Percorrer por autor "Dias, Ana Rita Conde, orient."
A mostrar 1 - 20 de 22
Resultados por página
Opções de ordenação
Item Alexitimia, crime e saúde mental : um estudo exploratório com a população reclusa masculina em Portugal(2021) Ferreira, Catarina Maria Bock da Costa; Dias, Ana Rita Conde, orient.A nível nacional, pouco se conhece acerca da alexitimia em contexto prisional e da sua relação com o crime e a saúde mental. Assim, o presente estudo pretende estimar as taxas de prevalência de alexitimia e os indicadores de psicopatologia, analisar a relação entre a alexitimia e indicadores de psicopatologia, analisar a relação entre indicadores de psicopatologia e a prática de violência e a criminalidade e, por fim, analisar a relação entre a alexitimia e a prática de violência e criminalidade. Recorreu-se a uma amostra de 169 reculos de vários Estabelecimentos Prisionais ao longo do país. Foram aplicados como instrumentos a Escala de Alexitimia de Toronto de 20 itens (TAS-20), um questionário sociodemográfico e criminal e o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Os resultados revelam uma prevalência de 22.4% de alexitimia e de 33.3% de perturbações emocionais. Verificamos uma associação entre as dimensões do BSI e a alexitimia. A alexitimia e a prática de violência e criminalidade também não demonstraram associaçãoItem Análise comparativa entre as histórias de vida de jovens delinquentes e de jovens “normativos”: serão assim tão diferentes?(2017) Silva, João Paulo Oliveira; Dias, Ana Rita Conde, orient.Há um contínuo entre o que é considerado uma adolescência “normativa”, da qual o desvio faz parte, até à adoção de comportamentos antissociais e “delinquentes”. A literatura tem-se focado ou na adolescência ou na delinquência, não havendo estudos que procurem articular estas duas dimensões, ou seja, analisar comparativamente adolescentes com comportamentos delinquentes e adolescentes “normativos”. Assim, no presente estudo procura-se comparar as histórias de vida de jovens delinquentes e de jovens “normativos”, no sentido de compreender este contínuo e tentar identificar o que os distingue. Para tal, entrevistaram-se 9 jovens institucionalizados em centros educativos (que cometeram crimes) e 9 jovens da comunidade sem historial de comportamento criminal. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada “A história de vida” (The Life Story Interview”, Dan. P. McAdams 2008), sendo administrada individualmente. Utilizou-se como metodologia de análise das entrevistas a análise temática, recorrendo ao Nvivo 10. Os resultados indicam algumas diferenças mas também semelhanças entre os jovens: na história de vida dos jovens delinquentes os comportamentos desviantes é um tema que se destaca, enquanto que na dos jovens normativos há um foco no tema das atividades de lazer. Distinguem-se também ao nível do aproveitamento e percurso escolar. No entanto, ambos destacam e valorizam a família e o grupo de pares. Estes temas são discutidos e comparados tendo por base o que a literatura indica sobre os fatores de risco e os fatores protetores para a delinquência.Item O bem-estar na população reclusa: uma revisão sistemática da literatura(2022) Antunes, Núria Filipa Monteiro Alves Machado; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: Numa sociedade demarcada pelo stress, a felicidade surge como um dos maiores anseios, o que tem levado ao aumento do interesse científico no estudo do bem-estar, que se apresenta como um fenómeno crucial para o indivíduo e sociedade. E apesar de se reconhecer que, entre outros efeitos, este pode contribuir para a redução do crime e adoção de comportamentos mais prossociais, pouco se sabe sobre si no contexto prisional. O que, perante a relativa ineficácia das penas privativas de liberdade, revela a necessidade iminente de se apostar em estratégias que o promovam e que de algum modo auxiliem no processo de reabilitação dos reclusos. Objetivo: Fornecer uma síntese dos estudos sobre as intervenções, dirigidas à população reclusa, que visem a promoção do bem-estar subjetivo e/ou psicológico. Método: Uma pesquisa eletrónica da literatura foi realizada em quatro bases de dados, das quais oito artigos foram incluídos para revisão por respeitarem a totalidade dos critérios de elegibilidade. O processo foi realizado de forma independente por pares, que adotaram como protocolo metodológico o PRISMA Statement. Resultados: As intervenções que visam a promoção do bem-estar subjetivo e/ou psicológico dos reclusos, revelaram-se escassas, mas inovadoras e diversificadas entre si. Tendo demonstrado não apenas efeitos positivos ao nível desta variável, como a possibilidade de assumir um papel crucial no processo reabilitador desta população, com efeitos que se podem observar a longo prazo e que se estendem além prisão. Conclusão: A descrença de que nada funciona nesta população, parece apenas contribuir para a sua marginalização e para o aumento da reincidência criminal, tendo-se observado que a prisão pode funcionar como um contexto de proteção e aquisição de novas competências facilitadoras do processo de reentrada na sociedade. Palavras-chave: Revisão sistemática; bem-estar; população reclusa; intervenção; reabilitação social.Item Características psicológicas dos perpetradores de cyberbullying : uma revisão sistemática da literatura(2022) Silva, Mariana Benedita Lopes; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A literatura e a investigação científica sobre o cyberbullying estão maioritariamente direcionadas para as vítimas, negligenciando a componente do ofensor, existindo um debate na literatura se o cyberbullying é uma extensão do bullying ou uma tipologia de crime diferente. Por outro lado, os estudos com os cyberbullies focam-se essencialmente nas características demográficas e/ou sociais, descurando a componente da caracterização psicológica destes ofensores. Objetivo: Obter uma descrição pormenorizada dos estudos e da literatura sobre o perfil/caracterização psicológica dos ofensores de cyberbullying. Método: Revisão sistemática, utilizando as diretrizes do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade, com critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa foi efetuada em sete bases de dados eletrónicas e o processo de recolha e análise de dados foi realizada por dois investigadores independentes. Resultados: Foram incluídas 13 publicações, todas de natureza quantitativa, design transversal e retrospetivo. A maioria dos estudos surge na última década, principalmente no continente europeu e asiático. As variáveis psicológicas mais estudadas são a autoestima, os traços de personalidade e antissociais, o autocontrolo e o raciocínio moral. Ao nível dos indicadores psicológicos, identifica-se uma tendência de variabilidade dos resultados em função das amostras utilizadas. Conclusão: Os cyberbullies parecem apresentar características psicológicas que os diferenciam dos não agressores, mas não se identificam diferenças na caracterização psicológica entre os cyberbullies e bullies. Assim, os estudos parecem indicar que o perfil psicológico dos cyberbullies não se diferencia dos bullies, o que pode contribuir para a controvérsia acerca da conceptualização do cyberbullying como um subtipo de bullying ou como uma tipologia diferenciada. Discutem-se as implicações em termos de investigação futura.Item Caracterização psicológica das ofensoras juvenis : revisão sistemática(2022) Gonçalves, Fabiana Rodrigues; Dias, Ana Rita Conde, orient.Objetivo: proceder a uma descrição da investigação e da literatura sobre a caracterização psicológica das ofensoras juvenis. Método: revisão sistemática, utilizando as guidelines do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade para a seleção das publicações e a pesquisa foi realizada em 4 bases de dados eletrónicas. O processo foi efetuado por dois investigadores independentes. Resultados: os estudos são todos de natureza quantitativa, na sua maioria design transversal retrospetivo, sendo que também na sua maioria os dados foram recolhidos de centros educativos. A maioria dos estudos desenvolveu-se nos Estados Unidos da América e os estudos recorrem a variados instrumentos para recolha de dados. Os resultados na sua grande maioria remetem-nos para os mesmos resultados. Conclusão: Os estudos demonstram problemas ao nível da saúde mental das jovens, sendo que, alguns correlacionam os problemas de internalização e externalização, abordam os fatores de risco e protetores e chegam à conclusão da necessidade de rever estratégias de prevenção e intervenção diferentes do sexo masculino.Item Caracterização psicológica de mulheres que praticaram crimes violentos : uma revisão sistemática da literatura(2021) Andrade, Jorge Manuel Constante; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A criminalidade violenta perpetrada no feminino tem sido um fenómeno pouco estudado. A maioria da investigação foca a comparação entre homens e mulheres, procurando compreender o menor envolvimento das mulheres no crime, ou foca o historial da vitimação e as situações de adversidade, obscurecendo a caracterização psicológica. Objetivo: Obter uma descrição detalhada da literatura e dos estudos sobre a caracterização psicológica das mulheres que praticam crimes violentos. Método: Revisão sistemática, utilizando as guidelines do PRISMA-P. Elaboraram-se critérios de elegibilidade para a seleção das publicações e a pesquisa foi realizada em 7 bases de dados eletrónicas. O processo foi efetuado por dois investigadores independentes. Resultados: Os estudos são quase todos de natureza quantitativa, de design transversal retrospetivo, com recolha de dados no sistema prisional. Há uma variabilidade no tipo de estudos quanto à utilização de grupos de controlo. A maioria dos estudos são desenvolvidos na Europa, principalmente nos países do Norte. Os estudos tendem a recorrer a uma variabilidade de instrumentos de recolha (bases de dados do sistema prisional, instrumentos de autorrelato e entrevistas). Dependendo das amostras utilizadas, os resultados apontam para resultados contraditórios. Conclusão: Quando os estudos utilizam apenas amostras de mulheres que praticaram crimes violentos, tendem a apontar para a existência de problemas de saúde mental, principalmente perturbações de personalidade. Quando os estudos utilizam amostras comparativas os resultados começam a ser menos consistentes. Apesar desta diversidade, identificam-se alguns indicadores psicológicos transversais e/ou mais consensuais.Item Crime violento : um estudo com homicidas e agressores sexuais(2021) Santos, Daniela Araújo; Dias, Ana Rita Conde, orient.O crime violento é um tema bastante atual e prevalente na sociedade, sendo definido através das causas que podem levar um indivíduo a praticá-lo. Atualmente, os crimes considerados mais violentos pela sociedade são o homicídio e o sexual, sendo crimes com bastante estigmatização social. O principal objetivo deste estudo é descrever as trajetórias de vida associadas à criminalidade violenta masculina, especificamente homicidas e agressores sexuais. A amostra é composta por 13 participantes do sexo masculino, seis condenados por homicídio e sete condenados por crimes sexuais. No presente estudo foi realizada a análise narrativa, recorrendo-se à entrevista da história de vida de McAdams. Depois de analisadas as entrevistas, é possível identificar narrativas distintas entre os homicidas e os agressores sexuais: os contextos de vida adversos, foi predominante nos homicidas e a adversidade familiar foi predominante nos agressores sexuais. No que diz respeito às diferenças entre os homicidas e os agressores sexuais, estes apresentam uma conduta antissocial e os homicidas apresentam um maior consumo de substâncias, justificando assim o crime cometido.Item Criminalidade feminina : características de personalidade e experiências de adversidade(2023) Silva, Ariana Patrícia da; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: Existe uma escassez de estudos, particularmente a nível nacional, sobre as práticas criminais femininas, sendo que é possível perceber que determinadas caraterísticas da personalidade e experiências de adversidade são fatores que apresentam uma ligação aos comportamentos e atitudes antissociais, e consequentemente à criminalidade. Contudo, existem ainda poucos estudos que procurem analisar simultaneamente o papel destas duas dimensões na criminalidade feminina. Objetivo: Analisar se as mulheres que praticaram crimes violentos e não violentos apresentam uma história de adversidade na infância e como se caraterizam em termos de personalidade, de modo a melhor compreender e analisar esta problemática. Método: O estudo contempla uma amostra de 138 reclusas condenadas por crimes violentos e não violentos. Administrou-se um questionário sociodemográfico e criminal, Questionário de Trauma de Infância – Versão Breve e Escala Breve de Personalidade. Foram realizadas regressões logísticas hierárquicas para análise dos dados. Resultados: Elevada extroversão parece estar associada ao aumento da possibilidade de se cometer um crime violento, enquanto a possibilidade de se cometer violência criminal diminui com o aumento do abuso emocional e da abertura à experiência, sendo que as variações observadas na possibilidade de se cometer um crime violento são superiores no caso das características de personalidade. Ademais, o efeito cumulativo de vários tipos de maltrato na infância não é um preditor significativo de violência criminal feminina. Conclusão: Neste estudo, a possibilidade de perpetração de um crime violento parece estar mais relacionada com caraterísticas de personalidade do que coma adversidade sofrida na infância. Mais particularmente, o aumento da possibilidade de se cometer um crime violento associa-se com elevada extroversão, reduzida abertura à experiência e reduzido abuso emocional, embora este último tenha um menor impacto.Item Criminalidade violenta feminina: estudo qualitativo com ofensoras sexuais e homicidas(2021) Vieira, Maria Inês dos Santos Mota; Dias, Ana Rita Conde, orient.A criminalidade feminina violenta é um fenómeno que tem tido maior visibilidade nos últimos anos, havendo um maior número de estudos sobre o fenómeno, no entanto não há estudos que procurem analisar comparativamente mulheres que cometeram homicídios e mulheres que cometeram crimes sexuais. O presente estudo tem como objetivo explorar e comparar as trajetórias de vida das mulheres que cometeram crimes violentos e que estão a cumprir pena efetiva de prisão, nomeadamente mulheres homicidas e ofensoras sexuais, no sentido de identificar o que as une e o que as diferencia. A amostra foi constituída por nove participantes sem historial de consumo ativo de substâncias psicoativas nem psicopatologia, no presente. Para tal recorreu-se à aplicação de um questionário sociodemográfico e criminal, do Inventário de Sintomas Psicopatológicos e da Entrevista de História de Vida de McAdams, sendo administrados individualmente. Utilizou-se como metodologia a análise narrativa, recorrendo ao software Nvivo 10. Os resultados indicam diferenças, mas também semelhanças entre as participantes, sendo que a maioria centra a sua narrativa à volta de cinco temas principais, sendo a família, o mais referenciado. Quanto ao crime, este é apenas referenciado pelas homicidas, enquanto as ofensoras sexuais evitam o assunto e tendem a responsabilizar terceiros. Verifica-se que veiculam uma imagem prosocial, procurando manter uma identidade positiva, apesar das adversidades e apresentam-se como sendo resilientes e esperançosas relativamente ao seu futuro. As duas narrativas presentes são narrativas de vitimação/sofrimento e adversidade/resiliência. As homicidas apresentam uma narrativa de adversidade e resiliência e apresentam um maior sofrimento psicológico, enquanto as agressoras sexuais apresentam uma narrativa de adversidade menos violenta e são menos resilientes. Palavras-Chave: Criminalidade feminina; homicídio; crimes sexuais; análise narrativa.Item A decisão judicial nos casos de violência conjugal: um estudo qualitativo com acórdãos de quatro comarcas(2019) Silva, Isabel Cristina Costa dos Santos; Dias, Ana Rita Conde, orient.A violência conjugal tem vindo a ter um crescimento significativo ao nível da sua visibilidade e denúncia, uma vez que cada vez mais, embora num processo lento, seja uma temática ao nível da violência, a combater e minimizar, com uma grande aposta ao nível da sua prevenção. Desta forma, a decisão judicial, no âmbito desta problemática, tem vindo a estar cada vez mais no foco da curiosidade e olhar público, uma vez que, até há bem pouco tempo poucos eram os casos de violência conjugal mediatizados e que chegavam a um tribunal. O presente estudo procurou, a partir de uma análise qualitativa a oitenta acórdãos das Comarcas de Lisboa, Porto, Guimarães e Évora, compreender os fatores considerados como agravantes e atenuantes na decisão Judicial e a sua fundamentação, bem como são descritas a vítima e o agressor. Pretendeu-se ainda perceber se existem diferenças nos acórdãos das diferentes Comarcas. Tratando-se de um estudo qualitativo, utilizou-se como estratégias analíticas a análise temática, com recurso ao software de análise qualitativa de dados NVIVO 12. Concluiu-se que existem diferenças de relato nos diferentes itens abordados nas diferentes Comarcas, verificando-se em alguns deles(itens) diferenças das Comarcas do Norte em relação às Comarcas mais a Sul.Item Deportação e (des)ajustamento psicológico : revisão sistemática da literatura(2021) Carvalho, Sara Isabel Costa; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: O aumento das deportações ao longo dos anos teve efeitos adversos para as famílias de imigrantes, comunidades e países de origem. Apesar do reconhecimento das consequências negativas da deportação, ainda não se identifica uma especial atenção ao estudo dos deportados, nomeadamente ao nível do seu ajustamento psicológico e de reintegração social. Método: A metodologia utilizada foi a revisão sistemática, seguindo as guidelines do PRISMA. A pesquisa foi realizada em 6 bases de dados eletrónicas e o processo de recolha de dados ocorreu em 5 etapas, por dois investigadores independentes. Objetivo: Elaborar uma revisão sistemática da literatura sobre o impacto da deportação no ajustamento psicológico e reintegração social dos sujeitos deportados, no sentido de chamar atenção por parte da comunidade científica e da sociedade em geral para o fenómeno e sensibilizar para a necessidade de desenvolver medidas que promovam o ajustamento e reintegração destes sujeitos. Resultados: Foram incluídas 6 publicações na presente revisão sistemática, 2 estudos quantitativos e 4 qualitativos. Os estudos apontam que ser deportado é motivo para ser discriminado, vitimizado e estigmatizado, mostram como os deportados enfrentam desafios a nível da sua saúde mental, sublinhando a necessidade da intervenção. Conclusões: Verificou-se que existe ainda uma escassez de estudos que foquem especificamente o impacto da deportação no ajustamento psicológico e reintegração social dos sujeitos deportados, o que revela a invisibilidade do fenómeno, quer em termos sociais como por parte da comunidade científica. No entanto, existe um consenso sobre o facto de a experiência de deportação poder comprometer a saúde mental dos deportados, sendo que, perturbações psicológicas como a ansiedade, o stress pós-traumático e a depressão foram observados mais frequentemente pelos participantes dos vários estudos. Palavras-chave: deportação; ajustamento psicológico; saúde mental; revisão sistemáticaItem Perpetração de violência e saúde mental na prisão : comparação entre Portugal e Cabo Verde(2021) Cardoso, Maria da Conceição Costa; Dias, Ana Rita Conde, orient.Com este estudo pretendemos caracterizar em termos sociodemográficos e criminais os reclusos de Portugal e Cabo Verde e compará-los em termos sociodemográficos e criminais, comparar os reclusos de Portugal e Cabo Verde em termos de indicadores de psicopatologia e nível de violência perpetrada, analisar a possível ligação entre a presença de indicadores de psicopatologia/problemas de saúde mental e os níveis de violência perpetrada. O número total de participantes neste estudo foi de 796 reclusos, sendo que 138 eram do sexo feminino e 658 eram do sexo masculino. Foram utilizados como instrumentos o Questionário sociodemográfico e criminal e o BSI - Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Os resultados demonstraram que a violência prisional e a saúde mental estão associadas, e que Cabo Verde tem níveis mais elevados de psicopatologia.Item O processo de divórcio e a coparentalidade: um estudo qualitativo com pais divorciados(2018) Lage, Maria João Oliveira Silva; Dias, Ana Rita Conde, orient.Atualmente, o termo família sofreu drásticas modificações devido ao aumento do divórcio, sendo este caracterizado como um fenómeno social e cultural cada vez mais prevalente nos dias de hoje. Após a dissolução do casal, surge o conceito a que chamamos de coparentalidade, definido pela forma como os pais ou a figura parental se envolve na prestação de cuidados inerentes à criança. Deste modo, o tema do divórcio e da coparentalidade mostra-se cada vez mais pertinente a ser alvo de estudo, devido aos desafios e às dificuldades que vão surgindo durante todo o processo. Assim, no presente estudo, procura-se compreender a história relacional e coparental em sujeitos divorciados e com filhos/as menores, com o objetivo de explorar como é que os sujeitos divorciados vivenciam e descrevem o divórcio e a coparentalidade e se existem diferenças em função das características dos participantes selecionados. O estudo inclui, 10 participantes, 5 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, divorciados entre o período de dois a oito anos e com filhos menores. Para a recolha de dados, administrou-se individualmente uma entrevista semiestruturada, “História de relação, divórcio e coparentalidade”, construída para o presente estudo e adaptada do guião da Entrevista da História de Vida McAdams. Utilizou-se como metodologia de análise das entrevistas a grounded analysis, recorrendo ao software Nvivo 10. Os resultados indicam que a maioria dos participantes abordam mais a questão do divórcio do que a coparentalidade, referindo ainda os motivos/sinais para o divórcio (e.g., desentendimentos/conflitos conjugais) e a perspetiva futura no âmbito da relação conjugal (e.g., disponibilidade em encontrar um novo companheiro/a e dificuldade em confiar num novo companheiro/a) como os mais importantes no processo do divórcio. Verifica-se também que as mulheres estão mais centradas nas questões do divórcio do que na coparentalidade, quando comparadas com os homens. Também os participantes que tomaram a iniciativa para o divórcio estão mais centrados no divórcio (e.g., questões pessoais, dificuldades e conflitos) quando comparados com os participantes cuja iniciativa foi do ex-companheiro/a.Item Saúde mental, psicopatia e adversidade ao longo da vida: um estudo comparativo entre a criminalidade masculina e a criminalidade feminina(2023) Ferreira, Raquel Sofia Gonçalves; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: A literatura no âmbito da criminalidade tem sido associada maioritariamente ao género masculino embora, nos últimos anos, tenha havido um crescente foco na criminalidade feminina. Há estudos que procuram comparar mulheres e homens que praticam crime. Alguns indicam que homens e mulheres não se distinguem e outros que postulam diferenças, principalmente ao nível da saúde mental, psicopatia e historial de adversidade. Contudo, os estudos não são consensuais. Objetivo: O presente estudo procura comparar a criminalidade masculina e a criminalidade feminina ao nível da saúde mental, psicopatia e adversidade na infância. Método: A amostra foi constituída por 322 reclusos, 180 (55.9%) do género masculino e 138 (42.9%) do género feminino. Para a recolha de dados aplicou-se um Questionário Sociodemográfico e Criminal e três instrumentos psicométricos – o Mental Health Continuum-Short Form (MHC-SF) para avaliar a saúde mental, o Self-Report Psychopathy Scale–Short Form (SRP-SF) para avaliar a psicopatia e o Childhood Trauma Questionnaire — Short Form (CTQ-SF) para avaliar a adversidade na infância. Recorreu-se ao IBM SPSS Statistics versão 28, para proceder à análise estatística dos dados, tendo-se realizado três MANOVAs (Multivariante Analysis of Variance). Resultados: Relativamente à saúde mental não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas; na psicopatia foram encontradas diferenças significativas mas apenas nas dimensões do estilo de vida e antissocial; na adversidade existem diferenças mas estas só se revelam significativas no abuso sexual, com este a apresentar valores superiores no género feminino. Conclusão: Reclusos e reclusas demonstraram ter problemas de saúde mental, psicopatia e adversidade na infância e ao longo da vida. Os resultados, apesar de na sua maioria não serem significativos, sugerem a necessidade de programas de prevenção e intervenção com a população reclusa portuguesa, independentemente do género. Palavras-Chave: Saúde Mental, Psicopatia, Adversidade, Criminalidade Masculina e Criminalidade Feminina.Item As teorias explicativas sobre o crime de homicídio na decisão judicial - uma análise comparativa entre o discurso dos magistrados e os acórdãos(2017) Batista, Vera Mónica Ramos; Dias, Ana Rita Conde, orient.Este trabalho tem como objetivo compreender se as teorias explicativas do crime, especificamente sobre o homicídio, indicadas pela literatura, estão implícitas na decisão judicial. Incluiu 12 magistrados selecionados, de acordo com os seguintes critérios: i) a exercer funções nos tribunais judiciais de primeira instância da região Norte (por se tratarem dos tribunais onde ocorre a primeira decisão judicial); e (ii) possuir, no mínimo, 5 anos de experiência em casos de homicídio com dolo. A inclusão dos participantes foi guiada através da análise dos resultados, introduzindo novos casos de comparação de acordo com o sexo (seis do sexo masculino e seis do sexo feminino). A entrevista semiestruturada foi realizada, com foco na tomada de decisões judiciais. Os acórdãos - amostra documental - foram antecipadamente recolhidos utilizando a palavra homicídio para pesquisa de descritor na base de dados dos acórdãos portugueses, excluíndo desta recolha, os homicídios sem dolo e os acórdãos sem informação sobre a pena atribuída, referentes ao Tribunal da Relação do Porto e o Supremo Tribunal de justiça. A metodologia de análise utilizada foi a análise de conteúdo. Concluindo que os juízes referem de um modo geral todas as abordagens às teorias explicativas, dando ênfase às teorias intraindividuais, no entanto, discute-se que as referem inconscientemente e sem conhecimento específico destas.Item Trajetórias de vida e reclusão : estudo qualitativo com agressores sexuais(2020) Pereira, Ana Lúcia da Silva; Dias, Ana Rita Conde, orient.A investigação com os agressores sexuais tem procurando identificar fatores explicativos para o crime, proceder à sua tipificação, bem como encontrar especificidades que os distingam. Na sua maioria, os estudos são de natureza quantitativa, sendo escassos os estudos que procurem compreender a sua trajetória de vida a partir do autorrelato da sua história, que permita entender como constroem a sua história de vida, a sua identidade e como integram o passado, presente e futuro. Considerando que os crimes sexuais possuem uma grande conotação negativa e quem os pratica é alvo de estigmatização social e alarmismo, é importante compreender como é que os ofensores sexuais integram isto na sua história de vida e na construção da sua identidade. Assim, o presente trabalho procura adaptar uma abordagem narrativa na compreensão dos diferentes ofensores sexuais, contrastando as narrativas dos abusadores com a dos violadores, das mulheres ofensoras com a dos homens ofensores e dos ofensores que têm indicadores de psicopatologia e os que não têm tais indicadores. Administrou-se individualmente a Entrevista de História de Vida de McAdams a 11 participantes condenados por crimes sexuais, procedendo-se à análise narrativa dos dados. Os resultados indicam diferenças no relato entre os diferentes ofensores mas, na sua globalidade, identificam uma narrativa que se centra nas experiências familiares precoces adversas e que nenhum participante reconhece ter perpetrado o crime sexual. Identifica-se uma narrativa comum, a narrativa da adversidade e dissociação/negação do crime. No entanto, desta narrativa, emergem duas narrativas distintas: a narrativa da adversidade resiliente e a narrativa da adversidade sofredora/vitimizadora, sendo a primeira mais veiculada pelas mulheres ofensoras e a segunda pelos homens ofensores. Discutem-se as implicações destes resultados em termos de intervenção.Item Trajetórias de vida e reclusão : estudo qualitativo com homicidas(2020) Garcia, Cláudia Alexandra Rodrigues de Brito; Dias, Ana Rita Conde, orient.Enquadramento: Há um vasto leque de estudos sobre o homicídio que, na sua maioria, são de natureza quantitativa (e.g., taxas de prevalência, reincidência, perfis do homicida, tipologias de homicídio). Vários autores indicam a importância de desenvolver investigações de natureza qualitativa com os próprios ofensores, no sentido de compreender o homicida, sendo este uma fonte de informação importante sobre o crime. Objetivos: Pretende-se analisar as histórias de vida de homicidas, procurando explorar as suas trajetórias e experiências. Procura-se ainda comparar as histórias de vida de homens e mulheres homicidas. Método: Este estudo inclui 12 participantes condenados por homicídio e a cumprir pena efetiva de prisão em Estabelecimento Prisional (EP), selecionados de acordo com critérios de inclusão. A recolha de dados ocorreu em duas fases: na primeira fase administrou-se o Questionário Sociodemográfico e Criminal (para recolha de dados sociodemográficos, jurídico-penais e prisionais) e o Brief Symptom Inventory (BSI) (para identificar os participantes sem indicadores de psicopatologia). Na segunda fase administrou-se a Entrevista de História de Vida de McAdams, para recolher informação aprofundada sobre as trajetórias de vida e experiências dos homicidas. Utilizou-se a análise narrativa como metodologia de análise dos dados das entrevistas. Resultados: Identificaram-se cinco temas centrais nas histórias dos homicidas – família, vitimização, crime, reclusão e dependências. A forma como organizam as experiências em torno destes temas permite-lhes manter uma identidade positiva. Identificou-se uma narrativa central transversal a todos os homicidas – narrativa sofredora – mas identificam-se diferenças relevantes entre homens e mulheres homicidas. Conclusão: Apesar da narrativa sofredora comum, as mulheres revelam uma narrativa de vitimização, enquanto os homens veiculam uma narrativa de frustração/fracasso. Estas diferenças são discutidas em termos das suas implicações na intervenção.Item Uso da realidade virtual na intervenção com ofensores : revisão sistemática da literatura(2020) Maurício, Jéssica Marina Mendonça; Dias, Ana Rita Conde, orient.A terapia de realidade virtual (RV) baseia-se em estratégias e técnicas terapêuticas nas quais os pacientes são expostos ou imersos, em ambiente virtual, a situações que simulam a realidade com o objetivo de aprender e treinar competências. A presente revisão sistemática da literatura tem como objetivo perceber que terapias com recurso a RV se aplicam a ofensores/reclusos/delinquentes. O protocolo utilizado para análise e redação desta revisão foi o PRISMA. A pesquisa foi realizada em oito bases de dados seguindo os critérios de inclusão e exclusão descritos neste estudo, nomeadamente a seleção de estudos existentes a partir do ano 2000. Desta pesquisa surgiram 1 385 resultados, sendo que 13 foram analisados nesta revisão por cumprirem todos os critérios de inclusão. Relativamente aos resultados, apresentam-se maioritariamente artigos de revisão teórica (n=4) abordando as utilizações da RV como terapia e complemento terapêutico da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e o uso de recursos de RV para avaliação do risco de abuso em ofensores sexuais. Após a análise destes estudos foram salientadas as vantagens do uso deste tipo de terapias com ofensores, quando acompanhadas de estratégias de TCC, por exemplo, a possibilidade de exposição e treino de competências a atingir, em ambiente virtual, seguro e controlado que simula situações reais sem causar danos a si ou a outros. Como resultados deste tipo de terapias indicam-se o aumento da empatia, aumento da capacidade de insight, melhoria da capacidade destes compreenderem a perspetiva do outro, motivação e comprometimento para o processo terapêutico, entre outras. Verifica-se a escassez de estudos quantitativos no que se refere à eficácia do uso da RV como terapia para ofensores, nomeadamente em contexto prisional. Dos estudos analisados ressaltaram ainda as vantagens, desvantagens e sugestões dos autores relativamente ao estudo deste tema. Por fim apresentámos algumas considerações sobre o estudo e a literatura encontrada.Item Vitimação indireta na infância, violência prisional e psicopatologia: um estudo com a população reclusa em Portugal(2018) Vieira, Ana Rita Brito Santos Sousa; Dias, Ana Rita Conde, orient.O presente estudo pretende caracterizar as experiências de vitimação indireta na infância, as experiências de violência (vitimação e perpretação) no contexto prisional, o estado psicológico dos reclusos, homens e mulheres, e analisar se estas variáveis estão ou não interligadas. Para esse efeito, recolheu-se uma amostra de 394 participantes em situação de reclusão em vários Estabelecimentos Prisionais da Região Norte. Neste estudo, foram aplicados como instrumentos um questionário sociodemográfico e criminal, o Questionário de História de Adversidade na Infância (ACE) e, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Os resultados demonstraram que 130 reclusos relatam ter pais separados ou divorciados, 119 vivenciaram algum tipo de violência doméstica, 84 habitaram com alguém com problemas de abuso de substâncias, 84 relataram ter habitado com alguém que se suicidou, tentou suicidar-se ou tinha alguma perturbação mental e 106 dos participantes tiveram algum familiar preso. Relativamente às experiências de violência no contexto prisional, 97 dos reclusos referem já ter sofrido algum tipo de violência enquanto que, 68 admitem já ter praticado algum tipo de violência no Estabelecimento Prisional. Verifica-se que os participantes que relataram ter sofrido algum tipo de violência no Estabelecimento Prisional apresentam níveis superiores de Adversidade na Infância quando comparados com os participantes que não sofreram qualquer tipo de violência. O mesmo se aplica aos participantes que relataram ter praticado algum tipo de violência no Estabelecimento Prisional.Item Vitimação na infância, vitimação prisional e desajustamento psicológico na população reclusa em Portugal: o papel da vitimação direta na infância(2018) Ribeiro, Patrícia Alexandra de Sousa; Dias, Ana Rita Conde, orient.A nível nacional pouco se conhece sobre a experiência da vitimação no contexto prisional, não havendo estudos sobre a sua prevalência e, menos ainda, que procurem analisar a sua associação a um historial de violência direta e ao longo da vida. Assim, o presente estudo tem como objetivos: estimar a prevalência de violência direta e da vitimação ao longo da vida de mulheres e homens reclusos, incluindo a vitimação prisional actual e caracterizar o seu ajustamento psicológico em função dos dados sociodemográficos e criminais. Recolheuse uma amostra de 394 participantes em situação de reclusão em vários Estabelecimentos Prisionais da Região Norte e Centro. Foram aplicados como instrumentos um questionário sociodemográfico e criminal, o Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI) e o Questionário de História de Adversidade na Infância (ACE). Os resultados indicam que 88% experienciou adversidade na infância, sendo as mulheres que mais relatam ter sofrido abuso físico na infância. No que toca à vitimação prisional, 25% dos participantes reportam terem sofrido algum tipo de violência no contexto prisional. Relativamente aos sintomas psicopatológicos, ao nível do Índice de Sintomas Positivos, 50% dos participantes pontuam acima do ponte de corte, bem como todas as subescalas encontram-se acima da média para a população geral. Verifica-se que quem relata ter sofrido vitimação prisional relata também mais experiências adversas na infância, comparativamente com quem não relata vitimação no contexto prisional.