas, nas quais se considera que a percepção é uma experiência, na qual se considera relevante o conjunto dos estados e dos processos que um sistema físico, neste caso natural, apresenta quando constrói uma representação interna daquela. Isto é, a percepção tem uma natureza construtiva que procura a apreensão do sentido e a consumação do imaginário. Consideram-se analiticamente três níveis de processamento da informação: a descrição, a decomposição recursiva, a incorporação física. Destes três níveis, apenas refiro alguns aspectos da descrição e o primeiro nível da decomposição recursiva (o processamento cromático ao nível da sua imagem bidimen - sional).
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    ''Rainbow Designer'' : for global and multicultural design
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Souza, Teotónio R. de; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    O que procuram os designers alcançar? Procuram relacionar-se com a realidade, produzindo registos visuais de emoções e pensamentos, ou projectando e produzindo objectos que são funcionais, adaptando as tecnologias às necessidades do quotidiano. Isto exige que o designer seja um atento observador do seu meio-ambiente físico e possua uma sensibilidade apurada para as culturas, o que lhe permitirá desconstruir as formas latentes da realidade e os simbolismos culturais de maneira a poder compreender a ordem que lhes está subjacente e os princípios da sua composição e unidade. Só então poderá reproduzir a natureza e responder a chamamentos culturais. Neste processo de compreensão da realidade circundante da natureza e das culturas, o designer desloca-se sempre, em regra sem disso ter consciência, entre dois processos: busca de identidade e auto-identificação.
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    Pequenas deficiências, deficientes profundos
    (Edições Universitárias Lusófonas, 2006) Carvalho, Jorge; Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação
    Neste artigo pretende-se, em primeiro lugar, identificar pequenas deficiências que se manifestam em todos nós, e em particular nos mais velhos, na utilização de objectos de uso comum, assim como as deficiências desses mesmos objectos com os quais convivemos no nosso dia-a-dia (registos obtidos em viagem). Pretende-se igualmente analisar projectos de investigação em Design Inclusivo desen - volvidos no âmbito do curso de Design, centrados nas observações exploratórias de disponibilidades financeiras, de materiais e de tecnologias que possibilitem a produção de pequenas séries de objectos, realizados em contexto industrial de baixos recursos e de fácil execução. Finalmente, propomos áreas de investigação com a articulação de tecnologias digitais incorporados em projectos realizados noutras áreas, visando alargar os campos de investigação e transportar para as áreas dos jovens deficientes profundos aplicações lúdicas e de melhoria da sua relação com o mundo.