Percorrer por autor "Cabral, Joana, orient."
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Item Adaptação do Instrumento 'Perceptions of Adult Attachment Questionnaire' – PAAQ - Teste das Qualidades Psicométricas(2013) Peres, Ana Rita Lopes Rebelo; Cabral, Joana, orient.Este estudo teve como principal objetivo a adaptação e respetiva análise das qualidades psicométricas de um instrumento de auto-relato – PAAQ (Perceptions of Adult Attachment Questionnaire, Lichtenstein & Cassidy, 1991) - que pretende avaliar as perceções dos adultos ou jovens adultos acerca das suas experiências precoces de vinculação e respetivas influências nas representações atuais acerca da mesma. Este instrumento foi aplicado a uma população de jovens adultos (N = 601), maioritariamente universitários, das zonas do Porto e de Viseu, em conjunto com outros instrumentos que serviram de base para o estudo da validade de construto do PAAQ. Os resultados obtidos, através da análise fatorial exploratória apontam para a existência de 8 fatores e/ou dimensões (tal como na versão original): Rejeição, Amor e Inversão de Papéis (dimensões relativas às perceções de experiências precoces de vinculação); Integração da Experiência Negativa, Desvalorização e Sem Memória (dimensões relativas à representação atual da vinculação) e Raiva e Vulnerabilidade (dimensões relativas às consequências emocionais atuais). As análises estatísticas efetuadas (análise à sensibilidade dos itens, análise fatorial exploratória, análise da consistência interna, análises de correlação) asseguram que, apesar da necessidade de alguns ajustes e de mais estudos, o PAAQ apresenta qualidades psicométricas adequadas, estáveis e coerentes para que possa vir a constituir um instrumento fiável e válido para avaliar as representações das experiências de vinculação precoce e atuais, na jovem adultícia e adultícia.Item Competência multicultural e a experiência de clientes racializados : uma revisão sistemática(2022) Monteiro, Abigail Dias; Cabral, Joana, orient.A maior parte dos modelos e práticas psicológicas são eurocentradas o que compromete a intervenção com grupos racialmente diversos. Apesar da atenção concetual e empírica sobre as competências multiculturais, a perceção e in/satisfação dos clientes racializados sobre a qualidade das intervenções, é um tópico pouco estudado. Esta revisão sistemática pretende: (i) analisar a experiência de clientes racializados e as suas perceções sobre qualidade das intervenções terapêuticas; (ii) explorar o papel das competências culturais do psicólogo e as competências mais valorizadas pelos clientes racializados. Foram extraídos um total de 199 artigos de quatro bases de dados (Psycoinfo, Web of Science, Pub-Med e B On) entre janeiro de 2010 e novembro de 2021. Doze artigos cumpriram os critérios de inclusão. Os resultados indicam que a experiência de microagressões é muito comum quando as pessoas racializados procuram serviços de saúde mental. A insatisfação com as intervenções surge associada a juízos de valor e preconceitos e ao desconforto ou evitamento das questões culturais. Clientes satisfeitos sublinham a importância da empatia, da flexibilidade, da humildade e conforto cultural. Discute-se a importância de intervenções culturalmente responsivas e do treino de psicólogos culturalmente competentes.Item Consciência crítica no trabalho social : o papel da identidade social(2023) Branco, Gabriela Alexandra Pereira; Cabral, Joana, orient.De forma a reparar as desvantagens sociais e as hierarquias impostas pela desigualdade e pelos mitos legitimadores da discriminação, importa para a prática social uma abordagem de consciência crítica. A presente investigação explora o conhecimento que profissionais e estudantes das áreas sociais têm sobre as experiências de opressão, bem como sobre o papel da identidade social nestes sistemas. Foi utilizada uma amostra de 64 participantes, 52 mulheres (81.3%), 10 homens (15.6%) e 2 pessoas não binárias (3.1%). São trabalhadores (29; 45.3%) ou estudantes (25; 39.1%), em áreas de intervenção social. Os participantes responderam a um protocolo de questionários quantitativos através da plataforma online Qualtrics. Foram incluídas medidas sobre a consciência crítica (CC), competência cultural e meritocracia. Para a análise e tratamento dos dados, recorreu-se ao software SPSS versão 28. Os resultados confirmaram que a escolaridade é um forte preditor para aumentar os níveis de CC. Os resultados mostram que quem experiencia maior desigualdade tem níveis mais baixos de CC sobre o classismo, mas que menor crença meritocrática prediz níveis mais elevados de CC. À medida que a crença meritocrática aumenta amplifica-se o efeito negativo da experiência de desigualdade na CC sobre o classismo. Pessoas com um ESS mais baixo revelaram níveis inferiores de CC e de competência cultural. Este efeito é maior quanto maior a adesão a crenças meritocráticas e atenua-se quando a adesão é baixa, no caso da CC, e inverte-se no caso da competência cultural. Salienta-se a importância de considerar intervenções que permitam às pessoas conhecer mais sobre a sua identidade social, de forma a compreender como se sentem na relação com outros grupos sociais e culturalmente diversos e se o grupo social a que pertencem promove as igualdades sociais.Item Consciência crítica, competência multicultural e deteção de microagressões(2023) Ribeiro, Maria Bastos; Cabral, Joana, orient.O presente estudo tem como objetivo explorar a associação entre a consciência crítica e a competência multicultural, explorando ainda o seu contributo para a capacidade de deteção de microagresssões classistas ou étnico-raciais em contexto de psicoterapia. Método: A amostra inclui 64 participantes, com idades entre os 19 e os 56 anos (M = 29.5, DP = 10.8), 49 (76.6%) identificadas com o género feminino, 10 (15.6%) com o masculino e 2 (3.1%) com um género não binário. O protocolo de medidas inclui: seguintes instrumentos: Comtemporary Critical Consciousness Measure (CCCM; Diemer et. al, 2014); o Short Critical Consciousness (SHoCC Diemer et al., 2020); o Inventário de Desigualdade Percebida (IDP-R Cabral et al. 2018); Cultural Competence Self-Assessment Checklist (CCSAC Greater Vancouver Island Multicultural Society, 2012); Cenários para Deteção de Microagressões e Avaliação da Sensibilidade Multicultural; Resultados: Foram observados valores de significância na associação entre a consciência crítica, competência multicultural, capacidade de detetar microagressões e sensibilidade multicultural. Conclusões: Os resultados confirmam a importância da consciência crítica para a deteção de microagressões e sensibilidade multicultural. São discutidos os efeitos da desejabilidade social, das atitudes de daltónicas e das crenças meritocráticas. Releva-se o desenvolvimento de estratégias promotoras de competências multiculturais. Palavras-chave: Consciência Crítica; Competência Multicultural; Humildade cultural; MicroagresssõesItem Da perceção subjetiva de discriminação à experiência de vitimação em contexto de vulnerabilidade socioeconómica: uma abordagem narrativa(2017) Novais, Luciano José Oliveira; Cabral, Joana, orient.O fenómeno de discriminação socioeconómica é uma forma de discriminação cada vez mais presente nas sociedades contemporâneas. O crescente acentuar da polarização socioeconómica entre uns e outros, num mundo cada vez mais competitivo, menos cooperante, tem favorecido o aumento acentuado da exclusão social. No presente estudo procurou-se compreender a forma como a experiência de vitimação decorrente da perceção de discriminação socioeconómica é subjetivamente construída em contexto de vulnerabilidade socioeconómica, à luz do modelo ecológico e das abordagens narrativas. O estudo envolveu 4 adultos, 3 do sexo masculino e 1 do feminino, com os quais se procedeu à aplicação de uma entrevista semi-estruturada com base na qual se procurou avaliar o impacto do tratamento discriminatório recebido no contacto de proximidade do indivíduo com as várias esferas sociais, bem como avaliar a perceção individual da qualidade de vida em contexto de vulnerabilidade socioeconómica. De acordo com a literatura, para a compreensão da formação das identidades sociais e das representações sociais por parte dos indivíduos, há que ter em conta os fatores individuais, sociais e culturais que rodeiam os indivíduos, no tempo e no espaço. Neste estudo propusemo-nos perceber a perceção que os indivíduos têm sobre a sua realidade-condição e o sentido que a mesma assume para eles, e compreender as atitudes e comportamentos que apresentam perante situações de discriminação socioeconómica. Os resultados deste estudo ajudam a perceber a intersubjetividade inerente aos conceitos em estudo, nomeadamente na relação como são percecionados, significados e operacionalizados pelos participantes. Os participantes mencionam alterações nas relações interpessoais e intrapessoais decorrentes da exclusão social. Os participantes apontam alterações de ordem estrutural, nomeadamente de facilitação ao acesso a serviços de apoio instrumental por parte dos mais vulneráveis socioeconomicamente, bem como alterações de caráter individual e educacional dos excluídos e de quem os exclui.Item Os (des)laços da rua(2017) Ribeiro, Tatiana Filipa Pires; Cabral, Joana, orient.Nos dias de hoje continuam a existir pessoas a viver em condições de carência quer material, quer afetiva, condições que são adversas ao desenvolvimento biopsicossocial de um serhumano. Desta forma, o presente estudo pretendeu explorar a perceção sobre a rede de suporte e relacional das pessoas em situação de sem-abrigo, procurando explorar a história das relações desde a infância até às relações atuais. Na amostra deste estudo três dos participantes estão em situação de sem-abrigo, sendo que um encontra-se fora desta condição, mas em situação económica e de habitação precárias. Os participantes têm idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. Administrou-se uma entrevista semiestruturada adaptada do guião da entrevista de McAdams (1995), The Life Story Interview, focando alguns tópicos do guião (resumo e fases da história, momentos importantes, desafios, futuros possíveis). Para a análise dos dados utilizou-se o NVivo 11 software e posteriormente a análise temática. Os resultados deste estudo apontaram para a importância das relações sociais, quer como causa quer como a solução desta condição. A população em situação de sem-abrigo valoriza, principalmente, a relação com os técnicos e voluntários de rua que tentam combater o isolamento.Item Desigualdade social como factor de risco para perpetração de violência íntima(2016) Galvão, Ana Patrícia Lourenço; Cabral, Joana, orient.O presente estudo pretende explorar a relação entre a desigualdade percebida e a perpetração de violência no contexto das relações de intimidade. Os participantes tinham idades compreendidas entre os 18 e os 72 anos (M =29,97, D.P. = 12,46) sendo 138 do sexo feminino (80,2%) e 34 do sexo masculino (19,8%). Administraram-se os seguintes instrumentos: Instrumento de Desigualdade Percebida (IDP, Antunes, Ferreira, Moreira, Pasion& Cabral, 2016 – versao para investigação), Questionário Experiências de Vitimação na Idade Adulta (QEVIA, Lisboa, Barroso, Patrício & Leandro, 2009; adaptado por Cabral, Coelho, Galvão e Moreira, 2016 – versão para investigação) e o Inventário de Experiências de Discriminação (IED, Antunes, Ferreira & Cabral, 2016 – versão para investigação). Os resultados sugerem que a desigualdade e a discriminação percebidas são preditores de perpetração na relação íntima, como também, os recursos materais e económicos percebidos e o estatuto social percebido predizem VRI. Este estudo sublinha a importância da desigualdade social percebida como factor de risco para a perpetração em contexto de relação de intimidade.Item Desigualdade social e violência íntima no contexto da socialização de papéis de género tradicionais(2017) Oliveira, Ana Sofia dos Santos; Cabral, Joana, orient.A desigualdade social e a violência nas relações íntimas são duas problemáticas coexistentes que merecem atenção. A literatura existente sugere uma relação direta e indireta entre estes fenómenos, indicando que algumas repercussões da desigualdade poderão revelar-se fatores de risco para a violência íntima. Apesar da constatação desta associação, poucos estudos procuram perceber o que a modera e/ou intensifica. O presente estudo tem como objetivo não só evidenciar e reforçar esta ligação, como explorar o contributo da conformidade com papéis de género tradicionais. O protocolo foi constituído por medidas de desigualdade percebida, violência íntima e conformidade com papeis de género tradicionais e por uma medida projetiva de cenários hipotéticos de conflito em situações de desigualdade percebida. A amostra foi composta por 289 participantes, a maioria do sexo feminino (n = 214, 74.0%) com idades compreendidas entre os 18 e os 69 anos (M = 30.02, DP = 11.807, Mo = 18). Os resultados demonstraram que a desigualdade social e a conformidade com papéis tradicionais de género são preditores positivos da VRI, com os homens a revelar maior adesão aos mesmos. Sugeriram ainda que a interação entre o género e a perceção de ameaça ao valor próprio predizem níveis superiores de violência, com os elementos do sexo masculino a demonstrar maior adesão aos papéis tradicionais de género e a reportar maior recurso a comportamentos violentos. Assim, importa compreender que as prescrições de género tradicionais parecem ainda ter impacto na relação entre desigualdade e VRI. Estudos futuros devem continuar a explorar a relação entre estas variáveis com amostras mais representativas para a produção de resultados mais generalizáveis e conclusivos.Item Desigualdade, racismo e xenofobia no contexto da prática de surf em Portugal(2021) Gomes, Fernando Moreira; Cabral, Joana, orient.O surf é um desporto que cuja história em Portugal tem menos de uma década, no entanto está a ser confrontado com formas de preconceito e discriminação, de xenofobia e racismo que resultam até, por vezes, em conflitos e agressões físicas. O presente estudo procurou explorar as atitudes de racismo, discriminação e xenofobia, por parte dos praticantes de surf em Portugal, bem como a sua associação com as experiências de desigualdade e com os valores sociais da tradição e do poder. A amostra foi constituída através do método bola-de-neve e da divulgação junto de grupos de praticantes de surf. Participam no estudo 50 pessoas, na maioria homens (n = 36; 72%), com idades entre os 19 e os 59 anos (M = 32.50; DP = 10.34). A maioria concluiu o ensino secundário e metade a licenciatura. Os resultados das análises preliminares que exploraram as associações entre experiência e perceção de desigualdade, valores e racismo, revelaram um padrão expetável de associação entre as variáveis. Verificou-se que a valorização do poder e da tradição está associada a níveis mais elevados de racismo. O mesmo se verifica em relação à perceção de ameaça positivamente associada com as duas formas de racismo. Os resultados revelam ainda que a experiência pessoal de desigualdade está associada e níveis superiores de racismo, ao passo que perceção de desigualdade a nível nacional parece estar, pelo contrário, associada a crenças a atitudes menos racistas. O estudo aponta ainda que o impacto da experiência de desigualdade no racismo ostensivo é ampliado nas condições de maior valorização do poder e da tradição.Item Discriminação e experiência de desigualdade social: impacto na saúde mental(2019) Viana, Maria José Soares; Cabral, Joana, orient.O presente estudo pretende compreender o impacto das experiências de desigualdade social e discriminação, conceptualizando-as como formas de violência estrutural e institucional, privilegiando uma avaliação da experiência subjectiva de desigualdade. O impacto será analisado ao nível do funcionamento psicológico, incluindo medidas de bemestar subjectivo, ansiedade, depressão e vergonha interna. Os participantes têm mais de 18 anos e são de ambos os sexos. Como instrumentos foram usados: o Instrumento de Desigualdade Percebida (IDP, Antunes, Ferreira, Moreira, Moreira, Pasion, & Cabral, 2016), Inventário de Experiências de Discriminação (IED, Antunes, Ferreira, & Cabral, 2016), Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI, Canavarro, 1999), Escala de Vergonha Interna (ISS; Cook, 1996; Versão Portuguesa, Matos & Pinto-Gouveia, 2006), Escala de Valores Humanos (Schwartz, 2003), Escala de Incerteza Psicossocial (Casanova, Pacheco & Coimbra, 2010) e Escala de Bem-estar Psicológico (Ryff, 1989; Versão Experimental Reduzida, Novo, Silva & Peralta, 2004). Os resultados obtidos demonstraram que a desigualdade pessoal e a discriminação estão associadas a baixos níveis de bem-estar e a elevados níveis de depressão e vergonha interna. Mais se acrescenta, que a desigualdade não está associada com a ansiedade embora esteja associada com a discriminação. Referente à segunda hipótese do estudo, as análises indicaram que a desigualdade tem um impacto negativo no bem-estar e esta relação é mediada pela vergonha. A desigualdade não é preditora da depressão nem da ansiedade, as variáveis só se relacionam com a presença da vergonha interna. Por fim, a discriminação é preditora de níveis elevados de ansiedade e depressão e de baixos níveis de bem-estar, sendo este efeito mediado pela vergonha.Item Discurso de ódio online : revisão sistemática dos fatores individuais e de contexto(2021) Lopes, Joana Filipa Bastos; Cabral, Joana, orient.Com a propagação das redes sociais e plataformas digitais, o discurso de ódio online tornou-se mais recorrente. Como tal, também a investigação sobre este tema tem aumentado especialmente acerca do impacto do fenómeno nas vítimas. Não obstante, o conhecimento sobre os fatores individuais e de contexto associados aos praticantes do discurso de ódio, assim como a interligação entre os mesmos, ainda é escasso. Os objetivos deste estudo são: (i) identificar caraterísticas psicológicas e sociais presentes nos indivíduos que praticam o discurso de ódio online, mais especificamente aspetos da história de vida e caraterísticas individuais; (ii) identificar, sistematizar e analisar aspetos culturais e sociais que influenciam a expressão e perceção do fenómeno; (iii) e, por último, analisar a associação entre fatores individuais e culturais. Foram selecionados artigos de três bases de dados (Web of Science, Scopus e PsychoInfo) no período entre janeiro de 2014 a dezembro de 2019. Dos 200 artigos selecionados inicialmente, vinte e cinco cumpriram os critérios de inclusão definidos. Aspetos relacionados com a personalidade como o modelo “Big Five” e traços da “Dark Triad”, fatores de risco e de proteção associados à família como o mau-trato na infância e dinâmicas familiares marcadas pela desorganização, assim como estratégias parentais e suporte à autonomia, nomeadamente, estão relacionadas com o envolvimento no discurso de ódio. A literacia em relação ao discurso de ódio online, como o tempo dispensado online, vitimização anterior, a influência do grupo de pares sobre o comportamento, assim como a posição do indivíduo socialmente, como os valores morais, destacam-se entre os aspetos mais comuns e relevantes que influenciam o envolvimento no discurso de ódio online. São ainda discutidas as principais implicações para a prática clínica, destacando-se a necessidade de intervir com os indivíduos praticantes.Item Estratégias de coping face à experiência de discriminação(2017) Souza, Andiara Rodrigues de; Cabral, Joana, orient.Sendo o ato violento, aquele que cuja intenção é causar dano e sofrimento, pode ser transposto para a experiência de discriminação, podendo esta ser entendida como um ato de agressão (Bandeira & Batista, 2002; Silva, 2010). Paralelamente, também a desigualdade social pode ser encarada como uma forma de violência estruturalmente exercida sobre os indivíduos de uma sociedade (Galtung, 1990; Iadicola & Shupe, 2013). A evidência sugere que a exposição à discriminação contribui para um efeito cumulativo e intensificador deste stress (Gerra et al. 1995) e que a experiência de discriminação racial se afigura como um fator de risco para promoção e manutenção do comportamento violento em jovens adultos (Caldwell et. al. 2004). Mais ainda a investigação tem demonstrado que indivíduos que vivem em comunidades urbanas desfavorecidas estão mais expostos a sucessivos eventos estressantes e que estes podem desencadear problemas emocionais e comportamentais. O presente estudo pretende contribuir para a compreensão das consequências das várias formas de desigualdade e discriminação, ao nível do bem-estar psicológico, procurando ainda identificar as respostas de coping que face a esta se desencadeiam. Os participantes têm mais de 18 anos e são de ambos os sexos. Como instrumentos foram usados: o Instrumento de Desigualdade Percebida (IDP, Antunes, Ferreira, Moreira, Moreira, Pasion, & Cabral, 2016), Inventário de Experiências de Discriminação (IED, Antunes, Ferreira, & Cabral, 2016), Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI, Canavarro, 1999), Cenários Projetivos- Discriminação Percebida (Souza & Cabral 2017), a Coping With Discrimination Scale (Alvarez, Bonett, Ku, Russel, & Wei, 2010), e Word Health Organization Quality of Life – WHOQOL-Bref (Canavarro, Carona, Simões, Vaz Serra, Quartilho,Paredes, Pereira, Rijo, 2006). Os resultados obtidos demonstram que a experiência de desigualdade e discriminação influenciam negativamente o bem-estar subjetivo e permitiu identificar estratégias que funcionam como protetivas. São necessárias medidas que façam valer os “Direitos Humanos”.Item Experiências adversas na infância e perturbação de stress pós traumático em estudantes universitários: preditores de adição ao álcool e internet(2020) Martins, Liliana Filipa Oliveira; Cabral, Joana, orient.A presente dissertação tem como objetivos: analisar a relação das experiências adversas na infância e perturbação de stress pós-traumático (PSPT) na amostra em estudo (estudantes universitários) e explorar a relação entre estas e a adição química (álcool) e a adição comportamental (internet). Pretende-se também verificar se as experiências adversas na infância e a perturbação de stress pós-traumático se constituem preditores de adição química (álcool) e comportamental (internet). A amostra em estudo é composta por 260 participantes (estudantes universitários). A média das idades é de 20.34, ou seja, 20 anos e, varia entre os 18 e os 39 anos. Relativamente ao sexo, 31 (12.3%) são do sexo masculino e 222 (87.5%) do sexo feminino (N=253). As experiências adversas na infância foram avaliadas através da versão portuguesa do Family ACE Questionnaire (Questionário da História de Adversidade na Infância) e o stress pós-traumático pelo PCL-5 (PTSD Checklist). A adição à internet foi avaliada através do IAT e a adição ao álcool pelo AUDIT. Os resultados mostraram evidência empírica sobre a relação entre a adversidade na infância e a adição ao álcool, mas não com a adição à internet. A perturbação de stress pós-traumático (PSPT) mostrou-se correlacionada de forma significativa com a adição ao álcool e à internet. A PSPT não se mostrou mediadora da relação entre as experiencias adversas na infância e a adição ao álcool e à internet.Item Experiências adversas na infância e violência na relação de intimidade : o papel moderador e mediador da vinculação(2015) Sousa, Marina Soraia Monteiro; Cabral, Joana, orient.O presente estudo teve como principais objetivos: (1) explorar e compreender a associação entre as experiências adversas precoces e a violência na relação de intimidade (VRI); (2) explorar a associação entre vinculação e VRI; (3) explorar o efeito mediador da qualidade de vinculação aos pais e ao par romântico na associação acima referida; (4) e compreender em que medida a qualidade securizante da vinculação se pode constituir como um fator protetor perante as experiências adversas precoces. Participaram 321 jovens adultos (M = 21,70; DP = 2,46), sendo 208 (64,8%) do sexo feminino. O protocolo incluiu: o Inventário de Conflitos nas Relações de Namoro entre Adolescentes (adaptação Saavedra et al., 2008), o Adverse Childhood Experiences (adaptação Pinto & Maia, 2013), o Perceptions of Adult Attachment Questionnaire (adaptação Cabral & Peres, 2013), o Questionário de Vinculação Amorosa (Barbosa, Matos & Costa, 2001) e o Questionário de Vinculação ao Pai e à Mãe (Matos & Costa, 2001). Os resultados sugerem que as experiências adversas na infância se refletem na insegurança na vinculação à mãe e ao par romântico e que esta, por sua vez, prediz a perpretação de violência na relação de intimidade. Mais ainda, a vinculação à mãe e ao par romântico medeia a associação entre as experiências adversas e a VRI. Não se confirma o efeito moderador da vinculação na associação entre experiências adversas e VRI. Além do investimento na sensibilização acerca dos fenómenos da experiência adversa na infância e da violência nas relações de intimidade, importa ainda que a intervenção com sujeitos que experienciaram situações adversas na infância se foque na reorganização das representações de vinculação, contribuindo assim para a promoção de relacionamentos íntimos adaptativos.Item Experiências adversas na infância e violência nas relações de intimidade : o papel mediador da regulação emocional(2015) Duarte, Joana Filipa da Silva; Cabral, Joana, orient.O presente estudo pretende explorar o papel mediador da regulação emocional na associação entre as experiências adversas precoces e a perpetração de violência nas relações de intimidade (VRI) entre jovens adultos. Pretende também, a título exploratório, testar o papel potencialmente moderador da regulação emocional na associação entre experiências adversas precoces e VRI. Os participantes são jovens adultos (M = 21; DP = 2,45; 65% mulheres), sendo usada uma amostra por conveniência. Foram administrados os seguintes instrumentos: Trait Meta-Mood Scale (TMMS, Salovey, Mayer, Goldman, Turvey y Palfai, 1995; versão adaptada de Cabral & Matos, 2004), Inventário de Conflitos nas Relações de Namoro entre Adolescentes (CADRI, Wolfe, Scott, Reitzel-Jaffe, Wekerle, Grasley e Straatman, 2001; versão adaptada de Saavedra, Machado, Martins & Vieira, 2008) e o Questionário de História da Infância (ACE, Felitti e Anda, 1998; versão adaptada de Pinto & Maia, 2013). Os resultados sugerem que a experiência adversa na infância é preditora da desregulação emocional e da VRI. Para além disso, revelam ainda que a regulação emocional medeia a associação entre experiência adversa precoce e VRI, mas não modera essa mesma associação. Com base nos resultados destaca-se a importância da intervenção com jovens vítimas de adversidade ou envolvidos em relações violentas. Este estudo sublinha a relevância da regulação emocional como potencial fator protetor ou de risco do impacto da adversidade na infância e do envolvimento e manutenção de relações íntimas violentas. Assim, importará dirigir a intervenção com jovens vítimas de adversidade na infância e envolvidos em relações abusivas para a promoção das estratégias de regulação emocional.Item Experiências adversas precoces e dinâmicas de regulação emocional em jovens adultos(2014) Pinto, Márcia Isabel Bigote Almeida; Cabral, Joana, orient.As experiências adversas precoces e o seu impacto são um tema já abordado em vários estudos e que tem vindo a alargar a sua investigação. Neste estudo em particular pretende-se verificar se as experiências adversas precoces podem ter impacto na idade adulta, na capacidade de regular as emoções perante situações vivenciadas. Para confirmação destes pressupostos realizaram-se correlações entre um conjunto de experiências adversas precoces (ACE), a rejeição e ameaça de abandono materno, as dimensões da regulação emocional (TMMS) e o relato de ausência de memória e integração da experiência negativa (PAAQ). As análises efetuadas permitiram confirmar o impacto das experiências adversas de negligência e abuso nas dimensões da regulação emocional. Verifica-se um maior impacto da situação de abuso, quando o abusador não é identificado, comparativamente com as situações em que o autor da experiência adversa é identificado. A ameaça de abandono e rejeição materna têm impacto relevante na dimensão de dificuldade de repressão defensiva, incapacitando-o de alterar a perceção negativa que tem sobre as emoções vivenciadas.Item Experiências adversas precoces, vinculação romântica e experiências de violência entre jovens adultos(2014) Barbosa, Ana Cláudia dos Santos; Cabral, Joana, orient.O estudo da violência na intimidade dos jovens tem vindo a ganhar notoriedade na comunidade científica. O interesse neste fenómeno ainda é recente e talvez por isso os investigadores ainda não tenham chegado a um consenso sobre quais as causas do aumento da violência entre os jovens casais. O principal objetivo deste estudo é analisar a existência de associações entre as experiências adversas precoces, os níveis inferiores de segurança na vinculação romântica e os comportamentos violentos na intimidade dos jovens. Foram incluídos neste estudo apenas os jovens que têm ou tiveram uma relação amorosa. A maior parte dos sujeitos são estudantes a frequentar o ensino superior. Surgiram alguns resultados inesperados, nomeadamente no que diz respeito às associações entre experiências adversas e indivíduos que experienciam elevada dependência. Mas de uma forma geral, os resultados demonstram que as experiências adversas precoces estão associadas à qualidade da vinculação romântica e aos comportamentos violentos nas relações de intimidade.Item Fatores Comuns e Específicos para a Aliança Terapêutica no Contexto da Diversidade : uma revisão sistemática(2020) Couto, Susana Saraiva do; Cabral, Joana, orient.O investimento na investigação sobre a aliança terapêutica tem crescido. Não obstante no que concerne aos fatores comuns e específicos na intervenção na diversidade, a investigação ainda é escassa e dispersa. Os estudos existentes centram-se apenas em comunidades específicas, existindo uma desproporcionalidade na cobertura de várias fontes de diversidade. O objetivo desta investigação é identificar fatores comuns e específicos que sejam transversais na intervenção com várias comunidades diversas, incluindo as áreas da sexualidade, identidade étnico-racial e cultural e classe social. Foram triados artigos de quatros bases de dados científicas e indexadas (PycInfo & Behavioral Science, Pubmed e Web of Science), publicados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2019, selecionados os estudos que analisavam, quantitativamente e qualitativamente os fatores comuns e específicos na aliança terapêutica no contexto da diversidade. Dos 177 artigos triados inicialmente, seis cumpriram integralmente os critérios de inclusão definidos. A empatia, aceitação, e genuinidade foram identificados como fatores comuns mais relevantes. Como fator específico a atenção recai sobre as dimensões da “competência cultural”. São discutidas as principais implicações para a prática e formação clínicas, destacando-se a necessidade de investir na sistematização de diretrizes e competências-chave orientadoras, capazes de assegurar um setting terapêutico seguro e de aceitação para as diversas identidades sociais e culturais.Item Fatores protetores no impacto psicológico da discriminação dirigida a imigrantes : uma revisão sistemática(2021) Conceição, Joni da Silva; Cabral, Joana, orient.O objetivo deste estudo é levar a cabo uma revisão sistemática da literatura sobre os fatores protetores no impacto psicológico da discriminação contra imigrantes. É pretendido numa primeira fase, recolher literatura, com vista a identificar fatores protetores no impacto psicológico da discriminação dirigida a imigrantes, contribuir para identificar as limitações do atual estado da arte e informar as práticas de prevenção das circunstâncias discriminatórias e de intervenção nas suas consequências. A amostra deste estudo é constituída por 25 artigos. Os resultados permitiram identificar fatores protetores que, para uma leitura simplificada se enquadraram nos seguintes grupos: recursos pessoais, socioculturais e de imigração. Conclui-se que não há consenso sobre a maior parte dos fatores encontrados, nomeadamente ao nível dos recursos pessoais e socioculturais, uma vez que não têm o mesmo papel nos diferentes subgrupos (e.g nacionalidades). Quanto aos fatores de imigração a evidência parece mais consistente e a literatura mais consensual.Item Genderbullying e ódio online: uma revisão sistemática sobre os impactos em pessoas não-heteronormativas(2021) Rocha, Catarina Filipa Gomes; Cabral, Joana, orient.O investimento na investigação sobre o cyberbullying e a diversidade sexual e de género tem aumentado, mas no que diz respeito ao impacto que as representações tradicionais e binárias da sexualidade e do género – genderbullying -têm sobre as vítimas em contexto online, a evidência carece de sistematização. O objetivo deste trabalho é rever e sistematizar a literatura sobre os impactos da exposição do genderbullying e discurso de ódio entre pessoas não hétero-cis-normativas (LGBT). Procedeu-se a um levantamento sistemático da literatura científica entre janeiro de 2014 e dezembro de 2019 em duas bases de dados científicas e indexadas (PycInfo e Web of Science) com o objetivo de identificar estudos empíricos sobre as variáveis-alvo desta revisão. Dos 319 artigos triados inicialmente, dez cumpriram integralmente os critérios de inclusão definidos. Os resultados revelaram que indivíduos LGBT e que não se conformam com o género apresentam um risco mais elevado para problemas de saúde física e mental. Nesta revisão são discutidas as principais limitações e implicações para a prática e formação clínicas, destacando-se a necessidade de investir em programas preventivos que reduzam o estigma e a discriminação. Palavras-chave: cyberbullying; genderbullying; binarismo; diversidade sexual e de género; vitimização.