Mestrado em Psicologia Forense

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    Violência bidirecional : preditores sociodemográficos
    (2024) Lixa, Ana Catarina Sequeira; Escola de Psicologia e Ciências da Vida
    A violência bidirecional é atualmente a forma mais prevalente de violência nas relações de intimidade. Diversos estudos que se focam na violência bidirecional salientam a importância de aprofundar o conhecimento quanto aos seus preditores. Assim, é importante explorar os fatores de risco e possíveis preditores sociodemográficos e clínicos, nomeadamente: género, orientação sexual, idade, nacionalidade, estado civil, estar numa relação de intimidade, habilitações académicas, situação profissional, nível socioeconómico, parentalidade, região de habitação, problemas com consumos e problemas de saúde mental. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi perceber a prevalência da violência bidirecional numa amostra de 580 participantes e explorar os seus preditores. A metodologia da investigação assentou num desenho quantitativo transversal, aplicado numa amostra comunitária recolhida online. Os instrumentos utilizados foram um questionário sociodemográfico e a Escala Tática de Conflitos Revista. Os resultados evidenciam que a violência bidirecional é a tipologia de violência mais prevalente na amostra e o estar numa relação demonstrou ser preditor de violência bidirecional. Nenhum outro preditor sociodemográfico mostrou-se significativo na predição da violência bidirecional. Este estudo permitiu aprofundar o conhecimento acerca da complexidade do fenómeno, promovendo uma maior visibilidade e uma reflexão em torno das implicações práticas. Considerações sobre estudos futuros foram contempladas. Palavras-chave: Violência nas Relações de Intimidade, Violência Bidirecional; Preditores sociodemográficos; Fatores de risco; Prevalência
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    Violência online nas relações de intimidade e psicopatia : um estudo empírico com jovens adultos portugueses
    (2023) Tereso, Mariana Braga Martins; Cunha, Olga Cecília Soares da, orient.
    A literatura vem identificando correlações entre a psicopatia e a perpetração de violência nas relações de intimidade (VRI) offline, no entanto, a relação entre a psicopatia e perpetração de VRI online ainda se encontra pouco explorada. O presente estudo teve por objetivo analisar a relação entre a psicopatia e as facetas da psicopatia e a perpetração de VRI online, e analisar diferenças de sexo. A amostra foi composta por 535 adultos portugueses da comunidade, com idades entre os 18 e os 73 anos, recrutados através de diversas plataformas online, que responderam ao Inventário de Conflitos na Relação de Namoro de Adolescentes – Versão Portuguesa (CADRI-P) e à Escala de Autorrelato da Psicopatia – Versão Curta (SRP-SF). Os resultados mostraram uma correlação positiva e significativa entre as facetas afetiva, interpessoal e estilo de vida da psicopatia e a perpetração de VRI online, sendo que os homens perpetradores de VRI online obtiveram scores mais elevados na psicopatia, com um efeito maior para as facetas estilo de vida e interpessoal. Os resultados vão ao encontro da literatura atual, e não seguem os mesmos padrões encontrados para a VRI offline, evidenciando a necessidade de planos de ação, prevenção e intervenção específicos para a VRI online. Palavras-chave: violência online nas relações de intimidade, psicopatia, tecnologias, jovens adultos
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    Violência doméstica contra mulheres imigrantes durante a pandemia covid-19 : frequência, severidade e impacto
    (2023) Luís, Inês de Sousa; Gonçalves, Mariana, orient.
    A violência doméstica é definida pela perpetração, da pessoa com quem tenha ou teve uma relação ou que coabite com a vítima. Existem fatores de risco que contribuem para que haja maior vulnerabilidade para a vitimação, nomeadamente, o estatuto de imigrante. Estes podem ser exacerbados em situações de crise, como a Pandemia Covid-19. Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência da violência doméstica em mulheres imigrantes durante a pandemia covid-19, analisar o seu o impacto ao nível da saúde mental e testar o efeito mediador da resiliência. Os instrumentos utilizados foram o questionário de experiências adversas durante a pandemia covid-19, o Brief Symptom Inventory e a Escala de Resiliência para Adultos. A amostra do estudo é constituída por 184 mulheres imigrantes, residentes em Portugal. A recolha de dados foi realizada em entidades nacionais que proporcionam apoio aos imigrantes em Portugal. Os resultados mostram que houve uma elevada taxa de vitimação por violência doméstica contra mulheres imigrantes prevalecendo a violência psicológica (44.6%). Mostraram ainda um padrão de agravamento e/ou continuidade da mesma, sendo que as vítimas que reportaram ter experienciado VD antes e durante a pandemia, referiram que a severidade da mesma se manteve e/ou aumentou sobretudo. Averiguou-se ainda que mulheres que experienciaram violência doméstica durante a pandemia apresentaram significativamente um maior índice geral de sintomas e menor resiliência, porém a resiliência foi considerada um mediador total da relação entre a experiência de VD e resultados negativos ao nível da saúde mental. Estudos futuros serão contemplados. Palavras-chave: Violência doméstica; pandemia covid-19; mulheres imigrantes; frequência; severidade, impacto, resiliência.
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    Práticas informadas pelo trauma no sistema prisional : uma scoping review
    (2023) Gamboa, Sofia Isabel Lopes; Gonçalves, Mariana, orient.
    As Práticas Informadas pelo Trauma são uma abordagem de intervenção universal, crucial para a cultura organizacional de todas as instituições, visando a compreensão e capacidade de resposta ao trauma. Estudos comprovam que as pessoas recluídas no sistema prisional apresentam um historial significativo de abuso e adversidade, apresentam elevados níveis de perda, trauma, vitimação e problemas de saúde mental. Esta scoping review tem como objetivo compreender como são aplicadas as Práticas Informadas pelo Trauma no sistema prisional. Para tal, seguiu-se as diretrizes do modelo PRISMA-P, formulando-se uma equação de pesquisa, aplicada num conjunto de base de dados científicas. Foram encontrados 173 artigos, mas após a triagem e revisão independente por dois investigadores, cumpriram os critérios de inclusão sete estudos. Os estudos utilizam metodologias distintas, sendo as amostras mais utilizadas as de mulheres reclusas, seguidas dos profissionais das prisões. Os resultados demonstram que as práticas informadas pelo trauma são ainda pouco aplicadas neste contexto, apesar de demonstrarem benefícios para reclusos e profissionais. Nesta scoping review concluiu-se existir escassez de conhecimento científico nesse domínio e a resistência em alguns estabelecimentos prisionais em implementá-las, apesar dos efeitos positivos conhecidos dessa implementação em sistemas que atendem indivíduos com história de trauma. Palavras-chave: Experiências Adversas Precoces; Trauma; Práticas Informadas pelo Trauma; Sistema Prisional
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    Como tem sido integrada a perspetiva interseccional no estudo das experiências adversas precoces?
    (2023) Santos, Mariana Reis; Gonçalves, Mariana, orient.
    As experiências adversas precoces são eventos negativos e traumáticos que acontecem na infância. Estas são comuns e estão inter-relacionadas, sendo prevalentes em 20% a 50% da população adulta. A interseccionalidade defende que estas experiências são moldadas pelas características individuais, que interagem entre si, devendo ser analisadas de forma dependente e à luz desta teoria. No entanto, a literatura que a usa descarta a relação entre estas características (e.g., raça/etnia e género). Posto isto, o objetivo da presente scoping review é compreender de que forma esta perspetiva é aplicada no estudo das experiências adversas precoces. Para tal, seguiu-se o modelo PRISMA-P, pesquisando as palavras-chaves em quatro bases de dados, resultando na inclusão de 21 artigos. Verificou-se que todos fizeram menção explícita da teoria da interseccionalidade, mas apenas doze a aplicaram na sua totalidade. A raça/ etnia e a orientação sexual foram as variáveis de interseccionalidade mais analisadas. A interseção mais observada foi a orientação sexual x raça/ etnia e as experiências adversas precoces mais estudadas foram o bullying e o abuso/ violência sexual. Concluiu-se que efetivamente existe uma escassez de artigos que incorporam a interseccionalidade no estudo das experiências adversas precoces. Porém, os que existem representam um avanço na investigação quantitativa deste tema. Palavras-chave: Experiências Adversas Precoces; Vitimação; Vulnerabilidade; Interseccionalidade.
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    Simulação de sintomas em contexto forense : uma revisão sistemática da literatura
    (2023) Moreira, Luana Naide Dias; Figueiredo, Patrícia, orient.
    A simulação de sintomas é uma das questões mais complicadas na Psicologia Forense. De acordo com o DSM-V, a simulação é “a produção intencional de sintomas físicos ou psicológicos falsos ou grosseiramente exagerados motivada por incentivos externos”. Um exemplo de incentivo externo é um processo judicial, em que o indivíduo simula sintomas de forma a amenizar ou evitar a pena. O contexto forense é caraterizado por indivíduos que apresentam, frequentemente, problemas de saúde mental, complexos e comórbidos, dificuldades cognitivas; que cometeram ofensas graves e que, habitualmente, sofreram de maus-tratos na infância. A literatura apresenta diferentes explicações e motivações que têm sido propostas para a construção da simulação, como o modelo patogénico, o modelo criminológico‚ e o modelo adaptativo. A não deteção da simulação é uma grande ameaça à tomada de decisões, mais especificamente, no contexto legal. Objetivo: Face ao exposto, torna-se importante reunir evidências científicas sobre a simulação de sintomas em contexto forense. Para responder a este objetivo, foi realizada uma revisão sistemática da literatura recorrendo a bases de dados como PubMed, WebOfScience e EBSCO. Os resultados dos estudos incluídos revelaram que o histórico de doença mental, no contexto forense, pode ser um preditor para indivíduos que simulam sintomas. Conclusão: A simulação de sintomas consiste numa questão crítica no contexto forense que requer atenção cuidadosa por parte dos profissionais de saúde mental e forenses. Palavras-chave: simulação, contexto forense, fingidores, engano
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    Violência bidirecional : preditores da satisfação conjugal
    (2023) Félix, Leonor Gonçalves; Motta, Carolina Dall'Antonia da, orient.
    As relações íntimas são etapas importantes da vida humana, no entanto, muitos indivíduos são vítimas de violência. A maioria da violência é bidirecional e, um fator de risco significativo para a ocorrência de violência é a insatisfação conjugal. A satisfação conjugal é um conceito utilizado para avaliar a felicidade e a estabilidade numa relação, embora existam inúmeras variáveis que a influenciam. Este estudo teve como objetivo investigar os preditores de satisfação conjugal numa relação de intimidade pautada por violência bidirecional. A amostra do estudo foi recolhida online, e foram aplicados aos 610 participantes, o questionário sociodemográfico, a escala de táticas de conflito revista e o inventário de satisfação conjugal. Da amostra, 335 participantes reportaram violência bidirecional. O género, a idade, a parentalidade, a relação de intimidade e o estado-civil demonstraram ter relação com a satisfação conjugal. O modelo de regressão foi significativo, os casais que estão numa relação, estão mais satisfeitos, bem como, os casais que sofrem menos violência. É improtelável a exploração da satisfação conjugal dentro de uma relação violenta, a uniformização dos conceitos e a exploração dos preditores que lhe podem estar associados, levando os indivíduos a manterem-se na relação. Implicações práticas e estudos futuros são contempladas nesta investigação. Palavras-chave: Casais; Violência nas relações de intimidade; Violência Bidirecional; Preditores; Satisfação conjugal.
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    Perfis de homens sexualmente agressivos e fatores de risco dinâmicos : um estudo numa amostra de estudantes universitários
    (2023) Brotas, Joana Pereira; Brazão, Nélio, orient.
    Este estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de comportamentos sexualmente agressivos em estudantes universitários do sexo masculino, bem como investigar a existência de perfis de homens sexualmente agressivos, e averiguar se existiam diferenças entre esses perfis no endosso de sintomas psicopatológicos, mitos sobre a violência sexual (VS), dificuldades de regulação emocional e na intimidade. A amostra foi constituída por 258 estudantes universitários heterossexuais, dos quais 45% reportaram ter recorrido, pelo menos uma vez, a estratégias sexualmente agressivas. Foram encontrados dois perfis de homens sexualmente agressivos: Homens que recorrem maioritariamente à coação sexual; e Homens que recorrem frequentemente às três estratégias (i.e., coação sexual, abuso sexual e força física). Os resultados demonstraram não existir diferenças significativas entre os perfis nos sintomas psicopatológicos, mitos sobre VS, dificuldades na intimidade e na maioria das dificuldades de regulação emocional. No entanto, os perfis distinguiram-se no Controlo dos Impulsos, sendo que os homens que recorrem frequentemente às três estratégias apresentaram mais dificuldades a este nível, comparativamente aos homens que recorrem maioritariamente à coação sexual. Estes resultados sublinham a importância da implementação de programas de prevenção da VS em contexto universitário, focados nos tópicos sobre sexualidade, VS e fatores de risco dinâmicos. Palavras-chave: Estudantes universitários do sexo masculino; Fatores de risco dinâmicos; Perfis; Prevalência; Violência sexual.
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    Da vitimação à agressão : experiências adversas precoces de agressores sexuais - revisão sistemática da literatura
    (2023) Santos, Jéssica Alexandra Monteiro dos; Gonçalves, Mariana, orient.
    Experiências adversas precoces têm sido descritas como eventos potencialmente traumáticos que podem ter efeitos negativos duradouros. Um conjunto de estudos tem demonstrado que existe uma possível trajetória da vitimação à agressão sexual. Esta revisão sistemática teve como objetivo compreender a relação entre experiências adversas precoces e a trajetória da criminalidade, nomeadamente crimes de abuso sexual. Vinte e três estudos preencheram os critérios de inclusão, sendo os dados relatados utilizando as diretrizes PRISMA. A pesquisa foi feita num conjunto de bases de dados utilizando a seguinte equação de pesquisa: [("adverse childhood experiences" OR "child trauma" OR "physical abuse" OR "emotional abuse" OR "psychological abuse" OR "sexual abuse" OR neglect) AND (“sexual aggression” OR “sexual offense”)]. Os estudos analisados apresentaram dados que relatam uma associação significativa entre experiências adversas precoces e perpetração de crimes de abuso sexual. Em geral, os estudos sugerem que os agressores sexuais vivenciaram mais experiências adversas precoces em comparação com a população em geral e com outros agressores, e que estas experiências adversas, sobretudo o abuso sexual, têm um impacto significativo na perpetração de crimes de abuso sexual. As implicações destas descobertas são que a prevenção de maus-tratos de crianças poderá eventualmente reduzir o número de agressores sexuais e o tratamento de agressores sexuais deve focar se no trauma infantil, reconhecendo a influência da adversidade precoce na adoção de comportamentos de alto. Palavras-chave: Experiências Adversas Precoces, Abuso Sexual, Agressores Sexuais, Revisão Sistemática da Literatura
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    O impacto do uso da realidade virtual na reabilitação de ofensores : uma revisão sistemática da literatura
    (2023) Ablas, Ana Luiza Coelho; Motta, Carolina Dall'Antonia da, orient.
    A realidade virtual (RV) tem sido considerada uma ferramenta promissora para a reabilitação de ofensores por oferecer experiências imersivas e que podem ser adaptadas a diferentes perspetivas, facilitando mudanças comportamentais e mentais. Com o propósito de identificar o impacto do uso da RV na reabilitação de ofensores, este estudo realizou uma revisão sistemática da literatura. A pesquisa foi conduzida na plataforma de bases de dados online b on, e abrangeu estudos publicados entre 2013 e 2023, nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram incluídos estudos que utilizaram a RV no contexto de reabilitação com ofensores ou indivíduos com comportamento agressivo. Dos 1748 artigos encontrados, 6 foram elegíveis (2 estudos de viabilidade com crianças com comportamento agressivos e 4 ensaios clínicos controlados randomizados com adultos ofensores). A qualidade metodológica foi avaliada por intermédio da ferramenta Joanna Brigss. Os resultados destacam níveis de motivação dos ofensores para a terapia, níveis de satisfação dos ofensores e terapeutas com a terapia, mudanças de comportamentos, efeitos adversos e a viabilidade na utilização da RV. A ferramenta tecnológica sugere um impacto positivo no desenvolvimento da regulação emocional e a pertinência nas populações e contextos forenses, mas é fundamental realizar mais investigações nesta área emergente. Palavras-chaves: Realidade Virtual; Reabilitação de ofensores; Comportamento agressivo; Saúde mental forense
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    Da infância à violência : o impacto de experiências precoces na vitimação na intimidade
    (2023) Zola, Adriana Neves; Figueiredo, Patrícia, orient.
    A problemática da violência nas relações de intimidade (VRI) pode relacionar-se com Experiências Adversas na Infância (EAI) e Experiências Positivas ou Benevolentes (EPB). O estudo avaliou a relação entre EAI, EPB e vitimação de VRI; explorou diferenças entre vítimas de VRI e não vítimas face às EAI e EPB, diferenças entre homens e mulheres vítimas de VRI face às EAI e EPB e o efeito moderador das EPB nas EAI e vitimação de VRI. Foram usados: um questionário sociodemográfico, Adverse Childhood Experiences (ACE), Benevolent Childhood Experiences Scale (BCES) e o Conflict in Adolescent Dating Relationships Inventory – Short Form (CADRI-S). Não vítimas de VRI apresentam mais adversidade face às vítimas; não existem diferenças entre homens e mulheres vítimas de VRI quanto às EAI e EPB. As EAI encontram-se fracamente correlacionadas com a vitimação de VRI, as diferentes dimensões das EAI fortemente correlacionadas e uma correlação negativa entre as EAI e as EPB. As EPB não são um moderador significativo na relação entre EAI e vitimação de VRI. Implicações práticas para a prevenção e intervenção foram elencadas. Palavras-chave: violência nas relações de intimidade, experiências adversas na infância, experiências positivas ou benevolentes, prevenção, intervenção.
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    O impacto das experiências positivas na infância na prevenção do comportamento antissocial : uma revisão sistemática versão final
    (2023) Noivo, Beatriz Nogueira Gomes; Camilo, Cláudia Sofia Dinis, orient.
    A adversidade na infância é associada ao desenvolvimento de comportamentos antissociais, contudo, as experiências positivas na infância podem ser fatores de proteção, potenciando competências pró-sociais. Para melhor compreender o seu papel nas trajetórias de resiliência, analisou-se o seu impacto no comportamento antissocial e reincidência na idade adulta. Os critérios SPIDER orientaram a estratégia de pesquisa e incluíram-se todos os artigos quantitativos, qualitativos e mistos, publicados no tema até à data, em inglês, português e espanhol, com jovens e adultos. A pesquisa realizada nas bases de dados Academic Search Complete, Web of Science, APA PsycInfo e Scopus, resultou em 1407 artigos, posteriormente filtrados, dos quais oito foram incluídos neste estudo. A maioria dos estudos, realizados nos Estados Unidos da América com jovens inseridos no sistema judicial, apontam o efeito protetor e moderador das experiências positivas no comportamento antissocial e reincidência. As relações familiares e sociais positivas parecem ser significativas, embora dois estudos não tenham verificado uma diminuição dos efeitos da adversidade, mesmo perante algumas experiências positivas. Este trabalho consolida o impacto das experiências positivas no desenvolvimento ao longo da vida. Assim, intervir na população exposta à adversidade e promover experiências positivas é essencial para prevenir comportamentos antissociais e propiciar saúde mental. Palavras-Chave: Experiências Positivas na Infância; Experiências Benevolentes; Experiências Adversas na Infância; Comportamento Antissocial; Reincidência.
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    A influência dos estereótipos de género nas relações íntimas de violência bidirecional
    (2022) Silva, Raquel Caixinha da; Machado, Andreia, orient.
    A violência nas relações de intimidade é um problema social com consequências significativas para as vítimas. Apesar de vários estudos demonstrarem a existência da violência unidirecional, são já vários os estudos que demonstram a existência de violência bidirecional nas relações de intimidade. Assim, torna-se importante estudar este fenómeno porque existe dificuldade em reconhecer quem é a vítima e o/a perpetrador/a nos casos de violência bidirecional. Os estereótipos de género dificultam esse reconhecimento pois a sociedade coloca a mulher no papel da vítima e o homem no papel do perpetrador. Este estudo tem como objetivo estudar a violência bidirecional através de três cenários, onde os/as participantes tiveram de identificar a vítima e o/a perpetrador/a, avaliar a gravidade da violência, e qual a resolução mais adequada. Os cenários foram visualizados através de óculos de realidade virtual e em seguida os/as participantes responderam a um questionário. Os resultados demonstram que os/as participantes consideraram a violência física mais grave que a violência psicológica, a proporção de violência “dominação feminina” mais grave que a “dominação masculina”, julgaram mais a mulher por esta ter iniciado o conflito, e não consideram que houvesse diferenças para a responsabilidade, a seriedade, e a gravidade da lesões na proporção de violência “dominação masculina”. As implicações para a prática são aprofundar o conhecimento deste fenómeno, sensibilizar e consciencializar a população e os serviços para a existência da violência bidirecional, e desenvolver estratégias de prevenção e intervenção mais inclusivas que contribuam para a alteração dos estereótipos de género ainda vigentes. Palavras-chave: violência bidirecional; violência nas relações de intimidade; realidade virtual; vítima; perpetrador
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    Swipe, text, call : an exploratory analysis of the characteristics associated with cyber dating violence perpetration
    (2022) Lopes, Marta Rafaela da Costa; Cruz, Ana Rita, orient.
    O uso da tecnologia e das redes sociais revolucionou a dinâmica dos relacionamentos abusivos. Investigação prévia focou-se na prevalência da violência no namoro por via de meios tecnológicos entre a população adolescente, bem como nas características associadas à (potencial) vitimização. E, embora grandes avanços tenham sido feitos nesta área científica, pouco se sabe sobre as características associadas à sua perpetração com amostras de outras faixas etárias (e.g., jovens adultos). Como tal, este estudo visa obter uma melhor compreensão das relações entre a perpetração da violência no namoro por via de meios tecnológicos e características como idade, sexo, comportamento criminoso prévio e atual e atitudes em relação à violência no namoro, explorando se estas associações são de natureza preditiva. A amostra, de conveniência não probabilística, foi constituída por 521 participantes recrutados por meio de vários canais, através da divulgação do estudo em redes sociais e website institucional. Testes de qui-quadrado e regressões lineares hierárquicas revelaram associações significativas entre perpetração da violência no namoro por via de meios tecnológicos e sexo, idade, comportamento criminoso não violento nos últimos 12 meses, e atitudes em relação à violência no namoro. Os resultados foram interpretados em relação a estudos prévios e à literatura atual. Implicações e sugestões para futuros trabalhos de investigação foram discutidas.
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    Experiências na infância e psicopatia : que relação?
    (2022) Oliveira, Joana Beatriz Sampaio; Cruz, Ana Rita Pereira da, orient.
    As experiências adversas na infância têm vindo a ser empregues na investigação direcionadas para a compreensão do seu impacto na saúde pública, o que possibilitou o seu reconhecimento como fator de risco para o desenvolvimento de inúmeras patologias. Paralelamente, têm surgido linhas de investigação que compreendem as experiências positivas na infância como fatores protetores da adversidade. Os fatores ambientais aparentam desempenhar um papel causal significativo na génese da psicopatia, pelo que se nota urgente a avaliação precisa e consistente destas experiências, a fim de otimizar a avaliação e intervenção desta psicopatologia. Por forma a avaliar estes construtos, foi administrado um questionário on-line abrangendo o Adverse Childhood Experiences Questionnaire (ACE), a Benevolent Childhood Experiences Scale (BCE) e o Self-Report Psychopathy Scale – Short Form (SRP-SF). Os resultados apontam uma relação dose-resposta entre estas experiências e a subsistência de perturbação mental. Adicionalmente, evidenciam-se correlações significativas entre estas experiências e as facetas, bem como diferenças significativas entre grupos ao nível da psicopatia. O abuso revelou-se como a variável preditora mais significatica. As experiências positivas aparentam moderar a relação entre a adversidade e a psicopatia. Conclui-se pela necessidade de prevenção da adversidade na infância e promoção de experiências positivas no curso da vida.
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    O impacto da violência bidirecional na satisfação com a relação íntima
    (2022) Cardão, Susi Pereira; Machado, Andreia, orient.
    As relações de intimidade são, de acordo com literatura mais recente, pautadas pela existência de violência bidirecional, perpetrada e sofrida por ambas as partes. Esta violência, que pode ser psicológica, física, sexual ou stalking, têm um efeito nefasto. Um dos fatores de risco apontado para a violência bidirecional é a satisfação com a relação íntima, um fenómeno multidimensional, caraterizado pela perceção que os cônjuges têm da relação, numa avaliação de custo-benefício. Este estudo teve como objetivo perceber o impacto da violência bidirecional na satisfação com a relação íntima, numa amostra da comunidade. Os 767 participantes responderam, online, a um questionário sócio demográfico, à escala de conflitos CTS-2R e a um inventário de satisfação conjugal (Kansas Marital Satisfaction Scale). A violência bidirecional foi o formato de violência mais relatado no último ano, com 50,4%, no entanto, contrariamente ao esperado, este valor não teve impacto na satisfação com a relação íntima. Homens e mulheresrevelaram se satisfeitos, sem diferenças significativas entre si. A tipologia violência psicológica foi prevalente (43%), contudo, não afetou a satisfação. A prática de estratégias de negociação, similarmente aos resultados anteriores, não demonstrou influenciar positivamente a satisfação. O facto de, a violência bidirecional ser prevalente, implica a necessidade de conhecer melhor este formato de violência, bem como, a falta de repercussões na satisfação com a relação íntima, apesar da elevada presença de violência, torna premente perceber o que parece afigurar-se como uma naturalização da violência nas relações íntimas. Considerações sobre implicações e estudos futuros são contempladas.
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    Percepções dos técnicos de apoio à vítima sobre o apoio remoto em tempos de COVID-19
    (2022) Oliveira, Sther Fabiana Pereira de; Machado, Andreia, orient.
    A violência doméstica é um fenómeno que ameaça a dignidade humana sendo um problema social e de saúde pública. E para acentuar essa situação, a pandemia do COVID 19 e a insuficiente resposta da sociedade à pandemia não apenas agravou a crise de violência doméstica, mas modificou e dificultou o atendimento fornecido pelas instituições de apoio à vítima. Assim sendo, neste estudo, pretendeu-se aceder às perceções dos técnicos de apoio à vítima sobre o apoio remoto em tempos de COVID 19 e, para tal, os dados foram recolhidos através de um questionário sociodemográfico e de uma entrevista semiestruturada. Para a análise de dados recorreu-se à análise temática de forma a explorar os dados recolhidos nas dez entrevistas realizadas. Os resultados obtidos indicam que os entrevistados passaram por experiências de adaptação e inovação no atendimento. No que diz respeito à experiência no atendimento remoto realizado esta é descrita como positiva e essencial para oferecer o suporte necessário às vítimas, diante da situação ocasionado pela pandemia. Os obstáculos mencionados pelos entrevistados foram a falta de formação para o atendimento remoto e a falta de conhecimento por parte da vítima no uso da tecnologia. Para as investigações futuras serão apresentadas as implicações práticas bem como as recomendações.
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    Perfis de mulheres sexualmente agressivas e fatores de risco dinâmicos : um estudo numa amostra de estudantes universitárias
    (2022) Pereira, Inês Gonçalves Gomes; Brazão, Nélio, orient.
    O presente estudo procurou investigar se existem diferentes perfis de mulheres sexualmente agressivas e testar se existem diferenças entre esses perfis em sintomas psicopatológicos, mitos sobre a VS, dificuldades de regulação emocional e na intimidade. A amostra foi composta por 559 estudantes universitárias heterossexuais, verificando-se que 31.1% já recorreu, pelo menos uma vez, a estratégias sexualmente agressivas na interação com o sexo oposto. Deste grupo de participantes, foram encontrados dois perfis: Mulheres que recorrem às três estratégias de forma igualitária; e Mulheres que recorrem maioritariamente à coação sexual. Não foram encontradas diferenças significativas entre os perfis na psicopatologia, crenças sobre VS e dificuldades de regulação emocional. Relativamente à intimidade, os perfis distinguem-se na Validação Pessoal e na Comunicação. Especificamente, as mulheres que recorrem maioritariamente à coação sexual sentem-se menos validadas pelo parceiro e consideram existir menos comunicação entre o casal, comparativamente às mulheres que recorrem às três estratégias de forma igualitária. Estes resultados sublinham a importância da implementação de programas de prevenção e intervenção em contexto universitário, que se devem focar não só na heterogeneidade das mulheres sexualmente agressivas, mas também nos fatores de risco dinâmicos, com especial destaque para as dificuldades ao nível relacional na intimidade.
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    Perpetradores de violência na intimidade : atitudes e traços de psicopatia em jovens adultos
    (2022) Rolo, Mariana Guedes; Cruz, Ana Rita Pereira da, orient.
    Na atualidade a violência nas relações de intimidade em jovens é uma das temáticas abordadas diariamente, embora exista uma vasta literatura sobre o estudo da relação entre perpetração e a psicopatia, o estudo da relação entre as atitudes e a prática de agressões e o papel da psicopatia em jovens adultos agressores em Portugal ainda se mostra parco. O presente estudo teve como objetivo explorar a influência de variáveis sociodemográficas (e.g., idade e escolaridade), nas atitudes, face à perpetração de violência e o estudo da relação entre as pontuações na escala de psicopatia, as atitudes e a prática de agressão e violência em relações de intimidade. A amostra do estudo é constituída por 404 participantes que responderam a um questionário online na plataforma Qualtrics. Verificaram-se correlações entre as variáveis em estudo, demonstrando uma associação entre as facetas da psicopatia, em especial a faceta interpessoal e a violência psicológica. Os resultados demonstram que os jovens do sexo masculino apresentam mais atitudes legitimadoras da violência bem como foi possível verificar a influência que o nível de escolaridade tem na presença destas atitudes. É esperado que estes dados contribuam para um conhecimento mais aprofundado das atitudes e traços de psicopatia numa amostra mais jovem em Portugal bem como informar programas de prevenção e intervenção junto desta faixa etária.
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    Direitos humanos no contexto do sistema penitenciário português
    (2022) Terroso, Marta Andreia de Pinto; Poiares, Carlos Alberto, orient.
    A ligação entre os direitos humanos e o processo penitenciário é inegável, não só pelos direitos que se subtraem aquando de uma condenação, como pelas condições específicas em que são cumpridas as medidas penais, desde logo, na supressão da liberdade. Deste modo, este estudo empírico visa ser um contributo para a compreensão e aferição da garantia dos direitos humanos no sistema penitenciário português. Para tanto, foi utilizado um instrumento denominado Grelha de Avaliação de Situação Penitenciária, construído ao longo da análise de 60 processos individuais únicos de reclusos dos estabelecimentos prisionais de Sintra e do Linhó. Cogitou-se assim verificar se os direitos humanos são assegurados durante o percurso penitenciário em Portugal, e em que medida a execução da pena trabalha a reinserção social prevista no Código Penal Português, objetivo primário de toda a pena. Os resultados não permitiram tirar conclusões definitivas sobre o objetivo a que se propôs este estudo, na medida em que os dados se demonstraram inconsistentes, ou porque existe ausência de informação. Contudo, do que foi possível apurar, verificou-se a necessidade de cumprimento do Regime Geral dos Estabelecimentos Prisionais no que à organização do processo individual único tange, o que nem sempre acontece, bem como a valorização de todos os eixos da vida do sujeito, para que a pena de prisão seja um processo de reprogramação do sujeito, endógeno, sustentado e com repercussões positivas na reinserção social.