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Item Aonde nos leva a diversidade da língua portuguesa?(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Mimoso, Anabela; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoÉ verdade que a língua é um diassistema, no qual se inter-relacionam diversos sistemas e subsistemas. Isso não significa que a sua unidade seja posta em questão, pelo menos, enquanto todos os seus falantes se entenderem. É o que se passa em relação à língua portuguesa. Mas se as diferenças entre a norma escrita do Português do Brasil (PB) e a do Português europeu (PE) são mínimas, já o mesmo não se pode dizer quando temos em conta os dialectos, nomeadamente os da variante do PB, pois estas apresentam acentuadas diferenças entre si. Por isso mesmo, o que se afigura mais urgente fazer será resolver o problema da unidade da língua dentro do próprio Brasil para que, a breve trecho, os próprios brasileiros não tenham dificuldades em se entenderem uns aos outros.Item O aperfeiçoamento técnico do corpo no imaginário da I República : a Ginástica da Educação Cívica. A Educação Cívica da Ginástica(Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Brás, José Gregório Viegas; Gonçalves, Maria Neves L.; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA situação política europeia e a deflagração da 1ª guerra Mundial contribuíram para o crescente peso da instituição militar na formação cívica dos cidadãos reabilitando o heroísmo guerreiro e evidenciando a necessidade de fortificar a saúde a coragem pela educação física e pela higiene. Este novo imaginário, no qual se inscrevem as Sociedades de Instrução Militar Preparatória (SIMP), trouxe novas exigências. Educar a juventude segundo os valores da sociedade emergente, colocou-se como um novo imperativo. Este trabalho foi assegurado pelas tecnologias de poder a que Michel Foucault chamou disciplinas. Neste processo, temos a destacar o corpo como principal foco de disciplinar a mente. O corpo nas SIMP fica sujeito a um aperfeiçoamento técnico de acordo com o novo imaginário social. A construção da identidade pelas SIMP encontra terreno fértil nesse novo objecto cultural que é o corpo. É aí que se vai inscrever a nova identidade que se pretende projectar. No corpo vai-se materializar todo o universo simbólico deste processo de construção histórica. Os corpos não são objectos naturais, neutros, a-históricos, pelo contrário, transportam códigos identitários através dos seus gestos, do seu porte, da sua aparência, das suas capacidades, quer dizer, das suas marcas, servindo para demarcar simbolicamente o grupo de pertença. MerleauPonty obriga-nos a pensar o corpo para além do tradicional dualismo cartesiano. Este novo poder da SIMP atravessa o corpo e faz dele um novo objecto de saber. Este novo poder e saber impregnam-se nos corpos e gravam-se nas consciências. Com a nossa comunicação pretendemos analisar estas novas sensibilidades, como estas novas disposições da consciência vão servir para as pessoas se situarem no mundo social, ensinando-as a preferir.Item Aspectos da construção do corpo no século XIX : a influência britânica(Edições Universitárias Lusófonas, 2012) Mimoso, Anabela; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNo séc. XIX, fruto do desenvolvimento da medicina, da educação física e do higienismo, houve necessidade de estabelecer outros padrões de assunção do corpo mais adequados à saúde e ao trabalho. Em Portugal escasseiam esses estudos. Através da leitura de revistas de crítica social da época, sobretudo de As Farpas, pretende-se mostrar a campanha levada a cabo pela Geração de 70, nomeadamente por Ramalho Ortigão, entusiasta da cultura inglesa, em defesa do exercício físico, a fim de evitar a acentuada «decadência da raça». É à Inglaterra que o nosso país fica a dever os esforços para a defesa da construção de um corpo saudável. Este facto é tão evidente que, em Goa e Macau, devido à proximidade de territórios britânicos, as escolas de ensino particular adotam o exercício físico como parte integrante do seu currículo e as elites desses territórios consagram o sport man como o ideal do cosmopolitismo.Item Classe social e educação. Uma reflexão sobre o processo político e social português. Do Estado Novo ao Mercado Educativo(Edições Universitárias Lusófonas, 2009) Mendes, Raul; Baixinho, António João Francisco, co-aut.; Fernandes, Matilde; Lucas, Maria; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoDurante o Estado Novo a origem social era determinante para o acesso à educação e cultura, sendo estes bens um privilégio para as classes mais favorecidas e que, desta forma, mantinham e perpetuavam o regime. Esta visão política teve, como consequências, altas taxas de analfabetismo e reduzidíssimas taxas de cobertura da educação infantil que se reflectiram no atraso social e económico do país, que se mantinha altamente ruralizado.Item Conceptualizando… De anormal a pessoa em situação de deficiência: revisitando e contextualizando conceitos(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Sanches, Isabel Rodrigues; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoSabendo que os conceitos são portadores de significado e indutores de comportamentos, importa enquadrá-los nos contextos sócio-educativos em que se originam e evoluem. Como mostra a reflexão que se segue, as diferentes denominações das situações de deficiência reflectem ou tentam reflectir os diferentes “olhares” que a sociedade em geral e a escola em particular veiculam e operacionalizam. Partindo do conceito de anormal, de utilização ainda bem recente (anos setenta, século passado), hoje considerado um insulto, até ao conceito de pessoa em situação de deficiência, hoje o mais adequado, mas muito pouco utilizado, fez-se um longo percurso conceptual, na forma e no conteúdo (deficiente e pessoa com deficiência), que é também um bocadinho da história das mentalidades e dos comportamentos, no que à deficiência diz respeito.Item Corpo, sociedade e escola: sensibilidade educativa(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Brás, José Gregório Viegas; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNeste artigo analisa-se a conexão entre estas três dimensões: corpo, sociedade e escola. Se cada sociedade tem o seu padrão cultural e se a cultura não é estática porque é recriada por cada um de nós, o homem passa a ser não só intérprete mas também criador de cultura. É da relação da natureza com a cultura que nasce uma outra realidade que designamos por CORPO. A construção o corpo processa-se no plano cultural e social sendo aqui que ele é inventado, dando origem à formação de uma nova realidade suprabiológica de grande carga simbólica. É pelos mitos, ritos, crenças, que o homem atribui um significado ao mundo e a seus objectos. Acresce que a escola encerra, no dizer de Michel Foucault (1987), um tipo específico de poder - o poder disciplinar que actua sobre o adestramento do corpo. Na escola, o controlo do corpo é feito na moldura do tempo e do espaço uma vez que são vigiados os gestos, as posturas e, todas as operações do corpo - o levantar do braço, o virar a cabeça, o sentar e o levantar, o falar e o estar calado, etc. Assim, o que se nos afigura imperioso é ter uma nova sensibilidade educativa para tornar inteligível a interrelação entre corpo, sociedade e a escola.Item A criação do Município de Cruz no discurso de Nicodemos Araújo : conflito ou harmonia(Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Freitas, Gleiciane Maria Silveira e; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoAs marcas da objetividade e subjetividade humana na pesquisa histórica causaram, e ainda causam, divisões no campo da historiografia. Segundo os defensores da primeira, seria a segunda, responsável pela incredibilidade com relação a veracidade dos fatos apresentados no discurso histórico, enquanto para os adeptos da segunda, ao se conceber o homem enquanto ser social e agente de diversas relações constituídas na trama histórica, o produto de suas ações deve, também, ser entendido a partir dos interesses e visões de mundo de quem os produziu. Mas até que ponto as marcas da subjetividade do historiador, presentes no discurso historiográfico, pode constituir-se instrumento de poder e dominação? O artigo em questão discute as formas de dominação embutidas no discurso histórico. O objeto de análise é o discurso do memorialista Nicodemos Araújo acerca da criação do município de Cruz, no Ceará. Debruçamo-nos sobre a narrativa construída pelo autor acerca da criação do jovem município. Nossa pretensão é a de apresentar discussões acerca da construção desse discurso, não com a intenção de encontrar uma “verdade” acerca do fato, mas de compreender o que torna diferentes, as construções historiográficas acerca de um mesmo fato.Item De menina a mestra: memórias do curso de formação feminina(Edições Universitárias Lusófonas, 2009) António, Ana Sofia Pereira de Amaral; Teodoro, António; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoEste texto faz parte da investigação, A Construção da Profissão Docente no Ensino Secundário (1947-1974). Formações, Percursos, Identidades. Financiada no âmbito do Programa Sapiens 2000, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Neste ensaio procurou-se explorar ideias e compreender sentimentos de mestras do curso de formação feminina. Através da relação entre a vida profissional e pessoal da vida destas mulheres, pretendeu-se entender as finalidades do curso de Formação Feminina da vertente de ensino Técnico-profissional, os percursos profissionais, os períodos marcantes e as ideologias das alunas e mestras deste curso. Valorizou-se, por isso, o sistema de valores e os sentimentos de três mulheres face a este curso. Numa sociedade estereotipada, é atribuída à mulher uma componente sentimental, à qual pertencem valores menosprezados na ideologia masculina. Nesta ideologia a eficácia, o pensamento racional e a competição são valorizados. A responsabilidade maternal das professoras leva-as a reforçar o eu maternal em detrimento do eu adulto, desse modo elas encontram-se numa situação fechada e conflituosa, pois as professoras além de se sentirem desamparadas, sentem-se também culpadas por não conseguirem encontrar uma solução.Item De volta às origens: a reinserção da filosofia nos currículos escolares brasileiros(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Santos, Marival Matos dos; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoO ensino e a aprendizagem da filosofia é, antes de tudo, uma arte que desenvolve as faculdades de julgar e raciocinar em geral, e está atualmente revivida nas escolas em todos os níveis. O seu papel, como força reflexiva, assumiu relevância não só no passado, mas, sobretudo, no presente, porque o pensar filosófico possibilita o desenvolvimento de seres humanos mais criativos, críticos, reflexivos, independentes e comprometidos eticamente com as instituições humanas, em um novo mundo, movido pelo empreendedorismo, e põe em xeque o homem robotizado que apertava parafusos. Este novo mundo exige profissionais pro-ativos, capazes de pensar autonomamente e tomar decisões. Todavia, por que ensinar filosofia, se, de um lado, a juventude está apenas interessada em garantir o seu futuro, ouvindo os ditames do mercado, a partir de uma profissão que ofereça as garantias de sucesso, segurança e estabilidade imediatas, e de outro lado, a própria evolução científica e tecnológica nos oferecem facilidades que acabam criando os analfabetos funcionais e reintroduz o homem robô num mundo cibernético, para saber apertar, apenas, algumas teclas de computador. Deste modo, qual o sentido de se ensinar e estudar filosofia se o conhecimento científico e as inovações tecnológicas substituíram a sabedoria? Por que introduzir nos currículos escolares um saber que aparentemente não tem utilidade, numa sociedade em que o espírito dominante é o do utilitarismo, do consumo, do imediatismo e da acumulação de capitais e de riqueza se a riqueza da “mais-valia” da filosofia não combina com a “mais-valia” do mercado?Item Educação inclusiva : a cooperação dos atores educativos e a emergência de um novo paradigma de escola(Edições Universitárias Lusófonas, 2011) Sanches, Isabel Rodrigues; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoOs alunos considerados com necessidades educativas especiais obrigaram a uma abertura da escola não só para «outros» alunos, mas também para «outros» profissionais, e ao desencadeamento de outras práticas de actuação. Pretendeu-se com o trabalho que aqui se apresenta saber como atuam os professores de apoio educativo, do primeiro ciclo do ensino básico, da região educativa de Lisboa, com os «outros» intervenientes do processo educativo do aluno considerado com necessidades educativas especiais: os pais (encarregados de educação), os técnicos de saúde e o psicólogo e, ainda, a gestão da escola (o conselho escolar e o conselho executivo). A recolha empírica foi feita através da aplicação de questionário a 340 professores de apoio educativo (46,9% da população alvo). Para o tratamento da questões fechadas foi feita uma análise quantitativa, usando o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Para as questões abertas foi utilizada a análise de conteúdo, segundo as regras preconizadas por d’Unrug (1974) e Bardin (1977), considerando também as leituras que outros investigadores (Estrela, 1986; Vala, 1986; Robert & Bouillaguet, 1997) fizeram mais recentemente. Apurou-se que a cooperação existente, embora pouco significativa, encarando a problemática da diferença numa perspetiva sistémica, pode ser o élan necessário que nos conduza à possibilidade da mudança nas respostas educativas aos alunos considerados com necessidades educativas especiais, em particular, e a todos os alunos, em geral, à entrada de outros profissionais na escola e, até, à possibilidade de mudança de paradigma da própria escola.Item A Educação Inclusiva não é uma utopia(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Catrola, Manuela; Silva, Maria Odete Emygdio da; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA inclusão dos alunos considerados com necessidades educativas especiais (NEE) implica mudanças a nível da organização da escola, em particular quando os alunos têm problemáticas complexas como é o caso do autismo. Sendo uma questão de direitos, a inclusão atravessa dimensões que se prendem com deontologia, ética e valores. É nesse sentido que ela não pode perspectivar-se sem ser em termos de educação inclusiva. Com esta comunicação queremos apresentar alguns dados relativamente à intervenção que realizámos numa turma do 3º ano, na qual havia um aluno diagnosticado como tendo perturbações do espectro do autismo. De acordo com Hobson (1995), estas perturbações implicam, de um modo geral, anomalias na capacidade de relação; dificuldade em partilhar experiências com os outros; dificuldade na compreensão das reacções de medo ou de mal-estar manifestadas por quem os rodeia; problemas no uso adequado das regras de comportamento social; anomalias na autopercepção e expressão de sentimentos; uso descontextualizado de acções, atitudes e de linguagem; anomalias no desenvolvimento do vínculo afectivo aos outros; problemas na definição da autoconsciência. Partindo do pressuposto que a interacção que se estabelece num grupo é fundamental para a aprendizagem de todos, a nossa intervenção, cujos fundamentos assentaram na investigação-acção, procurou que o trabalho desenvolvido com todos e para todos se organizasse inicialmente a pares e depois em pequenos grupos, de modo a criar condições facilitadoras da comunicação e, consequentemente, da aprendizagem. A sua avaliação permitiu-nos concluir acerca da importância deste processo investigativo e da educação inclusiva. Perspectivado como um elemento da turma pelos seus colegas e sentindo-se a fazer parte da mesma, este aluno fez aprendizagens significativas a nível académico e social. A turma tornou-se mais coesa e, sobretudo, mais solidária, na medida em que ajudar, colaborar e cooperar, passou a ser uma situação comum.Item A educação inclusiva: uma estratégia que responde a todos(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Anica, Gertrudes Maria Belas; Silva, Maria Odete Emygdio da; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA paralisia cerebral é um dos factores que frequentemente leva a graves perturbações na comunicação. Estas limitações causam enormes barreiras no desenvolvimento dos indivíduos, sendo importante proporcionar àqueles que apresentam disfunções na comunicação os meios para se expressarem e comunicarem. A comunicação aumentativa tem como objectivo proporcionar as ajudas técnicas específicas que ampliem as capacidades de expressão permitindo compensar as disfunções comunicativas e proporcionar a comunicação, a aprendizagem, a interacção, a autonomia, melhorando as competências globais dos indivíduos e possibilitando-lhes uma melhor qualidade de vida. Este trabalho resultou da intervenção fundamentada nos pressupostos e nos procedimentos da intervenção-acção com uma aluna com Paralisia Cerebral e sem linguagem oral, com o objectivo de melhorar os seus níveis de interacção com os pares, os professores e os familiares. Esta intervenção centrou-se no desenvolvimento e na aplicação de um sistema aumentativo de comunicação e numa perspectiva ecológica de desenvolvimento, promoveu uma maior adaptação da aluna ao meio envolvente, a sua inclusão na turma e a sua socialização na comunidade escolar.Item Educação no Campo e as Classes Multisseriadas – Um Enfoque no Currículo Multicultural 3(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Andrade, Wellingta Magnolia Lacerda Leite de; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA Educação no campo vive um estágio de precariedade no Brasil. E neste cenário, as classes multisseriadas são implantadas de forma a improvisar um sistema que deveria ter investimentos não apenas de infra-estrutura, bem como de qualificação docente e formação crítica no currículo destes profissionais. Neste processo, o currículo multicultural surge como uma alternativa de enriquecimento e embasamento para inserção da diversidade cultural no ambiente escolar, o que acaba por promover a inclusão no ambiente escolar e social. Assim sendo, o presente artigo tem como objetivo não apenas explanar sobre a realidade da educação no campo e a implantação das classes multisseriadas, como principalmente argumentar sobre a importância e influência do currículo multicultural no contexto escolar. Para tanto, em termos metodológicos, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica e exploratória acerca do tema, tendo como base a análise qualitativa, sob cunho interpretativo das informações. Por fim, pudemos considerar a relação do currículo multicultural como uma ferramenta de extrema influência na formação de uma sociedade mais integrada, a partir de suas funções no discurso crítico e centrada na discussão de novas ideias consubstanciadas na realidade de cada comunidade do campo.Item A educação no Portugal dos anos 60: uma análise do discurso ideológico dos parlamentares da ditadura na Assembleia Nacional (1961 - 1964)(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Aníbal, Graça; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNeste trabalho procurámos utilizar como método de descodificação do texto a análise crítica do discurso, tendo subjacente a noção de que qualquer discurso é moldado por relações de poder e por ideologias. Considerámos como corpus de análise os discursos dos parlamentares portugueses sobre educação no período de 1961 a 1964, período em que se realizam dois debates no âmbito da educação: a proposta de lei do plano de construções para o ensino primário (em 1961) e o aviso prévio sobre educação nacional (em 1964). Num regime político de partido único como era então o português, os deputados eleitos pertenciam às listas desse partido partido único, pelo que os debates não constituiam momentos de confrontação de posições significativamente divergentes. Sendo o discurso um instrumento privilegiado de interacção social, procurámos analisar como a classe dominante, mesmo quando utiliza os aparelhos repressivos do Estado, recorre a estratégias de persuasão para criação do consenso como meio de legitimação do poder. Por outro lado o sistema escolar e mais concretamente a escola, na sua acepção mais ampla de instituição socializadora, foi (e é) naturalmente entendida como podendo ter um papel fomentador de ideologias de que a classe dominante procura benefíciar. Os textos do corpus que analisámos são, assim, entendidos como produto da acção elocutória de agentes sociais, operando com possibilidade de escolhas, de acordo com a sua natureza de actor ideológico, numa estrutura de poder e dominação. A análise não visa apenas descrever o corpus linguístico de um sistema abstracto, mas entender como as escolhas linguísticas correspondem às posições ideacionais assumidas pelos falantes em determinados contextos sociais, políticos e ideológicos, escolhas essas que são estratégias ideológicas reveladoras de uma representação do mundo e da percepção de si e do outro.Item O ensino da Matemática no Estado Novo – segundo ciclo liceal. Incursões pela imprensa da época (1947-1968)(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Ferreira, Maria Clara Correia; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoNeste artigo pretendemos apresentar as diversas visões surgidas na imprensa do Estado Novo, no período compreendido entre 1947 e 1968, sobre o ensino da Matemática no 2º ciclo do ensino liceal. Os percursos hermenêuticos foram efectuados por diversos jornais da época e por revistas pedagógicas, algumas delas já desaparecidas, tais como a Labor e Palestra. A Gazeta de Matemática, encontra-se em circulação na actualidade. Ao longo da pesquisa, fomos descobrindo que os argumentos actualmente utilizados no que se refere a críticas ao ensino da Matemática, e ao facto de os alunos não obterem boas notas nos exames, nem “saberem Matemática”, não são muito diferentes dos que eram usados há quarenta e cinquenta anos.Item O ensino da religião e moral na escola pública: 1910 e 2004(Edições Universitárias Lusófonas, 2013) Caetano, Ricardo; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoPortugal sempre foi um país profundamente marcado pela influência religiosa cristã, maioritariamente católica, tanto nas suas políticas sociais como nas suas políticas educativas. Sempre foi preocupação das Constituições Políticas Portuguesas de 1911, 1933 e 1976 a separação do Estado das igrejas e a não confessionalidade do ensino nas escolas públicas. Todavia, com excepção na 1.ª República, vários foram as políticas educativas que transformaram o ensino da Religião e Moral numa disciplina de estrema importância no contexto educativo português, contrariando as próprias Constituições. Este artigo pretende levar-nos para uma reflexão acerca das mesmas.Item O ensino liceal em Portugal no início do Estado Novo: Reflexões em torno do I Congresso Pedagógico do Ensino Secundário Oficial(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Mimoso, Anabela; Cavadas, Bento; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoOs primeiros anos do novo regime, beneficiando de um clima de uma certa indefinição política, ao contrário do que seria de esperar, significaram para os professores do ensino liceal a tão ansiada possibilidade de realização de um congresso (almejado desde 1913) e também a sua união em torno de uma associação. Assim, em 1926, apareceu a Federação das Associações dos Professores dos Liceus Portugueses. Depois de aprovados os respectivos estatutos, votou o I Congresso do Ensino Secundário Oficial que se realizou em Aveiro no ano seguinte, seguido de mais quatro até 1931. O I Congresso, bem como os seguintes, não se dedicou exclusivamente a problemas pedagógicos e científicos, mas serviu também para a reivindicação de direitos dos professores. No caso específico do Congresso de 1927, foram discutidos vários assuntos relacionados com a organização curricular e o papel dos liceus. Este trabalho apresenta os resultados da análise desse documento único que constitui as actas do I Congresso. Através do cruzamento com o estudo de outras fontes, como revistas pedagógicas e jornais da época, esse estudo permitiu aferir nesse período de transição social e política o status quo do ensino liceal e da profissão docente.Item A escola e os professores na imprensa de opinião no Estado Novo em Portugal (1945-1961)(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) António, Ana Sofia Pereira de Amaral; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoCom este exercício escrito, procurou-se perceber se a escola e os professores constituem temas novos nos artigos de opinião e nos editoriais da época actual ou se, pelo contrário, já tinham suscitado interesse da imprensa periódica do Estado Novo, mais precisamente entre 1945 e 1961, em Portugal. Assim, foi realizado um levantamento de artigos publicados durante o período referido em sete periódicos portugueses: Comércio do Porto, Diário de Lisboa, Diário da Manhã, Jornal do Fundão, Novidades, República e O Século. Posteriormente, e com o objectivo de conhecer a informação escrita nesses textos, seleccionaram-se três dos sete jornais estudados. Verificou-se, deste modo, que a temática da Escola e dos professores já interessava os autores dos artigos de opinião e dos editorais do Estado Novo.Item Escola inclusiva: que formação de professores?(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Silva, Maria Odete Emygdio da; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoA inclusão, entendida como educação inclusiva, apela ao desempenho de actividades e de tarefas por parte da comunidade escolar que se revestem de alguma complexidade, sobretudo quando estamos em presença de alunos com necessidades educativas especiais complexas. Falar de inclusão pressupõe considerar a escola como um lugar privilegiado de interacção de políticas, de culturas e de práticas de aprendizagens significativas, baseadas na cooperação e na diferenciação inclusiva, de modo a que o sucesso para todos e com todos os alunos, respeitando a sua diversidade física, racial ou religiosa, possa ser uma realidade. Nesse sentido, a inclusão implica que as escolas se organizem para responder à população que atendem. Esta organização depende, naturalmente, de dispositivos legislativos, mas é necessário, indiscutivelmente, que as escolas sejam capazes de articular respostas capazes entre os diferentes actores que intervêm no processo dos alunos, alguns dos quais nem sempre pertencem ao âmbito da educação. A formação de professores, neste contexto, reveste-se, assim, da maior importância, desde que tenha em conta as suas preocupações, as suas dificuldades e as próprias expectativas quanto às respostas que for capaz de ajudar a equacionar.Item A Formação Cívica e a prevenção das toxicodependências(Edições Universitárias Lusófonas, 2010) Baptista, Nazaré; Faculdade de Ciências Sociais, Educação e AdministraçãoPretendemos, no âmbito deste artigo e recorrendo a um enquadramento teórico, reflectir sobre o contributo que a área curricular não disciplinar designada por Formação Cívica pode dar à prevenção das toxicodependências em contexto escolar. Para isso e numa tentativa de clarificação da pertinência desta reflexão, apelamos a diferentes autores. Nas conclusões finais reflectimos sobre o papel que a Formação Cívica pode desempenhar na prevenção desta tipologia de comportamentos.
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